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[JackZi // HIStory 3 trapped // BL // Yaoi // +18] Jack é um gangster, um verdadeiro mercenário servindo a um rei do crime. Zhao Zi é um policial altruísta. O que esse exímio lacaio e o jovem com uma fome descomunal poderiam ter em comum? Nesse jogo de gato e rato, os dois estão prestes a descobrir que as vezes o crime compensa, já que é capaz de unir duas pessoas por um sentimento ainda maior que a justiça.


Fanfiction Seriados/Doramas/Novelas Para maiores de 18 apenas.

#JackZi #yaoi #bl #HIStory3 #trapped #lemon #slash #policial #gangster #jack #Zhao-Zi #Shao-Fei #Tang-Yi
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Suddenly friends

As gotas finas de chuva desciam sinuosas pela superfície da folha molhada verde diante de si. Acompanhou a chuva deslizando pela mesma com indisfarçável tédio.


E havia algo pior do que estar ali agachado atrás de arbustos em um dia chuvoso? Jack tinha certeza que não. Apesar de ter um motivo e uma missão para estar ali de butuca, a motivação em ameaçar e machucar era zero. Estava frio, afinal. E clima frio lhe remetia a uma caneca de leite bem quente, para relaxar e descansar. E o gangster não teria nada daquilo até que resolvesse o caso de distribuição de drogas, no qual estava mais que engajado nos últimos meses.


Balançou o canivete suíço que trazia entre os dedos para lá e para cá, produzindo sons baixos e imperceptíveis, com o barulho da chuva mascarando-os. Não seria isso a lhe entregar agachado atrás de um arbusto com folhas densas. Estava ali há mais de uma hora, e as panturrilhas já começavam a doer. Estava esperando pela aparição de um dos bandidos que vinham trazendo problemas para seu chefe. Mas, o ladrão e comerciante de drogas ainda não havia chegado ao galpão.


“Estou entediado” – pensou, enquanto movia a lâmina da faca para lá e para cá. Quando pensava em quantas pessoas haviam odiado conhecer sua lâmina, um sorrisinho se abria nos lábios sinuosos.


Não havia dúvidas de que Jack era um mercenário. Já havia se aventurado por aqui e ali, logo após deixar o exército, correndo pra lá e pra cá em busca do patrão perfeito. No fim encontrou o melhor chefe de todos: o poder. Capaz de destruir até mesmo o dinheiro, Jack estava em busca de poder, e o adquiriu enquanto passava pelos mais diversos tipos de adversidade, mas sempre bem ciente de que seu único patrão era ele mesmo.


Quando já estava para desistir daquela empreitada, eis que surgiu no fim da rua uma pessoa. Ele se remexeu animado, agitando os cabelos vermelhos e úmidos, para afastar o excesso de chuva. Fechou o canivete afiado, e o colocou na cintura. Quando se moveu para espiar por entre as folhas, acabou por perceber que não era o bandido que ele esperava, que transitava pela rua deserta, mas sim um jovenzinho.


Ele carregava uma sacola plástica, com o que parecia ser uma marmita dentro, e portava um guarda-chuva transparente. Jack não deu muita importância à presença do rapaz na rua, afinal era só uma pessoa qualquer, contudo assim que o jovem despontou na esquina, houve movimentação dentro do galpão. O bandido estava lá, de fato, e acabara de encontrar uma vítima, afinal.


Um sorriso adornou a face jovem do gangster, enquanto ele admirava a coragem do traficante, de além de estar vendendo ilegalmente na área de seu chefe, ainda almejar roubar pessoas inocentes, que por ali tinham a infelicidade de passar. Deixaria o bandido agir como quisesse e iria pegá-lo no pulo. Se levantou por trás do muro, massageando as coxas, devido ao cansaço, em seguida esperou paciente o rapaz se aproximar, em passos curtos, já que era de baixa estatura. O traficante contornou o grande portão de ferro do galpão e saiu caminhando quando o rapaz passou por ele, aparentemente não ciente do perigo, já que seguiu andando. Jack revirou os olhos para a estupidez do rapaz, andando desatento, ao que o bandido o seguiu a passos rápidos, já botando as mãos na bolsa transversal que pendia ao lado do corpo do jovem.


O rapaz assustou-se com a investida do traficante, dando um passo incerto para trás, enquanto o gangster se aproximava sem ser notado pelos outros dois.


- Me passa a bolsa e o celular! – gritou o traficante, puxando com toda a força que podia, os pertences do rapaz.


- Por favor, leve tudo, mas poupe minha marmita... – o rapazinho dizia, em choque, puxando a sacola com o máximo de força que parecia possuir.


- Eu vou te quebrar todinho! Larga essa merda de bolsa!


Jack começou a caminhar para mais perto, cauteloso, quando o bandido puxou uma faca para o garoto.


O gangster já estava pronto para agir, quando diante de si o olhar do rapaz pareceu mudar bruscamente, ao que a marmita caiu no chão, com a força empregada pelo bandido. O rapaz pôs a mão na cintura e dela arrancou uma arma.


Jack parou abruptamente, correndo para o muro mais próximo a fim de se esconder.

- Largue a faca agora! – o rapaz gritou, apontando a arma para o bandido que o fitava chocado. – Sou da polícia. Solte a faca, já!


O bandido não teve escolha a não ser deixar a faca no chão, e em seguida pôs ambas as mãos para o alto, dizendo baixinho:

- Calma, aí, seu policial... Não precisa de violência. Eu não pretendia roubá-lo.

- Parado! Coloque as mãos para trás!


O homem fez como lhe ordenara o rapaz, em seguida sendo algemado pelo mesmo. O garoto não parava de olhar para a sacola no chão, uma porção de comida espalhada pelo asfalto. Parecia perturbado. Jack achou muito intrigante que alguém com aquela aparência pudesse ser um policial. Ele não parecia ter mais que 20 anos.


Observou bem satisfeito o rapaz ligando para a central para reportar um roubo, e sentiu-se bem feliz que não teria de gastar energia para cuidar do traficante naquela noite fria, afinal, o rapaz que olhava triste para a marmita perdida havia cuidado de tudo. Horas após o ocorrido, viaturas entraram no galpão. Os policiais reviraram o local em busca de drogas, e encontraram o suficiente para manter seu inimigo por muito tempo na prisão.


Mas, apesar do alívio, aquele policial em especial lhe intrigara. Jack tinha certeza de que ele não havia se importado de ser assaltado, até que o caso envolvesse aquela marmita. Inclusive, o rapaz permaneceu observando a marmita por longos minutos, aparentemente remoendo o fato de que ficaria sem jantar naquela noite. Jack riu baixinho diante de tal constatação, resolvendo andar duas quadras até onde sua moto estava estacionada, montando nela com destino à mansão dos Tang, onde seu mestre aguardava notícias de sua missão. Ele tinha a estranha sensação de que voltaria a ver o policial algum dia, porém ignorou o fato, ligando a moto, louco para sair da chuva e do frio das ruas.


***

Era uma manhã de outono quando Zhao Zi recebeu a informação de que Shao Fei iria novamente atrás de Tang Yi. Suspirou pesado ao dar-se conta de que provavelmente se meteria em encrencas por causa da obsessão do parceiro em desmascarar e prender o líder da gangue Xin Tian Meng.


- A’ Fei... – disse com as mãos nas têmporas – Não acha que estamos exagerando desta vez? Não temos sequer provas de que ele está negociando as drogas, muito menos um mandato para invadir o restaurante. O chefe vai nos comer vivos.


Mas, o parceiro de Zhao Zi estava decidido, e quando Meng Shao Fei estava obcecado por algo, ele não largava tal qual um cão com um grande osso.


- Há 4 anos eu corro atrás de Tang Yi, e até agora não possuo sequer uma prova da participação dele naquele atentado em que a Li Chen morreu. Mas, quanto mais eu penso nisso, mais sinto que devo isso a ela. Tang Yi nunca nos deu evidências que o culpassem, mas elas não o inocentam também. Enquanto eu não descobrir a verdade, não abandonarei o caso.


Zhao Zi sabia o quão importante era para seu sênior descobrir o que causara a morte de sua parceira Li Chen, há 4 anos, afinal Shao Fei era como ele naquela época. Confiava em seu parceiro com todas as forças, e sabia que A’Fei fizera o mesmo com Li Chen. Para o sênior, era tanto questão de honra, quanto de justiça descobrir o que houve naquela fatídica tarde na qual sua parceira morreu, assim como o pai adotivo do chefe da gangue.


- Vou descobrir o que houve com Li Chen nem que isso me mate! – afirmou Shao Fei pegando seu casaco.


- Não pode descobrir sem morrer mesmo? – brincou Zhao Zi, pegando sua jaqueta.


Ambos riram enquanto pegavam os distintivos e as armas.


No fim das contas, era tudo mais uma armadilha de Tang Yi, já bem acostumado com a perseguição de A’Fei e aproveitou para ter mais um inimigo atrás das grades. Ele nada sofrera, mas Zhao Zi, Shao Fei e os demais policiais do DP, tiveram de preencher uma longa papelada, por não terem mandato.


Vários gangsters haviam sido presos, dentre eles Jack, o lacaio de Tang Yi, mas Zhao Zi sequer deu atenção ao fato. Em menos de 8 horas, no entanto, ele estava livre. Ser o braço direito do líder da Xin Tian Meng tinha lá seus benefícios. Jack estava surpreso que o baixinho não o tivesse reconhecido, mas preferiu assim.


A julgar pela forma como ele e os colegas se comportavam, pôde perceber que ele era bem ingênuo, de coração puro, e por um tempo ele ficou irritado por ter perdido sua presa para o rapaz.


Mal sabia Jack que seu destino e do jovem policial estavam para se cruzar em um tempo muito curto.



***


O momento chegara quando em meio a uma briga acalorada com Tang Yi, Shao Fei acabou tornando-se alvo de um inimigo do gangster, sendo com ele sequestrado. Jack procurou em desespero por seu chefe, não obtendo sucesso. As horas se passavam e nada de pedirem por resgate.


- Isso não cheira bem, Zhi De... – Jack comentou, vestindo as luvas de couro – Eles deveriam ter pedido resgate.


O outro subordinado de Tang Yi ostentava uma carranca horrível. Jack sabia o quanto ele gostava do próprio chefe. Mais do que deveria para o próprio bem. Jack não gostava desse tipo de distração. Tornava o colega cego para os fatos e menos produtivo, já que envolvia seus sentimentos por Tang Yi em tudo que fazia. O ruivo sabia que na vida, deveria aproveitar cada oportunidade, e usar os outros era parte de sua estratégia para evitar ser pego de surpresa. Ele se aproveitava da fragilidade de Zhi De, de modo a atormentá-lo.


- Se você fizesse seu trabalho direito... – lhe lançou um olhar atravessado – O chefe não estaria desaparecido. Por que não estava com ele, afinal? Não é o preferido dele?


Jack mostrou os dentes brancos e emparelhados num sorriso zombeteiro, que aumentou a carranca do menor.


- Você bem sabe que o chefe só faz sua própria vontade. Acabo de resgatar do local onde ele desapareceu a CCTV. Ele estava com aquele policial.


Jack mostrou o vídeo em seu celular. O olhar furioso de Zhi De lhe divertiu.


- De novo aquele maldito! Por que esses policiais ficam se metendo nos negócios do chefe? Não aguento mais esse Shao Fei perto de Tang Yi.


Jack já havia notado a forma como Shao Fei se comportava por perto de seu chefe e sabia que de alguma forma estranha ele tinha muita influência em Tang Yi. Não faria mal implicar só mais um pouquinho com o gangster, certo? O ruivo realmente nunca havia simpatizado com Zhi De. Suas ações eram egoístas e obsequiosas e sua petulância era o que mantinha tanto Tang Yi, quanto ele próprio com os olhos bem abertos perto do menor.


- Não sei não... Acho que o interesse do Meng Shao Fei não é só no âmbito da lei.


Conseguiu o que queria. O rosto do menor assumira uma cor rubra enquanto ele basicamente bufava de raiva e despeito.


- De forma alguma. Tang Yi nunca gostaria de alguém como ele.


Jack andou pela sala, sorrindo com a mão repousada no queixo.


- Ele parece afetar nosso chefe. Se fosse qualquer outro, estou certo de que Tang Yi já teria se livrado do problema. Contudo, tenho razões para acreditar que Shao Fei é importante para o chefe. Tem perseguido ele por 4 anos. É um bocado de tempo, não acha?


O outro simplesmente se retirou, incapaz de rebater os argumentos de Jack. O sorrisinho de deboche de Jack se esvaiu ao lembrar-se da situação incerta de seu chefe. Por um momento a imagem do jovem policial veio em sua mente.


- Parece que terei que enfim bater um papinho com esse garoto...



***

Por que A’Fei não atendia o maldito celular? Estava procurando por ele o dia todo, e sequer lembrava-se do número de vezes em que foi importunado pelo chefe de polícia por ter perdido o parceiro de vista. Zhao Zi saiu para almoçar, afinal essa era a única coisa a se fazer quando não havia saída para uma situação. Comer ajudaria a clarear a mente, ele sempre observava ao próprio parceiro.

Mas, o destino parecia não apreciar a comida da mesma forma que o pequeno oficial o fazia, pois mal pôs as mãos em seu sanduíche, que continha todo o conteúdo de sua geladeira e basicamente, sentiu um tecido tapar seus olhos.


- Mas, o q- foi cortado em sua frase por mãos firmes tapando sua boca. Logo sentiu-se perdendo a consciência. Zhao Zi sabia o que era aquilo. O cheiro de clorofórmio era inconfundível.


A primeira coisa que notou assim que acordou, era que estava deitado num sofá. O ambiente escuro lhe lembrava um pouco o quarto de sua tão amada avó. Ela era alegre e sábia, mas vivia a reclamar da claridade da casa na qual viviam, e mantinha seu quarto no mais completo breu.


Abriu seus olhos preguiçosamente, analisando o local, e então notando a figura em pé no canto do recinto.


- Quem? Quem é você?


Jack sentiu uma imensa satisfação em ver a expressão um tanto aterrorizada do menor, e abriu um pouco as venezianas, a fim de se mostrar.


O homem diante de si o analisou brevemente, mas para a decepção de Jack, ele não lembrava de si na delegacia. “Que pena” pensou, teria de se esforçar mais para assustá-lo.


- Não se lembra de mim?


O rapaz coçou a cabeça, incerto. Deu de ombros sob o olhar severo do outro.


- Deveria lembrar?


Jack se aproximou, tomando em mãos o canivete, balançando-o de um lado para o outro lentamente, astuto.


- Vou fazer uma pergunta, e quero que responda.


Zhao Zi pôs a mão levemente sobre a barriga, parecendo incomodado. Jack prosseguiu, já que não tinha tempo a perder:

- Onde está o- foi interrompido pelo grito de exclamação do menor:


- Meu sanduíche! Você viu onde ele foi parar? Ei, peraí... Você o roubou! Você comeu meu sanduíche?


O olhar de ódio do menor, ia completamente de encontro com a expressão estupefata do gangster. Ele não podia acreditar, que depois de todos os acontecimentos previamente citados, o rapaz estivesse mais focado em descobrir o paradeiro de seu sanduíche.


- Como é que é?


- Isso é muito cruel, sabia? Eu estava prestes a almoçar... O que foi que eu te fiz, pra você me privar desse ritual sagrado? E no pátio da delegacia ainda... Quem você pensa que é, meu amigo? Está ciente que eu sou um policial?


Jack queria muito rir, mas estava chocado demais para esboçar qualquer tipo de expressão facial.


- Isso é irrelevante agora. Desejo descobrir onde está Shao Fei, e desejo saber agora! – o tom ríspido fez criar-se uma carranca na face jovial do policial.


- E você acha que eu sei?


A resposta chocou o gangster. “Qual é a desse cara, afinal? Eu o sequestro e ameaço com uma faca, e ele só quer saber do sanduíche que perdeu e sequer faz ideia de onde seu parceiro está” pensou.


- Não é seu trabalho encontrar pessoas? Seu parceiro está com meu chefe! Eles podem estar mortos neste instante. Não brinque comigo!


- Não estou brincando... Nós na delegacia estávamos dando nosso melhor para descobrir o paradeiro dos dois. Inclusive eu seria de mais uso lá do que aqui. Sabe, se queria fazer uma pergunta, era só perguntar. Que desnecessário tudo isso. – coçou a nuca.


A forma como as palavras deixaram os lábios do jovem policial, quase fez com que Jack quisesse pedir-lhe sinceras desculpas, de tão hilário que foi.


- Então trabalha para o Tang Yi? Ouça, não temos notícias deles, e quero tanto quanto você poder descobrir. Mas, não tenho nada.


- Mentira – Jack quis certificar-se.


- Eu juro! Pela minha avozinha! – ele até ergueu uma das mãos, num juramento solene. Jack não conseguia acreditar que aquela pessoa era real. Ele parecia um personagem saído de alguma revista em quadrinhos, de tão caricato que era.


- E o telefone do Shao Fei? – Jack estendeu a mão.


Zhao Zi assumiu uma postura defensiva.


- Não posso lhe passar o telefone pessoal dele.


- Não estou pedindo! – Jack aproximou-se mais, pegando o jovem pela gola da jaqueta que ele trajava.


- Mesmo assim não divulgarei o número do A’Fei. Seria antiético.


- Você ao menos entende em que tipo de situação se encontra, policial? – olhou para baixo, aumentando o aperto da gola da camisa.


- Sou um policial, se fizer algo comigo será pior pra você. – empinou o nariz. Levou á mão novamente à barriga, não suportando e disparando em seguida: - Mas, se faz mesmo muita questão de descobrir o número do A’Fei, eu posso te passar.


Jack afrouxou o aperto, largando o rapaz aos poucos.


- O que quer?


- Me alimente! – ele não aguentou e caiu sobre os próprios joelhos. – Não como nada a horas e estou faminto!


Jack estava descrente de que aquilo estava, de fato, acontecendo. Porém, achava aquela pessoa deveras interessante e decidiu aquiescer.


- Muito bem, lhe farei algo para comer, e me dará o número.


- Temos um acordo... – pôs os dedos sobre o queixo – Qual seu nome mesmo?


- Jack. – o outro falou, de costas para si.


- Temos um acordo, então, Jack.


A forma como seu nome foi proferido pelo rapaz, causou uma sensação estranha no gangster. Um sorriso formou-se nos cantos de seus lábios.


***

Já era a terceira tigela de rámen que Zhao Zi comia, dentre outros acompanhamentos e ele não parecia disposto a terminar nunca.


- Do que seu estômago é feito, hein?


O rapaz soltou uma risadinha enquanto o ruivo tentava pela quarta vez, contatar o policial.


- Minha avó sempre dizia que quem come bem, vive bem.


Jack iniciou com ele uma discussão sobre sua fome insaciável, até que Zhi De chegou num rompante, derrubando a tigela na qual Zhao Zi comia. Por instinto, Jack cobriu o corpo do rapaz com o seu, numa postura protetora, e tanto ele quanto Zhi De, se surpreenderam por seu ato.


O veredito era que Tang Yi estava no hospital, bem e Shao Fei também havia sido encontrado. Não havia mais motivo para Zhao Zi estar ali.


- Ei, baixinho... – falou o ruivo, retirando uma folha de repolho que havia voado, do cabelo do rapaz – Eu... Cozinho algo para você na próxima vez.


Zhao Zi abriu um sorriso.


- Sério?


Jack assentiu, com um sorriso. Em seguida, pediu que um dos homens levasse o policial de volta à delegacia.


- Por que diabos esse cara estava aqui? Estou cheio desses policiais! – o gangster ralhou, ao ver o policial sendo escoltado de volta.


Jack riu baixinho.


- Eu o estava interrogando...


- Por favor, Jack, conta outra. Você estava cozinhando para ele. Desde quando isso é interrogar?


Jack aproximou-se, tocando de leve o ombro do colega, dizendo em seguida:

- Tipos diferentes de perfil de pessoa, exigem diferentes abordagens, você é que está ultrapassado.


O menor bufou, livrando-se do toque do maior.


- Que seja. Não quero mais ver esses tiras por aqui na mansão.


Jack estreitou os olhos.


- Ah, como você gostaria de poder realmente ser aquele que decide isso, não é?


Zhi De arrumou a postura.


- O que quer dizer, seu verme?


Jack pôs as mãos para o alto.


- Somente o chefe pode dar tais ordens, meu amigo. A não ser que ele confiasse tanto em você, que lhe desse outro tipo de posição na Xin Tian Meng...


Zhi De lhe fuzilou com o olhar.

- Pare de falar idiotices. Eu jamais prejudicaria o chefe.


Jack, no entanto, era muito mais ardiloso do que aparentava. Ele sabia que o menor estava escondendo algo há meses, só não possuía provas ainda.


- Eu estou ciente. Você quer o chefe muito bem, não é?


O outro desviou o olhar.


- Sempre e para sempre.


Jack começou a afastar-se.

- Hum, quanta lealdade.


- Diferente de você, que fica aí perdendo tempo com policiais o tempo todo.


Jack parou à soleira da porta.

- Bem, parece que o chefe e eu temos isso em comum, não é? Eu não sei você, mas tenho observado que ele passa mais tempo com o oficial Fei, do que conosco.


O olhar do menor se tornou colérico, enquanto ele passava pelo maior trombando em seus ombros com força, propositalmente.


Enquanto o menor deixava o local, Jack ria baixinho.


- Tão sentimental.



***

Numa estranha sequência de acontecimentos, com o tempo e diversas situações, Tang Yi e Shao Fei desenvolveram um tipo estranho de amizade. Jack sabia o que aquilo significava, desde que os vira apertando as mãos na mansão quando seu chefe retornou. Estava visível para qualquer um ver. Divertia-se horrores com as birras de Zhi De, já que fazia alguns dias que Shao Fei estava na mansão, com a desculpa de proteger Tang Yi de atentados.


Um certo dia, decidiu ir deliciar-se um pouco com a ingenuidade exacerbada de Zhao Zi. O garoto o divertia com seu jeito honesto e sentimentos puros. Foi até a delegacia munido de vários ingredientes para um delicioso almoço, e mesmo tendo visto que Zhao Zi estava acompanhado, fez questão de se juntar a ele no almoço.


- Quer que eu monte nessa coisa? – Zhao Zi apontava para sua moto, com uma cara nada boa.


- Qual o problema? – Jack colocava o capacete, ajeitando a jaqueta de couro em seguida.


- E-eu nunca subi numa moto antes. – mordeu um pouco o lábio, chamando a atenção do ruivo.


“Que adorável” pensou Jack.


- Sempre há uma primeira vez para tudo, Zhao Zi. Pode segurar na minha cintura, ok?


O rosto do rapaz iluminou-se, num sorriso.

- Mesmo? Então eu vou. Mas, não corra, por favor... Respeite o limite de velocidade.


O maior riu, quando sentiu os braços do menor passarem por sua cintura, num abraço desajeitado. Quem diria que ele, um gangster inveterado, iria estar tão cordialmente relacionado com um policial?


- Zhao Zi?


O menor o observou.


- Podemos ser amigos?


O menor sorriu.

- Você me dá comida, então acho que isso significa que é uma boa pessoa.


“Que ingênuo” pensou o maior.


- Isso é um sim?


- É, claro. – respondeu o menor.


Deram partida com a moto, rumo à casa do menor. Jack sentiu o calor do corpo do menor contra o seu na moto e a respiração dele às suas costas, e pensou consigo se amizade entre eles seria mesmo o suficiente para si. Atrás de si, Zhao Zi estava apenas preocupado com sua refeição, alheio e faminto. Porém, ali na garupa daquele “bandido”, como o capitão costumava chamar os gangsteres, ele sentiu que embora estivesse sozinho no mundo, nele ele encontraria um novo amigo.



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Notas: Eu sei o que devem estar pensando... Por onde anda essa escritora relapsa? Sofrendo devido aos percalços da vida. Estive com um tremendo bloqueio, do tipo que eu começava capítulos novos, mas não conseguia avançar em nada. E quando avançava, tudo estava meio lixo. Enfim, agora estou me sentindo muito melhor. Recebi boas notícias, e estou feliz de dizer que um livro de fanfics KaiSoo está saindo por aí, com uma das minhas bebezinhas nele, e que eu serei uma das juradas do concurso de fanfics. Estou sedenta por ler e honrada de participar disso tudo. Essa fic estava em minha mente desde que vi esse BL incrível, mas eu parei no meio do primeiro capítulo e não conseguia avançar. No final das contas, consegui vencer o bloqueio e devo dizer que vão me ver mais por aqui, glórias 3X. Prometo que voltarei logo com att de "soulmates" e "from the other side", já que são dois projetos que quero bem caprichados, estou dando meu melhor para trazer novidades para vocês. Espero que gostem desse ponto de vista da história desse couple icônico, e que acompanhem dando muito amor pra essa fic. Eu utilizei nela elementos do BL, mas adicionei muitas coisas que amaria que tivessem sido exploradas. Espero que o novo ponto de vista agrade. Acho que é isso, se chegaram até aqui, meu muito obrigada... Se quiserem me deixar um comentário de suporte, crítica construtiva ou um simples "olá", meu coração já fica quentinho. Beijinhos e até os próximos capítulos.

24 de Dezembro de 2019 às 07:18 0 Denunciar Insira Seguir história
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Continua… Novo capítulo Todas as Segundas-feiras.

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