Notas do autor:
presente para minha filha linda denguinho de mamai Nathy Maki
Parabéns pelo seu dia anjinho
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Shouto Todoroki tinha um problema. Seu problema era a queda, para não dizer abismo, que sentia por Izuku Midoriya. Ambos se conheciam desde o Ensino Médio, se tornaram amigos e estavam sempre juntos; fosse estudando ou fazendo alguma atividade no fim de semana. Shouto demorou para perceber, mas sentia-se diferente ao lado do outro. As mãos suavam, o coração disparava, a garganta secava.
Ele nunca imaginou que as coisas fossem acontecer daquela maneira, mas de certa forma fazia sentido. Quando criança, sua mãe lhe disse que o amor chegava sem a pessoa perceber. Ele ia tomando espaço, te ganhava devagar e, quando a pessoa cai em si, estava apaixonada. Shouto agora via que tudo isso era real, pois Izuku derrubou todas as suas barreiras como dominó.
Um grande detalhe, Izuku não fez esforço. Ele foi o mesmo desde o início. O tratou com respeito, carinho e igualdade. Sempre mostrando-se disponível para lhe ouvir e lhe aconselhar. Às vezes só ficava ao seu lado, em silêncio, sem forçar ou impor qualquer coisa. Izuku lhe arrebatou o coração sem perceber.
Ele podia passar horas refletindo sobre como o sentimento ardente que preenchia seu peito, listando as qualidades da pessoa que amava ou os motivos para ser encantado por ela. Da mesma forma que também podia manter-se calado sobre isso, com receio de estragar e perder tudo que conquistou com o tempo. Havia dias e dias, sendo hoje um daqueles em que queria segurar a mão de Izuku e lhe beijar a boca até perder o juízo.
Midoriya estava ali, ao seu lado, totalmente alheio a tempestade que se formava na cabeça do jovem de cabelos bicolores. Lhe contava sobre o artigo que havia lido no dia anterior e, em como poderia utilizá-lo como referência em seu trabalho acadêmico. Shouto estava ali, ao seu lado, imaginando como a pele do amigo parecia ser macia e seu cabelo cheiroso. Desde quando se tornou um adolescente regido por hormônios?
É realmente difícil lidar com sentimentos, era mais fácil fazer equações químicas. Era mais fácil lidar com o que fosse concreto, objetivo e claro. Não com coisas que mexiam com sua cabeça, que lhe tiravam o sono e a fome. Shouto queria contar aquilo a alguém, desabafar era bom, Izuku sempre lhe dizia isso. Mas como contar para o cara que se ama que você está sofrendo por amor, calado por anos? É realmente difícil lidar com sentimentos.
— Eu te amo e não sei como lhe dizer isso. — Shouto pensou em voz alta. Quando Izuku o encarou surpreso, percebeu o que havia dito. Fitaram-se por alguns segundos sem saber bem o que dizer ou fazer. Lentamente as bochechas de Izuku coraram, mas Shouto permaneceu parado, tentando planejar o que fazer em seguida. Será que o sentimento se tornou tão grande que começou derramar sobre as palavras? Como cometeu um deslize tão bobo? Era inacreditável.
Ou talvez não fosse tão inacreditável assim. Embora nunca tivesse dito de forma explícita, sempre demonstrou em pequenas formas seu carinho pelo amigo. Fosse na maneira de falar ou os toques sutis. Shouto sempre foi um tanto tapado quando se tratava de algumas coisas, ele nem mesmo percebia que encarava Izuku com adoração.
— Acho que você soube bem como dizer — Izuku quebrou o silêncio rindo, constrangido. — Quer sair mais tarde? Podemos conversar melhor sobre isso.
Izuku lhe sorriu, do mesmo jeito que sorriu há cinco anos quando o convidou para estudar a primeira vez. Ele realmente não percebia como derrubava as barreiras de Shouto sem fazer esforço, ou talvez ele soubesse, apenas fingia não ver. Shouto descobriria sobre isso naquela noite, quando o jovem de cabelos verdes o beijou pedindo-o em namoro.
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