srmax47 Maxuel A.A

Uma pequena parte de meus intranquilos pensamentos.


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isabella


Nota do autor

Os sentimentos foram criados para nos aproximar uns aos outros, por cordas tão visíveis quanto a gravidade, para nos apaixonar superficialmente ou profundamente, perdoar, odiar e ate mesmo fraquejar ate o mais forte dos seres, mas estes tais sentimentos e conexões se degradaram desde o seu primeiro suspiro de existência, não pelo seu forjador, mas sim por si própria, tanto em sua realidade quanto em tantas outras, ao mesmo tempo e em todo o tempo em uma linha constante, mesmo sendo perpétua e finita, tudo é uno, e os uno’s formam tudo, tudo que ainda não foi criado e profetizado, existem pelos seus sacrifícios.

-Unus mundus-

Parte 1

Lisa

Sobre as cordiais montanhas, com os respingos de água Ridhá recupero meu folego e vitalidade, eu a sós comigo aqui e agora, sentada sobre a sombra da antiga masmorra reflito em meus pensamentos agora calmos e tranquilos como sempre o fazia neste lugar, porém um pensamento se esgueira da tranquilidade, um fragmento, uma mera questão que me faz voltar a realidade dos fatos. Como me tornei oficialmente uma mulher como a soberana ordem nos faz acreditar, que aos 16 astros lunares nos tornamos adultos e somos responsáveis pela morte e pela vida, e nossos atos a eles era a culpa. Mesmo a vida não mas nos pertencendo, eu fico feliz que não habito a capital zonbaht onde as regras feriam os olhos celestes e a ponta de Antheviohl persistia em os atormentar, a nossa cidade era calma e com leis forjadas para nossa felicidade, com minha idade já posso ate mesmo criar vínculos de afeto com um homem se quisesse, uma coisa que não podíamos antes, devido a fundação de santa virgem. Tao pouco me importava o fato de se apaixonar, meus sentimentos se retardaram com o tempo, me levando a crer que eu fosse diferente das outras pessoas, que já viviam no futuro planejando-o e esquecendo de viverem o presente, bem esse não era o meu caso, só me preocupava como o dia acabaria, eu terminaria triste ou alegre essa era meu dilema todo longo dia.

Vivia a me perguntar neste monte de penhasco ou de qualquer outro nessa terra ou em campos distantes sobre os deuses que todos haviam de sentir mas tao pouco presenciar, eles a caminhar sobre nossas terras era um presságio para grandes mudanças, não que esteja em um manuscrito para nos informar mas por que era quase impossível de se acontecer. Eu os vi, e naquele instante momento fui a única a entretê-los, cantar, sentir o quão doce era os toques de suas mãos, e o tao suave de seu falar. Parecia fantasia, uma fantasia além da nossa, e além a deles, que estavam a quebrar regras com suas próprias leis. Entretanto eu não me lembro de nada, me concederam a dadiva da escrita e o dom da imaginação, por um instante, e neste tempo pude escrever uma história sobre esse único momento. Tudo isso as vezes me deixa confusa, talvez andei acordada e escrevi tal loucura, mas sem dúvidas se eu os encontrasse pessoalmente os questionaria, as vezes fico pensando sobre a vida, nos infinitos de terras distantes e horizontes sem fim, eram tao belos e cheios de vida, mesmo sem ninguém a volta, ainda não entendo porque há tanta beleza e o sofrimento persiste, ate mesmo em minha região calma, a morbidez nos corroê pelos cantos que nem se pode ver, e quem nos foi imposta tais regras inúteis para nós mulheres frágeis, que devem se acorrentar a homens como uma cela, onde a chave para se separar és arrancar o nosso próprio coração, isso para nos é morrer de tanta solidão, a morte talvez mas serena do que a própria depressão silenciosa.

Mesmo sem ver as próprias correntes nem os corações despedaçados, eu naquele momento já passado, estava inflada de confusão vivendo da verdade que me era contada e não de minha própria vida e experiência vivida. Penso agora nestas tais lembranças de tempos longínquos, como pude falar tantas besteiras, é fácil falar do que se desconhece a ignorância sempre desaparece quando a verdade há de nos libertar, nem só a verdade, talvez a idade nos faça diferente de tanto florescer um dia estamos a murchar, ou o simples fato de termos desejos nefastos ou impossíveis de se alcançar, mesmo que estes não se apliquem a mim que não há de ter desejado nada nesta vida ate o presente momento, hoje eu desejei um anjo. Mesmo na minha angustiante ansiedade eu soube que era algo incrível, minhas melhores amigas encontraram seus mais doces amores, segundo elas o dizem, era como se o mundo ficasse mais colorido e faze-se mais sentido, como se um hiato em nossas vidas finalmente se encaixasse perfeitamente em algo. Estava frio e nos estávamos no café na esquina da rua cheslow, quando o vi pela primeira vez, um homem incrível e raro, não se via muitos deles, era como se os astros celestes caíssem de uma vez na terra, era quase impossível. Ele tinha olhos verdes e transpirava a delicadeza, ele era tao lindo e veio em minha direção, como uma víbora tunezí enfeitiçando sua presa, assim me deixei levar, comecei a tremer e a gaguejar quando me perguntara porque era a única não acompanhada. Obviamente não percebera meu desajeitado modo, o meu vestir e certamente minha beleza a faltar, eu e minha idiota questão sobre mim, sempre me rebaixando para não afogar em grandes expectativas. Depois de um longa conversa descobri que ele resolvera ficar na cidade, o vilarejo não o agradava mas ele estava encantado por mim que era a única solteira do grupo de mulheres a qual eu andava. Foi como em um conto de fadas, um romance que clareava todos meus dias como nunca antes, ate o dia em que nos dormimos juntos pela primeira vez.

Acordei bem cedo com uma irritação no peito, estava escuro, consegui abrir a janela que clareou todo o quarto, então pude ver, ver aquela corrente imensa que me conectava a meu amor, eu poderia saber exatamente onde ele estaria, ela a princípio incomodava um pouco mas com o tempo pude me acostumar, ainda mais agora que meus sentimentos se triplicaram por ele, eu parecia uma tola de tanto amor pelo qual sentia por ele. Estava pegando alguns ramos de flores com ele quando minha amiga era arrastada pelo chão por conta da corrente, agora eu podia as ver, seu coração estava a ser arrancado e ela não aguentava mais correr atrás de seu amor, então vi com meus próprios olhos parte de seu coração retirado e sendo arrastado pela corrente sem fim. Depois daquele dia conheci o lado ruim de se vincular a um homem, conheci também os lugares onde pessoas debilitadas como ela há de ficarem, pois a depressão e fragilidade as atormentam em uma fenda de sua perpétua aflição.

Não me demorei muito pois meu homem me aguardava em casa, que era simples e sem muitas mordomias, meu dinheiro só comprava o necessário, mas agora que vejo um futuro eu posso fazer muitos planos e me planejar melhor, como o novo trabalho que consegui para fazer pães, estava tudo como o planejado. Uma nova forasteira chegou a cidade e visitou nosso comércio e era uma linda mulher com olhos azuis, era outra pessoa rara já que existiam tao poucos, parecia ate uma lenda, mulheres de olhos azuis, ela parecia estar de passagem, o que foi um alívio saber, ela poderia dar muita infelicidade para as mulheres da cidade.

Voltando para casa em um dia nublado, andando pela rua floral, onde as flores pareciam o mar encobrindo todo o chão e os ypês alcançando os céus, e o rio que era vermelho encontrava o riacho azul, ah… meu coração se enchia de paz, fui colher flores para dar a ele antes de voltar para casa, foi quando uma coceira começou a irritar meu peito, algo estava me puxando, tentando arrancar meu coração, meu peito já sangrava então corri com as flores que apanhei, correndo em direção a corrente, estava na rua cheslow no café, foi quando a forasteira saiu pela porta, e percebi do que se tratava, fui ate ele, e eu parecia não estar la, mesmo com flores parecia que tudo tinha acabado, eu dormi ao seu lado e o silêncio permeava entre nos. Dias se passaram e a corrente estava ficando cada vez mais curta, eu não podia mas trabalhar eu tinha que segui lo a todo momento, ate que minhas forças se acabaram, eu estava sangrando, e cansada quando ela apareceu, ele correu para ela, mas não conseguiu pois estava preso a mim e mesmo eu chorando ele arrancou parte de mim, nesse momento nos estávamos novamente na rua floral, eu ajoelhada e sangrando chorando como nenhuma outra pessoa, ambos ajoelhados, o sangue esguichando sobre nos, meu rosto pálido e sem certezas, ele abril suas asas, pude ver que ele era um anjo, olhando para mim como sua beleza imensurável me tratou como o fogo trata o ar, e assim ele foi se encontrar com seu desejo peculiar. É nas incertezas que vemos suas verdadeiras motivações, quando a corrente separou nossos elos eu pude ver dezenas de correntes em que o mesmo arrastava, então pude perceber o quão tola eu fui, ele um colecionador de corações partidos ou alguém cujo o amor se altera a cada primavera, mesmo assim me deixei levar pelo amor e feri a mim mesma.

Mesmo triste e sem amor eu tinha companhia, minhas amigas tinham todas sido traídas e agora mesmo frágeis podíamos passar a maior parte do tempo e também tinha a vista dos horizontes que eram a minha futilidade que sempre voltava a observar. A noite após alguns dias acordei com um incomodo no peito, estava bem tarde e escuro, estava intrigada com oque acontecia e decidi ver ate onde iria a corrente, eu me sentia um pouco mais viva, mesmo sendo o dia das bruxas, no qual eu podia ser amaldiçoado ou vampirizado e ser roubada de minhas poucas energias que me restavam. A noite estava macabra com muitas fogueiras acessas para afasta las, foi quando os vi, um grupo de mulheres circulando um homem, o meu ex-companheiro, estava perdida no que aquilo significava mas continuei, e as mulheres com a ira a saltar pelos olhos me contaram que aquele homem roubaste um pedaço de seus corações, por isso era tao belo, e apenas uma viúva poderia trai lo e roubar a carcaça que cobrira seu coração, e ela já o tinha feito, e então sumiu nas sombras, uma raiva estava emergindo dentro de mim, e pela aparência das outras, pareciam um cão raivoso, foi quando puxamos as correntes e ele gritou feito um demônio, e nos gritamos juntas de alegria, e roubamos todo o seu coração. Estava me sentindo tao bem, esse talvez era o grito de esperança que os deuses nos deram, ao mesmo enquanto ali já estava a perecer, aquele homem no qual dormi se transformou em um velho medonho e atroz, agora, mesmo desconfortável sorri ainda por um instante e pensei comigo, este é um verdadeiro dia das bruxas.

Uma noite que parecia mais longinquá que as demais, no entanto não queria a ela um fim e sim mais tempo, tais lembranças eu queria vividas e frescas por quanto tempo eu resistira ao sono que viria só para os apagar. Após todo o sangue e persistência daquele momento, algumas horas após, todos ainda estavam reunidos diante a fogueira, no entanto sai para uma cachoeira ali perto, ela me lembrava e levava a momentos de paz em minha consciência, aquela água fria serviu me a lavar o corpo manchado de vermelho, bem no centro do lago e indo em direção onde o lago era banhado, o único lugar a ser iluminado dendro da extensa floresta.

A inquietarão serena em mim sessou, porém gritos e berrou eu pude ouvir, não era loucura minha e sim algo estranho e assustador a julgar pelos gritos, eu desejei por um instante fugir de tudo isso, esse lugar, esse mundo essa loucura que parece não ter fim, fui em frente, eu não podia ajudar, mas não poderia ficar sem fazer nada. Entre os arbustos finalmente pude ver, com certeza o inferno na própria terra, ou uma seita dos monstros, que dilaceraram os corpos de ambas as mulheres, mesmo ainda vivas sem a metade de seus corpos urravam de dor e medo, para meu azar eles me notaram e começaram a me seguir e sinceramente urinei de tanto medo, paralisei sem imaginar nada como fiz em toda a minha vida, e esperei oque seria minha morte em um dia feliz.

Como meus olhos fechados eu senti o frio no calor, o líquido que parecia meu sangue me encobrir por completo e os gritos horripilantes dos monstros, pareciam comemorar algo mas não, isso não se parece com comemoração e sim com o medo de alguma coisa e então o silêncio continuo por alguns segundos, passos começaram a caminhar ate mim, e parar em minha frente

-Perdoe-me vossa senhoria, pois quase não chego a tempo, devo admitir, tu não facilitaste para mim, demorei décadas para descobrir o real motivo de minha nobre existência, mesmo tendo nascido neste momento, para o passado eu fora levado, não queriam que eu chegasse ate você eu presumo, sua cara de assustada parece me indicar que desconhece dos fatos, porém temos que ir, como você mesmo queria, vamos ir para longe desse lugar.

-Como posso sair desse lugar se nem mesmo sei o seu nome, e não posso viajar com as vestimentas deste modo por esse mundo, seria executada friamente

-Me chamo O viajante das infinitas terras, você já sabia o meu nome de algum modo eu tenho certeza, você não deve mais ficar por aqui, monstros piores viram a seu encontro e devo protege la, e alias você vai sair deste mundo portanto não se preocupe com roupas, só com o pergaminho que escreveu sobre os deuses

Confusa olhando para sua fala serene e olhando ao redor, todos os monstros mortos ao que parece facilmente derrotados, se ele era tão forte eu não pudera ou tinha a escolha de recusar, pois minha vida já estava a salvo ou perdida desde aquele instante momento.

17 de Dezembro de 2020 às 19:17 0 Denunciar Insira Seguir história
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