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Natália Coelho


Quando o mundo ainda estava sendo criado, os anjos e os demônios já existiam. Essas duas raças foram as primeiras a serem criadas e a terem seu papel no mundo. Os anjos, seres de luz feitos para serem puros de coração, foram criados para exercerem os mais diversos cargos. Os que ficam nos céus, protegem os portões e treinam os novos anjos. Os guardiões são os encarregados de cuidarem dos humanos, guiando e protegendo para que eles nunca sigam o caminho do mal. Assim como no céu, no inferno cada um tinha sua função. Os demônios, traiçoeiros e mentirosos, guiam as pessoas pelo caminho errado, incentivando-os a despertar o pior de si. Quando a raça humana foi criada, o Senhor Superior e o Demônio mais forte fizeram um acordo. Eles não podiam interferir em nada, todos, incluindo os anjos, seres do inferno e todas as raças existentes, podem fazer o que quiserem. Eles podiam apenas influenciar, mas seria de plena escolha do mortal qual lado ele iria seguir. O mundo seguiu com o equilíbrio imposto, todos faziam o seu trabalho e o mundo continuou a próspera e avançar. Quando algo saiu dos planos, quebrando as regras e interferindo no equilíbrio, os demônios aumentaram em quantidade, presentes no mundo humano, enquanto os anjos pareciam adoecer e até desaparecer. Sendo o filho de um anjo poderoso, Naruto tem sua vida virada do avesso quando descobre suas origens, seu passado e percebe que seus problemas vão muito além do imaginado.


Fanfiction Anime/Mangá Para maiores de 18 apenas.

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Capítulo Um

O loiro olhava para o céu, os olhos azuis buscavam respostas, rezando para que de alguma forma as nuvens se transformassem em palavras que teriam a solução para todos os seus problemas.

Se perguntassem, não saberia dizer quem estava pagando por um pecado, injusto na opinião dele. Ninguém deveria passar pelo que estava passando, muito menos sua mãe, que sempre foi a pessoa mais pura e de bom coração. Eles sempre foram boas pessoas, pelo menos era o que ele pensava, nunca pegaram nada de ninguém, nunca machucaram ou desejaram o mal de outra pessoa, então por que tinham que passar por tudo isso?

De forma automática, assim que escutou o som da mulher tossindo, ele foi ver como elaestava. Levou a destra até a testa da mulher, comprovando o que já sabia, a febre ainda estava ali, firme e forte. Ao encarar os olhos azuis opacos, que mostravam o quão cansada a ruiva estava, ele viu, de forma discreta, o sorriso que a mulher direcionava a ele. Com um simples ato ele sabia que ela queria dizer que tudo ficaria bem, que logo ela iria melhorar. Admirava a força da mãe, mas os dois sabiam que aquilo não era verdade.

Em sua última visita ao medico, quando o loiro levou a mulher para fazer milhares de exames que no fim sempre mostravam a mesma coisa, nada, ele teve uma conversa com o medico. Ele dizia que não deveriam esperar que a ruiva sobrevivesse daquela maneira, que ela não passaria daquele mês. Eles podiam testar vários tratamentos, mas não sabiam se iria funcionar. Tinha ido em vários hospitais, tinham feitos os mais diversos exames, mas ninguém sabia o que ela tinha. Até os doutores tinham perdidos a esperança e aquilo doía, o Uzumaki não conseguia, não queria aceitar que eles não podiam fazer nada.

A passos rápidos Naruto saiu do quarto, podia sentir os olhos arderem enquanto lágrimas teimosas insistiam em cair, ele não queria que sua mãe o visse chorar. Era doloroso de mais ver aquilo, a sensação de impotência lhe deixava completamente perdido. Por vezes rezou para que aquilo fosse um sonho ruim, que logo ele iria acordar com sua mãe gritando da cozinha, dizendo para ele levantar ou iria se atrasar. Tudo foi tão repentino, a algumas semanas atrás ela andava pela casa, trabalhava e cuidava de tudo e a maior preocupação do loiro era estudar para tirar boas notas e ajudar sua mãe nos afazeres de casa.

Um nó preso em sua garganta era o que impedia que ele gritasse, pondo para fora todos os seus medos e inseguranças. Ele queria ser forte, mas quem ficaria bem após descobrir que a mãe iria morrer sem que ele pudesse fazer algo para mudar. Era injusto de mais com sua mãe, ela era nova, tinha uma vida inteira pela frente. Tudo estava tão difícil, ele sequer tinha superado a morte de seu pai, um homem corajoso, forte, que morreu em um trágico tiroteio na policia. Ele era seu herói, queria ser tão forte quanto ele um dia. A falta que o homem fazia era grande, todos os dias ele sentia a ausência dele no café da manha, das risadas de sua mãe quando ele decidia ajuda-la na cozinha. Detalhes tão pequenos antes, hoje se transformaram e vazios enormes em sua vida, algo que jamais imaginou que sentiria falta um dia.

Cansado de estar naquela casa apenas olhando para as paredes, o loiro decidiu sair, respirar ar fresco, para ver se assim conseguia colocar as ideias no lugar. A praça ficava a apenas alguns minutos de sua casa, a área verde repleta de arvores e alguns animais, que brincavam livremente pelo local, naquela fatídica tarde de quinta feira, estava quase vazia. As pessoas que costumavam sentar-se nos bancos e sobre as sombras das arvores, hoje estavam dispersas e quase não apareciam em seu campo de visão. Estar sozinho naquele momento era a melhor coisa que podia acontecer para o rapaz, que não queria ser visto chorando daquela forma. Mesmo lutando para parar de chorar, de nada adiantava, mas o que mais ele podia fazer?

O olhar perdido do rapaz se encontrou com a imensidão azul do céu, que aos poucos ia se tornando cinza, as nuvens de chuva aos poucos se aproximavam do local onde estava, o vento frio lentamente começava a soprar, balançando de forma agitada as folhas das arvores. A chuva que estava prestes a cair combinava perfeitamente com o atual estado de Naruto, era como se a natureza chorasse junto ao rapaz.

Tomado por um súbito desespero, o loiro sentiu um estranho aperto no peito, o medo e angustia se tornaram maiores, tudo de forma repentina, como se ele estivesse sentindo que algo ruim iria acontecer a qualquer momento. Talvez sua mente esteja pregando-lhe uma peça, o cansaço pode estar tornando tudo mais intenso.

-Naruto... -Um voz masculina chamou-lhe, um pouco distante de onde estava.

Aquela voz causou-lhe um estranho arrepio que fez com que ele se levantasse do banco em um salto, os olhos arregalados procuravam pelo dono da voz, mas ninguém estava ali, ele continuava sozinho. A certeza de que estava ficando louco se apoderou do rapaz, ele sabia que tinha escutado alguém lhe chamar, mesmo que soubesse, por estar vendo com os próprios olhos que o local em que estava se mantinha vazio. Mal se recuperou do primeiro susto quando um sopro em sua nuca fez com que todos os pelos de seu corpo ficassem arrepiados.

-Naruto... - Sussurrou a voz, ainda mais perto do que antes.

Sem querer saber o que poderia acontecer, o Uzumaki correu de volta para casa. Quando as paredes laranja apareceram em seu campo de visão, ele suspirou em alívio, entrando como um furacão, tratou de fechar bem a porta e levar a chave para o seu quarto. O que aconteceu naquela praça não foi algo normal, agora o rapaz certamente cogitava a possibilidade de visitar o psicólogo da escola, talvez conversar com alguém ajudasse a conseguir passar por tudo que estava acontecendo em sua vida.

Antes de subir para o quarto, decidido a tomar um longo e relaxante banho quente, Naruto decidi ver mais uma vez como estava a sua mãe, apenas para ter certeza de que ela não precisava de algo. Desde que ela ficou doente, ele passou a cuidar dela da melhor forma possível, tentando deixa-la confortável para ver se tornava tudo aquilo menos cansativo. Quando abriu a porta de madeira ao qual nem lembrava de ter fechado, a única coisa que o garoto viu foi a cama desarrumada e vazia. Na mesma hora o desespero tomou conta de si.

-Mãe?! -Gritou o jovem o mais alto que pode

Saiu andando pela casa enquanto chamava desesperadamente pela mulher, na esperança de que escutasse a voz dela vinda de algum cômodo da casa. Quando não tinha mais lugar para procurar, ele saiu, determinado a procurar em todo lugar. Como ela podia sumir daquela maneira? Ele sabia que no estado em que ela estava, não conseguiria se manter me pé por mais do que cinco minutos. Será que alguém tinha levado ela? Por que fariam isso? Várias perguntas rodeavam a mente do rapaz, que se desesperava mais e mais a cada segundo que passava sem encontrar ela. Se sentiu um idiota por ter deixado ela sozinha. Se algo acontecesse a sua mãe, ele sabia que jamais iria se perdoar.

Como imaginava, logo a chuva começou a cair, o céu, antes claro, parecia ter virado noite. Agora o vento tinha se tornado muito mais forte e as grossas gotas de água que caiam, dificultava a sua visão. Já estava bem longe de casa, o corpo bronzeado tremia de frio, mas não podia parar naquele momento, se estava ruim para ele, não conseguiria imaginar como estaria a sua mãe em meio aquela tempestade. Anos vivendo naquela cidade e aquela era a primeira vez que via uma chuva tão forte.

Já estava longe de casa, da praça, mas nada de encontra-la. Em meio a correria, o corpo do rapaz se chocou contra o de outra pessoa, com o desequilíbrio ele acabou caindo no chão, a roupa perdeu a tonalidade laranja para se tornar marrom. Ali ele teve certeza de que nada poderia piorar. Quando olhou para frente, prestes a se desculpar com a pessoa, sua voz morreu em meio a frase enquanto ele se sentia paralisado. Parado na sua frente, um belo homem de intensos olhos negros, assim como os cabelos, completamente sem roupa, o encarava intensamente. Ele havia imaginado varias coisas que poderiam acontecer em sua vida, mas nenhuma delas envolvia um homem nu. Ele viu a mão estirada em sua direção, ele parecia querer ajuda-lo a levantar. Eu não vou aceitar a ajuda de um tarado, foi o que o loiro pensou, ainda sentado sobre o chão. O moreno esboçou uma careta, parecia ofendido, como se tivesse lido o pensamento do rapaz.

-Vai ficar me encarando o dia todo? Você não está procurando a sua mãe? -Indagou o homem

A voz grossa fez com que o loiro tremesse, ou talvez tenha sido o frio, ele não saberia dizer. Quando o moreno falou, foi como se o transe em que estava tivesse acabado e ele finalmente podia se mexer. Ignorando a mão estendida ele se levantou, ainda um pouco atordoado pelos recentes acontecimentos. Enquanto tentava limpar minimamente a roupa suja de lama, o Uzumaki se tocou do que o outro tinha dito. Como ele sabia que estava procurando sua mãe? Será que tinha sido ele quem levou a mulher para longe?

-Eu sei tudo sobre você, Naruto - Tornou o homem a falar

-Mas como... -Ele tentou formular uma frase, mas sua mente parecia mais confusa do que o normal e a fala seguinte do moreno cortou a sua frase antes que ele pensasse em terminar.

-Sua mãe, eu vi ela sendo levada, quando fui ajudar, era tarde de mais, os demônios ja tinham sumido e levado ela junto. Eu odeio admitir, mas eles estão mais rápidos que nós.

-Você acha que eu sou idiota? -Perguntou o loiro, olhando com incrédulo para o moreno. -Demônios? Sério? Não tinha uma ideia melhor?

O garoto se sentiu idiota por ter pensado que um louco pelado no meio da rua poderia ajuda-lo. Arrependeu-se por estar ali parado quando deveria estar a procura de sua mãe. Cansado de abusar da sorte, Naruto começa a andar para longe do estranho, disposto a continuar procurando por sua mãe. Antes que conseguisse se distanciar do local, sentiu como se estivesse paralisado, mesmo que ele tentasse se mexer, era inútil, ele não conseguia mais controlar o próprio corpo. Em seu campo de visão, o homem apareceu novamente, seus olhos, antes negros como a noite, agora brilhavam em um estranho vermelho carmesim. Quando ele colocou lentes? Foi a única coisa que sua mente pensou naquele momento.

-Eu sei que essa não é a melhor hora para termos essa conversa, mas estamos ficando sem tempo e precisamos de toda ajuda possível. Eu não sou nada disso que você pensa, então não me compare a esses humanos fracos. Eu vejo o que eles fazem, eles também são culpados, se eles não estivessem escolhendo o lado errado, nós não teríamos que lutar para acabar com essa guerra. Por mais que tudo pareça loucura agora, você tem que acreditar em mim quando eu digo que você corre perigo. Se você quer saber o que aconteceu com sua mãe, me escute com atenção.

De fato o loiro escutou a tudo que o outro dizia, o faria de qualquer maneira, sem poder sair do lugar, ele não tinha muita escolha. A maneira como ele falava dos humanos, como se não fosse um, era assustadora. Por mais que não quisesse acreditar, algo dentro de si dizia que o rapaz a sua frente estava falando a verdade, mesmo que se sentisse idiota em acreditar naquilo, não conseguia achar explicações racionais para tudo que estava acontecendo naquele momento. Ele se conhecia bem, sabia que sua mente não era tão criativa a ponto de sozinha, criar aquilo. Ele nunca gostou beber, nunca fumou ou usou algo ilícito, então, a menos que estivesse sonhando, tudo o que estava acontecendo era real.

-Melhor irmos para um lugar mais reservado, aqui podemos acabar chamando a atenção de seres indesejados.

Antes que a mente confusa do loiro conseguisse processar o que estava acontecendo, ele sentiu como se o corpo fosse sugado por algo e depois jogado contra o chão de forma bruta. Quando ele abriu os olhos, aos quais nem notou quando fechou, a sensação de enjoo tomou conta de si e naquele momento ele teve que se concentrar para não acabar vomitando ali mesmo. Quando a visão estabilizou e tudo parou de girar, ele notou o quão familiar era o lugar em que estava. Não sabia como, mas ele estava no chão de sua sala. As roupas, antes sujas e encharcadas de água e lama, agora estavam completamente secas, assim como ele. Não parecia que a alguns segundos atrás ele estava em baixo da maior chuva que já tinha caído em sua cidade.

-E então, vai me escutar agora? -Perguntou o moreno, tirando-o de seus pensamentos.

-Sim, mas você pode por favor colocar uma roupa? É um pouco difícil manter o foco com você assim. -Disse ele desconfortável, enquanto olhava para todos os lugares, menos para o moreno

-Oh, perdão, eu esqueci que os humanos tem o costume de usar essas roupas nada confortáveis.

Mesmo tendo observado por anos as pessoas, ele nunca se acostumava com aquela estranha necessidade de usar aquelas coisas coisas que, na sua opinião, eram extremamente desnecessárias. Mas como ele queria deixar o loiro o mais confortável possível, ele não pensou em contestar sobre o pedido e resolveu por uma roupa igual a que os humanos usavam.

No segundo em que o loiro piscou, o moreno apareceu vestindo uma blusa e calça social branca, os pés ainda se mantinham descalços, mas aquele era um detalhe insignificante. Agora ele finalmente podia olhar para o outro sem ter que evitar certas partes.

-Por mais que tudo pareça uma loucura agora, você tem que acreditar que é a mais pura verdade. Você viu o que eu posso fazer, sabe que eu não sou como as pessoas que você conhece. A primeira coisa que você deve saber é que eu sou um guardião, eu sou o seu anjo, estou aqui para te proteger, sempre estive. Desde que você nasceu eu venho cuidando para que você não tome decisões erradas.

-Todos tem um anjo da guarda? -Interrompeu o louco, curioso para tentar entender aquilo.

-Sim, assim que um humano nasce, um anjo e designado para fazer a proteção dele. A segunda coisa que você deve saber é que humanos normais não podem ver anjos, demônios e nenhuma outra raça.-Ele disse de forma rápida, sem sequer prepara-lo para aquilo. Não tinha mais tempo a perder.

-Mas eu estou te vendo... -Falou o loiro, ainda mais confuso que antes - Mas o que tudo isso tem haver comigo e minha mãe? Por que você está aqui?

-Calma, me deixe terminar de falar. A muito tempo atrás, um anjo foi criado para proteger um humano. Ela cuidou dele por anos, a cada dia que passava ela se encantava mais e mais pelos atos do rapaz. Quando ele completou vinte e dois anos, ela decidiu renunciar as suas asas para se tornar humana. Ela foi para a terra, os dois, como se o destino estivessem a seu favor, logo se casaram e tiveram um filho. Esse filho é você Naruto, Kushina era o anjo guardião de seu pai.

-V-você está dizendo que eu sou um anjo?

-Sim, assim como sua mãe. Você é metade humano e metade anjo.

-Por que levaram a minha mãe, essa é a parte que eu ainda não entendi. -Sussurrou o rapaz, sabendo que ainda não tinha processado metade das coisas que o moreno havia dito.

-Essa história é um pouco mais longa. Antes do mundo ser criado, os anjos e os demônios já existiam. Junto com a criação da terra, veio os humanos e a guerra. A raça humana foi criada a imagem do superior, ela foi feita para ser perfeita. O Demônio mais forte, com inveja da raça humana, decidiu leva-la para o seu lado. Uma guerra entre o Superior e o Demônio surgiu. Foram anos de luta até que eles fizeram um acordo. Os humanos, os anjos, os seres das trevas, todas as raças existentes poderiam fazer o que quiser, eles não poderiam interferir em nada, seria de plena escolha do ser qual lado seguir, tudo que eles poderiam fazer é influenciar, mas é o mortal que escolheria qual lado seguir. Com o acordo feito, o mundo seguiu e prosperou, o equilíbrio estava imposto. No céu cada um tinha seu papel. Os anjos, criados para serem puros de coração, faziam o que era mandado. Os mais velhos ensinavam os novatos, os guardas foram encarregados de proteger os portões, os guardiões protegem e guiam os humanos. No inferno é a mesma coisa. Foi assim durante anos, até que algo mudou. Os demônios aumentaram em número na terra, traiçoeiros e mentirosos, sabemos que eles podem não estar cumprindo as regras, se aproveitando livre arbítrio. Agora os anjos estão ficando doentes e até desaparecendo. Sua mãe era um anjo muito especial, ela era um dos poucos capazes de selar portais, ela era essencial para a nossa vitória. Agora sabemos que muitas raças estão sendo caçadas.

As palavras ditas pelo moreno eram como uma bomba caindo sobre o loiro. Ali ele percebeu que toda a sua vida era uma mentira. Ele viveu por anos ao lado de Kushina, ela era sua mãe, sua amiga, pensava conhecer a ruiva melhor que todos, mas de uma hora para outra ele percebe que não conhecia nada sobre ela, que ela é como uma estranha. Mesmo que tentasse se sentir traído, não conseguia, a amava mais que tudo e ela sequer estava ali para lhe explicar o que estava acontecendo. Pensava que seus problemas eram grandes, mas aquilo, não, aquilo estava muito além de seu conhecimento. Em questão de segundos ele passou a se sentir insignificante em relação ao mundo. Naquele momento ele se perguntou se poderia ter feito algo, se poderia de alguma forma ter evitado que ela fosse levada.

O moreno assistiu em silencio o loiro abrir a boca para falar, mas nada saia. Ele viu a confusão leva-lo para um abismo profundo de duvidas e medos maiores do que ele podia suportar. Ele queria poder ajudar, dizer que tudo ficaria bem, mas sabia que estaria mentindo se o fizesse. Ele tinha que passar por aquilo, tinha absorver aquela informação. Doía ver o loiro naquele estado, teve que lutar contra a vontade que tinha de abraçar o loiro e o proteger do mundo. Ele ainda tinha tantas coisas a fazer, tanto a aprender.

A visão do loiro foi escurecendo e a última coisa que ele viu foi o moreno indo em sua direção, depois tudo se tornou escuridão e ele não viu nem escutou nada.

O homem não se surpreendeu quando viu o corpo do doutro indo de encontro ao chão. Chegou até ele antes que batesse com a cabeça sobre o piso durou, pegou ele com cuidado e o colocou sobre o sofá. Ali ele ficou, observando o rosto sereno. A sensação de impotência, como se tivesse falhado com seu dever de protege-lo, veio como um soco em seu estomago.

-Eu sinto muito Naruto, eu falhei. Não posso te prometer que tudo vai ficar bem, mas eu prometo que agora vou te proteger com a minha própria vida!

16 de Novembro de 2019 às 19:31 0 Denunciar Insira Seguir história
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