Quando chega o final de tarde
Prendo minha atenção em direção ao Quartel de Amaralina
E me pego a reparar
Nos solitários coqueiros de vista para o mar
Uma paisagem ofuscada pelo pôr do Sol
Contemplo aquela cena como a mais bela visão do paraíso
Paisagem parada e silenciosa
Que me nostalgia e que me preenche
Com a mais pura alegria de viver
Uma dádiva que poucos podem perceber
Um sentimento que poucos podem sentir
Quando estou preso à aquele paraíso
Perco a noção do tempo
Perco a noção do espaço
Perco a noção até de que existo
Me vejo perplexo...
Como se aquela paisagem e eu fossemos um só
Como que só paisagem restasse...
Começo a pensar sobre as pessoas
Prisioneiras do cotidiano e padrões do dia-a-dia
Trancafiadas em seus escritórios de pedras adornadas
Que vivem correndo em transportes metálicos barulhentos
E que fazem de suas alegrias lucros e entretenimentos
Procurando felicidades no nome, na matéria, no status
Que aprenderam a pisar no próximo para se manter no alto
Pessoas que encontram-se mortas para a vida e cegas para luz
Não mais vivem a beleza nos pequenos detalhes
Não mais vêem a essência do viver
Buscam o prazer onde há dor
Buscam liberdade na prisão
Buscam riqueza na miséria
Buscam felicidade na tristeza
Buscam beatitude onde há sofrimento
Cresceram e pararam e de crescer
Amaram e pararam de amar
Viveram e pararam de viver
Morreram e não sabem que estão mortas
Vivem como zumbis
Controladas pelas suas gananciosas ambições
Pelos seus desejos, pelo ego
Pelas vaidades, enfim, pelas suas ilusões
E temo que nunca poderão encontrar
Beleza, nostalgia e felicidade
Em olhar apenas com simplicidade
Uma paisagem com coqueiros, com pôr do Sol ou com luar
Obrigado pela leitura!
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