Estava tudo colorido. Eu podia ver que estava tudo colorido. Era como se tivessem pegado todas as cores que existem e jogassem elas para que se misturem.
Olho para o lado e vejo Leticia parada com uma xícara de café em suas mãos. Ela estava em pé com uma cara de cansaço, como se ela não dormisse bem por cinco dias diretos. Eu olhava e tentava entender. Em apenas um segundo, tudo começa a derreter, como se fosse um quadro de Salvador Dalí. A xícara na mão dela cai no chão e quebra. O café que continha dentro, faz uma grande onda que vem em minha direção.
E é então que eu sinto algo muito gelado se chocar contra meu corpo. Abro o olho e vejo que estou amarrado em uma cadeira.
-Um sonho, claro - pensei.
Levanto a cabeça e encontro um homem vestido de preto e com uma máscara do Charada. Ele estava com um balde na mão, o qual provavelmente foi o balde que estava com água.
Ele sai da sala e me deixa lá sozinho. Por alguns minutos, fez-se um silêncio total. Comecei a ouvir passos acelerados no corredor.
Um empurrão bem forte na porta e surge Sarah com seu vestido branco.
-Se quisesse ir para a Grécia... só faltaria a coroa de folhas - ri um pouco.
-Continua engraçado como nunca - ela foi sarcástica.
-Estava com saudades da minha melhor cliente - soltei um irônico sorriso.
-Claro que estava - como ela era muito baixa, não precisei levantar muito a cabeça.
-O que aconteceu?
-Você sobreviveu a queda e nós chegamos primeiro. Você sabe que todos querem você morto?
-Não... eu não sabia.
-Pois bem... eu mesma falo - Ela se aproximou, passou os braços por meus ombros e sentou nas minhas pernas. Eu, sem poder fazer nada, deixei - Você derrubou o prédio do governo canadense.
-Você poderia soltar minhas mãos? Talvez eu consiga te ajudar melhor.
-Não - a voz dela foi se tornando uma voz reflexiva, como se fosse uma criança na frente de muitos doces - Para sua sorte, um homem invadiu e tomou o poder canadense. Ele concedeu perdão para você.
-Então estou livre?
-Ele concedeu, nós não - ela tocou a ponta de seu dedo indicador, da mão direita, em meu nariz.
-E o que vocês vão decidir?
-Os líderes estão loucos. O Dalbem quer tirar sua pele com as unhas. A Pipoca queria te cortar em pedaços... e tem os outros que te odeiam com força.
-Eu sei - abaixo a cabeça e encosto nela - Então não tem como eu fugir?
-Eu vou tentar te ajudar, mas, como temos uma relação muito forte, e um poder grande... não posso fazer nada.
-Mesmo sendo a líder?
-Eu posso tentar vetar, mas... nada certo
-Eu consigo destruir todos os líderes.
-Precisa estar livre.
-Você podia me libertar.
-Se eu te libertar, vai ser para outra coisa.
-Melhor.
Ela retira uma pequena faca de sua perna, a qual estava escondida debaixo de seu vestido. Eu sempre achei as mulheres muito sortudas por conseguirem esconder coisas debaixo do vestido. Eu também escondo uma faca na meia, mas, no momento estou sem ela.
Ela me desamarra. Balanço um poucos as mãos para relaxar ela, depois de estarem bem presas.
Subo elas e seguro sua cintura.
-Podemos discutir sobre os problemas depois? - ela sussurrou próximo ao meu ouvido.
-Adoraria.
-Alguma música? - ela retira um celular debaixo do vestido.
-Tem alguma coisa mais interessante aí?
-Talvez.
-Põe N.I.B. do Black Sabbath e vamos ao que interessa.
Obrigado pela leitura!
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