mphantom M Phantom

— ...Quem iria gostar de mim assim? — Então percebi que não havia espaço para ele ficar do meu lado, e ao invés disso dei uma enorme deixa para o Itachi ficar de frente para mim. — Eu não sei... — Se aproximou mais e mais e mais um pouco até eu sentir o aroma do vinho em seu hálito quente me fazendo arrepiar dos pés a cabeça. — Talvez... Eu?


Fanfiction Anime/Mangá Para maiores de 18 apenas.

#itasaku #258 #naruto
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Capitulo Único

Eu não ia conseguir manter a pose por muito tempo, o riso debochado daquela loira maldita na minha frente, o olhar desgostoso do Sasuke dando um passo para trás quando tentei tirar o excesso do líquido na minha roupa e o pessoal em torno, uns se segurando para não rir e outros não sendo tão delicados.

Apertei os punhos me segurando com força.

Ino tinha feito de propósito, a vaca tinha me fuzilado assim que coloquei os pés na festa na casa do Sasuke disposta a tudo! Passei duas horas só para ter coragem de usar essa roupa nada descente, e estava conseguindo quase ter um diálogo apropriado com o Sasuke... Eu ia vencer, e a Ino sabia! Só nunca imaginaria que ela ia se rebaixar além do que já tinha jogando meio litro de suco batizado em cima de mim.

PIRANHA MALDITA

Gritava no meu interior enquanto aquela desqualificada fingia se desculpar alegando ter sido nada mais do que um acidente. Algo dentro de mim se contorcia de raiva, se eu não saísse imediatamente não ia conseguir me conter e ia acabar fazendo um barraco esfregando a cara daquela maldita no chão.

Dei o sorriso mais forçado do mundo para o Sasuke que me lançou um olhar de ‘Não encoste em mim...’ dando mais um passo para trás. ‘Fresco do caralho!’ murmurei dentro de mim. Me afastei dali fingindo procurar um banheiro, quando na verdade eu só queria um lugar isolado onde pudesse me soltar.

Meu interior só faltava explodir de ira.

Avancei numa varanda no andar de cima que estava com a porta aberta, praticamente corri quase desesperada, já não conseguia me segurar mais!

— Maldita! CRETINA! FILHA DA PUTA! Biscate dos INFERNOS! EU vim parecendo uma vadia que nem VOCÊ, e você ESTRAGOU TUDO sua CADELA de duas caras! — Berrei esperneando naquele escuro. Chutei e soquei o vento com força imaginando aquela cara lerda amarela na minha frente. A música eletrônica irritantemente alta no andar de baixo impediria que me ouvissem e o escuro dali não daria para me ver sapateando de ódio do quintal para onde a varanda fazia vista – ou seja eu poderia agir ‘normalmente’. – VACAAAA! — Gritei com tanta vontade que fiquei sem folego.

— Quanto ódio... — Dei um pulo apavorada com a mão no coração ao ouvir aquela voz masculina soando com escárnio. Um peso enorme saiu das minhas costas ao conseguir ver que se tratava do Itachi me sorrindo torto no canto da varanda. Havia uma mesinha em sua frente com um notebook fechado, ele degustava um vinho vermelho com ar de quem tinha classe, embora estivesse vestindo uma bermuda esportiva uma regata azul escura e pés descalços – outra pessoa pareceria ridícula, mas o Itachi tinha o dom de ser gostoso até quando não tinha intenção.

— Que susto, Itachi! Eu achei que fosse o seu irmão... — Disse com a mão no peito me acalmando. Seria um tremendo desastre se o Sasuke souber desse meu lado psicótico. — O que tá fazendo aqui...? — Girou o liquido na taça tomando um gole.

— Aqui na minha própria casa ou aqui na varanda? — Cruzei os braços em resposta, até parece que ele não entendeu a pergunta. — Acho que não deve ser nenhuma novidade que esse tipo de festa não me agrada. — Me aproximei para enxerga-lo melhor e não demorou muito para fazer uma careta no meu rumo. — Não conseguiu beber tudo? — Parei e me olhei para entender a pergunta, até perceber que ele sentiu o cheiro do MALDITO SUCO BATIZADO.

— A VACA da Ino jogou em mim, Itachi! Sabe quanto tempo eu levei para ter coragem de me vestir assim? DUAS horas, e aquela cobra cretina fingiu que tropeçou e jogou a bebida dela em mim! — Ele fez apenas outra careta, não era a primeira vez que me via explodir por causa da Ino. Eu diria que com essa explosão era a quinta vez, então ele estava acostumado.

— Qual o problema com a roupa? — Me fitou dos pés a cabeça. Corei um pouco abaixando a saia até onde o tecido conseguia, que não era muito.

— É muito curta, não acha que estou parecendo uma vadia? — O moreno ergueu as sobrancelhas surpreso com a pergunta. Forçou a vista me analisando de novo.

— Depende, vai fazer sexo por dinheiro hoje? — Cobri a boca totalmente envergonhada e negando, embora tivesse uma vozinha gritando na minha cabeça ‘Faz desconto para ele!’.

— Nãooo! — Ele riu do meu exagero bebendo outro gole de vinho.

— Então, não, não parece. Por que se vestiu assim se não gosta? — Engoli em seco um pouco envergonhada por ter chegado a tanto, me recostei na grade da varanda suspirando.

— Não conta pro Sasuke? — Pedi já imaginando que ele concordaria.

— Que você tem dupla personalidade? Acho que ele não acreditaria, você fingi muito bem. — Semicerrei os olhos. Filho da mãe debochado! Cruzei os braços esperando o sorriso sarcástico dele sumir.

Apesar de ser amiga do Sasuke a mais tempo, não posso negar que, verdade seja dita, o Itachi era um dos únicos que conhecia meu outro lado. Claro que eu não tinha planos de me mostrar para ele, mas quando o Naruto com as burrices sem fim dele me tirou do sério justo na casa do Sasuke eu precisei descarregar como fiz agora, só que no quintal... E quem viu?! Sim, o Itachi assistiu a tudo. Mas não me chantageou, manteve discrição e não pareceu assustado.

De certo modo, eu perdi o medo de agir ‘normalmente’ perto dele.

— Eu apostei com a Ino que ia beijar o Sasuke hoje... — Com sem olhar para ele. Sabia que haveria represália, sendo assim apenas ouvi o suspiro longo que deu.

— E você achou que vestir assim fosse ajudar? — Apontei para mim como se fosse óbvio.

— E ajudou! Estava tudo indo conforme os planos, ele conversou comigo super solto e eu teria ganhado se aquela cobra não tivesse me empapado de suco e seu irmão não fosse tão fresco. — Ele deu uma risadinha abafando com a mão.

— OU você ficou mais confiante por se vestir assim e o fato dele ter bebido o ajudou a se soltar e não tem nada a ver com a roupa. — Rolei os olhos, era uma boa teoria.

— O que tem de errado em mim? O que uma garota tem que fazer para ele olhar para ela? — Notei que o Itachi não gostou nenhum pouco da pergunta. Deixou a taça na mesa e começou a negar com a mão.

— Pode parar! Não tem nada de errado com você... Com essa roupa ou outra. Você é inteligente, determinada, simpática e... — Suspirei me virando nem querendo ouvir. Apoiei meus braços na grande vendo um pessoal se pegando no jardim. O Itachi parecia minha mãe me descrevendo.

— Eu nem sei porque continuo tentando, nós dois sabemos que nem o Sasuke nem ninguém vai aceitar quem eu sou. Consegue imaginar seu irmão com alguém histérica que nem meu ‘outro’ eu? — Eu digo outro, mas na real, esse era meu único eu, apenas não mostrava para as pessoas.

— Sinceramente?! — Questionou. Assenti apenas sem olhá-lo. — Adoraria ver você dizendo na cara do Sasuke que ele é um fresco. — Gargalhei, porém um pouco tristonha.

— Ele nunca mais ia falar comigo. — Itachi riu.

— Provavelmente... — Ouvi ele se levantar e seus passos vindo até ficar do meu lado apoiado na grade. — ...Acho que está perdendo tempo. Para que insistir em alguém que você não tem vontade de ser você mesma? — Disse com uma certa ternura na voz. Suspirei o olhando nos olhos.

— Porque eu sei que ninguém vai gostar de mim como eu sou... — Respondi deprimida e mesmo o cheiro bom dele não conseguia aliviar a realidade cruel. Ele fez uma pausa dramática pensativo.

— Essa... É uma teoria bem pessimista. Como você pode saber se você não se mostrar para ninguém? — Sorri amarga o fitando pelos cantos dos olhos.

— Sério?! Você consegue imaginar alguém que não ia se incomodar com esse meu jeito? Itachi, se soubesse metade do que eu penso acho que até você se assustaria! — Especialmente as coisas que eu penso envolvendo você.

Até perdi a postura quando um sorriso sutilmente malicioso surgiu no rosto dele e quase pude jurar que notei um movimento das suas pupilas se não tivesse tão escuro e seus olhos fossem tão negros – ainda bem que ele não lê mentes.

— Te digo o mesmo... — Sussurrou e engoli em seco tentando disfarçar que, por alguma razão, eu estava sentindo um clima estranho subindo – como não perder o controle com esse homem seminu do meu lado cheirando a creme pós barba.

— Está tentando me animar, mas... — Ia me afastando um pouco de lado, porém ele deslizou assim como eu. Fiquei com um ombro pressionado na parede e Itachi colou o dele com o outro. Até perdi a linha de raciocínio ‘Aproveita sua trouxa!’ gritou uma vozinha na minha cabeça.

— Mas...? — O encarei um pouco assustada. ‘Mas’? Ah é! O que eu ia dizer mesmo? Porque todo mundo nessa família tem que ser... ‘Gostoso, vai diga sua medrosa, admita o que ele é’ infernizava a minha voz interior.

— Mas... — Retomei pigarreando. Girei ficando de costas para parede e assim não tendo meu ombro colado no dele e retomando o raciocínio junto com o vocabulário. — ...Quem iria gostar de mim assim? — Então percebi que não havia espaço para ele ficar do meu lado, e ao invés disso dei uma enorme deixa para o Itachi ficar de frente para mim. Aí meu Deus, assim fica difícil até conversar!

— Eu não sei... — Se aproximou mais e mais e mais um pouco até eu sentir o aroma do vinho em seu hálito quente me fazendo arrepiar dos pés a cabeça. — Talvez... Eu? — A pergunta saiu baixinha sobre meu rosto.

Deu um branco na minha mente e única coisa que surgia era a vozinha irritante no meu interior gritando que nem uma depravada ‘SIMMM!!! SIMMM! NÓS ACEITAMOS! FECHA A PORTA DA VARANDA E RESOLVE TUDO AQUI MESMO!’.

Só que meu lado sã só conseguia encarar aqueles belos lábios avermelhados pelo vinho e quando notou que eu não parava de olhar para sua boca – que vergonha – ele sorriu maliciosamente dessa vez nenhum pouco sutil e me beijou.

Música? Ah! Nem se quer ouvia mais, meu mundo parou durante aquele beijo, e não sei que força sobrenatural me segurou para não escorregar pelo chão, pois senti todo meu corpo se render. O sabor do vinho na sua língua me fez até esquecer como se beija, de repente voltei a ter quatorze anos e era beijada pela primeira vez – na verdade quem dera ter sido assim na primeira vez.

Foi suave, doce, singelo e propositalmente rápido. Abri os olhos lentamente quando se separou e vi um sorriso diferente, nenhum dos que eu já conhecia.

— ...Todo mundo tem um outro lado, Sakura. — Levou uma mexa de cabelo meu até atrás da orelha. — Se não estivesse tão obcecada com meu irmão, já teria notado. — Fiquei paralisada. Assisti ele se afastar lentamente e pegar o notebook em cima da mesa junto com a taça vazia sem que aquele sorriso deixasse seu rosto. Eu? Ainda petrificada sem conseguir emitir um único som.

Fui franzindo o cenho conforme ele ia deixando a varanda e eu sem acreditar no que estava acontecendo. Me agarrei a porta quando ele foi caminhando para sei lá onde e ainda muito confusa criei coragem para perguntar:

— Você... Tá bêbado? — Era a única explicação plausível para o que aconteceu, não é possível que eu fosse TÃO tapada para nunca ter percebido que poderia ter algo entre mim e ele. Girou os calcanhares e tornou a sorrir de um jeito que fez minhas pernas bambearem.

— Ainda não... — Fiquei boquiaberta assistindo ele andar e virar na escadaria. Então toda aquela conversa que tivemos e o beijo, ele estava sóbrio?

Esperaaaa...

Esperaaaa...

Esperaaaa!

AHHHHHH! MEU DEUS!

—ITACHI!!! — Gritei saindo do transe e correndo no mesmo caminho que ele fez. — Itachi espera! — EU não acredito que não percebi uma coisa DESSA! — Itachiii! — Chamei quase chorosa de desespero. Vontade de chorar era enorme pelo tempo perdido com aquele fresco do caralho! Ia descendo as escadas jurando que ia alcançar ele ali, só que ao invés disso dei de cara com a VACA!

—Tá calma, aí... — Ela me puxou pelo braço quando tentei passar.

— Agora não Ino! Eu preciso achar... — Só que ela não permitiu e eu o perdi de vista no meio daquele tanto de universitários.

— Eu sei que exagerei, e para não ser injusta a aposta de hoje não está valendo e não... — Não ouvi foi nada e ela continuou falando abobrinhas. Ergui o pescoço para ver se conseguia achar ele na multidão. — ...Combinado? — Virei para ela confusa.

— Combinado o quê? — Me encarou como se eu fosse louca.

— O Sasuke?! — Respondeu como se fosse óbvio. Rolei os olhos com desdém infinito.

— Ah! Ele é todo seu! — Claro, Ino ficou chocada. Só que eu não tinha tempo para isso. — Você viu para que rumo o Itachi foi? — Ela fez careta.

— O Itachi? O irmão do Sasuke? — Afirmei freneticamente. — Ah... Não, nem vi ele na festa. — Pisei forte no chão com raiva. PORQUE eu não agi ANTES?! De relance eu vi alguém muito parecido com ele... Não era o Itachi, mas poderia me ajudar.

— Sasuke! Você viu o Itachi ou para ele foi? — O fresco deu um passo para trás quando me aproximei e teve o disparate de limpar o ombro dele em que toquei – MEU DEUS onde eu tava com a cabeça quando me interessei por ele? No humor seco de sempre respondeu.

— Me encheu o saco sobre a bagunça e foi para cozinha... — Disse não muito contente. Mais do que animada parti para cozinha empurrando quem quer que estivesse na frente. ‘YEAH! Sexo na cozinha!’ gritou a voz na minha cabeça e precisei parar imediatamente.

—Epa! Nada de sexo na cozinha! — Oh droga! Eu falei isso em voz alta... Três pessoas me olharam assustadas e eu apenas sorri amarelo correndo novamente.

Finalmente entrei na cozinha com o coração na mão e a expectativa lá em cima, mas a felicidade durou pouco, pois a cozinha estava totalmente deserta – o que era surpreendente se tratando de uma festa, ainda que toda bebida e comida ficou do lado de fora.

Meu sorriso morreu e meu lado interior já queria explodir novamente... Foda-se, eu deixei.

— Itachi IDIOTA! Frita meus miolos, me beija e depois SOME! SEU CRETINO GOSTOSO DO CARALHO! — Esperneei chutando e socando o vento como se ele estivesse na minha frente – okay que se ele estivesse na minha frente não seria bem isso que eu faria, porém não dá para fazer o que queria sem estar num lugar íntimo. — A PRÓXIMA vez que eu te ver, você vai VER uma COISA!

— Quanto ódio... — Quase dei um mortal para trás no susto. Aquela voz masculina cheia de sarcasmo vindo da dispensa que ficava ao meu lado.

Se eu tivesse usado meio neurônio teria lembrado que a adega dos Uchihas ficava na dispensa e procurado o infeliz lá sem a necessidade dessa cena. Lá estava o cretino encostado na porta com uma garrafa de vinho na mão e curiosamente duas na outra... Semicerrei os olhos tentando disfarçar tudo que acabei de dizer e evitar que meu rosto ficasse mais vermelho que um tomate.

— Então... Eu sou o quê? — Até respirei em ritmo errado. Ele lançava aquele sorriso malicioso para mim de novo... Minha nossa. Andei até ficar de frente com ele.

— Cretino! — Apontei o dedo sorrindo de nervosa chegando mais perto enquanto ele andava para trás entrando na dispensa. — E idiota...! — Deu uma risadinha que quase congelou minhas pernas – Porque eu tenho que agir que nem uma virgem perto dele???

— E...? — Mordi os lábios incapaz de repetir, ainda mais com ele me olhando daquele jeito.

— E... — Ergui o queixo respirando fundo fechando a porta atrás de mim. — ...Talvez se arrependa de ter dito que ‘talvez’ você seria uma hipótese... — Itachi abriu um enorme sorriso maldoso colocando a garrafa no chão e as taças na prateleira.

— Nada vai acontecer enquanto você não falar... Eu sou o quê? — AH! Meu olho esquerdo chega deu um tique nervoso.

— Cretinogostosodocaralho!

Avancei sobre ele tirando aquele maldito sorriso com um beijo – dessa vez nada suave, nenhum pouco doce e longe de ser singelo, mas foi propositalmente longo, pois dali para frente a tendência era aumentar a frequência e intensificar o ato.

25 de Agosto de 2019 às 00:20 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

M Phantom Olá, meu pseudônimo como escritora é M.Phantom, porém pode me chamar de Mai. Minha conta principal por enquanto é no Nyahfanfiction: https://fanfiction.com.br/u/11663/ Ainda estou aprendendo a usar essa plataforma, em breve terão as demais fics que estão no Nyah e outras mais.

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