O horizonte girava em torno dos seus olhos quando ele despertou em meio ao campo de batalha, suas roupas haviam desaparecido e o ar que respirava era denso e seu gosto amargo. Ele não tinha certeza se era o mocinho ou o bandido
Se é que na guerra isso possa existir.
Não sabia se estava em território aliado ou inimigo. Não sabia em quem confiar ou mesmo se poderia confiar em alguém. Sem suas roupas ele nada mais era do que o inimigo dos dois lados da guerra. Tudo o que sabia era que o sangue ainda escorria, e ele desejava encontrar a salvação bem mais do que suas feridas.
Rastejava, pois, era incapaz de caminhar. Ao encontrar um rio, tomou de sua água e passou o restante do dia observando o sol nascer e se por, tentando se lembrar de tudo o que era real.
O silêncio às vezes fala quando se está sozinho, e mostrou a ele uma lembrança ou mesmo um sonho. Uma garota com os cabelos negros e borboletas vivas pousando e adornando seu cabelo, a garota tocava seu rosto sem olhar em seus olhos e dizia:
— Prometa que irá voltar para mim.
Em um suspiro de exaustão ele fechou seus olhos e adormeceu sem poder ver o reflexo na água de dois pequenos pés se aproximaram e os olhos do pequeno claramente apreensivos pareciam decidir se finalmente dariam uma saída ao homem ferido.
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