vitor-calhau1554691553 Vitor Calhau

Uma história filosófica que questiona até aonde vai a nossa moral, do que vale a vida de até aonde vai nossos extremismos e principalmente, até aonde vai a sua hipocrisia?


Romance Contemporâneo Todo o público.

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Correntes Platônicas

Em uma casa grande no estilo de arquitetura romântica, principalmente feita de madeira, com alguns arbustos de flores e roseiras, nesta casa há uma garota de cerca de 16 anos com um pouco mais de 1,65 de altura, ruiva e branca como a neve, vestindo um vestido branco com uma bota marrom, além de seus inseparáveis colares e brincos em formatos de cruz. Marcando 6:40 A.M do dia 2 de fevereiro em seu relógio, ainda se arrumando, olhando para o espelho a garota solta um sorriso, quase sem abrir a boca mas de uma forma quase angelical. Ela se levanta e pega sua mochila e violino que ali há, e deixa cair um papel que estava em cima do case de seu instrumento dizendo "clube de artes e música", uma propaganda da escola na qual acaba de se matricular.

- Estou saindo.

Passando por uma bonita praça, onde o mundo aparenta estar o mais perfeito possível, as rosas e girassóis estão tão radiantes quanto possível, e por uma ponte, onde de manhã pessoas e motoristas de carros que passam por perto se sentem quase em transe, e por um certo momento se esquecem do mundo quando olham para a bela garota. Pegando um ônibus, da qual todos sempre ficam a olhando, mas aparentemente se sentem incomodados com isso, as pessoas se sentem incomodadas de até mesmo chegar perto da ruiva. Chegando em seu ponto que fica em frente de sua nova escola, ela desce do ônibus, a garota fica em frente de sua escola, ela olha com uma cara de indiferença/reflexão, para o seu violino.

Em uma ponte, há uma garota de cabelos curtos e raspados na lateral, com óculos grandes e circulares, que passa por uma mureta, em uma rodovia. Na mesma ponte da qual a violinista passou... Porém desta vez tudo aparenta estar bem mais sombrio, com tons mais cinzas, flores e céu insaturados, carros pela frente, aparenta ser um dos dias mais melancólicos possíveis. A garota com cabelo curto fazendo acrobacias e cantando em cima da mureta está aparentemente bastante feliz, com tudo.

Olhando pela cidade acima, dentro de um carro há um casal de irmãos. Do lado esquerdo está o irmão com um cabelo até que grande para um homem, com o cabelo trançado, e pele negra, com sua mochila do lado, olhando pela janela... Já na direita há uma garota com longos cabelos coloridos em branco azul e rosa, de pele parda, com aparentemente alguns piercings nas orelhas, e um visual bem radical! Os dois graficamente parecem estar bem divididos, mas incrivelmente simétricos.

Na escola, a ruiva é seguida por um monte de pessoas, e não apenas por homens, que chegam a fazer uma multidão em sua volta apenas para contemplar a sua beleza irreal nos corredores da escola. Ela procura pela a sua sala de aula da qual foi designada, e com um bilhete na mão entra em uma sala, da qual a multidão de pessoas a seguem. Ao passar de um tempo onde os corredores acabam ficando extremamente desertos para uma escola no começo de ano, isso porque todos estão contemplando a aluna nova, e vendo o que está acontecendo a garota alegre que estava andando pela mureta, em caminho de sua sala, com um papel em sua mão, procurando sua nova sala, a mesma encara o porquê da "reunião" de alunos, ao se deparar com a cena ela solta um grande sorriso, passa a mão na placa de metal escrito "2 - D" olhando o vitro desta sala, por alguns segundos depois ela sai e passa direto da sala. A sua presença chama a atenção da violinista, da qual mesmo cercada por pessoas consegue reparar a sua presença, olhando para ela enquanto passava quase invisível ao olhar dos outros e se desaparecendo nas extremidades da porta a ruiva ouve:

-Catarina? Você veio mesmo?! - A religiosa se desvia o olhar novamente para uma outra garota, que está logo atrás. Uma garota de cabelos lisos e escuros, com um rosto fino e simples, ela fica feliz e diz:

-Kiki? Quanto tempo!! E corre para dar um abraço na garota, ignorando a grande quantidade de pessoas que a cerca! Continuando com as demonstrações de carinho, entra um professor, com dificuldade para andar:

-EI O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI!! VOLTEM PARA AS SUAS SALAS!! - o professor recapitula, e enxerga o que estava causando aquela muvuca, e o mesmo encara fica sem reação ao ver a nova aluna.

Em uma placa escrito "2 - C", onde está tendo a primeira aula de filosofia. Nesta aula onde todos estão quietos, olhando para a frente o professor faz silêncio por algum tempo:

-...

-...

-...



E se apresenta para os alunos, dizendo:


- Ahh...Vou contar uma história para vocês...


...


Existia um grupo de pessoas que viviam numa grande caverna, com seus braços, pernas e pescoços presos por correntes, forçando-os a fixarem-se unicamente para a parede que ficava no fundo da caverna.

Atrás dessas pessoas existia uma fogueira e outros indivíduos que transportavam ao redor da luz do fogo imagens de objetos e seres, que tinham as suas sombras projetadas na parede da caverna, onde os prisioneiros ficavam observando.

Como estavam presos, os prisioneiros podiam enxergar apenas as sombras das imagens, julgando serem aquelas projeções a realidade.

Certa vez, uma das pessoas presas nesta caverna conseguiu se libertar das correntes e saiu para o mundo exterior. A princípio... a luz do sol e a diversidade de cores e formas assustou o ex-prisioneiro, fazendo-o querer voltar para a caverna.

No entanto, com o tempo, ele acabou por se admirar com as inúmeras novidades e descobertas que fez. Assim, quis voltar para a caverna e compartilhar com os outros prisioneiros todas as informações e experiências que existiam no mundo exterior.

As pessoas que estavam na caverna, porém, não acreditaram naquilo que o ex-prisioneiro contava e chamaram-no de louco. Para evitar que suas ideias atraíssem outras pessoas para os "perigos da insanidade", os prisioneiros mataram o fugitivo.

Para Platão o autor desta alegoria, estas pessoas presas as correntes são as pessoas do senso comum, sempre presas em suas "correntes" de preconceitos - diz o professor circulando os desenhos que fizera na lousa - E este é o filósofo... aquele do qual se liberta de tudo isso. Uma pessoa, que prefere saber a verdade, ao invés de se iludir sobre o que lhe parece real.

-Realmente professor! - Aquela que estava no carro, com os cabelos coloridos e uma personalidade bem forte, se levanta para se mostrar a garota do carro" - A inteligência causa inconformidade, e tristeza. Vemos hoje principalmente na sociedade extremamente machista e preconceituosa que temos.

-O professor a olha com um sorriso sarcástico.


No fundo da sala, aquela com os óculos grandes e redondos está lendo Nietzsche. E se divertindo com tudo, parece que esta garota sabe apenas se alegrar com o que acontece.

O garoto de tranças, encara reflexivamente para Catarina, que está conversando e rindo com sua amiga.


Batendo o sinal , Catarina se levanta onde alguns alunos de sua sala a seguem, ela vai falar com sua amiga e pergunta:

-Kiki... você sabe aonde é a sala de artes? - diz sem expressar nenhuma expressão mas dando para notar uma grande esperança e felicidade de sua parte.

-Sala de artes? O grupo de artes... o grupo de artes se desfez... não temos mais isso aqui... - notando a sua importância para a amiga, ela gagueja!

-Agora a escola usa a sala para guardar livros, aquela sala já está abandonada.

A religiosa fica sem expressão e olha para o seu violino.


Na saída da escola, com seu livro do Nietzsche de baixo dos braços a garota de cabelos curtos, olha as pessoas a sua volta.

Apesar das coisas não passarem de suas visões de perspectiva, todas as pessoas da qual a estudante nova vê, todos estão com correntes em seus braços e pescoços, além de uma clima bem escuro. Ao ver essa visão deplorável, gélida e agonizante a garota de cabelos curtos solta um grande sorriso.


A Religiosa vai até o parque com a sua amiga à caminho de casa, todos ao seu redor a olham:

-Bom... não trouxe meu violino a toa... se não há como tocar na escola por causa deste grupo desfeito, vamos fazer nossa própria apresentação.

Ela sobe em cima de uma pedra e começa a tocar uma música. Logo que ela começa a tocar as pessoas correm a sua volta deixando kiki caída no chão longe de sua amiga. Atordoada com as pisadas das pessoas que a passam por cima da garota sem se preocupar.

8 de Abril de 2019 às 21:06 0 Denunciar Insira Seguir história
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