Débora estava pulando há mais de 30 min na cama dos pais. A mãe a alertou do perigo de cair no chão, mas o impulso de voar é mais forte. As crianças quando pulam sentem uma liberdade difícil de descrever, acho que estão expressando como são mais felizes do que nós. Pula, pula, pula. A mãe vira e vai guardar as roupas limpas na gaveta. O pai vira e organiza a mesa para começar a rotina cansativa de estudo pós-labuta. "Cabum!" Débora cai no chão e os pais correm para ver algum machucado ou braço quebrado. A mãe já chega abraçando, como se a perda daquele sorriso fácil passasse diante dos olhos. O pai, tentando ser mais centrado, começa a explicar o perigo da queda, de machucar a cabeça, quebrar algum osso. Fala de forma bem didática que um machucado mais grave pode levar a Débora para o céu e ela nunca mais veria papai e mamãe. Débora então, atenta e sob grandes olhos marejados, agarrando o pescoço da mãe, retruca (como sempre):
- Mas se eu for para o céu eu posso pular nas nuvens.
Mamãe explica, atônita diante da resposta, que ficaria com muita saudade e não poderia ir atrás dela nas nuvens. Débora, então, se desculpa, diz que aprendeu a só poder pular no chão. Os pais, bem, aprenderam a pensar como criança, para além das nuvens de algodão.
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