alive_lina Alive Lina

" E hoje, tanto tempo depois, estou redigindo esse E-Mail que ficará em meus rascunhos para sempre".


Fanfiction Bandas/Cantores Impróprio para crianças menores de 13 anos.

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Assunto: Não passe por aquela porta

de: Oh Sehun   < [email protected]

para: Kim JunMyeon < [email protected]

data: 22 de maio de 2008 10:35 

assunto: Carta de confissão  

enviado por: Salvo em Rascunhos  

  

Seul, 22 de maio de 2008. 

  

Eu não sei bem como começar a escrever esse E-mail, um E-mail que jamais chegará a seu destinatário, mas que é necessário, para que eu não esqueça a essência de tudo o que você significou para mim. O que você me tornou.  

Hoje é o dia que minha vida mudará para sempre; seu aniversário e onde eu, talvez, possa te ver pela primeira vez.  Estou sentado no hall de entrada da S.M Entertainment, aguardando ser chamado para meu primeiro dia como trainee, estou nervoso, não por ter apenas 14 anos e iniciar em uma das grandes empresas das coreanas de entretenimento, mas sim porque há qualquer momento você pode passar despreocupado por mim.    

Sabe! Pôr muitos sou visto como tolo, uma pessoa boba e até indefeso. Por tantos outros, agora, sou tido como exemplo, por ter resolvido aventurar-me nesse mundo que antes, só era conhecido por mim, através de você, que está nessa vida a quase dois anos. No entanto, ninguém sabe o que realmente sou, talvez, apenas você, caro Suho, possa ter um vislumbre do que se passa em minha cabeça, dos meus sentimentos.  

Para você, inexplicavelmente, liberei um pouco de minhas reações primitivas, fui irracional tantas vezes, emocional quase sempre. Era tudo tão intenso em nossas conversas. Nunca era um simples “Bom dia”, mas o “Bom Dia”, que recebia todas as manhãs.  Me inundei por um sentimento indescritível capaz de fazer loucuras, ao menos, pensa-las.  

Eu seria louco em deixar tudo por você? Buscar por um desconhecido que se comunicava comigo diariamente, mas que mal sabia onde morava e que, exceto em fotos, jamais vi o rosto.  

Hoje, eu esqueci a resposta. Por que o que restou dessa divagação foi esse buraco que você deixou e que oras fica perto de cicatrizar, mas que em grande maioria arrebenta o meu interior, rasgando-me de dentro para fora. Eu sufoco com cada aperto que tenho em meu peito e caio na besteira de lhe rever, ainda que distante.  

Me machuca seu sorriso para com outros (as), seu cuidado e dedicação. O zelo que tanto desejei e que outros possuem. Sua presença, seu provável cheiro, a velocidade de sua respiração, como seus olhos devem ficar ao refletir a luz da manhã ou o pôr do sol que você tanto gosta. Gostaria de um dia lhe mostrar como as madrugadas silenciosas podem ser relaxantes, reflexivas e proveitosas. 

São apenas constatações que me torturam, principalmente pelo fato delas serem irreais. Pensamentos tolos e impossíveis de um garoto que teve como seu primeiro amor uma pessoa quase imaginaria, virtual. Dói saber que elas não fazem diferença para você, afinal não apenas palavras. Palavras, a única coisa que eu realmente pude lhe dar.  

Se eu lhe entregasse mais poderíamos ter tido um final diferente? Mas uma pergunta sem resposta. 

Nunca deixei de pensar que se naquela época você dissesse que queria ficar comigo para sempre eu teria dado um jeito. Mesmo nos sendo dois homens, menores de idade, eu tendo três anos a menos. Eu me jogaria de cabeça nesse buraco sem luz e fim que é você.  

Eu teria fugido de casa. Meus pais provavelmente acionaram a polícia, você seria indiciado por corrupção de menores, eles me mandariam para um colégio interno e eu jamais o veria. Mas talvez isso valesse a pensa para saber o gosto de seus lábios. 

E se hoje, nesse exato minuto, você dissesse para ir até você? Essa eu tenho a resposta.  

E ela é irônica, pois certamente estou a poucos metros de você e sem qualquer impedimento. Por mais que eu tenha evoluído, crescido, eu não me entregaria a irracionalidade. Ser irracional é a segunda pior coisa que existe para mim. Eu, certamente, não iria. Não porquê meus sentimentos diminuíram ou se transformaram em algo repugnante a você. Posso até dizer que eles amadureceram, estão mais fortes, mas continuam indescritíveis.  

Você me mudou, aprisionando-me nessa carcaça de serenidade sistemática e racional. Eu não permito abandona-la. Deixei-me ficar doente por você. Não consigo aceitar a entrega de ninguém sem questionar o quanto posso machucar o outro. Sou incapaz de fazer alguém feliz e quero acreditar que jamais serei.  

Tenho que conquista a minha felicidade só. Porque dói chorar em frente a uma tela brilhante no meio da noite, esconder de todos, se jugado e condenado pelos poucos que tive coragem de compartilhar minha “história” com você. Machuca muito mais sonhar com o impossível.   

E constatar que estou sendo deixado de lado e não saber se é porque ter me tornado desinteressante ou porque tu queres me proteger desse mundo impossível que tanto almejei. Doeu demais quanto percebi que teria que ti libertar e que para isso teria que mostrar o meu pior lado a você.  

“Eu não sei o que te dizer”, é a pior resposta que poderia ter recebido.  

“Não precisa dizer nada. Tchau” foi a pior coisa que pude digitar.  

E hoje, tanto tempo depois, estou redigindo esse E-Mail que ficará em meus rascunhos para sempre.  

Meu medo maior de lhe machucar é egoísta e por isso recebo a sua dor e lido com a minha. Mesmo que um dia nossos olhares se cruzem, espero que não me reconheça. Pois não sei se serei capaz de me aguentar como nesses últimos 17 meses sem mensagens suas.  

Esse meu interior que antes era inocente e sonhador, agora é apenas um trapo inexpressivo e repugnante de mim. Por favor, continue afastado de mim, porque hoje apenas sou capaz de lhe ferir e morreria se isso acontecesse de novo.  

Posso viver lhe observando de longe, mesmo que isso queime como ferro em brasa. Não passe por aquela porta, não me comprimente, não esteja do meu lado nesses próximos anos. Não me reconheça, tenha esquecido de minha existência. Imploro para que se afaste, pois sei que por mais que eu negue e que tenha chorado em abundancia, você chorou lágrimas de sangue. 

Oh Se-hun 

  

 

 

22 de Janeiro de 2019 às 18:40 0 Denunciar Insira Seguir história
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