Meu nome é Paloma, tenho 21 anos e trabalho como garçonete na cafeteria mais famosa da cidade. Sou chamada de "estranha", "aberração", "esquisita" por muitas pessoas, só porque tenho manchas amarelas e cicatrizes no corpo desde que nasci, também pelos meus cabelos serem cinza e meus olhos vermelhos.
Antes eu sofria muito pelo fato das pessoas se afastarem, sairem correndo e terem medo de chegar perto de mim, mas hoje em dia esse sofrimento não existe mais. A única coisa que existe dentro de mim ás vezes, é raiva daquelas pessoas que sabem que eu sou diferente fisicamente por causa de uma mutação e mesmo assim ficam me humilhando. Adoro ouvir música, ler, tirar fotos, pintar as unhas, fazer compras e é claro, trabalhar na cafeteria. Tenho ciúmes das pessoas que gosto, a gentileza, carinho, simpatia e amor são os meus melhores amigos.
Sinto muita falta dos meus pais, eles morreram ao mesmo tempo á 3 anos atrás num acidente de carro, três dias depois do meu aniversário de 18 anos.
Eu também tinha uma irmã mais nova, só que ela também morreu. Sinto tanta falta deles, mas sei que eles estão lá no céu querendo a minha felicidade, então eu saio de casa com um belo sorriso no rosto todos os dias e penso positivo.
Agora são exatamente 09: 45 da manhã, coloco meu uniforme, e seguindo a ordem do meu patrão, vou atender a mesa número 7.
Chego na mesa com meu sorriso e digo "Bom dia! Seja bem-vinda a cafeteria Sabores e Docuras!". A garota riu e imediatamente eu reconheci aquela risada, era ela, Rosana, a atual namorada do meu ex-namorado, Lyvo.
Ela para de rir , me olha dos pés a cabeça e diz "Oi Paloma, tinha me esquecido que você trabalhava aqui".
Não acredito ainda que estava vendo essa garota na minha frente, sua presença me fez lembrar do Lyvo. Comecei a sentir uma tontura, ao tentar sair dali, Rosana segura meu braço e fala três palavras "Lyvo, oito, setembro". Ao ouvir aquelas palavras fico paralisada, as lágrimas começam a cair sem parar dos meus olhos, uma forte dor invade minha cabeça me fazendo gritar. Rosana solta meu braço e segundos depois, estava caida no chão, chorando sem parar e só querendo sumir dali.
Ela me fez lembrar do dia oito de setembro, o dia que Lyvo quase me matou a facadas por causa de seu ciúme obcessivo.
Minha tontura aumentou, quando percebi acabei desmaiando mas antes de apagar completamente, senti alguém me carregar.
Ao acordar, percebo que estou no vestiário feminino da cafeteria e não estava sozinha, Priscila se aproximou de mim.
Sua voz doce perguntou "Está se sentindo melhor?". Ela coloca uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha e eu respondo "Estou sim!".
Conversamos um pouco e descobri: ela foi a pessoa que me segurou antes do desmaio. Faltando cinco minutos para dar 19:00 horas fui liberada, me arrumei e sai da cafeteria.
Andava calmamente na rua sentindo o vento fazer meus cabelos ficarem bagunçados e me causarem arrepios de frio, quando uma mão toca meu ombro me fazendo virar no mesmo segundo...
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