Era para ser uma oneshot LOL mas depois de 15k, decidi dar uma separada nos capítulos para tornar melhor a compreensão e menos cansativo ^.~
Aviso: Vou falar um pouco sobre Reencarnação. Não sou espírita e não conheço como funciona (ou como as pessoas acreditam que funciona), mas queria escrever sobre o assunto e acho que ficou plausível. Qualquer dúvida, deixe nos comentários ^^
Boa leitura!
A Jornada Começa
Resisti ao impulso de fechar os olhos no ultimo momento. Não havia escapatória e eu, como o gênio do clã Hyuuga, soube disso no instante em que tomei a decisão. Senti cada madeira adentrando o meu corpo, o gosto metálico do sangue atingindo a minha boca e me deixando sem ar.
Mesmo que um milagre acontecesse, o que não era o caso, eu duvidava que veria o dia nascer outra vez. Estava morto, e soube disso antes mesmo que uma farpa me atingisse.
Meu corpo estava pesado, sentia-o como um fardo e fechei os olhos. Uma pena. Realmente, uma pena. Me desculpe, Tenten, por não cumprir a minha promessa.
Senti-me flutuar entre o vale dos vivos e dos mortos, sentindo que abandonava a quentura do meu machucado corpo físico, tornando-me algo mais, quem sabe, fantasmagórico.
Mirei o céu, que transformava-se em uma cor de aurora boreal, completamente fora de contexto. Não fazia sentido, estávamos em pleno meio dia, mas algo, provavelmente a razão, fez-me perceber que simplesmente não precisava fazer sentido, pois se houvesse um, eu deveria apenas estar morto e não divagando inutilmente.
Andei para longe da cena triste, aonde meus familiares e amigos velavam o meu corpo. A vi correr e sua expressão se contorcer, quando deparou-se com a verdade. Tentei tocar-lhe o rosto e limpar as lágrimas que escorriam de sua belas orbes castanhas, mas meu toque não chegou à alcançá-la.
— Deixe-a ir. – Ouvi uma voz que há muito quase me esquecera do timbre. Virei-me de supetão encarando meu pai.
— Pai?
— Não a prenda, Neji. – Ele disse e eu recuei um passo, sem entender.
— Eu não…
— Eu sei, e vou guiá-lo até que compreenda, mas nesse momento, afaste-se dela e diga-me, como chegou aqui?
— Morrendo. – Respondi-lhe sem humor.
— Por que simplesmente não se liberou? O que ainda o prende na Terra, meu filho?
Ao pensar por um momento, eu percebi que não sabia. Então dei de ombros, mirando a face jovial do meu pai.
— Oh sim. – Ele comentou casualmente, seguindo ao meu lado e caminhando. Eu o segui. – É diferente da vida, isso o que temos. Mas vamos, vamos andando que temos uma longa estrada a percorrer.
— Mas… e Tenten? – Questionei, vendo-a chorar, longe do meu corpo escorado numa árvore seca.
— Ela não pertence à essa parte do mundo. Estando livre, pode voar.
— O que é isso? – Perguntei, sem saber como me expressar melhor. – Pensei que quando morríamos, acabava.
— Eu julguei assim também e para alguns, essa é, de fato, a realidade, mas não para nós.
— Hyuugas?
— Não, não para nós que ainda tínhamos tanto a resolver. O que o prende nesse plano, meu filho?
Eu não soube responder, então ele pareceu pensar por um momento, antes de sentar-se num tronco velho. Eu o acompanhei, vendo a relva tornar-se verde e o vento balançar o mato alto e os meus cabelos.
— Por que não me diz mais sobre aquela moça.
— É a Tenten. Minha colega de time por anos.
— E o que mais?
— Nada mais. – Desconversei, desconfortável.
— Ora, vamos. Se vai mentir, pelo menos o faça de uma maneira satisfatória. – Ele brincou e eu sorri de lado.
— Ela é minha. Teremos um filho em breve.
— E o que uma mulher grávida faz no campo de batalha, Hyuuga Neji? – Ouvi claramente o tom acusador de minha mãe e virei-me para me deparar com ela, muitos anos mais jovens, desde a ultima vez que a vi, aos 14 anos.
— Okaasan?
— Responda-me, menino!
— Hum... bem... é difícil dizer, mas Tenten queria lutar por Konoha e não tínhamos certeza. Sakura-san confirmou há algumas semanas e estávamos nos preparando para trocar com Inuzuka Hana e Aburame Shibi. Tenten iria trabalhar na estratégia tática com os Nara, ocupando o lugar de Hana e eu substituiria Shibi-dono no comando dos chunnins.
— Interessante. Eu sabia, jamais gostei dela. – Apesar das palavras, vi o sorriso jovial dela brincando em seus lábios rosados. – E você, meu menino? Como chegou aqui?
— Morto em combate, recebeu algumas dezenas de golpes por todo o corpo. – Meu pai segredou-lhe baixo e mudou casualmente de assunto. – Então, Neji? Sente-se mais confortável?
— Não, apenas mais confuso. – Ele riu abertamente e mirou-me nos olhos.
— Conte-me o que o aflige, meu filho.
— Como ele vai saber, Hizashi? Se eu bem me lembro, seu pai disse-me que você passou décadas vagando sem saber por onde ir.
— Bem, ignoremos os fatos irritantes. – Ele deu de ombros com um sorriso pequeno e eu suspirei.
— Não queria que meu filho crescesse sem pai. – Segredei-lhe, torcendo para que fosse uma parte do que ele queria e vi a relva ganhar um aspecto mais verde, árvores surgindo ao longo, aonde eu olhava, com pequenos brotos de flores.
— Foi um bom chute. Continue, Neji.
— Como sabe que foi um chute?
— Se você soubesse, já estaríamos mais a frente. – Ele me segredou, mirando satisfeito, a paisagem à nossa frente.
— Então, se estou entendendo corretamente, se eu acertar a paisagem muda, é isso?
— Mais ou menos. – Minha mãe contou-me. – Este é um lugar especial para você. Aonde é?
— Eu não faço ideia.
— Descobriremos até o fim dessa jornada.
Continua...
Espero que tenham gostado, pretendo postar o próximo capítulo domingo que vem. E como sempre, que tal dar aquela comentada para eu saber o que você está achando? Beijos~!
Obrigado pela leitura!
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