ayzu-saki Ayzu Saki

Ofélia conseguia governar, mas não podia. Demival tinha que governar, mas não conseguia. Teobaldo foi ordenado a matar, mas não queria. Margareth era a princesa na torre do dragão, e também o dragão na torre da princesa. Ou como um reino quis mandar neles, eles disseram foda-se e fizeram sua própria pequena família. [Aquela estória de princesa que ninguém pediu, mas eu fiz mesmo assim]


Fantasia Medieval Para maiores de 18 apenas.

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Espadas, dragões e agulha nos olhos


O reino da Terra sem nome e uma Terra distante viviam em desavença já há alguns anos, quando os reis resolveram dar um basta na picuinha toda.

E qual a melhor forma de acabar com uma guerra do que casar seus filhos certo?

É assim que ocorre em toda história. A princesa prometida acaba se apaixonando pelo príncipe, os reinos selam sua paz e eles vivem felizes.

Bom, aqui as coisas aconteceram um pouco diferentes do esperado.

De um lado, temos princesa Ofélia da Terra distante. Irmã gêmea de Teobaldo, herdeiro do trono. Menina formosa, sabia usar uma agulha de bordar como ninguém.

Para enfiar em seu olho.

Porque essa era a verdade sobre os gêmeos de Terra distante que todos sabiam, mas poucos comentavam:

Ofélia havia nascido para governar. Tinha o sangue nos olhos, e era astuta como ninguém. Não havia uma arma que não manuseasse, uma estratégia que não conhecesse. Toda lição que seu irmão foi obrigado a ter, ela estava lá, com os grandes olhos intimidadores esperando alguém ousar a mandar embora. O que gerou sua alcunha entre os sussurros nos muros. A raposa Gaulesa.

Teobaldo era bem o contrário. Bom guerreiro? Sim, o menino era um natural. Amado pelo povo? Com certeza. Quem odiaria alguém como Príncipe Teobaldo? Perfil de governante? Questionável. Ao contrário da sua gêmea, o rapaz vivia com a cabeça nas nuvens, conversando com os animais – que ele jurava que o respondiam – e chorando sem vergonha por qualquer coisa. Por mais que seu pai tentasse o enfiar goela abaixo a fachada de governante frio e corajoso, o coração do menino era grande demais para isso.

Na tentativa de endireitar o filho, o rei decidiu que ele iria para a terra de ninguém enfrentar o terrível dragão da torre de fogo e resgatar a misteriosa princesa que diziam que lá estava trancafiada. Seria sua prova de coragem, e quando ele foi, o coração de todos foi com ele.

E quando ele falhou em retornar em um ano, e foi dado como morto, o coração de todos se quebrou com ele.

E Ofélia? Ofélia quer sangue por isso.

Então, temos um reino sem herdeiro, apesar de termos uma princesa competente. Temos uma princesa que perdeu seu amado irmão, e agora está focada na carnificina dos responsáveis, e temos um rei tentando casá-la e atrapalhar seus planos.

Do outro lado, temos a Terra sem nome, com o herdeiro e filho único Demival. O pai achou que teria um guerreiro forte e viril como todas da sua família, reconhecido, temido e venerado em todos os reinos, como um governante implacável, um mestre das espadas. E era um taboo no reino comentar que esse não era bem o caso.

Demival era reconhecido? Bastante.

Todos sabiam das fugas do príncipe para as tavernas e cabarés e sua boemia. O que, conhecendo o nosso rei nem seria um pecado tão terrível, se não fosse o fato de que nosso amado príncipe não ia lá para se divertir na companhia de nenhuma meretriz, apesar de todas serem bem afeiçoadas a ele.

Demival amava dançar e se pintar, e quem melhor para o ensinar, se não as damas?

Demival também era temido. Nenhuma das meninas conseguia o vencer na flexibilidade, ou na sua beleza artística no palco.

Demival era venerado. Principalmente por um certo guarda imperial e algum outro nobre que tinha a sorte de captar seus olhos.

Demival era um mestre das espadas. Apenas não as que seu pai queria, e por isso foi resolvido que seria logo casado com uma moça formosa, antes que o escândalo se espalhasse mais.

Temos então um rei que quer um herdeiro viril e másculo, temido e implacável. E temos um príncipe que não é nada disso, e que se depender dele nunca vai ser.

E agora, percebe-se o problema central desse pequeno casório.

Eles poderiam abaixar a cabeça e aceitar os planos dos seus pais? Certamente. Não seria a primeira ou última vez que algo assim aconteceria. Casamento e amor eram coisas que nem sempre andavam de mãos dadas.

Eles fariam isso?

Claro que não.

E isso nos leva a esse momento decisivo, de uma princesa fugindo na calada da noite, armada até os dentes e com seu plano de encontrar seu amado irmão ou o vingar, o que tivesse a mão.

Enquanto no mesmo momento no meio da floresta, a caminho do encontro real para conhecer sua esposa, um certo herdeiro praticava sua própria fuga em direção a cidade mais próxima, com trajes um tanto questionáveis.

E como uma promessa que os ligava, mesmo sem saberem disso, eles sussurram ao vento seu sentimento mais fervoroso no momento:

-Foda-se o rei.

6 de Novembro de 2018 às 23:17 3 Denunciar Insira Seguir história
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Leia o próximo capítulo Pegue a bola, Margareth!

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AnnyeCS AnnyeCS
Mana cê não sabe os risos que eu tive que engolir e quase morrer engasgada lendo isso aqui Hahahah Mal posso esperar pelo que aguarda esses príncipes e princesa. ❤
November 07, 2018, 01:23

  • AnnyeCS AnnyeCS
    Se bem que eu acho que o Demival não se importaria de ser chamado de Princesa as vezes hahshhshs November 07, 2018, 01:25
  • Ayzu Saki Ayzu Saki
    Demival é um princeso haha November 07, 2018, 16:22
~

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