Vermelho.
Gotejando das pontas de seus dedos, pingando contra o chão com aquele som engraçado como os sapatos emborrachados que usava.
Ping! Ping! Ping!
Preto.
Como a escuridão que o cercava, como a cor das pupilas dele enquanto as íris douradas mergulhavam no breu.
Vermelho dos cabelos espetados, da alegria vibrante, das risadas fora de hora que o alcançavam quando ele mesmo nunca foi capaz.
− Ne, Kacchan, você não sente minha falta? – A pergunta foi lançada no ar enquanto Midoriya se agachava, as botas de borracha fazendo um som engraçado contra o chão.
Squeak! Squeak! Squeak!
Bakugou ergueu os olhos (escuros demais) na direção de Izuku, a expressão endurecida, com raiva incontida enquanto o observava.
− Deku... seu grande filho da... – Uma bicuda na boca arrancou-lhe três dentes fazendo-o cuspir ainda mais sangue. Midoriya segurou seus cabelos forçando Katsuki a encará-lo.
− Não consigo te ouvir assim, Kacchan, com a boca cheia de sangue! – A gargalhada escapou de seus lábios, sobrepujada apenas pelas as vozes que há tanto tinham lhe consumido.
− Dev..ia ter visto...
− O quê? – Izuku agachou-se até quase encostar a orelha na boca de Katsuki.
− ...doente...
Os olhos de Midoriya se estreitaram.
− ... insano...
Ele respirou fundo.
− ... nojento...
Outro chute.
− Sei que você ainda está mal, Kacchan, mas não dei a Kirishima menos do que ele mereceu. – respondeu. – E é por isso que agora está morto junto com todos os outros.
Os olhos, mergulhados naquele ódio, consumidos por toda a insânia quando o encarou pela última vez.
− ENTÃO ME MATA LOGO, SEU FILHO DA MÃE! – Bakugou bradou, o coração tempestivo dentro do peito.
− Ah, não, Kacchan, com você tudo é mais especial.
A porta se fechou, o breu se estabeleceu. Escorado na porta, rindo insanamente, Midoriya escutava as vozes em coro gritando em sua mente, opinando, dizendo o que deveria fazer. Mais um usuário do One for all levado pela quirk. O homem mais forte do mundo consumido pelo próprio poder.
Notas:
Não existe uma lógica pra essa história. Eu só pensei nela e escrevi. Não tem nem uma ordem coerente e nem nada, mas é isso. É um universo aparentemente muito usado e eu fiz o Deku perder a noção de tudo e se entregar à insânia. Espero que gostem!
Obrigado pela leitura!