O Guardião da Realidade Seguir história

As Crônicas de Um Mundo se passam no mesmo universo e época dos acontecimentos narrados no romance Alena existe — ou seja, entre o final do século XXIV e o início do século XXV.

O período que veio antes foi uma longa era iniciada em meados do século XXII, com a chamada Transição VR, em que a humanidade acabou de se mudar inteira para a realidade virtual.

Por dois séculos e meio, todas as atividades humanas, do trabalho ao lazer, incluindo todas as relações pessoais, aconteciam apenas através da internet, em um ambiente virtual chamado Masterverso.

Para acessá-lo, todos tinham chips no cérebro, capazes de provocar até as sensações físicas experimentadas online. Ao mesmo tempo, o avanço tecnológico tornou impossível diferenciar um ser humano de uma inteligência artificial no Master. Assim, com os impactos dessa nova realidade para os indivíduos, todos ficaram obrigados a ter um acompanhamento psicológico constante através de um sistema chamado Appsiquê.

A dificuldade de se relacionar pessoalmente e a complexidade da educação de crianças para a vida virtual fez com que a maioria das famílias não quisesse mais ter filhos pequenos em casa, delegando essa fase de sua criação a instituições públicas ou privadas conhecidas como Berçários.

Outra consequência importante da nova organização social foi o fim das nações na Terra, que passaram a fazer parte de um único Estado, chamado de Um Mundo.

As fronteiras, no entanto, não sumiram também entre as classes sociais. Embora a pobreza extrema fosse relativamente rara, o abismo entre os muito ricos e o restante da sociedade aumentou ainda mais.

Pode-se dizer, inclusive, que há duas sociedades em Um Mundo, seguindo padrões e até leis diferentes. De um lado, está a imensa massa dos cidadãos comuns, uma indiscutível maioria numérica. De outro, estão os empresários e herdeiros de fortunas astronômicas, ditando as regras de Um Mundo e sendo conhecidos como “privilegiados”.