kroth Ashley Mei

Não fique tão feliz esta noite, Jongin. Eu sei que isso é só amor de plástico.


Fanfiction Bandas/Cantores Todo o público.

#xiukai #kaimin #kaixiu #exo #yaoi #xiumin #kai #jongin
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A senhora Kim, uma mulher de meia idade, sempre reclamou sobre o quão difícil fora conhecer um bom partido para si em sua adolescência. E graças a isso, Kim Jongin, até pouco tempo atrás, sempre agradecia por pertencer a uma geração onde os meios de comunicações eram acessíveis a tanta gente, possibilitando-o de mais alternativas do que sua mãe.


Conhecer alguém no século vinte e um não impõe a necessidade de usar seus melhores sapatos ou um jeans apertado em dias quentes, e exatamente por essa praticidade que naquela noite, apoiando o portátil precariamente sobre a barriga, Kim Jongin viu pela primeira vez a imagem do coreano de sorriso bonito que causara tanto rebuliço em sua vida.


Não foi algo exatamente romântico como uma apresentação por meio de amigos, e muito menos foi engraçada, como nos doramas onde um derrama suco de laranja sobre o outro e acaba oferecendo um almoço ou coisa do tipo como forma de se desculpar. Na verdade, em seu caso, o grande intermediador entre si e o garoto de Gangnam-gu havia sido um botão verde de determinado aplicativo de relacionamentos.


Na ocasião, Jongin não usava mais do que um moletom escuro que escondia a necessidade de ser lavado e uma boxer azul marinho a qual com certeza usava do lado errado. Seus cabelos eram escondidos pelo capuz da peça superior e seus lábios - estes sendo os únicos que receberam um por cento de atenção - eram cobertos por um protetor labial que roubara de sua mãe.


A ausência de boa aparência, não apenas causada por sua personalidade relaxada, era sustentada por suposições, já que ele esperava, assim como das outras vezes, que a transmissão de vídeo trouxesse mais uma vez para si a imagem de alguma garota pervertida, do tipo que encontrava bastante por ali. Aquelas que se instalavam, usavam fotos de perfil masculinas, o adicionavam e costumavam chamá-lo de Oppa mesmo sem qualquer grau de conhecimento e intimidade.

Mas surpreendentemente daquela vez, a foto de perfil bonita com um rapaz deveras chamativo era tão real que fora exibida, diante de si, por cerca de trinta minutos.


E este, ao contrário do moreno, encontrava-se deitado de bruços sobre sua cama, e deixando bem visível a calça de moletom branca enquanto balançava as pernas, apresentou-se como Kim Minseok, de dezenove anos. Segundo a descrição do perfil: Bissexual, solteiro, mente aberta e em busca de um "amor de plástico".

De inicio, Jongin achara extremamente difícil respondê-lo algo após ouvir sua voz de tom melodioso que o fez ignorar a dúvida que a descrição em seu perfil lhe criara. O suor coberto por seus cabelos banhava sua pele com vontade, e a vergonha por estar sem uma mísera coberta no corpo o deixara com as bochechas queimando. Min-Seok era lindo, exatamente o tipo de rapaz que o atraía tanto quanto chocolate quente em dias chuvosos. E já do outro lado, tranquilo e paciente, Minseok o observava curioso, porém calado, enquanto tomava um ou outro gole de alguma bebida quente em sua xícara branca e também, vez ou outra, esticava o corpo para apoiar o objeto sobre a mesa de cabeceira, exibindo a camisa de mangas curtas com uma frase em japonês estampada em algum tom de laranja que o mais novo não identificou.

Além de idiomas, Jongin era péssimo com cores. Paletas, essas coisas. Mas após o interesse por Minseok preencher seu corpo quase tanto quanto o líquido do qual era 70% constituído, foi como se as batidas rápidas de seu coração sussurrassem para si o nome de cada uma das tonalidades, fazendo brotar dentro de si cada vez mais vontade em estudar cada uma delas. Enquanto novamente, do outro lado da tela, arrumando a franja caída sobre a testa e concordando sem deixar o riso escapar, o coreano de sorriso bonito pacientemente o ouvia, mesmo que vez ou outra e sem perceber, Jongin falasse bobagens demais. tolices demais. Exagerando demais e insistindo além da conta, idêntico a seu ex.

De inicio, Minseok quase finalizou a chamada. Pensara que o moreno largado de qualquer jeito e com voz de chocolate estivesse tentando fazer piadas consigo, mas não precisou de mais do que dois minutos o escutando para desistir da clicar no "X" do canto superior da tela. E usando bem menos do que isso, notou que Jongin não fazia por mal, mas apenas porque era assim.

Porque ele, ao contrário de seu ex, era demais.

Kim Jongin era bobo, nervoso e engraçadinho no mesmo tanto em que era lindo demais, engraçado demais, atraente demais. E Minseok não poderia negar que aquela sensação firme e gostosa passando por todo seu corpo era fruto do contato visual que faziam com casualidade. Meia hora depois Jongin entrelaçava os dedos, vendo Minseok chupar os seus. Olhando quase inocentemente para a câmera enquanto saboreava o resto que sobrara em seus dígitos do salgado que comera enquanto conversavam, esclarecendo o básico da vida um do outro. Uma noite agradável, com Internet e boa companhia era aproveitada em dois cantos da cidade, ao mesmo tempo, por dois rapazes com poucos anos de diferença. E mesmo que sua mãe insistisse que deveria arrumar uma boa namorada, Jongin pouco se importou. A companhia de Minseok, talvez, estivesse sendo melhor do que a de alguma garota aleatória.

Perfeita, ameaçaria dizer. Mas guardou para si mesmo após trocarem o usuário do Kakao Talk, desejarem boa noite um ao outro e depois cada um voltar para sua vida. Mas aquilo não doeu nem um pouco.

Jongin havia conhecido um cara legal na internet, e sua mãe ficaria bastante invejosa pela manhã quando, durante o café, a alertasse sobre isso.

Por mais que, por questões de segurança diante do pai, ele tenha trocado o gênero de Minseok durante suas declarações cheias de suspiros a cada gole de seu chá, o que para seus pais foi prova suficiente de que seu rapazinho havia, de fato, sido atingido pelas gotas do primeiro amor.

As primeiras de muitas, as quais o banhavam com carinho a cada diálogo com o mais velho. E Jongin e Minseok conheciam-se a pouco mais de duas semanas quando o moreno afogou-se na primeira engrossada delas. Tudo porque Minseok, com seu jeito arteiro e levemente puxado ao sexual, demonstrou que queria bem mais do que apenas ser seu amigo quando enviou uma fotografia nova para Jongin, dizendo ser uma nova "brincadeira". No ângulo em que fora tirada, era possível ver várias coisas ao fundo do quarto de tons claros, mas o mais novo não conseguiu focar em nenhuma delas após uma vibração boa subir por suas pernas e dissipar-se por todo o corpo. A tal excitação. Velha amiga de suas noites solteiras de sexta, quando encontrava-se, trancado no banheiro, com seu palmo macio e cinco dedos. Mas após aquela noite, quando permitiu-se a trocar bem mais do que ideias com o mais velho e alimentar sua mente com novas imagens, Jongin passou a achar as revistas pornográficas escondidas no fundo falso de sua gaveta menos interessantes do que deveria.

Mas pensar naquilo não era tão importante quanto saber mais sobre os gostos de Minseok. E muito menos ainda era melhor do que dizer a sua mãe todos os dias, sobre os sentimentos que sustentava pela "Min" e receber apoio e incentivo da senhora até o dia em que um passo mais largo foi dado, pontualmente as 08:00 da manhã.

Aquele sendo o segundo piso em falso, o qual o Kim mais novo não se importou em analisar melhor.

Era sábado, quinta semana de conhecimento com Minseok, e ele havia feito uma chamada de vídeo bastante animado, exibindo dois ingressos para uma festa que ocorreria naquela mesma noite. Jongin era menor de idade, mas ele disse que o ajudaria a entrar, bastava apenas que pedisse autorização de sua mãe para dormir fora antes. E exatamente esse pedido foi o que barrou a senhora Kim.

Jongin perdeu as contas de quantos Nãos a mãe disse o dia inteiro, mas negou-se a dizer a Minseok sobre cada um eles. Trancou-se no quarto após o almoço e pôs-se a procurar uma roupa legal. Algo que combinasse com sua personalidade, mas que se encaixasse com a forma que o Kim mais velho avisou que estaria vestido no lugar. Queria combinar tudo, até mesmo o cabelo - coisa que só não aconteceu porque não sabia como descolorir e sua mãe o mataria se ficasse loiro como Minseok.

Foram cerca de duas horas — batendo um recorde de tempo que nunca seria quebrado — para que ficasse completamente satisfeito com sua imagem. Jongin esperou dar o horário das primeiras estrelas surgirem no céu para passar sorrateiramente pela sala, e foi sorrindo consigo mesmo enquanto corria pelas ruas praticamente vazias e contrariando totalmente as palavras de sua mãe que, pela primeira vez, o ar da rebeldia preencheu seus pulmões.

E ele riu, por instantes incontáveis. Sentindo a brisa tocá-lo tanto quanto a vontade de ver Minseok pela primeira vez, ao vivo e a cores. Saber como era a textura de seus fios claros, e experimentar consigo o sabor do primeiro beijo. Mesmo que sentisse que tudo aquilo era errado e que amor de plástico era algo que não entendia, Jongin queira. Queria muito.

Queria o bastante a ponto de procurar em volta quando chegou ao local que ele havia enviado por mensagem, sem medo de estar em uma zona desconhecia, vulnerável e perdido pela noite. O celular em mãos abrigava mensagens de Minseok, que brincava consigo dizendo "estou bem aqui, seu idiota", mas nem mesmo aquele apelido que o mais velho usava consigo fez com que sua animação fosse menor ao notá-lo ali, recostado em um carro da moda.

O mais velho parecia tão básico dentro daqueles jeans rasgados que Jongin acabou por se sentir arrumado demais, e a sensação apenas passou quando, com as bochechas vermelhas de vergonha, o mais velho segredou que o carro que trouxera era de seu pai. Ele riu, Jongin riu, e timidamente caminharam lado a lado para a frente do clube onde ocorreria a tal festa, e onde sempre, aos fins de semana, Kim Minseok sustentava sua vida de vampiro. Dançando acompanhado por roupas extravagantes, enfeitando seu sorriso com doses boas de bebida. Mas naquela noite, exclusivamente, Minseok apenas queria embriagar-se nos lábios doces que descobrira existirem em Kim Jongin.

E fora assim, durante uma dança ou outra, que ambos jogaram o medo para o ar e aprofundaram-se no toque, ostentando de toda a luxúria antes adormecida que abrigava o interior de seus corpos. Com mãos na cintura alheia e estalos trocados junto a saliva, Jongin sentia seu coração acelerar absurdamente por finalmente ter dado seu primeiro beijo. Porém ali, inesperadamente, Minseok apenas entregava-se aos gostos de sua líbido aflorada, divertindo-se com o contato que para si, não passava de casual.

Minseok beijava-o para esquecer as bocas que o transformaram em amor de plástico, enquanto Jongin beijava porque pertencia a Kim Minseok a única boca a qual queria provar. O toque era tão cruel que Jongin sentiu um fio de dor quando os dentes do mais velho morderam seu lábio inferior, mas nada disse, não se permitiu.

Ele queria aproveitar a idade, a experiência, a sensação de fugir de casa para ver quem amava e precisar de uma identidade falsa na portaria de um clube para isso. Sentia-se livre e confortável, disposto a dançar sem vergonha pelo resto da noite, e mesmo que fosse muito errado e sua mãe estivesse perdendo a cabeça aquela hora — após notar os travesseiros debaixo do lençol no lugar de seu corpo —, tudo parecia valer a pena. Sem exceção. Sem tonalidades desconhecidas. Ou pelo menos fora assim até o momento em que foram para o carro, seus corpos trocaram carícias e, na véspera dos dezessete, Jongin entregou seu corpo a Minseok sem saber o que realmente se passava consigo.


Sem saber que na manhã seguinte, desolado e com o rosto inchado, voltaria para casa arrependido de tudo, e trazendo em seu peito um coração feito de plástico, igual ao que impedia Minseok de amá-lo por mais do que uma noite e faria-o procurar outro amor descartável para a próxima noite.


"Não fique tão feliz esta noite, Jongin. Isso é só amor de plástico.". Apenas aquela frase sussurrada após o sexo lhe havia feito abrir os olhos e notar que, no fim das contas, sua mãe talvez fosse mais sortuda em ter tido apenas uma, porém boa, opção.




私のことを決して本気で愛さないでね

恋なんてただのゲーム楽しめばそれでいいの
閉ざした心を飾る派手なドレスも靴も
孤独な友達

- Mariya Takeuchi

20 de Julho de 2018 às 16:21 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

Ashley Mei mum. That means silent, keep quiet, mute, reticent. Ficwriter from Fanfic France. Aries. 22. Language student.

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