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[Jinyoung]

Apesar da dor, meu peito palpitava.

Eu mal conseguia mover o pescoço, sendo forçado a olhar para frente da sala. O quadro de anotações estava cheio e o professor focava em sua aula, mesmo que o burburinho do fundo insistisse em continuar.

E era para lá que eu queria olhar.

Desconfortável, arrumei a gola do uniforme, com a extensão do corpo inteira latejando pela dor. Engoli em seco, tentando observar com a visão periférica para trás — contudo, não pude ver a face dele.

O rosto ao qual sempre fazia meu rosto ruborizar, o coração bater forte e as pernas bambearem. O mesmo sorriso que me fazia tremer e arrepiar por completo. Toda minha afeição voltada para si, enquanto mal conseguia respirar.

Muito menos virar o rosto para espiar, graças à meu torcicolo.

Eu andava fazendo muito o movimento de virar para trás para receber um aceno ou riso contido. Sempre que me lembrava — logo, o tempo todo — eu gostaria de encarar aquele que me deixava tão fraco e apaixonado.

Nunca havia sentido algo parecido; nem mesmo a dor, nem o amor.

E para ambas, nenhum remédio iria curar.

Não que sentisse que deveria ser curado do embriago de emoção. Adorava sentir aquele calor no peito, os sorrisos bestas e constrangimentos sem motivos. A sensação gostosa de estar amando, me trazia o conforto que nunca almejei ter.

Mesmo que viesse acompanhado de problemas no dorso. Respirei fundo, contando alguns números ao olhar para baixo. Já faziam alguns minutos que eu não me virava para cruzar o olhar com o dele. Com as bochechas vermelhas, e dor na cervical, movimentei-me aos pouquinhos, limitando a dor que sentia.

Com um bico nos lábios tossi, recebendo uma piscadela dele; a qual eu me derreti.

Ah, Choi Youngjae…

De fato, eu precisaria mais do que um salompas para me assumir.

— Ei! JInyoung! Vire-se para frente! — gritou o professor, me assustando ao chamar minha atenção; não demorei a olhar de volta, me contorcendo em a agonia pela dor.

Ah, e como doía.

Mas mesmo que eu não pudesse virar o pescoço, eu ainda queria olhar para ele; já que seu sorriso compensava toda minha dor.

[...]