Desire
Em mais uma de minhas noites eu me encontrava em Desire.
Meus pés já conheciam o caminho, levando-me até o local inconscientemente, mas eu não reclamava – Nunca iria. O ambiente escuro, iluminado apenas pela luz vermelha que as lâmpadas emitiam já havia substituído o meu pequeno apartamento no subúrbio da cidade.
O odor característico de mofo dava lugar ao cheiro inconfundível do cigarro. Eu, que nunca havia me imaginado fumante, adquiri o hábito e agora consumia dois maços por dia depois de conhecer o local.
Se minha mãe estivesse viva, matar-me-ia só de cogitar a possibilidade de seu filho colocar um cigarro na boca. Católica assídua, fez questão de iniciar-nos à doutrina desde que me entendo por gente – costumava dizer que o diabo usava armas ardilosas para que cedêssemos e caíssemos no prazer da carne. Sempre havia seguindo suas palavras fielmente...até um mês atrás, quando encontrei o clube noturno.
Desire.
Seu nome era doce em minha boca, e cada vez mais eu me via atraído para a perdição e danação eterna de minha alma, até então, pura.
Talvez eu devesse agradecer a Tobirama, a ovelha negra da família, que guiou-me até ali em uma noite de sexta-feira para aliviar o cansaço que a delegacia punha em minhas costas. Era irônico me encontrar no tipo de lugar que eu tanto costumava abominar e distribuir sermões – sobre “como o diabo habitava em cada gota de álcool, em cada tragada de um cigarro e em cada curva feminina”.
Lutei tanto pela proibição de ambientes como este e hoje me deparo comigo mesmo ansioso a espera da principal razão por eu frequentá-lo. Já não conseguia dormir direito e mal focava em meu trabalho, contando os minutos para o final do expediente para que eu pudesse voltar para ela, para minha musa.
Mito.
Não sabia se esse era seu verdadeiro nome ou apenas um pseudônimo para que pudesse se apresentar livremente. Eu não sabia absolutamente nada sobre ela, a não ser que a mesma habitava meus sonhos desde a noite que a vi pela primeira vez; os olhos verdes me atormentavam todas as noites, instigando-me a me aproximar e tocar sua pele para ter a certeza de que era tão macia quanto parecia.
Tudo que ela fez foi pisar no palco; com aquele simples gesto meu coração já havia sido arrebatado. O vestido escarlate abraçando suas curvas do jeito que eu gostaria de fazer, o cabelo caia por seus ombros e suas costas como uma cascata carmesim. De repente, vermelho havia se transformado na minha cor favorita. Vermelho como seu cabelo, como seus lábios, vermelho como Mito.
Eu desceria ao inferno de braços abertos se pudesse juntar meus lábios aos dela, venderia minha alma caso fosse necessário. Mito era o próprio diabo, seduzindo-me com sua voz melodiosa e arrastando-me novamente a minha perdição. Eu havia me transformado na própria corrupção e me entregado aos prazeres da carne só para poder continuar em sua companhia.
Ela era minha droga, só de botar os saltos pretos em contato com a madeira escura do palco meu coração já palpitava e a euforia tomava conta de meu peito, atingia o ápice do efeito quando ouvia sua voz acompanhando a melodia da música em um espanhol impecável e sentia todo o efeito se esvair quando as cortinas se fechavam e ela sumia mais uma vez. Mito partia e com ela a minha vontade de continuar ali.
Procurava por ela com cada vez mais frequência, entregando-me ao whisky e outras bebidas fortes para aplacar o nervosismo ao esperá-la. Ela nunca decepcionava. O mundo parecia parar enquanto ela cantava, os outros sumiam devagar até que as cadeiras estivessem vazias, a visão da dama de vermelho, como se referiam carinhosamente à ela, sem interrupções das garçonetes – se é que eu poderia chamá-las desta forma – que circulavam pelo salão.
Os ponteiros do relógio demoravam a atingir a meia noite, quando as pesadas curtiram de veludo se abriam revelando Mito por trás do microfone.
Pedi outra dose de whisky tentando inutilmente me distrair olhando ao redor. Quantas vezes já não tinha feito aquilo durante as noites deste mês? Conseguia visualizar o ambiente de olhos fechados.
Sofás de couro preto encostados às paredes, uma pequena mesa da mesma cor na frente destes, pouca iluminação para que seus clientes tivessem privacidade, mesas espalhadas pelo centro do salão em um tom tão escuro quanto os outros móveis. Todos usavam máscaras para manter o clima de mistério e também para preservar a identidade dos figurões que costumavam frequentar aquele lugar.
Pouco me importava se descobrissem minha verdadeira identidade, provar de minha própria hipocrisia era castigo o suficiente para mim, que sempre me julguei um homem tão correto, que tudo isso se exploda de uma vez só! Eu não me importo. Pensei, já irritado, sorvendo mais um gole de meu copo e acabando de vez com seu conteúdo.
Mito parecia saber a hora certa de aparecer. As cortinas se abriram e a música logo começou lenta, diferente das outras vezes. Novamente as pessoas desapareciam e eu podia apreciá-la da vista privilegiada do bar. Alguns sentavam nas mesas que ficavam em frente ao palco, mal sabiam eles que de onde eu estava era muito melhor.
Era indescritível vê-la se entregar de corpo e alma à música, sempre mantendo os olhos fechados. Mexia os quadris em uma dança suave, apenas seguindo o ritmo. Só um louco não cairia aos encantos daquela mulher, e, ali, eu era a pessoa mais sã.
Cogitei a possibilidade de segui-la até sua casa e implorar-lhe para que retirasse aquele maldito feitiço que havia jogado em mim. Eu já não era mais o mesmo, não havia outra coisa em minha mente a não ser seus olhos e o possível gosto de sua boca, que sempre imaginei ter gosto de cereja, Mito era uma sereia e estava me atraindo cada vez mais para afundar-me em seu oceano. E como eu queria me afogar.
Mas a música acabava tão rápido quanto começava. Logo ela se despediria e voaria mais uma vez para longe de mim. Mas, algo naquela noite a fez ficar. Não posso dizer o motivo certo, mas posso jurar que seus olhos encontraram os meus durante sua performance, um sorriso sedutor formando-se em seus lábios enquanto se desafiava a ir para uma nota mais alta – sem deixar de quebrar nosso contato.
Possivelmente seria uma peça de minha mente cansada, nada mais que um sonho do qual eu acordaria suado em cima do colchão velho naquele apartamento de papel de parede antigo, mas não era um sonho – e não sei se deveria agradecer por não ser.
Ela parecia levitar em minha direção, e não pude deixar de erguer o canto dos lábios em um sorriso sacana. Ah, dona Tsuki deve estar se revirando no túmulo neste momento. O último filho acabava de se desvirtuar e decidir honrar a fama de cretino que os integrantes masculinos da família Senju costumavam ter. Perdoe-me mãe, mas minha alma já pertence a Mito.
Ela parou ao meu lado, sentou-se e pediu um martini. Eu precisava falar algo mas tê-la tão perto e poder sentir seu perfume tão inebriante me deixou paralisado. Aquilo só poderia ser um sonho. Ela parecia tão a vontade que não tive a coragem de perturbá-la, pedi mais uma dose de whisky e fechei os olhos apenas aproveitando seu perfume.
Quando voltei a abri-los percebi que ela me encarava em curiosidade, mais uma vez o sorriso voltou a dançar em meu rosto enquanto erguia o copo em sua direção, um brinde silencioso a sua presença. Pude perceber que ela sorriu de canto antes de levar a taça aos lábios, marcando a borda com seu batom, por um momento consegui imaginá-la marcando seus lábios nos meus em um beijo fervoroso.
— Vem sempre aqui? – A voz doce fez-se presente, sem o sotaque carregado que eu esperava que tivesse.
— Todas as noites.
— Então, é normal me ver cantar?
— É o principal motivo para eu estar aqui. – Ousado, eu sei.
Provavelmente acabaria assustando-a mas preferia ser direto. Ela era o motivo por eu estar naquele lugar, ela era minha perdição. Ao contrário do que eu esperava, ela riu. Uma gargalhada leve e descontraída, tão melodiosa quanto as músicas em espanhol que eu não conseguia entender – por mais que tentasse.
— Então eu tenho um fã? – Sorriu brincalhona olhando-me de soslaio.
— Acho que posso afirmar que sou seu fã número um.
— Ah, eu duvido.
— E por quê?
— Porque minha mãe é minha fã número um. – Sorriu mais uma vez, e, por Deus! Aquele sorriso era a coisa mais bela que já havia visto, Mito não podia ser real.
— Posso me contentar em ser o número dois dessa vez. – Disse sorrindo em sua direção, e pude jurar que a o tom vermelho subir para suas bochechas.
—Obrigada.
— Por?
— Por vir todas as noites.
— O prazer é todo meu, Mito. Ou devo chamá-la de outra forma?
— Mito está bom por mim. Você é?
— Hashirama. Hashirama Senju.
— Bom, muito prazer Hashirama. Quem te apresentou ao Desire?
— Dúvida que eu o encontrei sozinho?
— Ora, mas é claro que sim. Você não é o tipo de pessoa que frequenta esses lugares. – E eu realmente não era, mas por ela iria até ao final do mundo. Gargalhei em resposta, balançando a cabeça em afirmação.
— Meu irmão mais novo me trouxe aqui há um mês atrás.
— E desde então você volta para me ver?
— Foi impossível não voltar.
— Gosta tanto assim do ambiente?
— Ele é tudo que eu mais abomino, mas, não importa o que eu faça, eu sempre volto para este lugar.
— Se sente-se tão mal, por que volta?
— Por você.
E mais uma vez o rubor subiu por sua face, talvez, se eu não tivesse bebido tanto, pudesse conter essas palavras antes que saíssem por minha boca, eu me arrependeria pela manhã e provavelmente pensaria em nunca mais pôr os pés aqui, mas eu sei que é mentira. Eu sempre voltarei.
Amaldiçoei-me por ser tão tolo quando ela se levantou e começou a se distanciar, eu deveria ter me controlado, porém, novamente a dama de vermelho me surpreendeu: estendeu a mão em minha direção com um sorriso contido.
— Deixe-me recompensá-lo por todas essas noites. Gostaria de dançar comigo?
— Não sei dançar. – Respondi terminando minha bebida. – Mas adoraria aprender.
Então, deixei com que ela me guiasse até o centro da pista de dança. Eu parecia um boneco de pano em suas mãos, posicionando-me do jeito que ela mandava e seguindo seus passos devagar, como se aquilo fosse similar a aprender a contar.
Mito rodeou sua cintura com meu braços e apoiou sua cabeça em meu ombro quando percebeu que eu poderia guiar a dança sem problemas.
Não pude resistir e apertei-a mais de encontro a meu corpo, aproveitando a sensação de tê-la em meus braços. Eu tinha a certeza de que a amava, ou sentia algo muito similar ao amor, pois, ao segurá-la daquela forma, me senti completo. Era como se todos os sentimentos conflituosos dentro de mim se evaporassem em um passe de mágica. Senti-me ainda melhor quando Mito retribuiu meu aperto e levantou a cabeça, encarando no fundo de meus olhos.
Poder vê-la tão de perto e tocá-la era surreal, mais parecia uma ilusão. Estendi meus dedos em direção às sua bochecha, vendo-a inclinar-se em direção ao meu toque com os olhos fechados e a face serena. Como eu gostaria de beijá-la! Encostei nossas testas, ainda com a mão em seu rosto, mas quem teve a coragem de iniciar o beijo foi ela. Um simples encostar de lábios que teria evoluído para algo mais sério se o dono do local não tivesse nos chamado a atenção para dizer que estava fechando o estabelecimento.
Aquilo pareceu nos despertar de nosso transe. Logo Mito iria para longe novamente, deixando o vazio que me acompanhava todas as noites, nunca senti nada igual àquele momento. Voltaria para a fria realidade das ruas vazias e sem cor que tanto tentava me livrar, caminharia até o apartamento que lutava para me manter longe e adormeceria novamente sem tê-la em meus braços. Por um instante, talvez outro truque de minha mente, pude jurar ver que Mito estava tão desapontada quanto eu.
Saímos pela porta dos fundos, quase enxotados para fora do local, e o vento soprou gélido em nossa direção, fazendo-a abraçar o próprio corpo em busca de calor. Mesmo que estivesse trajando um longo vestido vermelho escuro o tecido não parecia ser grosso o suficiente para esquenta-la. Mais que depressa tirei o blazer que usava, pondo-o delicadamente em seus ombros, Mito sorriu agradecida e agarrou-se ao paletó com vontade.
— Posso acompanhá-la até em casa?
— Não precisa, se preocupar. Moro aqui perto, não quero dar trabalho para você.
— Não é trabalho nenhum. – Respondi prontamente, encarando-a. Ela pareceu sem palavras por alguns segundos e então meneou a cabeça em concordância.
— Obrigada, Hashirama.
Passamos a caminhar na direção em que ela indicou. Acontece que o perto de Mito se tratavam de seis quadras dali, e, em menos da metade do caminho, ela já havia retirado os saltos e andava descalça livremente pelas ruas. Havia desfeito o penteado trabalhado também, deixando os fios caírem em direção ao seu rosto. Posso jurar que nunca a vi mais bonita em todo aquele tempo.
Imaginava o que poderia ter acontecido se a tivesse deixado voltar sozinha por aquelas ruas desertas, já passavam das quatro da manhã e sabe se lá o que havia por ali, pensar que Mito poderia ser atacada por alguém fez todo meu corpo tencionar. Eu nunca poderia permitir que algo assim acontecesse com ela.
— Hashirama?
— Perdão?
— Estava escutando?
— Eu acabei me distraindo, sinto muito.
— Tudo bem, eu acabei me empolgando de qualquer forma.
— Gostaria de ouvir sobre o que estava falando, se não se importar de repetir. – Disse um pouco constrangido e ela me ofereceu um sorriso doce em resposta.
— Estava agradecendo por me acompanhar até em casa, deve ser longe de onde você mora.
— Na verdade, não. – Era mentira, eu demoraria mais de uma hora para voltar para casa, mas se isso significava passar mais tempo com Mito, eu andaria por toda a cidade a pé.
— E o que você faz durante o dia? – Puxou assunto enquanto olhava para os lados, distraída.
— Sou policial.
— Ah, que interessante! – Exclamou animada.– Deve ter uma vida bem corrida, não?
— Um pouco, mas..
— Com certeza mais animada do que a de uma garçonete. – Interrompeu-me com um tom amargurado, suspirando antes de continuar. – Acredita que vim parar aqui esperando ser uma grande cantora e acabei cantando em clubes noturnos a noite e servindo mesas de dia. Patético, não acha?
— Não.
— Não?
— Acho que você tem muito talento e que deveria se esforçar para seguir seus sonhos. –Disse, acendendo um dos cigarros que carregava no bolso. Mito parou a minha frente, encarando-me com intensidade. Dei uma boa tragada, sustentando seu olhar, e pude ver que ela estava prestes a falar algo quando uma grossa gota de água atingiu meu rosto. – Acho melhor nos apressarmos.
— Tudo bem.
Não adiantou muito correr, alguns passos apressados e a chuva desabou em nós dois, encharcando nossas roupas, cabelos e meu cigarro. Joguei-o fora um pouco contrariado enquanto ouvia sua risadinha.
— O que foi? – Perguntei descontraído vendo-a se aproximar.
— É castigo por não dividir o cigarro.
Estava prestes a responder quando percebi que ela não estava mais a meu lado. Estava parada na frente do Teatro municipal, seus olhos brilhavam enquanto encarava o majestoso prédio a sua frente. Aproximei-me o suficiente para ver que ela estava prestes a chorar.
— Eu prometi a minha mãe que voltaria para o interior com fama e prestígio para buscá-la e dar uma vida melhor a ela. – Disse com a voz embargada. – Eu nunca vou conseguir cumprir minha promessa…!
— Sim, você vai. – Disse com determinação, segurando seu rosto entre minhas mãos. – Estarei a seu lado disposto a fazer qualquer coisa para seu sonho virar realidade.
Então eu fiz o que quis fazer desde a primeira vez que a vi. Beijei-a fervorosamente, deixando com que minhas ações mostrassem tudo o que eu sentia naquele instante. Ela correspondeu-me da mesma forma, abraçando meu pescoço e juntando nossos corpos. Minhas mãos desceram para sua cintura enquanto eu aprofundava o beijo, e mais uma vez eu me sentia completo naquela noite.
Infelizmente, tivemos de nos separar, ambos com a respiração descompassada e um sorriso bobo no rosto, e ela encostou sua testa na minha enquanto tentávamos normalizar nossa respiração.
— Eu.... – Tentei formular algo, mas tudo que vinha em minha mente eram palavras desconexas que não expressaram um terço do que eu estava sentindo.
— Eu sei. – Mito riu, ainda abraçada ao meu pescoço.
Ficamos ali por alguns minutos, apenas aproveitando o momento, confesso nunca ter tomado um banho de chuva; e tenho certeza que nunca esqueceria deste. Logo voltamos a caminhar, mais devagar do que antes, torcia internamente para que nosso destino nunca chegasse.
Com meu braço ao redor dos ombros dela e o seu rodeando minha cintura, eu quis que aquela noite nunca tivesse um fim, porque a ideia de ter de me separar de Mito era dolorosa demais.
Infelizmente, havíamos chegado. Estávamos na frente da portaria do prédio de Mito, onde eu tentava inutilmente reunir palavras para despedir-me e seguir meu caminho – eu não queria ir, esta era a verdade.
— Posso esperar por você amanhã?
Aquela pergunta havia me pegado de surpresa e não pude deixar de sorrir. Ela queria que eu voltasse para vê-la mais uma vez.
— Amanhã e todos os outros dias, se desejar.
— Bom, ficarei com seu casaco caso desista de aparecer... Terá que vir buscá-lo aqui. – Piscou enquanto abria a porta do prédio.
— Ainda dúvida que eu vá aparecer? Posso deixar outras peças de roupa se quiser, virei buscá-las uma por uma se for necessário. – Minha resposta fez com que ela gargalhasse alto e me encarasse maliciosamente.
— Por enquanto, o casaco está de bom tamanho.
— Boa noite, Mito.
— Boa noite, Hashirama. – disse selando seus lábios nos meus em um beijo suave e entrasse fechando a porta em seguida.
Daquela noite em diante, eu não reclamaria mais das noites solitárias e não encararia mais a vida como os cenários em preto e branco que eu costumava enxergar, pois agora eles estavam tingidos de vermelho.
Vermelho como Mito.
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