ronaldo-gomes1524093612 Ronaldo Gomes

Nossos DNAs nos definem, desde a cor de nossos olhos até se você se encaixa ou não em um padrão de normalidade pré-estabelecido. Há milhões de pessoas que, assim como eu, são diferentes e todos os dias são agredidos, assediados ou trancafiados em gaiolas como se fossem animais de algum circo de horrores. Leis nos forçam a viver nas sombras, mas acreditamos que o que precisamos na verdade é de ajuda, nós somos a resistência e ajudamos pessoas que são dotadas de habilidades especiais e magníficas. Mas e você? Vai se juntar a nós ou se esconder?


Fanfiction Todo o público.

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DNA

(P.O.V Taeyeon)

De vez em quando, na natureza, uma criatura nasce com um par de genes diferenciados que determinam uma característica específica diferente de seus genitores, não importando se é benéfica ou não. Caso seja uma vantagem, essa mutação pode prevalecer, tornando o mutante mais apto a sobreviver. Com o passar do tempo, esse gene é transferido para outras gerações e os diferentes se tornam uma maioria expressiva, até a próxima transformação surgir e formar outro ciclo.

Segundo Darwin, é assim que nós evoluímos, praticamente “baby steps” a cada um milhão de anos. E bem, aparentemente esses passos foram dados por mim. Devido uma combinação gênica anormal de meus pais, eu nasci diferente sendo o que chamam de “mutante” dentre muitos outros nomes não tão simpáticos. Meu nome é Taeyeon Kim, sou coreana, mas morava em Los Angeles com meus pais desde que me lembro por gente, claro, até ter sido expulsa há alguns dias atrás.

“Expulsa por que?”, você me pergunta. Bem, tudo que não segue um padrão, assusta ou pelo menos causa uma aversão, desconforto ou algo do tipo. Não os culpo por terem medo de quem eu mostrei ser nas últimas semanas, achava que tudo estava sobre meu controle, mas...

Eu estava em um encontro com Jake Summers, um garoto que estudava comigo em nossa época de colégio e era extremamente adorável. Meu fôlego sumia apenas de olhar para ele, seus olhos verdes eram uma total perdição, seus cabelos castanhos eram macios como seda mesmo ajeitados com cera em um topete bagunçado. Seu rosto era uma verdadeira obra prima esculpida pelos melhores artesões, bem como seu corpo. Basicamente ele fazia até mesmo a minha casca grossa virar veludo, minhas pernas tremiam como se eu fosse uma criança.

Tudo ia maravilhosamente bem, até que uma enxaqueca muito forte tomou conta de minha cabeça. As dores haviam começado há algumas semanas e me perturbavam desde então, mas daquela vez foi mais forte que o normal. Ouvia um zumbido estranho, praticamente como se meus tímpanos estivessem prestas a entrar em combustão. Meus joelhos falhavam e o pouco equilíbrio que me restava estava me abandonando aos poucos enquanto Jake me perguntava desesperadamente o que acontecia.

Até que eu não consegui mais e liberei tudo em um único grito.

Toda a enorme e trabalhada construção do shopping e basicamente todos que estavam nela viraram pó em questão de segundos. Na rua, as pessoas olhavam boquiabertas ao que havia acontecido com o maior prédio de Los Angeles, e no meio de gritos, percebo que ao meu redor tem uma fina película lilás que me protegia dos objetos que caíam. Por mais que a dor tenha passado, minha cabeça estava tão cheia e confusa que eu sofria para acompanhar todos os acontecimentos.

E foi aí que me dei conta.

Quem destruiu o shopping, fui eu.

Quem matou todos, fui eu.

Quem matou Jake...fui eu.

Tive uma forte descarga psíquica e desde aquele dia eu venho sido perseguida por um grupo governamental, o C.A.R.E. Não me pergunte o que significa a sigla, não faço a menor ideia. Mas eles têm uma filosofia brutal que visa a minha morte, então eles atiram e eu atiro de volta. No momento que o primeiro membro do C.A.R.E veio atrás de mim, alguns dias atrás, eu soube que minha vida tomaria um rumo completamente diferente e que minha rotina se tornaria muito agitada. Mas tenho que dizer, é um tanto engraçado ver meu rosto em todos os lugares, eu praticamente apareço em todas as manchetes possíveis porque fui classificada como nível 10 de perigo. Algumas delas até dizem que me juntei a um grupo terrorista mutante ou algo do tipo que persegue, sequestra e mata pessoas normais. Infelizmente essa é uma meia verdade, afinal estou perseguindo alguém agora mesmo.

Não me julgue mal, esse cara literalmente acabou de tentar me matar. Estou apenas dando o troco pelo choque que ele me deu com aquela arma maldita. Junto dele estava o filho que devia ter uns seis anos nas costas que chorava desesperado no colo do pai pedindo para ir para casa enquanto corriam pelas ruas, até que um beco sem saída os parou.

- Fique longe de mim, sua aberração – gritou ele, colocando o filho na sua frente, como se ele fosse um pequeno escudo humano.

- Pa...papai – a luz da lua permitia que eu enxergasse um pouco de seu rosto, com as lágrimas brilhando na escuridão.

- Que belo pai, não? – ironizo, me aproximando – Precisava ter atirado em mim? Eu literalmente só estava comprando algo para comer.

- Eu disse para se afastar, monstro! – repetiu ele com um tom de desespero apanhando sua arma.

- Ei, não precisa disso – digo, tentando acalmá-lo – não podemos resolver isso civilizadamente?

- Como se uma aberração como você soubesse o que é ser civilizado – e ele atirou em mim

- Que ofensivo – digo, bloqueando a bala com um escudo psiônico.

- Maldita

- Você tem uma necessidade gigante de xingar, né? Sua esposa deve ficar bem feliz.

- Cale a boca! – gritou ele – Você e sua raça merecem bem mais que isso, deviam ser aniquilados.

- E vocês deviam aprender boas maneiras – digo, estourando seus miolos com minha mente.

Seu sangue escorria pelo nariz e os olhos perdiam seu brilho rapidamente se tornando vazios. Logo seus joelhos cederam e ele desabou no chão. Seu filho gritava desesperado e, francamente, não há uma maneira de isso se tornar fácil de assistir. Por mais que o pai dele fosse uma péssima pessoa e fizesse parte de uma organização que tortura e prende mutantes, era uma vida e eu estou profundamente destruída por ter acabado com ela. O sofrimento no momento é do filho e ele não tem nada a ver com os pecados do pai.

- Me perdoe – digo.

Fujo logo depois disso, a dor dele jamais iria ser aliviada assim e seria burrice minha acreditar que sim, mas eu realmente precisava falar algo para poder dormir essa noite. Talvez ele entenda meu lado, futuramente. Talvez todos entendam. Não sou o monstro que criaram em suas mentes.

Corro até o armazém em que estou refugiada, era bem grande, abandonado e muito escuro, ou seja, perfeito para um esconderijo. Deito em algumas caixas e relaxo minha cabeça sob algumas sacolas, tentando pregar no sono.

- Ei – ouço uma voz.

Acordo desesperada pronta para o ataque.

- Quem está aí? – pergunto.

Um homem se aproxima com as mãos levantadas, com a pouca luz do recinto consigo ver apenas algumas das suas feições. Parecia ser muito bonito e praticamente da minha idade, apesar de ser muito alto e forte. Tinha cabelos loiros e olhos bem azuis.

- Eu sou o James – disse ele.

- O que faz aqui? – pergunto, desconfiada.

- Pergunto o mesmo – disse ele.

- Fui expulsa de casa.

- Pois então já temos algo em comum – disse ele se sentando no chão – o que você fez?

- Não é da sua conta.

- Que agressiva.

Nesse meio tempo ouço uma movimentação estranha na frente do armazém, eram eles, haviam me achado aqui. E estavam em uns oito agentes, devem ter descoberto que matei um deles.

- James, não é? – pergunto, obrigando ele a se abaixar – Seguinte, tem uns caras aqui na frente que vão tentar nos matar. Ou você me ajuda ou não me atrapalha, ok?

- Então eles já estão atrás de você também? – pergunta ele.

- Você...

- Sim, eu também sou uma aberração – disse ele imitando o tom de voz que os agentes usam para falar com nós.

Eu conseguia ouvir os agentes se aproximando, passos cuidados e precisos, todos armados e prontos para acabar com nossas vidas. James logo sai de nosso esconderijo e começa a atacar alguns deles com rajadas cortantes de água, enquanto bloqueava as balas com uma parede de água

- Não pense que a diversão vai ficar só para você – digo.

Conecto minha mente aos agentes que faltavam e ataco neurônio por neurônio até que entrassem em uma espécie de colapso. Foi uma péssima ideia terem vindo com um número tão pequeno de agentes, em minutos todos estavam mortos e derrotados.

- Bom trabalho – disse ele – qual seu nome mesmo?

- Taeyeon

- Que nome esquisito.

- Sou coreana – digo – mas agora vou ter que sair daqui, já que você de algum jeito revelou a minha localização.

- Poxa, desculpa – disse ele – aliás, não vá sozinha.

- O que quer dizer?

- O que acha de juntarmos nossas forças? – perguntou ele – Teríamos mais chances unidos, não? Tipo uma dupla de super-heróis.

- E qual seria meu benefício nisso? – pergunto, levantando uma de minhas sobrancelhas – Você vai me atrapalhar e eu me virei bem sozinha.

- E você acha que tem muita escolha? – riu ele – Acha mesmo que conseguiria acabar com todos aqueles caras sozinha? Eu te vi lutando, não é muito rápida e tem que ficar escondida, provavelmente ia se ferrar se estivesse sozinha.

Ele tinha razão, meu método de luta não é muito eficiente contra muitas pessoas ao mesmo tempo e ainda preciso de muito tempo para que dê tudo certo, fora que a tendência é que as perseguições tornem-se cada vez mais frequentes.

- Me convenceu.

- Ok, e para onde vamos? – indagou ele.

- Não sei, eu fiquei aqui desde que saí de casa.

- Você é tipo uma telepata, né? Não consegue achar algum lugar seguro?

- Não é tão fácil assim.

- O que consegue fazer, aliás? – perguntou ele.

- Quantas perguntas – comentei – bem, por enquanto consigo controlar objetos, voar um pouco, estourar alguns miolos e localizar pessoas.

- Pode achar outros iguais a nós?

- Posso tentar - digo - por quê?

- Vamos precisar de mais pessoas em breve - respondeu ele - é mais seguro andar em grupo.

- Quer nos transformar em Power Rangers? - zombo.

- Algo mais como X-men - diz ele, rindo - combina mais, não acha?

6 de Julho de 2018 às 22:34 0 Denunciar Insira Seguir história
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