shiinya- Shiin Lycan

É incrível a forma como Jimin se sente quente com a aproximação de Taehyung. Sua besta interior necessita daquilo, e ele não pode negar, porque não é só seu subconsciente que o deseja.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

#vmin #minv #taemin #toptaehyung #omegajimin #abo
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Incêndio


Há algo na maneira como Jimin espera sua tão maldita transformação, sem que ocorresse nada, há uma coisa forte que não o permite se completar e Jimin se frustra, ele está cansado daquela forma humana, era tão frágil...

E mesmo que fosse de sua natureza, era diferente.

Ele queria correr, sim, correr do mundo, da vida pacata, mas o impediam de um modo tão grotesco que Jimin quase sente que vai morrer. Estava com frio — ele odiava aquilo —, com fome e se sentia preso.

A noite de lua nova não servia mais para seu desejo de se libertar por alguns dias.

Seu celular toca, e Jimin não quis atender, seja lá quem fosse, mas sua destra assemelha-se a um imã quando a tela acendeu, mostrando a foto do seu melhor amigo em fios ruivos, uma foto velha, sabia, mas poxa, Jimin gostava tanto das madeixas de Taehyung vermelhas.

— Sim?

— Jimin, você está bem? Aconteceu algo? Você praticamente saiu correndo de mim, hoje... Eu fiz algo? Te disseram algo? Esses dias você me pareceu tão ansioso, tem alguma coisa pra contar?

— Tae?

E Jimin conteve uma risada eufórica quando o outro suspirou através da linha.

— Eu estou bem.

Silêncio.

Jimin visualizou os próprios pés, mexendo os dedos, numa tentativa falha de tentar saber o que estava acontecendo. Agora, só podia ouvir a respiração de Taehyung enquanto sua mente tentava formular respostas.

— Eu quis te ver na faculdade.

O Park abriu a boca em surpresa, era raro escutar algo assim vindo de Taehyung, e estranhamente, Jimin se sentiu um pouco quente demais, e não eram suas bochechas se esquentando pela provável vergonha.

— Não fuja de mim, amanhã.

— Mas eu não fugi, eu só... — “voltei correndo porque não queria que você visse o que tanto escondo, mas alguma merda deu errado, você pode vir aqui me abraçar e dizer que está tudo bem?”.

Não o disse, porém.

— Posso contar com sua aparição na minha sala?

— Claro — Sorriu, por fim, se achando um tolo ao que uma estranha quentura subia pelo seu corpo. Não por estar se sentindo assim com a voz do Kim, mas sim por... Pensar no outro de um modo que não podia.

— Boa noite?

— Boa noite.

Jimin não teve uma boa noite, no fim, passou tempo demais observando seus pés humanos e a lua nova através da sua janela, o vento frio batendo defronte com seu rosto, bagunçando seus fios acinzentados. Havia algo no seu estômago, uma sensação se apossando de si, e sequer imaginava o que era, ás vezes, pegava-se tanto tempo distraído que lhe acontecia isso, mas acontecia com mais abundância desde o mês passado, desde a última vez que faltou aulas e mais aulas da faculdade para se aventurar na floresta próxima à cidade.

Passou a noite em claro, sim, quando o sol apareceu no céu junto com as nuvens que denunciavam a provável chegada do inverno e sua neve, Jimin continuava sobre sua cama, abraçado com seus joelhos.

Estava cansado, mas não iria preocupar Taehyung e Hoseok, não quando eles foram as pessoas que melhor o tratavam desde quando pisou os pés na faculdade que era obrigado a frequentar devido aos seus pais.

Tsc, nem ali eles estavam.

Seus pés, preguiçosos, se arrastaram pelo chão gélido até que fosse se arrumar. O receio se fazendo presente em todo o seu ser. Imagina só Jimin acabar mostrando seu verdadeiro “eu” no meio da faculdade? Merda! Queria faltar, estava com medo.

Ignorou os próprios protestos.

Respira fundo, ele pensa.

Seu suéter parecia mais quente do que deveria. O que estava havendo? Não deveria largá-lo ali, de qualquer modo, então o vestiu. Ao que esteve pronto, buscou sua mochila e com o coração acelerado o suficiente para fazê-lo ter uma crise, e enfrentou o frio do mês.

Os passos estavam mais pesados, sua respiração mais ofegante, ele precisava de ajuda. Contudo, quem iria o ajudar? Taehyung? Hoseok? Esse último provavelmente o largaria num zoológico.

Mamãe e papai? Estavam desfrutando do dinheiro sujo em Miami. Desligariam o celular, Jimin conhece sua família.

Estava sozinho.

— Jimin!

Ele se vira, é notável o quão Taehyung está aliviado por vê-lo ali, Jimin sabe disso porque não demora em ter a cintura envolta pelos braços magros. E ele tenta retribuir, seus dedos se erguem para fazê-lo, mas acabam parando no tecido do casaco azul e branco do outro.

É estranho.

— Eu pedi pra você ir lá à sala, mas não aguentei te ver aqui — O abraço é desfeito e Jimin está rindo da preocupação de Taehyung, que o estapeia no braço.

— Não precisava se preocupar comigo — Ele soa sincero e é exatamente assim como ele quer parecer. Merecia um prêmio de ator, aliás.

— Yoongi me encheu de piadas de mau gosto! Eu bati nele, por sua causa — Jimin ri mais, sabe como os dois irmãos eram, quando juntos.

— Desculpa, não vou repetir.

Taehyung não responde porque sabe que não é verdade, o misterioso Jimin está sempre escondendo algo dele, e mesmo que não concorde com tais ações, entendia o lado dele.

Eles andam juntos, calados, aproveitando somente a companhia até que as suas respectivas salas os separassem, e Taehyung afirma pela terceira vez que quer ver Jimin, no intervalo.

É hilário.

Taehyung realmente se preocupou com ele.

As primeiras aulas não foram difíceis, mas confusas, Jimin hora ou outra podia ouvir demais, ver demais, como se houvesse uma batalha interna em si. E ele só queria se livrar logo dos professores falando — pois merda, parecia que as vozes ficavam mais altas, e Jimin sabia que isso não acontece quando ele está assim, vivendo como uma pessoa normal, sem que ninguém desconfie que há uma besta pronta para atacar e trucidar pedaços do primeiro que o ameaçasse de alguma forma.

Pela segunda vez, Jimin preferia correr e se trancar no quarto, mas Taehyung vinha em sua mente conturbada e após suspiros, Jimin desiste da ideia.

Suas mãos estavam inquietas e insistiam em escrever coisas e mais coisas que eram anotadas no quadro branco, mesmo que ele quase nunca fizesse isso. Ele sabia que não estava bem, e desejava fugir.

Fugir de si, fugir de Taehyung.

Nervoso, esfregou os dedos uns nos outros e jogou os fios cinzentos para trás. Não se recorda de tê-los penteado, mas foda-se, ninguém se importa. Em uma ação agonizante, Jimin lambia os lábios, e quando o sinal soou forte em seus tímpanos, e uma aglomeração não tardou em se levantar e dirigir até a porta.

Ele suspirou aliviado, puxando o suéter bonito na tentativa de amenizar o que sentia, e ao não obter sucesso, permite que sua cabeça descanse sobre seus braços sobre a mesa lateral.

Desconfiava do que estava acontecendo, mas se sentia desesperado, era quase impossível das suas suposições estarem certas, só que, enquanto não conseguisse questionar a uma bruxa qualquer ou alguém que possa ajudar, só isso poderia ser assegurado por sua mente.

Cinco, seis, sete, oito... Minutos se passaram até que Jimin finalmente resolve sair dali, Taehyung o esperava, provavelmente com Hoseok. Nos corredores cheios, Jimin se incomoda, é questão de tempo para que fugisse daquele mar de sensações.

E merda... Quando avistou Taehyung sentado sozinho no banco que havia ao redor de uma árvore, seus pés andaram ligeiro, sua mente nublada querendo e ansiando ouvir a voz de Taehyung.

— Jimin!

Uma droga, era o que a voz de Taehyung parecia para si, uma coisa viciante demais para sua (in)sanidade.

Ele estava sozinho, a faceta de preocupação se fazendo presente.

— Por que demorou?

— O professor segurou a turma um pouquinho — Mentiu, disfarçando com um sorriso, porque sua necessidade de não ser descoberto ou ter alguma desconfiança em si era realmente grande.

Porque ele gostava da companhia de Taehyung.

Na verdade, ele já não sabia o que sentia direito, era estranho, confuso de um modo estranhamente fervente, parecia-lhe, que, ao estar com o Kim, seus sentimentos se transformavam numa bagunça repleta.

— Você não me parece muito bem — E não estava, mas Jimin era teimoso o suficiente para insistir naquela coisa que se seguia desde sempre.

— Que tal dormir lá em casa hoje? — O assunto mudou pacificamente, mesmo que Jimin soubesse que o Kim havia notado a súbita mudança.

— Aceito, não quero te deixar sozinho esses dias.

Um pouco de silêncio, por favor, Jimin queria conseguir raciocinar direito.

— Jimin, seu cheiro está diferente... Você caprichou no perfume hoje, sim?

Jimin congela. Ele não usa perfume e... Merda, não podia sentir o próprio cheiro.

— Acho que não... O quão perfumado estou?

Ele tenta. Mas... Se fosse o que estava pensando, por que tão cedo? E principalmente, faltavam mais de uma semana pra aquilo, e no tempo certo, aliás.

Taehyung se aproxima; é necessário, de tão longe o perfume de Jimin era quase nada.

Permitiu que os dedos tocassem na barra do suéter do Park e tão logo seu nariz aspirava diretamente no pescoço do outro. Um cheiro único invade suas narinas, grosseiramente afetando todos os seus sentidos, e Taehyung jura que pôde ver os pelinhos de Jimin se eriçando, assim como os seus.

Jimin paralisa, quase prende a respiração. Merda, Taehyung não podia fazer aquilo, não quando...

— Jimin, seu perfume é viciante... É novo?

Taehyung está sussurrando rente a orelha alheia, enquanto se afasta tão de leve que Jimin está quase o empurrando, apenas por não conseguir aguentar aquilo.

— Sim, sim — Internamente, Jimin está se xingando, é óbvio que mentir não iria adiantar muito, e só lhe daria dor de cabeça depois. Mas, ah, merda, já estava tão envolvido naquela bola de neve, era tão grande que provavelmente acabaria uma cidade numa avalanche sem igual.

Taehyung morde o lábio inferior, estranhamente ele quer sentir um pouco mais do perfume de Jimin, e isso é esquisito; quer dizer, eram Park Jimin e Kim Taehyung, ali. Então, se aproxima novamente, é tentador, Taehyung aspira fortemente e assopra sem querer a pele cheia de pintinhas.

— Onde está Hoseok? — Jimin muda de novo o rumo da conversa, claramente sem ar ao que Taehyung pareceu se aproximar um pouco mais, quase como querendo abraçá-lo, e quem visse de fora não iria achar uma cena muito legal.

Taehyung pisca os olhos algumas vezes, está em estado de bipolaridade total, o torpor que lhe atingiu, se dispersando como uma nuvem, assim como o céu se fecha, possibilitando a chuva que iria cair, em provável poucos instantes.

— Não veio hoje...

Jimin sibila um “ah” quase inaudível, se forçando a não pedir por Taehyung, porque definitivamente não podia. Na verdade podia sim, só que não devia se fosse para manter sua completa discrição e não parecer um idiota para o Kim.

Os fios cinzentos foram jogados para trás novamente, o olhar inquisitivo de Taehyung sobre si, o causando calafrios estranhos, e pareceu intenso o suficiente para que seus pelos se eriçassem, e um suspiro involuntário escapulisse por seus lábios.

Taehyung o imitou, da mesma maneira.

Havia uma nuvem instável, densa demais para que os fizesse enxergar o que podia parecer tão óbvio. E Jimin agradecia por isso, não saberia lidar com mais nada que não fosse aqueles pensamentos que lhe invadiam a mente por uns instantes.

Era pecado que Jimin tivesse imaginado Taehyung suspirando daquela maneira abaixo de si? Segurando sua cintura com possessão, o forçando e forçando mais para baixo.

Outro suspiro.

— Ainda acho que você não está bem.

E não, ele não está.

De um modo instintivo, ao que o Kim tocava sua testa conferindo sua temperatura, Jimin ergue o olhar e eles sustentam aquela tensão por alguns segundos antes que o toque de Taehyung desça por seu rosto em uma carícia imperceptível, alcançando seu pescoço e continuando a conferir o imaginado.

— Você está com febre — A fala é mansa, calma, parece que Taehyung está conversando com uma criança. — Preciso cuidar de você.

Taehyung sorriu leve para si, e Jimin se praguejou por estar pensando em coisas inapropriadas, mas a sua mente maldita e necessitada não o deixava quieto.

— Taehyung oppa!

Os dois viraram na direção das duas garotas que se aproximavam, e Jimin emputeceu ao ver o sorriso quase sacana sendo dirigido ao seu Taehyung.

Foi instantâneo! Aquela garota era louca e abraçava Taehyung com uma clara face cínica. Eles não demoraram ali, na verdade, o Kim se sentiu incomodado por receber tanta atenção, aleatoriamente e do nada. Mas para Jimin e seus instintos, aquela aproximação ofendia-o, porque merda, Taehyung estava ali e consigo!

— O que foi isso? — A de cabelos ruivos perguntou, assustada.

Jimin arfou; merda, ele não estava conseguindo se controlar.

— Foi um rosnado, não foi?

Merda, merda, Jimin estava perdido! O que ele iria fazer, então? Fingir que não ouviu nada? Dizer que foi ele, apenas sem querer?

— Foi um cachorro, acho — Taehyung afirmou, nem ele sabia de onde veio aquele som, mas estava tão próximo...

A gengiva de Jimin coçava, e seus dedos não queriam ficar parados, logo roçavam na barra da camiseta, atraindo a atenção alheia.

— Você está bem?

— Sim... — Sua voz soou um pouco mais rouca, e Jimin quis chorar.

— Tae oppa, você está livre depois das aulas?

Taehyung olhou bem para Jimin, que fechava os olhos, se aproximando de si como um cachorro pedindo carinho, e o Kim soube na hora que não, Jimin não estava nada bem. Instintivamente os dedos de Taehyung conferiram a temperatura do outro mais uma vez, e não soube o que fazer, porque Jimin continuava naquela temperatura, e esperava que estivesse errado, que Jimin não estivesse a ponto de começar a delirar ali.

Taehyung não sabia o que fazer, aliás.

— Não, desculpem.

Hannah, a suíça ruiva, forma um bico nos lábios, trocando olhares com a amiga, antes que começassem a insistir.

— Oppa, você pode desmarcar? Nós queríamos mostrar algo...

Respira fundo, Jimin pensa e o faz, não permitindo que sua atenção saísse das garotas. Céus! Estava quase agarrando Taehyung ali mesmo, já podia sentir o calor subindo por suas pernas, percorrendo sua intimidade, até se alastrar pelo corpo inteiro.

Taehyung joga os fios pretos para trás, buscando uma maneira de se livrar discretamente das duas e ajudar Jimin, porque ele conseguir vê-lo tremer, precisando apoiar em si para que nenhuma tragédia acontecesse.

— Não pode ser outro dia?

— Oppa!

Elas insistem, e Jimin quer perfurar as duas com os olhos, e... Merda, ele podia sentir sua visão mais apurada...

Oh, não, seus olhos estavam mudando de cor.

Foi rápido, por sorte, quase se bateu por ter se deixado levar por aquele sentimento forte.

Jimin se afasta da mão alheia, se levantando ao perceber o sinal tocando.

— Te vejo mais tarde — Jimin finaliza e anda com seus passos apressados antes que Taehyung pudesse dizer algo.

Sequer pôde ver aquela mordida discreta nos lábios de Taehyung, que se sentia um completo imbecil por ter imaginado algo que não devia. Aqueles pensamentos de quem tem a mente pervertida e não pode fazer nada, mesmo que no caso de Taehyung, a culpa fosse toda do lobo ômega, apesar de não saber desse fator.

— Não, garotas, eu vou pra casa do Jimin, hoje.

Jimin suspira aliviado ao se encontrar na sala novamente, passando despercebidos por seus colegas — nem tanto já que uma jovem o olhou de modo tão perfurador que quase o desestabilizava.

Senta-se sobre sua cadeira, contando os segundos para que as aulas terminem logo, porque ele não quer mais, está sendo difícil lidar com aquele sentimento de quentura que se instala dentro do seu corpo.

Estava sendo jogado para a beira do penhasco e sabia disso; mas não era sua culpa, afinal.

Não sabia que aquela merda iria acontecer; não fazia ideia de que estar perto de Taehyung ficasse tão difícil devido à sua impossibilidade de conseguir o que tanto almeja desde o mês passado.

E para piorar, havia aquela maldita sensação de ansiedade para o que estava por vir. Não estava fraco, Jimin quase choraminga entre os adolescentes apenas porque sua inquietude remetia a uma coisa que não conseguiria.

Ah, porra, que caralho difícil de lidar.

A quem estava querendo enganar ali?

Ele era um ômega, e Taehyung era um humano qualquer, que não fazia ideia do que acontecia com Jimin; mas a sua necessidade era de estar próximo do Kim quando acontecesse.

Só que eles não podiam; primeiro porque Jimin não é nem a metade do que Taehyung imagina, e segundo porque não quer machuca-lo.

No decorrer do dia, Jimin segura a vontade de chorar e a inquietude. Está tudo tão quente, tão insuportavelmente quente... Ele está suando frio e sabe disso. Quando encontra Taehyung sorrindo para si perto dos portões, Jimin suspira profundamente, é terrível, compreende.

O silêncio durou bastante tempo, já que Taehyung e Jimin não se sentiam confortáveis para iniciar um diálogo, o primeiro porque sabe que há algo que ele não sabe sobre Jimin e este, com medo de que qualquer coisa que fizesse ou falasse denunciasse seu segredo.

Seguiam calmos por fora, e por milésimos de segundo, Taehyung abre a boca para pronunciar-se, sem conseguir obter as palavras que ansiavam por ser soltas.

Entre eles, havia uma parede invisível, mas forte a ponto de deixá-los com as mãos atadas, e o pensamento longe, sem enxergar o óbvio — que, aliás, qualquer pessoa notaria menos eles mesmos.

Em poucos minutos de caminho, se encontravam em frente à casa do Park, vazia, como sempre; Taehyung nunca havia visto os rostos dos pais de Jimin.

— Nada em sua casa muda, não é?

Jimin riu, sabe do que ele está falando.

— Prefiro do jeito que está — Comenta e joga a mochila no chão, Taehyung se põe em seu sofá como um maldito preguiçoso; e Jimin o lança aquele olhar de descrença ao notar os pés ainda calçados em seu estofado.

Instantaneamente, antes que pudesse levar um grito, Taehyung se livrou dos sapatos.

— Melhor assim — Uma pausa. — Vou tomar banho.

Taehyung concorda, sacando o celular do bolso, faz Jimin revirar os olhos. Por que havia chamado ele, afinal?

Ah, sim...

...porque queria ficar próximo dele.

Jimin suspira, é errado, sabe disso, mas quando remove as roupas do corpo e se joga sob a água gélida, não há nada certo e nem errado, ele só pensa que merda, Kim Taehyung está ali, em sua sala.

Porra.

O calor que subia pelo seu corpo parece diminuir com as gotas caindo em si, porém, quando seus dedos marotos descem por seu abdome, há algo, uma súbita vontade que lhe atinge em cheio, o deixa tonto... É o cheiro de Taehyung. Parecia tão mais forte, tão mais atrativo tão, tão, tão mais saboroso. Ele inspira e expira a fragrância, solve com desejo aquele cheiro másculo do garoto que está apenas alguns cômodos distantes de si.

É imprescindível, difícil de controlar, Jimin sente as vibrações correrem por seu corpo de uma maneira tão maldita que ele precisa se apoiar na parede; de repente tudo gira, ele está tonto, está inebriado.

Não soube quantos minutos ficou ali, apenas sentindo, no entanto, foi tempo o suficiente para ouvir a voz de Taehyung o chamando em um grito preocupado.

Então, Jimin finalmente abandonou aquela bolha que se instalou desde que chegaram, gritando de volta, somente para não ter Taehyung indo até ali e o deixar ainda pior.

Seu suéter azul e branco o acolheu da sensação de torpor que seu corpo sensível parecia sentir. Jimin suspira novamente, já virou uma mania indescritível.

Seus olhos captaram-se através do espelho, onde Jimin notava que por fora não havia nada de estranho, sendo que por dentro, sua alma parecia arder em um fogaréu tão quente, quase como se pudesse sentir o fogo ali, se alastrando por seus órgãos, fazendo sua cabeça girar.

E não para por ali, ao dar de cara com Taehyung, em sua sala, algo o para, algo forte, seu corpo paralisa e é questão de segundos para que começasse a inalar o cheiro de preocupação que os poros do Kim soltavam.

— O que aconteceu? Você está pálido — Taehyung não ousa levantar, porém. Sabe que Jimin se afastaria se o fizesse e isso era a última coisa que precisava naquele momento.

Taehyung inspira profundamente; é o perfume de Jimin que está se dispersando pelo ar, como uma nuvem de fumaça, só que invisível.

— Que perfume é esse?

Taehyung fecha os olhos, aspira mais uma vez.

E os de Jimin brilham em um amarelo escuro de uma maneira tão rápida que por sorte, o de cabelos pretos não notara.

Taehyung estava tão lindo jogado naquele sofá, tão fodidamente gostoso; Jimin perdeu os sentidos, nada mais acontecia a sua volta, apenas...

Por que os olhos dele pareciam estar o chamando?

Era inalcançável o que se passava na sua mente pervertida.

Ah, maldita.

Mas não foi o suficiente pra fazê-lo conter aquela sua necessidade de Taehyung.

E por isso, em um ato de desejo sexual intenso, seu corpo se moveu até que...

...estivesse sentado sobre o colo de Taehyung.

— Jimin? O que foi?

Questiona, é inacreditável o modo como suas mãos foram diretamente para as coxas firmes, apertando ali para descontar toda aquela sensação de ansiedade que o corroia. Jimin abria a boca várias vezes e piscava como se houvesse uma coisa que não o deixasse se revelar.

Eu não sei, ele quis dizer, mas não conseguiu pronunciar nenhuma palavra, a voz do Kim entrava por sua audição e ecoava em sua cabeça, mesmo que não fizesse sentido algum.

— Jimin...?

Taehyung estava muito preocupado, sim, prestes a enfiar Jimin em um carro e levá-lo a um médico – ou talvez quem estivesse precisando fosse ele mesmo, porque jura que aquela vontade insana de puxar Jimin para si não era normal.

Foi tudo tão rápido! Em um momento Jimin estava apreciando a voz de Taehyung e no outro calava-o com sua boca – mesmo que o gemido surpreso do Kim não mostrasse isso.

E foi intenso, também, os lábios de Jimin se movimentavam conforme sua música pessoal, numa batida eletrônica tão forte que ele sequer prendia a respiração, como devia fazer. Suas mãos, inquietas como sempre, não tardavam em tocar os tecidos incômodos do Taehyung.

Queria tanto que ele tirasse aquela merda.

Jimin, por aquele tempo achou que por estar sendo retribuído daquela maneira, era sinal que seu alfa – ah, sim, havia isso, o desejo de chamá-lo assim, mesmo que Taehyung fosse apenas um humano – o queria tanto quanto si.

Manhoso, gemeu arrastado, sentindo as mãos do Kim agarrarem sua cintura, possessivo, forçando-o para baixo, ao que erguia o quadril e causava uma fricção errônea. Era indescritível, a sensação de êxtase se aprimorando em ambos os interiores alheios. Jimin se deixa levar pelas mãos firmes, mexe a bunda porque vai enlouquecer se não o fizer; e ele rebola, ouve Taehyung gemer para si.

O beijo é lascivo, nenhum dos dois sabe o que está havendo, mas não querem parar. Park Jimin está uma bagunça, seu corpo queima, seu coração acelera, é inevitável, suas mãos apertam as roupas de Taehyung enquanto sua boca trabalha em acelerar aquele processo.

A língua atrevida atacava – nenhum termo parecia se encaixar no caso além desse —, sim, atacava, todo o interior bucal de Taehyung, grudando-se à semelhante algumas vezes, uma coisa capaz de deixar Jimin tão miseravelmente necessitado que provavelmente em segundos suas presas cresceriam.

O Kim não compreende, apenas retribui porque merda, Jimin tinha um beijo tão bom, destrói cada estrutura sua, acaba com sua sanidade.

Eles gemem em conjunto, Taehyung se senta sobre o sofá ainda com Jimin sobre si; suas mãos o forçam para baixo e ele rebola com vontade, de tamanho jeito erótico que o Kim não iria conseguir aguentar.

Jimin arfa, afasta sua boca da de Taehyung para gemer ainda mais.

E então, sua ficha cai, quando o Kim o olhava de modo estranho, como se não entendesse aqueles atos.

— Jimin? Mas que porra...?

Taehyung arregala os olhos, sua respiração ofegante denunciava o quão estava gostando daquilo, sendo que porra, ele não estava entendendo absolutamente nada. Sua mente em branco, os fios desgrenhados caindo sobre a testa úmida.

Segundos depois, Jimin se encontrava sobre o sofá, os olhos aquisitivos e confusos o mirando em descrença. Suas mãos juntas mostravam o quão inquieto estava e os lábios em vermelho chamativo eram constantemente umedecidos. Eles estão loucos, Taehyung, de pé, procura uma calma dentro de si sem a encontrar, ele só quer voltar lá e beijar Jimin até ele ter a boca dormente.

— Tae... — Está chamando-o, quase o puxa para si novamente.

— Jimin, não.

Ele pausa. Há uma disputa entre a razão e a emoção dentro de Jimin, e ela é acirrada, ele só pensa em jogar Taehyung naquele tapete e se sentar em seu colo, fazê-lo gozar com seus movimentos errados.

— Por quê...?

Não encontra uma resposta para sua pergunta, Jimin está o olhando com aqueles olhos brilhantes, que oscilavam em um brilho diferente e Taehyung jura que está ficando louco quando sente medo daquele olhar, parece que Jimin vai matá-lo com aquilo.

E Jimin não responde, está ocupado demais buscando controlar sua besta interior que está animada — seu pau semiduro mostrava isso também.

Merda!

Jimin se remexe naquela inquietude, se levantando rápido para correr até seu quarto e trancar a porta. Ele está ofegante, busca desesperadamente por ar e só consegue aspirar o cheiro de Taehyung. É sufocante, é arrebatador, ele sabe que o outro está em sua porta quando o cheiro se torna dez vezes maior e a voz dele se faz presente.

— Jimin? Me explica o que está acontecendo? Por que... me beijou? — Soa como se tivesse sido difícil dizer aquilo, sentir aquilo, e Jimin acha que Taehyung vai odiá-lo.

— Vai embora — Sussurra, se senta no chão frio, controlando seus hormônios de ômega.

Taehyung não quer ir, ele quer continuar beijando Jimin!

Mas precisava entendê-lo antes, não era possível aquela situação... Quer dizer...

Taehyung não era hétero?

Jimin também, não era hétero? Até dias atrás eles estavam observando as garotas da torcida do time de basquete da cidade, e bom, os comentários não poderiam ser ditos em ocasião.

O Kim respira fundo, pensa e repensa no que poderia fazer e entende que Jimin também está confuso, ele não teria corrido daquela maneira, os olhos brilhando em algo que observou ser arrependimento.

Mas teria Jimin se arrependido pelo quê?

Taehyung quer se sentir daquela maneira, é errado, afinal, porém, aquele sentimento estava tão distante, tão longe de ser cogitado pelo seu corpo. É notável o quanto o Kim anseia por mais, aspira o ar em busca daquele cheiro que não saía de Jimin e parece mais forte cada vez mais.

— Jimin...

Ele sussurra, o pouco de juízo que lhe restou o manda ir embora realmente e ir para casa, mas o corpo de Taehyung não consegue entender isso, não dá, não dá.

— Sai, Taehyung.

Ele sabia que Jimin não queria realmente aquilo, conhecia ele o suficiente – era o que achava – para chutar que se remoia ali dentro, mas Taehyung não queria se precipitar, por isso abriu mão daquele anseio de tocar Jimin um pouco mais e atravessou o portão de entrada.

Precisava desabafar com alguém, e sabia perfeitamente quem estava disposto – ou não – a lhe ouvir.

Taehyung não parecia enxergar nada à sua frente enquanto caminhava pelas ruas, sua mente se encontrava distante, mais especificamente, na voz de Jimin gemendo seu nome, na expressão prazerosa que se pegou observando quando simulou uma estocada bruta naquele sofá... Jimin estava tremendo sob si, e ele desperdiçou aquela chance, que provavelmente não teria de volta.

Sua cabeça estava uma bagunça, assim como seu corpo que ainda sofria pelos espasmos colaterais que era Park Jimin em seu colo com a boca colada na sua.

Taehyung se dirigiu assim para casa: confuso, quente e com uma puta ereção.

Efeitos.

Havia um sinal de interrogação em sua mente, as palavras ‘hétero’ e ‘Jimin’ se misturando em um questionamento radical; Taehyung acha que vai ficar louco, está completamente alheio ao que acontecia, apenas sentia.

Sentir... Sim, ele sentia, e era denso, um sentimento que se alastrava por todo seu interior e o revirava em pura agonia.

De qualquer forma, ele ainda iria atrás de Jimin mais uma vez, porque deseja, e somente isso.

Mas antes, precisava descansar e ouvir a opinião de alguém de fora, seu irmão era a única opção e Taehyung quer se bater por precisar da ajuda daquele garoto preguiçoso que não parece ser mais velho que si.

— O que eu fiz pra pagar dessa maneira?

Murmura contra o vento cortante, seus pés em passos apressados ao que alcançava o edifício onde morava. Tinha alguém saindo, era seu pai, que acenara para si antes de dar partida no carro e sumir por aí. Não retornou, porém, sequer raciocinava para se recordar sobre qual lugar o mais velho estava indo.

Quando atravessou seu portão entreaberto e porta, suspirou com pesar, o ar daquela casa não era tão aconchegante quanto de Jimin.

— Quem matou você?

Yoongi riu para si, se erguendo no sofá e observando atentamente o outro revirar os olhos numa clara frustração.

Quis rebater, sim, mas a única coisa que lhe escapou da boca foi um pedido de ajuda, pois havia um dilema complicado para ser resolvido ali, dentro do seu corpo, capturando nessa imensidão até mesmo sua alma.

Taehyung se sentou próximo à Yoongi, jogando os fios para trás e suspirando brevemente antes de finalmente se desabar para alguém, talvez realmente a única pessoa que pudesse o auxiliar.

— Jimin e eu... — Inicia, as palavras sumindo e voltando, deixando difícil sua necessidade de conversação. — Nos beijamos.

Um breve silêncio.

— Demorou, hein? — Taehyung o olha, indignado com seu irmão. — Ah, não me olha assim... Dá pra notar de longe que vocês só não se comeram ainda porque você tem muita glicose anal!

— Yoongi! Isso não é verdade, eu sou hétero — Ou ao menos achava que era.

— Hétero? Taehyung, no dia que você trouxe o Jimin aqui em casa, estava bem nítido o quanto você queria ficar a sós com ele, e não era por um motivo qualquer. O único hétero aqui sou eu.

— Hoseok quem o diga — Murmura para si, rindo sozinho ao receber um olhar perfurador.

— Enfim... Por que está tão assustado com um beijo? Ele é muito experiente pra você? — Alfineta, mesmo sabendo que ambos os lados deveriam ter a mesma porcentagem de experiência; na sua percepção de irmão mais velho, talvez 22%.

— Não é isso, é que... Foi de repente, sabe? — Há algo impedindo sua garganta, as palavras não saem, sua boca se abre diversas vezes, mas a vergonha o toma de um jeito que faz suas orelhas esquentarem.

— Como assim?

Taehyung se esforça; precisa falar aquilo de uma vez.

— Ele... Sentou no meu colo e me beijou... Quando... Quando saiu do banho, e... Yoongi, eu não sei, eu só deixei, retribuí, foi tão quente e...

— Você está assim por que tomou iniciativa? Taehyung, eu ainda não entendi. E, aliás, preciso dar os parabéns para Jimin, porque se dependesse de você, iriam continuar a vida sem se foderem por aí.

— Kim Yoongi!

Eles riem, mas é notável que Taehyung está nervoso, seus dedos inquietos apertam seu casaco com força.

— Outro dia, nós dois estávamos espiando as moças do time de torcida, e falamos bastante dos jeitos delas, se é que me entende. Eu gosto de corpos femininos, Jimin também, mas... Ah, merda, Yoongi...

Quase choraminga, se frustrando com os pensamentos embutidos numa curiosidade e ansiedade que possivelmente não houvera sentido antes.

— Você não olha nenhum garoto como faz com Jimin.

Yoongi soa sincero, ele sabe o que Taehyung está passando; é a fase da aceitação, depois das frases certas seu irmão iria correndo atrás do Park e eles provavelmente iriam se resolver — na cama, sem roupas —.

Taehyung não compreende o que aconteceu, não faz ideia do caminho que deveria ter traçado ao invés de voltar para casa porque Jimin o ordenara.

— O que aconteceu depois do beijo?

— Eu meio que fugi...

— Eu não estou acreditando nisso, Kim Taehyung.

— Não me chama assim! — Respira fundo, procura dar atenção a outra coisa que não fosse o olhar acusador de Yoongi. — Você tinha que estar lá pra me entender...

— Ainda bem que não estava, meus olhos não iriam aguentar.

—... nós iríamos transar, eu tenho certeza. Ele... Ai, Yoongi, ele rebolou tão bem no meu colo, e... E sua boca me fez ir ao céu e voltar...

— Para, idiota, não quero ouvir sua narração de um filme pornô, já entendi, vocês iriam transar e você não sabia o que fazer! Mas, e o que ele fez?

— Correu para o quarto e me mandou ir embora.

— Eu vou te socar, Kim! Ele queria dar pra você, e o que a criança de cu doce, faz?! Foge! Meu Deus, alguém me segura senão vou cometer um homicídio.

— Yoongie! Eu pensava que era hétero antes de ele me beijar, o que queria que eu fizesse? Tratasse o Jiminie como uma garota? Aish, não me faz sentir pior que já estou.

— Agora você sabe que por conta de Park Jimin, heterossexualidade não existe mais em você.

— O que eu faço?

— Sei lá, fode com ele.

— Ai meu Deus, eu desisto de você, Yoongi!

Taehyung se exaspera e procura levar sua mochila para o quarto. Uma forte vontade de ligar para Jimin o invade, o deixa incapacitado de querer outra coisa, e mesmo que soubesse que não seria atendido, ele aperta o botão da ligação, a imagem do Jimin de fios acinzentados estampado na sua tela.

E de repente, ele se vê admirando toda aquela face bonita ao lado da sua. Eles estavam tão próximos... Os rostos praticamente colados, e ele se recorda de que naquele dia ele agarrou Jimin pela cintura para bater fotos e mais fotos apenas porque gostou do novo visual e queria deixá-lo na galeria, com a companhia do Park.

Será que eles sempre foram daquela maneira, e Taehyung não aceitava?

E como esperado, Jimin não o atende.

Porque Jimin está ocupado demais choramingando entre as cobertas, o corpo se incendiando no mais puro calor, porque o cheiro de Taehyung continua ali, continua em toda a casa, e não está fraco, é intenso o suficiente para deixá-lo mal.

Ele segura a vontade desinibida de atender Taehyung e pedir ajuda, e é forte por isso. Jimin é ômega, não deveria estar aguentando aquilo, mas ele consegue, está sabendo lidar.

Mas sabia que não era por muito tempo.

Park Jimin está enfrentando um cio conturbado, um período capaz de fazê-lo desmaiar, e não permiti-lo pensar direito. Ele nunca havia passado por algo de tamanha intensidade enquanto corpo humano, e jamais pensou que fosse tão perigoso.

Perigoso porque suas entranhas se reviram dentro de si, libidinoso porque ele só tem uma pessoa em mente, que possivelmente não iria ajudá-lo do jeito certo.

Jimin precisa de um alfa, urgentemente.

Mas Taehyung é apenas um humano, uma pessoa sem qualquer conhecimento sobre seu mundo animal.

Sem qualquer experiência, talvez.

O celular sobre o colchão não demora muitos minutos para tocar novamente e Jimin o observa bem, ele quer tanto ouvir a voz de Taehyung, mesmo que seja para xingá-lo.

— Jimin? Você está bem? Desculpa ter te largado aí, mas você me mandou ir embora e eu...

Ele geme, é difícil demais de aguentar.

Taehyung para, Jimin tem certeza que ele está confuso também.

— Estou bem, obrigado.

A linha fica muda.

E Taehyung imagina o que está havendo com Jimin, sem falar em como sua voz é tão bonita gemendo. Como Jimin estava, afinal? Tudo menos bem, sabe que uma pessoa não solta sons lascivos a toa, e a única coisa que Taehyung conegue pensar é no quanto ele quer ajudar Jimin, o quanto quer fazer a provável dor, parar.

Ele não quer que Jimin sofra, ele não merece.

Jimin olha pela janela, está de noite, a lua brilhando no céu com intensidade antes que nuvens cinza atrapalhem sua visão. É difícil dizer com exatidão o que está a sentir, porque, de certo modo, ainda faz bem.

— Posso ir aí?

Não.

— Por favor... Mas, amanhã, não quero você nas ruas tão tarde — Afirma, se deitando sobre a cama e jogando o celular ao seu lado. Está silêncio, e bom, ele consegue escutar Taehyung com facilidade.

— Depois da faculdade.

Em um acordo mudo, eles pensam que vão resolver isso no dia seguinte; Jimin não pode viver se escondendo e Taehyung não pode ter medo de si. Eles eram amigos ainda, de qualquer forma.

— Ei, Jimin...

— Hm?

— Bom... Aish, é difícil de falar isso, sabe? Me imagina deitado no colchão e vermelho, porque é como estou agora — Eles riem, Jimin consegue imaginá-lo assim, não era complicado. — E o coração acelerado também...

Okay, por essa Jimin não esperava.

— Por quê?

Era sua curiosidade falando mais alta.

— Eu acho que... Se tudo der certo... Nós podemos... Droga... — Jimin continua rindo, dessa vez, um pouco mais alto, ele sabe o que Taehyung está tentando dizer, e se sente feliz por isso; felicidade que não dura muito ao que ele se recorda da precisão de dizer o que é e como é para o melhor amigo.

— Você está querendo... Outro beijo, não é?

— Sim, eu gostei de te beijar, sabe? Mesmo que minhas ações não deixem isso transparecer.

Jimin está ardendo em fogo alto e vai queimar Taehyung no dia seguinte, é apenas questão de tempo. Sua mente já passava a cena dos dois se beijando daquela maneira tão intensa e ele sabe que precisa conversar com Taehyung antes disso, porque provavelmente sua necessidade irá falar mais alto e ele vai querer mais que um simples beijo quente.

— Eu vou beijar você.

Estava afirmando para si mesmo, já que sua cabeça montava um estranho jogo que não o deixava acreditar naquela possibilidade, que será mais que isso.

— Vai?

Novamente risos. Taehyung está mexendo na barra da sua camiseta em sua cama e casa, um sorriso aberto para qualquer um que o visse; enquanto Jimin está desacreditado no que irá fazer, e não é sobre o beijo... O corpo deitado de lado no colchão, e expressão confusa na face.

— Vá dormir, Taehyung.

— Te vejo amanhã, Jiminie.

Não havia coragem em Jimin, não quando Taehyung o sorria com os olhos, pronto para atacá-lo – mesmo que provavelmente, se acontecesse algo, fosse o contrário – de alguma maneira.

Eles entram, Jimin está contando os segundos para poder se acalmar, mas os seus pés levavam os dois para seu quarto e isso fazia a cabeça do Park dar voltas e mais voltas, como se pressentisse o futuro incerto.

Taehyung se acomoda sobre a cama, joga a mochila num canto qualquer e solve a colônia que Jimin está usando, ou que ele pensa estar. Mesmo que não houvesse vidrinhos suspeitos sobre sua cômoda ou guarda-roupa aberto.

— Nós precisamos conversar, não é?

Taehyung acena com a cabeça; ele quer ouvir a voz de Jimin, e isso é estranho. Há um ar flamejante e obscuro ao redor da casa, e o cômodo parece estar dez vezes mais quente do que deveria. Isso afeta Taehyung, assim como Jimin, que ainda está perdido, tentando acalmar seus hormônios que parecem querer fugir do seu corpo.

— Na verdade... Eu preciso te contar algo. Importante, muito importante — Taehyung escuta Jimin com curiosidade, consegue ver que ele está tremendo sob as roupas e não entende o porquê. Também não sabe o que dizer, ele só desejava... Sentir.

— Você está me assustando — Ele soa sincero, é como se uma tempestade de calor fosse invadir aquele lugar, Taehyung não sabe o que fazer, é óbvio que o cheiro de Jimin está o entorpecendo quando não deveria.

E Jimin pensa, se Taehyung está assustado agora, vai ficar muito mais depois que contar-lhe sobre si.

Não há coragem, não há.

Mas há uma besta pronta para fazer Taehyung gritar de algum modo. Ah, céus, Jimin está enlouquecendo com aquele mar de sentimentos.

Ele repete para si; está nervoso por causa do cio, seu coração está acelerado pela mesma causa, assim como o suor frio se acumulando em sua testa.

Joga os fios para trás, molha os lábios com a língua, é uma mania desesperada que Taehyung não tarda em notar.

— Me diz.

Jimin treme novamente, a voz do Kim está o afetando demais.

— Sabe... Você alguma vez aprendeu sobre ninfas?

— Ah, sim — Taehyung pensa, não há normalidade por ali. — São criaturas mágicas da mitologia grega, são basicamente, espíritos femininos...

— E... Por que ‘mitologia grega’? Não acha que é real?

— Que pergunta é essa, Jimin?

— Responde.

— Não tem registros que comprovem sua existência, então eu não tenho uma opinião formada, talvez existam, não sei — Uma pausa. As engenhocas mentais de Taehyung se movimentam, ele não consegue compreender o assunto abordado pelo amigo. — Por quê?

— Só acreditaria vendo?

— Não? — Soa como uma pergunta. — Eu realmente quero entender você.

— É real, Taehyung — Jimin afirma em um sussurro, avistando a expressão de Taehyung se transformar em mais pura confusão, e antes que um questionamento válido saísse pelos lábios vermelhos, ele continuou. — Tudo isso... Ninfas, deuses, centauros, até mesmo bruxas... Um dia existiu, provavelmente ainda existe, mas o essencial é saber que não se pode dizer que é mentira, porque também não tem comprovações dessa tal inexistência. São 50% de chances para cada lado: os que acreditam e os que não. E, mesmo que não acredite, vocês não sabem de como todas essas histórias surgiram.

— Você está dizendo que...

— Ah — Jimin finge se lembrar de algo, foi engraçada até a expressão de surpresa que lhe surgiu à face. — Lobisomens também existem.

Taehyung franziu as sobrancelhas em confusão e curiosidade. Consegue sentir o vapor do quarto o acariciando de modo incômodo, enquanto sua cabeça trabalha e trabalha em conseguir formar uma ideia sobre o que Park Jimin estava tentando dizer.

— Como você sabe disso?

Bang.

Taehyung soltou como um carro desenfreado, prestes a descer pela ladeira e se arrebentar porque pressentiu que, dali não sairia boa coisa.

— Eu...

Jimin olha pela janela do seu quarto, é lua nova ainda, está em seu ponto mais alto. Arrepia até mesmo as estruturas de Jimin que se concentra e percebe que não tem mais por onde correr, seu cheiro já inundou o quarto e a casa inteira, e Taehyung estava ali, em seu alcance.

Ele havia tomado seu veneno, e era Taehyung.

Quando desvia a atenção para Taehyung, o que percebe de primeira são os olhos arregalados enquanto o encarava de uma forma que podia dizer, totalmente assustada.

Merda... Não tinha sido uma boa ideia.

Jimin abre a porta do seu quarto, sente seu corpo quente ao que se apoiava no batente.

— Vá embora.

É um claro aviso “não fique perto de mim”, mas Taehyung não dá ouvidos, ele fecha aquela porta e continua encarando Jimin. Suas batidas do coração aceleraram quando pôde perceber a cor amarelada que ficava tão bem em Jimin.

Sim, Taehyung havia ficado louco.

— Um lobo?

Jimin acenou com um fraco sorriso, se afastando de Taehyung e se sentando em sua cama. Sentia o medo do Kim e ficava do mesmo jeito por ele, sabia que não estava explícito o que poderia acontecer ali e por isso Taehyung ainda continuava próximo.

— Pensei que as luas cheias fossem mais perigosas...

— É o que dizem — Jimin riu. — Não está com medo?

— Claro que estou, mas se você nunca me fez mal nesse tempo inteiro que nos conhecemos, por que faria agora?

Jimin nunca tinha se sentido tão aliviado ao sorrir daquela maneira.

— Eu não sou mau, Tae, sou apenas um... Humano-animal, é, podemos chamar assim.

— É por isso que esteve tão diferente esses dias?

— Isso é... A parte mais complicada, a que talvez você vá sair daqui correndo quando eu explicar.

— Eu estou aqui, não estou? Não vou sair.

Jimin respirou fundo antes de começar seu monólogo.

— Existem três tipos: os alfas, os betas... E os ômegas. Os alfas são os que dominam, são os que caçam, são chamados líderes da matilha — Taehyung estava atento às informações, ainda abismado pela descoberta. — Os betas são os mais comuns, são os que vemos por aí, sem fazer mal algum quando não ameaçam eles. Por sorte, eles não passam pelo período denominado ‘cio’, como alfas e ômegas. Eles – os betas – não podem se relacionar com outros que não sejam como eles, porque durante uma... Um momento íntimo entre alfas e ômegas, é criado um laço forte, é a ‘marca’. E, o que ficaria por último em uma pirâmide, são os ômegas... Poderosos lobos submissos aos seus alfas, que são taxados como sensíveis, sendo que uma mordida tem igual efeito que um beta.

— E você é...?

Eles se entreolham, Jimin abre a boca para falar sem conseguir de primeira, é tão ruim dizer o que é. Taehyung está maravilhado, não parece que instantes atrás cogitou ir embora, com medo do seu amigo.

Um, dois, três, quatro segundos antes que Taehyung entendesse um pouco o que Jimin queria dizer-lhe com aquele olhar.

— Você está nesse período, não é? O cio... Você disse que alfas são os que dominam, no caso, os mais perigosos, mas você não é assim. Então, como betas não passam pelo cio... Você é ômega, não é Jimin?

Ele sorriu envergonhado. Não sabia o que dizer para Taehyung.

— Ainda não foi embora?

— Me conte sobre o que você está passando.

Taehyung, atencioso como sempre foi, segura o pulso de Jimin para que ele se sentasse ao seu lado sobre o colchão box e é engraçada a expressão de surpresa que o mesmo faz.

Jimin pensou duas vezes, mas resolveu contar, não tinha nada a temer.

— O cio... É um período onde alfas e ômegas precisam estar juntos, porque um ômega tem... — Ele mordeu o lábio inferior antes de continuar. —... a necessidade de ser atado por um alfa. Essa coisa, esse “atar” ou “nó” é quando os dois fazem sexo ao se amarem ou procuram fazer filhotes... O alfa, depois que atinge o ápice, precisa continuar dentro do ômega para que seja mais fácil a introdução dos espermas nos ômegas.

— O que acontece se tirar antes?

Talvez Taehyung tenha se interessado demais, pensa Jimin.

— O ômega continua sentindo fortes dores do cio, não vai se sentir completo — Resolve, por fim, contar tudo. — Olha, Taehyung, o cio é forte demais para um ômega passar sozinho, porque ele sente muito calor, muita vontade de fazer sexo e seu lobo interior parece que quer sair, causar desastres se não conseguir um alfa.

— É assim que você está se sentindo agora?

— Taehyung... — O citado o encarou, o rosto banhado na mais pura curiosidade e compreensão, e Jimin sabe que Taehyung está tramando algo. Estala a língua na boca por saber disso e ao invés de impedir, desejar, ansiar com força que ele o faça. — Sim, é como me sinto. Eu não tenho um alfa, então preciso passar dois dias sozinhos, porque são cinco e já se foram três; e antes que você me faça mais alguma pergunta... Não, nós não somos acostumados a passar pelo cio na forma humana, no meu caso aconteceu alguma coisa que sozinho, não posso dizer com exatidão. Está doendo... Meu corpo parece fraco demais para uma pressão dessas.

Taehyung tremeu com o olhar pesaroso do Park.

— Então, você não pode dizer que alguém que não seja alfa não pode te ajudar, não é?

— Aonde você quer chegar com isso?

Taehyung abaixa o olhar até onde Jimin desconfia ser sua boca. É involuntário, sua língua dança por ali, sendo imitada por sua semelhante.

— Não, Taehyung, nem pensar.

— Sobre... Sobre a marca... Quem faz em quem?

— Os dois lados podem fazê-la, é apenas instinto, afinal, e eu só sei que... Dói muito, meus amigos marcados disseram que arde como o inferno, mas cicatriza rápido... É mordida de lobo, afinal.

Taehyung puxa o pulso do outro, buscando uma aproximação, recebendo um olhar afiado em troca; riu por isso, apenas sentia que devia ajudar Jimin, mesmo que as consequências sejam absurdas.

— Okay, então o que você precisa é... Apenas transar, não é?

Jimin respira fundo, a mera menção daquela palavra o fazia se sentir, estranhamente bem. Era como se a ideia de fazê-lo com Taehyung o deixasse assim, um pouco fora de si.

— O que você quer dizer com isso? Taehyung, eu não quero fazer sexo com você!

Mentira, ele queria sim, queria até demais, de um jeito grotesco e não ficava acanhado com isso, mas apenas não deveria envolver Taehyung em seus métodos e vida de ômega, porque não era fácil; fazia parecer o que falava, só que não era.

Taehyung o puxa um pouco, sente que Jimin está relutando, mesmo que estivesse do mesmo jeito que si. Eles se desejam, e o cio de Jimin servia como uma bela desculpa, Taehyung sabia.

Há uma forte vontade e o Kim não quer largar o amigo, por isso sua mão prende mais um pouco o outro, o colocando sobre a cama em um breve instante, tempo suficiente que não permitiu que Jimin agisse contra isso.

— Taehyung!

— Nós vamos fazer, tudo bem? Não tem problema, eu vou te fazer sentir bem.

Não houve tempo para respostas, Taehyung foi arteiro ao que tocava os lábios de Jimin com os seus, e instantaneamente houve retribuição, o Park quase gemia involuntariamente ao abraçar o pescoço alheio. Não tinha saída, eles precisavam daquilo, necessitavam demais, até.

O beijo era desinibido, carregado da mais pura luxúria que sentiam. Jimin não consegue pensar em mais nada, se vicia no sabor mais que doce da boca de Taehyung, e saber que estava sendo devolvida toda aquela sensualidade e ansiedade, era como se jogassem combustível em seu fogaréu.

Tamanha vontade que Taehyung sentia apenas o fazia tocar Jimin com seus dedos afoitos, a cintura masculina sendo alvo dos seus apertos, e não é estranho, porque é Jimin ali, é seu melhor amigo. E Taehyung não para quieto, movimenta seus lábios com Jimin, inicia uma dança erótica com sons de estalos e invade o suéter alheio, arfando contra a boca do outro ao senti-lo quente.

Jimin está sim, pegando fogo, de um modo tão insuportavelmente insano que seus braços trabalham em trazer Taehyung ainda mais perto, grudando os corpos envoltos naquela sintonia exacerbada de sensualidade.

Há um incêndio, e um claro aviso que os faziam ponderar um pouco sobre continuar com aquilo, mas assim que Jimin gemeu, extasiado por ter Taehyung o apertado o mamilo esquerdo, não houve mais questionamentos.

— Abra as pernas para mim, sim?

Taehyung não era idiota, sabia o que tinha que fazer e sua mente nublava em ansiedade. Parecia irreal, mas a realidade era aquela, o som que Jimin fazia com a garganta era verdadeiro.

Jimin obedece, abriga Taehyung no meio exato, suspirando sôfrego com o contato mais intenso de suas intimidades.

— Isso é... Tão errado — Sim, Taehyung concorda mentalmente, sorrindo por fora e mostrando toda aquela coragem que não sabia dizer de onde tirou.

O rapaz se ergue, afastando-se dos lábios tão viciantes para remover o casaco, seu pequeno show sendo observado por olhos curiosos. Taehyung o joga no chão, voltando a atacar a boca do outro, prendendo o inferior entre seus dentes e o puxando com leveza, obtendo um meio sorriso de Jimin.

Eles se compreendem, os olhares cúmplices dizem.

— Você vai me deixar louco, Taehyung — Jimin comenta, é notável o quão as palavras parecem ter literalmente aquele efeito. — Eu não vou mentir pra você, sabe?

— O quê?

Taehyung ri baixo ao que distribuía selares pelo rosto do Park, ouvindo seus suspiros enquanto esperava pela próxima resposta, que não tardou em vir juntamente com um riso fácil pelas cócegas que Taehyung fazia.

— Acho que quero isso desde muito tempo atrás.

— Eu colocaria minha mão no fogo, na certeza que você era hétero — Taehyung confessou, subindo a barra do suéter de Jimin e mordendo a própria língua para conter um resmungo de admiração.

— Já eu não faria isso por você — É engraçado, e Jimin abre um sorriso, auxiliando Taehyung na remoção da sua peça. — Você disfarça muito mal!

Taehyung o encara, incrédulo com a resposta alheia e acaricia sua coxa antes que o som de um tapa ecoasse por todo o quarto. Jimin geme, é involuntário, ele é sensível ali.

E depois veio outro, e outro e outro... Taehyung o estapeia, sabendo que os lábios entreabertos e expressão surpresa eram porque Jimin tinha gostado daquilo; e bom, sua mão doía um pouco, mas era gostoso.

— Você fica mais sexy assim, com esse rostinho vermelho, e claro, embaixo de mim — Jimin revira os olhos com a petulância do outro e suspira extasiado, movimentando-se com a quentura se espalhando e alastrando toda sua alma.

— Não quer saber se eu fico ainda mais rebolando em você?

Porra, Taehyung sente a fala alheia doer em seus ouvidos de modo errôneo. E entende o que Jimin quer fazer, aceita de bom grado, até, já que no instante seguinte ele se deita sobre o colchão e Jimin senta com força sobre sua intimidade.

Taehyung chia com a ousadia.

— Não me decepcione.

— Não vou — Apoia-se no corpo de Taehyung e inicia movimentos eróticos, excitando-os. As mãos do Kim se firmaram em sua cintura e os lábios se partem, dando ao Jimin o sabor de escutar a voz rouca gemendo seu nome, manhosamente.

— Rebola mais, vai — Jimin aperta o tecido da camiseta de Taehyung, revirando os olhos para o arrepio que subiu por seu corpo, arrepiando seus pelinhos. O Kim desce as mãos e adentra a camisa de Jimin, acariciando o corpo quente e beliscando os botões endurecidos até que Jimin se derreta chamando por seu nome, e instantaneamente Taehyung segure firme o tecido confortável expondo a pele bronzeada e se sentando apenas para manipular sua língua ali.

É um jogo de sedução, Jimin consegue fazer Taehyung seguir pelo caminho mais obscuro e lá estavam eles; o primeiro sobre o outro, as pernas afastadas, enquanto traçava um rebolar intenso.

Estavam perdidos um ao outro e Taehyung podia jurar que não se recorda de ter sentido algo tão delicioso quanto ouvir Jimin, desesperado por si.

Jimin suspirou, abafando os gemidos, porque ele, definitivamente quer ouvir Taehyung. E ele ouve, o Kim não dá espaços entre as lamúrias, mostra como está atado sob o comando de Jimin – que tempo antes, descobrira ser um ômega, ainda estava explícito na sua mente, a sua inexperiência no assunto, aliás –, puta merda, Taehyung quis chorar, Jimin praticamente quicava em seu colo.

— Ji... Jimin...!

Assusta-se com um breve rosnado, e Jimin o olhava como se pedisse desculpas sem poder colocar em palavras, o calor do cio era demais pra si.

E era tão forte que Taehyung conseguia senti-lo também.

Taehyung se jogava para trás, voltando a posição de início antes de tirar a camisa de Jimin, que tanto ficava bem nele. Segura o quadril alheio com força, permite que seus dedos o forcem para baixo, e eles param, Jimin se arrepia por inteiro ao sentir o pênis de Taehyung pulsar em seu bumbum. Ofegam juntos, Taehyung abre as pernas para facilitar e estoca Jimin com vontade. Devasso, seria a palavra ideal para o momento.

O cheiro de Jimin parecia estar em toda a casa, pois Taehyung quase asfixia-se com tamanha colônia excitante. Tudo colaborava para que o Kim se desmanchasse em porra, e foi o que houve.

Ainda com suas vestes, Taehyung goza, treme sob Jimin, que só para os movimentos quando o Kim o força pra baixo, iniciando um beijo carregado de erotismo.

Mas Jimin não quer pausa, ele quer sentir Taehyung, logo.

Ele está tão dependente...

Taehyung ansiava ajudar Jimin e se ajudar; sua enorme vontade de agarrar os glúteos do ômega não lhe era negada, tanto que suas mãos apertavam-nos com força, provável que iria causar vergões vermelhos.

— Tae-ah! — Jimin sussurra entre os lábios, deixa que seus corpos se colem, mesmo que a camiseta de Taehyung ainda continuasse ali. Estavam quentes, ansiosos. Jimin está suando frio, ele vibra, oscilando.

O beijo deles continua, Taehyung ama a sensação que é ter a língua aveludada se guiar com a sua, ter também os dedos de Jimin se infiltrando entre seus fios, é compreensível quando pausa o ósculo para lamuriar em êxtase ao ter as madeixas puxadas. Troca olhares com Jimin, alcança o rosto bonitos e dá dois leves tapinhas ali, como se quisesse forçar Jimin a acordar de um transe e é isso mesmo o que acontece, Jimin suspira, se erguendo do corpanzil de Taehyung, sentindo sua calça apertada demais em si, é sufocante.

— Tira pra mim — Jimin sorri uma mistura de desejo com expectativa e ele se alarga quando Taehyung lambe os lábios antes de fazer exatamente o que manda. Taehyung se ergue, apoia-se nos joelhos sobre a cama box e desabotoa a calça de Jimin, descendo o zíper com os dedos quase trêmulos.

— Quer que eu te chupe, também?

— Por favor — Taehyung o olha, morde a boca em antecipação. Estão os dois de joelhos, mas o Kim não demora em deitar o outro ali, com um carinho que deveria ser elogiado, puxando lentamente o tecido das pernas desejosas. A visão é magnífica, Jimin tinha um belo corpo, e exposto daquela maneira fazia Taehyung se sentir insuportavelmente quente.

Seus olhos repararam no modo como os fios cinzentos estavam espalhados no colchão, e se viu apaixonado com a imagem, era erótica e concupiscente. Jimin lhe parecia como um modelo de filme pornô.

— Você é lindo.

Não se conteve no final após ter finalmente livrado Jimin da calça jeans. Jimin o observa, está buscando algo para dizer, mas as palavras sumiram da sua mente, dando lugar ao sentimento de satisfação quando Taehyung beijou seu membro sob a boxer cor vinho. Ouve-se então, um suspiro da parte Jimin. Suas mãos correram até que seus dedos embrenhassem nos fios negrumes do Kim, em um incentivo mudo.

— Sabe que nunca fiz isso, mas vou tentar o meu melhor.

— Rápido Tae — Jimin pede necessitado, não vai demorar muito para alcançar o ápice, ele grunhi ao sentir o nariz de Taehyung se esfregando em sua ereção.

Choraminga, pois é errado e certo ao mesmo tempo.

Taehyung quer provocá-lo, mesmo que os dedos em seu cabelo o forçassem a descer a cabeça e fazer o que Jimin tanto queria. Solta um suspiro e um breve sorriso brinca em sua boca.

Jimin se remexe incomodado, levando as mãos até o rosto para tentar amenizar aquela vergonha que sentia, do nada.

— O que foi? — Taehyung o pergunta, observando as ações de Jimin, e as achando, de certo modo, engraçadas – talvez fosse inconveniente, porém sua mente não formulava nada além do quão Jimin ficava sensual e fofo ao mesmo tempo; algo que deveria ser praticamente impossível.

Jimin suspira, se mexe mais uma vez, sua boca se prepara para pôr as palavras para fora.

— Eu... Merda, Tae...

O Kim aguardou-o, beijando o pênis ainda coberto do outro. Há um cheiro de lavanda, e ele está viciado.

— Acho que... Que... Molhado, Tae-ah — Jimin deixa que Taehyung veja sua face vermelha através da abertura que seus dedos fazem. Ele fita Taehyung, esperando que este o entenda, mas nada viera até si, apenas o olhar confuso do Kim. — Eu estou molhado.

Completa por fim, esperando realmente que não precise dizer mais que isso, é constrangedor.

Taehyung tem os olhos arregalados ao que compreende Jimin e flexiona as pernas alheias apenas para constar o imaginado.

— Jimin...?

É inconsciente, Taehyung levanta a perna esquerda de Jimin e a apoia sobre seu ombro, ouvindo as lamúrias desesperadas. Porra, porra, Jimin estava encharcado ali, sua boxer mostrava isso. Movimentos desajeitados começam, Taehyung não perde tempo em simular brutas estocadas em Jimin, apertando suas coxas.

— Tae-ah — Jimin se transforma em caos, sua entrada pulsa com o contato atrapalhado por vestes, e seu pênis lateja, é bom, é fodidamente bom.

— Jimin...!

— Tae... Tae, pelo... Por Deus, tira essa roupa logo, eu... Droga, eu preciso sentir você...

Taehyung acena, fecha os olhos enquanto aspira o perfume que há nas coxas de Jimin, também permite que seus dentes raspem pela tez, marcando-a, certeiro. Quando acha que é o suficiente, de modo delicado põe os braços a cada lateral de Jimin e o beija, o sabor de sensualidade é prazeroso para ele.

O dono de fios negrumes tem em mente que os sons que saem de Jimin soam como uma ótima melodia, daquelas que o faz esquecer o aleatório e repetir.

Jimin chega ao ponto máximo, onde as estrelas alinham-se dentro de si, os dedos de Taehyung trabalhavam em seu corpo, apalpava-o com gula, voluptuosidade o suficiente para fazê-lo gozar intenso. Respira fundo com a sensação do ápice, sua boca está aberta e Taehyung o sela o rosto, morde suas bochechas carinhosamente. Jimin acha que vai explodir quando Taehyung desce a canhota e massageia seu pênis sensível durante sua ejaculação.

— Ah, Tae!

Os orbes alaranjados pairaram sobre si, em uma guerra interna sobre o que fazer, lá fora a lua nova brilhava, não havia sequer nuvens àquele momento.

Taehyung agarra as coxas de Jimin com mais força, sentindo dentes afiados rasparem em seu pescoço. É indescritível, Jimin o cheira, o toca, pede, implora por si.

Jimin choraminga, a sensação de torpor se tornando densa, a ponto de deixa-lo sem ar. Ele beija Taehyung, intenso, forte, morde sem pensar os lábios dele.

Seu corpo se contrai, tocar Taehyung é realmente delicioso, ele nunca sentiu isso antes, e merda, Jimin queria mais, mais, mais.

— Tira a roupa, Taehyung, por favor.

Ele pede mais uma vez, e nessa, o Kim resolve obedecer, apoia-se sobre os joelhos e leva os dedos até a barra da sua camiseta lilás e branca, a erguendo. É uma visão e tanto, Taehyung esbanjava sensualidade no que fazia, Jimin pensava.

Ele queria o impossível de Taehyung, e este não conseguiria alcançar sequer a metade de suas exigências.

— Me toque também – Taehyung arfou após a frase, sua voz rouca soando como se não a usasse por dias, mesmo que seus gemidos anteriores demonstrasse total contrariedade.

Jimin acatou, logo suas mãos buscavam tocar os mamilos endurecidos, sentia sua ereção se tocar com a do Taehyung, e isso o fazia gemer, com vontade, com luxúria. Jimin, ofegante, e com as pernas envoltas à cintura alheia, o puxa, o força para mais perto, e não aguenta quando o Kim desce os lábios até sua clavícula, cravando os dentes ali.

Taehyung desabotoa sua própria calça, suspirando em satisfação quando por fim, se sentou na beirada da cama para a tirar. Jimin o observa, agora estão os dois do mesmo jeito: acabados e com apenas boxer nos corpos. O calor que emanava no quarto tão intenso que provavelmente sairiam dali após o incêndio.

Sua entrada, agora encharcada estava ansiosa, causava-lhe arrepios.

— Nós vamos fazer sexo, então?

Taehyung ri, uma mistura de ansiedade e desespero. Ele quer Jimin e vai entrar em colapso se não o fizer. E merda, ele estava o chamando para transar, naquela cara de pau, os dentinhos mordiscando o lábio inferior, os olhos brilhantes o capturando para aquela loucura insana.

— Eu não faço sexo, Jiminie... Eu fodo, com força.

Jimin geme, é demais pra ele aguentar.

Taehyung se voltou para Jimin atacando seus lábios em mais um beijo feroz, as mãos inquietas puxando a boxer de Jimin para baixo antes de atear ao chão. Não demorou em tocar a intimidade do Park suja de porra, apertando como uma maldita provocação. E Jimin não consegue conter uma lamúria arrastada, se mesclando com a voz rouca de Taehyung.

— Agora eu vou chupar você.

Após um selinho casto, os dígitos de Jimin se embrenharam nos cabelos de Taehyung, que mordiscava o interior da sua coxa. Jimin já não sabia o que pensar, o estímulo o deixava entorpecido nas sensações novas.

Quando Taehyung beijou sua glande, seu corpo literalmente tremeu, e seus dedos vacilantes ousaram apertar os fios do Kim, ao que tentava conter um arfar quase desesperado.

— Tae... Não faz isso, ah!

— Como quiser, neném.

— Ah, merda, Taehyung!

Jimin geme, alto e em bom tom, a boca de Taehyung era tão quente para si, seu pênis pulsava ali, era... Deus, era muito bom! Não conseguiu conter a vontade de erguer o quadril e sentir ir mais fundo na cavidade bucal do Kim.

E Taehyung o chupava com gula, Jimin pôde visualizar a expressão de prazer que ele esbanjava com aquele simples ato. Taehyung parecia tão compenetrado naqueles movimentos, apertando suas coxas e o dando ainda mais satisfação.

Ele está tremendo, suando, é inimaginável o quanto se sentia bem. Taehyung não era experiente, mas o desejo que tinha de dar prazer ao seu lobinho ômega era capaz de deixá-lo assim.

Eles se olham quando Taehyung chupa a glande do Park com força, obtendo um som estalado que ecoa pelo quarto do modo mais excitante possível.

Logo, os dedos de Taehyung se fechavam na ereção de Jimin, subindo e descendo, observando com cuidado o pré-sêmen saindo pela fenda. É tentadora a vontade de sentir o sabor de Jimin, e Taehyung o faz, chupa com expectativa.

Jimin está gemendo, tão manhoso, tão necessitado.

Taehyung volta a sugá-lo naquela necessidade, agora sendo ousado para levar os dedos até a entrada de Jimin, se arrepiando por inteiro ao constar que Jimin estava molhado ali, o desejo de se enfiar ali era tão devasso que invadia-o com seus dedos, sentindo o aperto em seus fios se intensificarem.

— Taehyung...

O citado se deleita com a voz bonita e embargada em vontade chamando por seu nome, em um gemido arrastado. Põe mais um dedo no interior apertado e o estoca.

É demais para Jimin aguentar, ser tocado ali era realmente delicioso, e ainda mais por se tratar de Taehyung, o garoto sensual que sua mente fantasiou por dias – talvez mais.

Jimin descansa as pernas nos ombros de Taehyung, o força para baixo, ele sente que vai explodir, vai entrar em combustão. Sabe que Taehyung se toca por um instante porque nota dedos descendo ali antes de voltar. Jimin sabe que ele está se contendo, que está sendo dolorido para ele também.

O de fios platinados deixa mais um aperto significativo nos fios de Taehyung, a brusquidão o fazendo gemer com o pau na boca e se engasgar com os jatos que vieram em seguida.

Taehyung se afasta, e se mela com a porra de Jimin enquanto seus olhos marejam pela tosse repentina.

— Jimin!

A voz naturalmente rouca agora se encontra ainda mais, faz Jimin enlouquecer e pedir para que Taehyung repita seu nome. E Taehyung obedece, chama por Jimin e o beija, sendo quase carinhoso com os selares que distribuía antes de permitir que sua língua se envolvesse com a alheia, em uma dança envolvente.

As pernas de Jimin se encontraram da cintura alheia, obrigando as intimidades se roçarem num esfrega-esfrega. Taehyung se viciava nos lábios de Jimin, amando o modo como suas bocas se chocando naquele ósculo o fazia sentir.

O som que a garganta de Jimin fazia com aquele contato, faz Taehyung quase revirar os orbes sob as pálpebras, soando como um desesperado ao que suas mãos apalpavam Jimin, se deliciando com os tremores ocasionados.

O beijo foi cortado somente para que Taehyung descesse os lábios pela tez bronzeada do pescoço alheio, raspando os dentes ali, e sugando a pele, marcando-a. Jimin arrepia, sente como se algo dentro de si revirasse em desfastio.

Após deixá-lo acabado daquela maneira, Taehyung remove sua última peça de roupa, rindo um riso leve ao notar Jimin o observá-lo com atenção, os olhos descendo por todo seu corpo descoberto.

— Você também é lindo.

— Eu sei — Jimin revira os olhos com o abuso e ousadia do seu dongsaeng, agravando a necessidade de tê-lo para si ao visualizar o membro duro do Kim.

A espontaneidade surgiu em Taehyung, que não parou para pensar no que estava fazendo, e simplesmente agarra as pernas de Jimin, as abrindo e o expondo, sua língua percorreu os lábios em antecipação, ao que posicionava seu pênis na entrada pulsante e encharcada.

Esfregou-se a glande nas nádegas de Jimin, fitando os olhos ansiosos e expressão deleitosa. Aquele contato quente deixando ambos de sentimentos flamejantes.

Jimin geme, é tão bom que os dedinhos dos seus pés se contorcem. Intenso, devasso... Jimin poderia jurar que era dessa maneira que enxergava Taehyung.

Ele fecha os olhos, apenas quer que Taehyung o faça de uma vez, e está prestes a xingá-lo quando sente uma dorzinha incômoda lá em baixo; ah, sim, Taehyung era bruto, também, mas Jimin não reclama.

— Tae... Tae-ah... — Ele pensa, é apenas a cabecinha e o faz delirar, carrega a loucura para um ponto mais alto dentro de si. Taehyung se força ali com a ajuda dos seus dedos, talvez ele fosse um pouco grosso demais para a primeira vez de Jimin, mas dane-se, merda, é tão bom para si, e vai ficar para o outro também.

— Está doendo?

Jimin quer gritar consigo e dizer que sim, mas sua cabeça balança em negação, antes que sua voz ordene que Taehyung se adiante, e assim é feito, logo se enterrava dentro e fundo em seu interior.

Céus! É um incêndio, Jimin não consegue raciocinar, as lágrimas se acumulam em seus olhinhos quando Taehyung se mexe e a única palavra que se passa em sua mente pervertida é “finalmente”.

Não foi preciso mais falas, Taehyung se debruça sobre Jimin e tem a cintura laçada pelas pernas bonitas enquanto seus dentes ocupam o pescoço alheio, na tentativa de marcá-lo, mesmo que o desejo insano de foder Jimin e apenas fodê-lo seja realmente grandiosa.

Não tarda para que a bagunça de Jimin seja escutada, é uma mistura louca de “mais, mais” e “Tae-ah” que deixavam Taehyung com o ego altíssimo.

A existência de ritmo é irreal, eles só querem sentir e sentir, Jimin rebola pedindo por mais e Taehyung o dá, o estoca com rapidez – e o aperto de Jimin ao redor do seu pescoço e cintura se intensifica até que eles se beijem, é isso que Jimin pede de forma muda. Não era um beijo organizado, porém; os dentes se encontravam, e os gemidos que eram soltos impossibilitava uma boa coordenação motora, mas eles estavam gostando, e isso o que importa. Estão viciados no sabor agridoce daqueles beijos; viciados no modo como os corpos parecem imãs e se colam com precisão; viciados na quentura que sentem quando estão juntos, daquele modo unicamente íntimo.

É demais, demais para aguentarem, estão entrando em combustão e se queimando com os próprios desejos – que, aliás, se concretizavam sobre aquela cama.

Jimin está encantado com a sensação, e seu interior se revira pela emoção, é gratificante.

Hyung... — A palavra soa como a música mais bela nos ouvidos de Jimin, que o sela a boca em um selinho, antes de mordiscar o lábio inferior de Taehyung, afrouxando o aperto sobre ele, porque sabe que está cansado, e bom, Jimin também precisa agir, ele pensa.

— Me deixa ficar por cima, sim?

Taehyung concorda, não demora em se sentar sobre o colchão, apoiando-se na cabeceira. Dá dois tapinhas em suas coxas, instigando Jimin, e sorri sensual ao segurar seu pênis e o masturbar, o Park engatinha até Taehyung, vidrado na glande inchada expelindo pré-gozo. É notável sua gula e vontade, e ainda mais quando o toma em sua mão, ouvindo Taehyung suspirar.

— Posso provar?

Taehyung arfa com o tom casual que Jimin sussurra para si, afirmando em um aceno, porque as palavras sumiram. Após um belo sorriso somado a um olhar confiante, a destra de Jimin trabalha no sobe e desce no pênis do Kim, e a boca agora entreaberta, dava uma chupada experimental na glande melada, solvendo do líquido esbranquiçado – os olhinhos sem se desgrudar dos de Taehyung, que leva os dedos até os fios da sua testa, jogando-os para trás e apertando-os.

Jimin geme gostoso, as suas vibrações vocais fazendo Taehyung sibilar um xingamento; experimenta apertar ainda mais os fios de Jimin e mais um gemido.

Taehyung o acaricia o rosto, ainda que tentasse remover as madeixas da sensual face para admirá-la. Jimin está com as maçãs do rosto em um vermelho bonito, e Taehyung jura que ele é o ser mais lindo que já passou por sua vida.

A troca de olhares foi findada quando Jimin fechou os olhos, sugando com força a glande, arranhando as coxas de Taehyung com suas unhas, dedicando-se fielmente a sentir o sabor do Kim, mas é obrigado a parar porque ainda quer sentir Taehyung gozar em si – isso soa assustador para Jimin, já que não é o suficiente para sua sanidade, porém, a ideia é supérflua quando sabe que Taehyung está dando o seu melhor e sabem que a sensação deliciosa e a intenção são o que contam.

Jimin lambe a extensão, deixa seus dedos a apertarem, antes de movimentá-los para cima e baixo, solvendo mais uma vez a glande. Taehyung está arfando, gemendo, a delicadeza dos atos de Jimin sendo tão errados e bons.

O Park para, resvalando a língua nos lábios buscando mais requícios, e faz Taehyung delirar um pouco. O que vem a seguir é um ósculo molhado e Jimin se posiciona no colo do Kim, sobre seu membro, rebola e abraça o pescoço do outro, e logo obtém ajuda para aquilo.

— Droga, Jimin — É a fala de Taehyung ao estar dentro de Jimin novamente, parece que foi mais fundo e isso deixa ambos de pelos eriçados.

— Isso é tão bom — Sim, é, Taehyung concorda mentalmente com o murmúrio rente à sua orelha. Toca a cintura de Jimin e os movimentos se iniciam, o sobe e desce compenetrado do ômega, respirações descompassadas, ofegos e gemidos manhosos.

Aquele quarto foi preenchido com os sons desinibidos, ao que eles faziam um bom sexo amador sobre os lençóis azuis de Jimin.

Taehyung, sabendo que não aguentaria por muito tempo, segura firmemente os glúteos do outro, os aperta, o força para baixo, e ganha um chiado único bem próximo à sua orelha. E Jimin se vê adicto na fragrância de Taehyung, afunda o nariz em seu pescoço, o faz deixá-lo disponível para si, e então suga a pele com um pouquinho de força, o suficiente para deixar uma bonita marca.

Empolga-se, visualizando dois pontinhos na tez, beijando-os, arrepiando Taehyung da cabeça aos pés. Só que Jimin não parou por aí, suas presas salientes faziam uma festinha magnífica, deixava Taehyung um pouco confuso com a atitude.

O Kim o toca em baixo, o masturba, sente Jimin tremer sob seu toque, antes de se desmanchar em jatos, mais uma vez.

Jimin infiltra os dígitos no emaranhado de Taehyung, puxando-o para trás, o faz gemer arrastado. E então, conecta seus olhos aos semelhantes, sorri como se fosse um sonho realizado, e é retribuído.

— Diga meu nome — O Kim pede, é tão bom ouvir a voz de Jimin e precisa de uma desculpa plausível para tal, sem obter, então somente solta.

Jimin obedece, aproxima as bocas, resvalando a língua nos lábios do Kim, e fecha os olhos, sentindo a porra de Taehyung em seu interior, é delicioso, é errado, mas droga, droga... — Taehyung...

Mais um beijo antes dos dois se jogarem no colchão, um ao lado do outro, os corpos suados e expressões cansadas. Foi bom, foi muito bom.

O calor do cio do Park diminuiu consideravelmente enquanto sua mente formula hipóteses por ter finalizado daquela maneira e não ter surtado por precisar de mais e não poder.

— Por que não fizemos isso antes?

Jimin ri levemente com Taehyung, o olha nos olhos e sibila algo. — Acho que o destino quis brincar conosco.

Taehyung não comenta nada porém, puxa Jimin para perto de si e cola os corpos suados. — Está brincando, não é? Precisamos de um banho!

— Aish, Jimin, vamos apenas dormir...

Jimin o belisca no braço, o puxando para que se levantasse, e Taehyung não reluta, eles vão lá e tomam um banho, com Jimin sendo provocado com as piadas infantis de Taehyung.

Nada mudou entre eles, e isso faz Park Jimin se sentir um idiota por ter pensado que iria acontecer mais. Quer dizer, mais uma vez, são Taehyung e Jimin, os melhores amigos.

As roupas do ômega serviram impressionantemente bem em Taehyung, ou apenas seus olhos pareciam pensar em Taehyung como sendo lindo em qualquer peça de roupa, até com aquele suéter rosa bebê e boxer branca. Jimin opta por uma regata e boxer, por fim, ele só quer se aconchegar em Taehyung.

Após Jimin jogar os lençóis sujos ao chão, alegando estar cansado para pôr na máquina, os dois se deitam na cama, um Taehyung cansado e sonolento puxando Jimin para mais perto, quase que em um abraço.

Ele só queria senti-lo daquele modo.

A noite não termina ali, na verdade, os sentimentos de Jimin estão confusos e borbulhantes, enquanto seus sentidos aguçados mostram que realmente, não terminou, ele sabe que vai precisar de Taehyung depois, vai necessitar dos cuidados alheios e quiçá de mais algumas rodadas de sexo.

Ás vezes, Jimin não gostava de ser ômega, era cansativo, e ainda trazia pessoas para afundar naquele mar consigo.

Jimin não consegue dormir rápido, são três da matina e sua atenção está voltada em uma pessoa. Seus olhos não deixam, eles se vidraram em Taehyung de um modo tão único que não conseguiu raciocinar.

O que estava acontecendo?

Ele precisava dizer algo, precisava soltar aquilo que o deixava a mercê de um descontrole sem igual, mesmo sem saber do que se tratava. Jimin fechou os olhos por um segundo, sua respiração se tornando ofegante ao passo que Taehyung, no mundo dos sonhos, se enroscava nele, quer dizer, não tão explícito... Mas não mudava o fato de que estava deixando Jimin ainda pior.

Logo as presas cresceram, salientando aquilo que tanto queria esconder de Taehyung, algo que iria ficar guardado, mas devido à alguns desejos, não houve como.

Ah, merda, aquele quarto, aquela cama, tudo estava ficando tão quente. Jimin gemeu, manhoso, permitindo que seus dentes fossem de encontro ao pescoço de Taehyung, ele queria tanto mordê-lo.

— Meu alfa…

Seus lábios ansiosos tocaram a tez já marcada, se arrastando por ali, acorda Taehyung, que admira o quão bom é aquilo. O lobo interior de Jimin está rosnando alto, pedindo por mais e ele o entrega, agarrando a cintura do Kim e fitando os olhos brilhantes.

— O que foi, lobinho?

Apelida-o, e soa bem.

Jimin volta a resvalar a boca no pescoço de Taehyung, que se toca que nada estava bem, e ainda que não compreendesse muito sobre Jimin, sabe que dali não iria sair uma boa coisa, e ele é surpreendido quando as presas de Jimin cravam seu pescoço.

— Jimin?! — Dói, arde como o inferno, mas Taehyung sabe que não pode se mover ou a situação iria piorar. — Jimin...?

Ele contém as lágrimas quando Jimin se afasta, os olhos arregalados como se aquela ação tivesse sido a pior coisa que fez, e bom, realmente é.

— Tae...? Ah, céus! Me perdoa, Taehyung, vem, levanta, não desmaia, não fecha os olhos!

Eles se sentam sobre a cama, Taehyung sofrendo com a dor iminente, tremendo sob os dedos quentes de Jimin que o tocam, na tentativa de não deixá-lo perder a consciência.

Taehyung não vai, sabe disso, mas não consegue pôr em palavras porque está atônico com aquele ardor insuportável.

— Por quê...?

Solta, olha no fundo dos olhos de Jimin, que está quase chorando como se pudesse sentir a dor alheia.

— Me perdoa, Tae... Não desmaia, não briga comigo, não agora, nós precisamos lavar isso aí!

Taehyung sangra e sabe disso, porque vê dois pingos de cor escarlate no rosto de Jimin.

Não houve respostas, Jimin se levanta da cama, agarra o pulso de Taehyung e o leva ao banheiro. Há desespero em sua expressão, e ele quer se jogar de uma ponte e sobreviver para apenas fazer novamente.

— Ei, Jimin, fica calmo.

— Não tem como ficar calmo, Taehyung, eu... Merda, eu sabia que nós não deveríamos estar juntos, não assim...

Silêncio, Jimin procurou algo no armário do banheiro e respirou fundo ao achar.

— O que aconteceu?

Taehyung questionou, observa como Jimin o encara, é uma mistura de dor, compaixão e desespero. Taehyung não gosta disso, não gosta daquela expressão, e leva os dedos até o rosto cansado, aproximando-se e o beijando; ali não havia calor do cio, Taehyung apenas queria sentir Jimin daquele modo.

Eles finalizam, Jimin ainda sela os lábios alheios como se fosse amenizar aquele desejo que tinha de continuar.

— Eu...

— O que foi, lobinho?

—...acho que marquei você. 

4 de Julho de 2018 às 23:13 1 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

Shiin Lycan Ficwriter e leitora em todo o tempo; todobakudeku bjs

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AL Ana Luísa
Eu tô sem palavras. Tudo aqui é perfeito: a escrita, desenrolar da história, o ápice e o fim. Eu jurava (quando comecei a ler) que o Jimin era qualquer outra coisa Mas não um ômega Ksksks. E quando ele foi falar para o Tae eu jurava que ele ia abandonar ele, meu coração não tava aguentando, quase para na hora Ksksks. E esse Lemon?!?!? MDS, tá mais q perfeito!!!!! A descrição dos sentimentos, as atitudes, TUDOOOO. E esse final?!!?!? Quase meu coração para, dnv! Eu jurava q, sla, o Tae não fosse aguentar ou que ele fosse passar mal?! Não sei, enfim. Admito que, para mim, o final (quando ele leva o Tae para o banheiro) ficou meio confuso, mas fora isso ficou perfeito. Enfim, mds, eu nem percebi que falei até dms 😅 Sorry. Só pra falar msm que a sua escrita é perfeita e eu amei ler a sua história.
January 13, 2021, 02:53
~

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