cammis Cammis Silva

- Lilly? Lilly? - O que foi, Jane? - Você já ouviu falar da lenda das fotografias? - Fotografias? - Minha irmã me contou ontem à noite. Quer ouvir?


Fanfiction Anime/Mangá Para maiores de 18 apenas.

#yuri #yaoi #naruto #terror #universo-alternativo #inkdisney #suspense #songfic #original #sobrenatural #Personagens-Originais #lenda-urbana
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"Fotos"

 


Notas:


- Fanfic feita para o desafio Inkdisney #Inkdisney;

- Música tema: Abertura - As visões da Raven;

- Universo Alternativo;

- Personagens de Naruto X Personagens Originais;

- Baseada na lenda urbana: Fotos da Irmã;

- Trilha Sonora: Beethoven, Silence.


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"Se você que ver o futuro,

Acho que assim vai ser melhor.

Só que nada é tão seguro,

Pode ser até pior..."



O estado de sonolência fazia sua cabeça pesar um pouco. Adorava tirar um cochilo no meio da tarde, parecia revigorar sua alma. Seus olhos abertos como fendas, focaram na luz da lua que adentrava a janela do quarto. O céu estava límpido e a noite agradável.

Sentiu uma mão acariciar sua pele. Começou pela coxa, um leve e ameno carinho. Logo subindo para sua cintura, fazendo círculos imaginários em sua tez negra. A mão dela chegou aos seus seios, cobertos por uma simples regata, e os apertou com abundância, circulando o bico ereto com o dedo indicador.

- Eu acabei de acordar Ino. – Jill debochou com um sorriso que beirava a malícia. Exalou um gemido manhoso quando Ino passou os lábios rosados por seu pescoço e sussurrou:

- E já me deixou cheia de tesão.

- E quando é que você não está, Yamanaka?

- Lhe faço a mesma pergunta, Foster. – rebateu atacando os lábios fartos de Jill. Sua mão esquerda foi para os fios acinzentados, quase brancos do cabelo dela, enrolando-os em seus dedos para puxar Jill mais para si, provocando-a com sua língua dentro da boca dela. Sua mão direita foi de encontro com a calcinha lilás que ela usava, puxando o tecido para o lado, Ino passou a acariciar os lábios íntimos de sua noiva.

Jill gemia lascivamente para a contemplação de Ino, que adorava como voz dela ficava ainda mais atraente e excitante, quando esta se deixava ser consumida pelo desejo. Riu cobiçosa quando Jill estapeou sua bunda, enquanto mordiscava seu ombro e pescoço. Ela lhe jogou na cama e sentou sobre si. Se desfez da blusa que usava, jogando a peça em qualquer canto do quarto, fazendo Ino morder os lábios diante dos seios fartos. Os cabelos embranquecidos de Jill caiam sobre seus ombros e parte de sua face, esse conjunto misturado ao olhar predador que seus olhos transmitiam, fizeram Ino sentir-se cada vez mais úmida em sua parte íntima.

- Eu amo você, anjo.

- Eu também, Barbie.

Ino deixou um sorriso escapar diante do apelido que Jill lhe chamava desde que se conheceram no colegial e brigavam o tempo todo. Era irônico como agora a palavra era reproduzida com carinho, em contraste do tom de ofensa com que era dito no passado. No fundo sabia que sua implicância com Jill naquela época era resultado da confusão de seus sentimentos pela colega classe. Hoje aos vinte sete anos, faltando apenas três meses para compartilhar seu sobrenome com ela, conseguia compreender bem suas atitudes passadas.

Não perdeu tempo em abocanhar um dos seios dela, que escorregou uma das mãos por suas costas, aproveitando que estava inclinada e adentrou sua calcinha rosa. Um de seus dedos aprofundou-se dentro de Ino sentindo como ela estava excitada.

Tanto Jill, quanto Ino amaldiçoaram todo o planeta Terra quando o celular de Jill começou a tocar.

- Se você atender essa merda, eu te mato quando você estiver dormindo. – Ino ameaçou.

- Deve ser o Carter. – esclareceu e pegou o aparelho que vibrava na mesa de cabeceira. – Viu? – mostrou o visor para Ino que pegou o celular, furiosa.

- O que você quer Jordan? – deixou todo seu mau humor ser despejado sem se importar. Jill negou com a cabeça rindo do típico comportamento dela. Já estava acostumada.

- Boa noite pra você também. – Jordan respondeu ácido do outro lado da linha.

- Você não me testa, Carter.

- Interrompi algo? – apesar das palavras, arrependimento era a última coisa que o tom dele transmitia.

- Por que você não vai comer o Naruto e para de interromper a foda dos outros, seu fodido?

- Já fiz isso. Por esse motivo estou ligando. Naruto esqueceu de me avisar sobre o parque hoje e eu não sei que horas vocês marcaram com a gente, já que ele não sabe explicar porra nehuma.

Jill pegou o celular de volta para responder, enquanto Ino cruzou os braços emburrada.

- Oito e meia na frente do Pizza’s Bill*, ai nós vamos a pé, o parque fica perto.

- Valeu, vou falar com o idiota aqui. Agora vê se cuida direitinho da sua noiva para ela não me matar mais tarde. – Jordan desligou.

Jill colocou o aparelho de volta na mesinha e encarou a postura manhosa da outra.

- Sabia que você me deixa com um puta tesão quando faz essa cara de mimada, Barbie?



[...]


Jill estremeceu com a brisa forte que passou por ali. A noite estava bonita, mas a temperatura havia decaído um pouco. Estava na porta da pizzaria esperando por Ino que entrou no estabelecimento para conferir se Naruto e Jordan estavam no local.

- Bill disse que eles foram para o parque. – ela informou segurando sua mão.

- Merda, eles são tão impacientes! – exasperou irritada.

- Aposto que o Naruto dever estar enchendo o rabo em alguma barraca de lamén por lá.

- Certeza.

Caminharam em direção as luzes que os brinquedos do parque transmitiam. Ficava bem próximo de onde estavam.

- UUUH! Isso é tão legal! – Ino deu um gritinho empolgado encarando as barracas de jogos, brinquedos radicais e lojinhas espalhadas pelo terreno coberto por grama, assim que adentraram o espaço locado pela administração do parque.

- Você parece uma criança.

- Parques despertam isso na gente. É tão gostoso, você não sente isso?

- Eu sinto minhas pernas congelando com esse frio.

- Você parece uma velh... OLHA ELES ALI! – Ino se interrompeu, apontando para uma tenda vermelha com mesinhas, e em uma delas estava Naruto devorando sua segunda tigela de massa, com Jordan ao seu lado comendo churros.

- Pensei que o combinado era em frente ao Bill, seus putos! – Jill deixou um tapa na nuca de cada um.

- Vocês demoraram uma eternidade, eu tava com fome. – rebateu Naruto acariciando o local agredido.

- E quando é que você não 'tá? - Jordan arqueou a sobrancelha negra e Naruto mostrou toda sua maturidade lhe dando língua.

- Culpe a Ino que troca de roupa três vezes e escolhe uma quarta. – Jill ergueu as mãos tirando sua culpa pelo atraso, enquanto Ino deu de ombros. Os amigos já sabiam de sua mania de chegar atrasada em todos os lugares.

- Então o que vocês querem fazer? Espero que seja algo bom, por me fazerem sair nesse frio da porra. – pediu Jordan lançando seu melhor olhar de não queria estar aqui.

- Vamos andar por ai, deve ter várias coisas legais. E eu quero andar na montanha-russa. – disse Naruto empurrando a tigela vazia para o lado.

Todos assentiram e o grupo seguiu por entre os comércios do lugar. Naruto e Jordan vez o outra trocando olhares cumplices e piadinhas pessoais, enquanto Ino e Jill caminhavam mais atrás de mãos dadas. Os olhos caramelados de Jill caíram sobre a barraca de tiro ao alvo.

- Quer brincar um pouco, Barbie? – lançou sua melhor expressão de desafio, que Ino correspondeu imediatamente com um sorriso malicioso.

- Quem ganhar usa a cintaralha na próxima vez. – propôs aproximando-se da banca e entregou duas notas de cinco dólares ao senhorzinho que cuidava da barraca.

- Fechado.

Ino foi a primeira a pegar a espingarda de brinquedo mirando nos alvos circulares na cor branca e vermelha que se mexiam para dificultar a brincadeira.

Seu primeiro tiro acertou a lona da barraca.

- Você é horrível. – Naruto falou ao se aproximar com um algodão doce na mão.

- Cala boca, Uzumaki. – ralhou irritada e mirou novamente, dessa vez conseguindo acertar dois alvos, finalizando os três tiros que tinha com um sorriso satisfeito. – Marquei dois pontos, o que eu ganho? – olhou para o dono da barraca que lhe entregou uma pelúcia de pato pequena.

- Que bosta hein, Ino. – Jordan e Naruto engataram em risadas apontando para o patinho sem graça em suas mãos.

- Vão se foder. – cruzou os braços virando a cara.

- Deixa que a mamãe vai lhe ensinar como usar uma arma. – Jill pegou a espingarda e mirou nos alvos que voltaram a se mexer. Seu primeiro tiro acertou um que estava no alto, o segundo em um que ficava no meio e o terceiro em um alvo que se mexia no canto.

- Parabéns! A senhorita acertou todos os tiros! – o senhorzinho entregou um urso gigante de cor azul para Jill, deixando Ino com as bochechas vermelhas de indignação.

- Onde aprendeu a atirar assim?

- Com o Jordan. – deu de ombros e trocou um cumprimento de socos com o amigo de infância.

- Ah, então vocês tem segredinhos agora? Vamos Naruto. – empinou o nariz e saiu arrastando o amigo que protestava.

Jill e Jordan seguiram os dois aos risos. Ino parou na filha da montanha-russa. E Jill tomou a palavra:

- Vocês vão andar nisso?

- Sim, por quê? – Naruto franziu a testa, descartando o palito do algodão em uma lixeira ali perto.

- Ela tem fobia de altura. – respondeu Ino.

- Não precisa vir com a gente, Jill. - Jordan massageou um de seus ombros de forma compreensiva, sabia da fobia da amiga desde que eram crianças.

- Eu vou esperar vocês naquela barraca de taco ali. – apontou para uma lona de cor verde e os amigos concordaram.

- Te vejo daqui a pouco, anjo. – Ino deixou um beijo estalado nos lábios de Jill, fazendo as cores de seus batons se misturarem.

- Compra um taco pra mim. – Naruto pediu antes de entrar na plataforma de embarque para os carrinhos, sendo seguido por Ino e Jordan.

Jill saiu da fila, seguindo até a lona de tacos. Havia várias outras tendas interessantes pelo local, mas uma lhe chamou a atenção. Era uma tenda roxa com símbolos amarelos, que Jill não conhecia. Era pequena e chamativa, seu interior parecia escuro e Jill não percebeu que seus pés já caminhavam naquela direção.

Parou em frente à lona e olhou ao redor notando o quão distante estava da movimentação do parque. A tenda que antes parecia estar entre as outras, agora se mostrava isolada. Não havia pessoas por perto, e Jill sentia que algo estava errado. Seu faro de advogada não mentia, mas sua curiosidade era maior.

Adentrou a escuridão da tenda com os sentidos em alerta. Assim que seu corpo estava completamente dentro, um dos símbolos no interior da lona que ficava no alto começou a brilhar iluminando o local, que se mostrou um longo corredor. O que era muito estranho, por que Jill se lembrava de que a tenda era bem pequena olhando de fora. A cada passo que dava, um símbolo no “teto” acendia e o corredor de lenços roxos e desenhos amarelos só aumentava, parecia não ter fim.

Depois de quase cinco minutos caminhando em linha reta, o corredor revelou uma espécie de sala central. Havia uma mesa redonda no meio, coberta por um pano longo de cor azul. Sobre a mesa, estava uma bola de cristal, que Jill só reconhecera por já ter assistido a vários filmes e desenhos de magia. Mas, aquilo não poderia ser real.

Deveria ser uma tenda de cartomante. Entretanto, por que o corredor seria tão longo daquele jeito? Algo não encaixava. E o lugar parecia estar deserto.

- Tem alguém ai? – sua voz ecoou pelo corredor, se distanciando como se caminha-se para ir embora. O objeto de cristal sobre a mesa passou a emitir uma luz mesclada entre o laranja e o azul. Era uma dança visivelmente bela, as cores rodavam ao redor uma da outra como fumaças.

Jill se aproximou do objeto, fascinada com o que via. Não conseguiu controlar o movimento de sua mão que tocou na bola de cristal. Ela emitiu uma forte luz por toda a tenda, com tanta intensidade que Jill precisou tapar os olhos para não ficar cega.

Quando a luz cessou e Jill abriu seus olhos a mesa e o objeto não estavam mais ali. O lugar ficara vazio.

- O que foi isso? – Olhou para todos os cantos procurando alguma explicação. Os símbolos no teto começaram a se apagar, logo tudo voltaria a ser uma completa escuridão e ao perceber isso, Jill passou a correr pelo extenso caminho. Não queria mais ficar naquele lugar misteriosamente estranho e bizarro.

Conseguiu chegar do lado de fora, assim que a última luz se apagou. Colocou as mãos sobre os joelhos, com a respiração ofegante.

- JILL! JILL! – Ino correu em sua direção e lhe abraçou com força. – ONDE VOCÊ ESTAVA? ESTAMOS TE PROCURANDO POR QUASE DUAS HORAS!

- Duas horas? – franziu o cenho.

Naruto e Jordan apareceram logo em seguida, com Jordan tomando a palavra:

- Nós rodamos o parque todo atrás de você.

- Ligamos para o seu celular, mas ele só dava fora de área. – explicou Naruto.

- Por que você sumiu assim, por tanto tempo?

- Tanto tempo? Eu só fiquei uns minutos naquela tenda. – apontou para trás de si.

- Que tenda? – Naruto arqueou a sobrancelha.

- Essa tenda rox... – suas palavras morreram assim que ela se virou. Não havia nada, apenas as árvores que ficavam ao fundo daquela área alugada pelo parque. – O-o quê?

- Amor, você está bem? – O tom de Ino era preocupado.

- Cadê a tenda que estava aqui? – questionou alarmada.

- Não tinha tenda nenhuma aqui quando te vimos, Jill. – Jordan olhava para si como se houve crescido duas cabeças em seu pescoço.

- Claro que tinha. Eu entrei nela.

- Jill, não tem nada aqui. – Naruto passou seu braço pelo de Jordan abraçando o marido. Estava se assustando com o comportamento bizarro da amiga. – Você tomou alguma coisa?

Jill negou com um aceno.

- Amor, vamos para casa ok? O parque já vai fechar e você parece cansada. Depois a gente conversa melhor. – Ino acariciou os fios platinados da noiva e começou a puxa-la para sair daquele lugar.

Jill deixou-se ser levada sem protestar, tamanha era a confusão de seus pensamentos. O que havia acontecido?



[...]


Seu olhar estava fixo na TV que transmitia um filme de ação qualquer, mas Jill não sabia nada do que se passava, apenas ouvia as vozes dos atores. Sua mente nublada não parava de pensar no acontecimento da noite anterior. Não poderia ter sido uma alucinação sua ter entrado naquela tenda.

Havia sido tão real, ainda sentia a textura do vidro da bola de cristal que tocou. Não conseguia entender o que significava aquilo e porque apenas ela viu a barraca. Preferiu não tocar no assunto com os amigos, visto que eles pareciam achar que ela havia bebido algo.

- Jill? – Ino chamou sua atenção se debruçando sobre o sofá onde Jill estava largada, para lhe abraçar por trás. – Faz um favor pra mim?

- E quando é que eu não faço, loira? – apertou o nariz arrebitado dela que lhe deu um tapa na mão.

- Preciso que vá ao mercado comprar queijo e molho de tomate. Os rapazes estão vindo para nossa noite de basquete e trarão cerveja e salgadinhos.

- Vou aproveitar e comprar meus bombons, não posso voltar para trabalho e aturar minha chefe sem chocolate no organismo.

- Vou começar a preparar uns petiscos aqui, já são quase oito horas e o jogo começa ás nove.

- Não deixa o Naruto comer tudo antes que eu volte. – reclamou Jill depois de vestir um casaco.

- Vou tentar, mas não garanto nada. Ele é pior que uma traça, se jogar sal em uma pedra é capaz dele comer.

- Vou comprar um cadeado para a geladeira. – debochou pegando as chaves de casa e deixando-a logo em seguida.



[...]


As portas automáticas do estabelecimento se abriram fazendo com que Jill sentisse o ar frio daquela noite. O inverno de Seattle era mesmo rigoroso. Eram dez para ás nove, e precisava se apressar para não perde o começo da partida. Havia feito uma aposta de duzentos dólares com Jordan sobre a vitória dos Lakers*.

Era para estar em casa nesse momento em seu sofá, discutindo com ele sobre o placar do jogo, se não fosse à fila gigante do supermercado. Havia respondido a mensagem de Ino, que questionava onde estava e o porquê de sua demora. Revirou os olhos quando recebeu um emoji de Naruto com um bonequinho comendo e bebendo, aquele puto esfomeado. Respondeu com um dedo do meio e guardou o aparelho no bolso frontal de seu casaco.

Com a sacola cheia de barras de chocolates, queijo e molho, Jill deixou o estacionamento do supermercado. Ficava a quatro quadras de casa, por isso havia decido vir a pé.

Acenou para uma velha conhecida que viu no caminho e deu continuidade ao seu trajeto. Não pode deixar de notar que a rua estava mais deserta do que quando estava indo. Sendo sincera, não havia um sinal de pessoas na rua. Olhou para trás vendo o mercado distante. Acelerou o passo.

A rua mal iluminada, com as luzes fracas dos postes, tornava o clima pesado. Quando dobrou uma esquina, seu corpo travou, havia um grupo estranho no beco que pareciam estar consumindo algo ilícito. Eram cinco homens, e um deles levantou o olhar para si e um sorriso malicioso tomou conta de seu rosto sujo.

Com o coração a mil e o medo tomando conta, Jill deu meia volta. Não se arriscaria a passar por ali, depois daquilo. Arrependia-se amargamente de não ter vindo de carro. Depois de duas ruas a mais para chegar em casa, chegou em uma ruazinha estreita entre um loja fechada e um fábrica abandonada que ela sabia que sairia em uma rua que antecipava a que ela residia.

Era para o sentimento de alívio ter lhe atingindo, mas o contrário aconteceu. O corredor estreito parecia ter ficado mais escuro, e Jill só não estava totalmente cega, pela luz do poste da rua transversal que ficava à frente, no fim do corredor. O silêncio era total, cada passo seu, ecoava com o dobro de volume, que parecia estar vindo de trás. Virou rapidamente, mas não havia nada.

Sentia o clima ficar denso com o nevoeiro daquela noite ficar mais intenso. Acelerou seus passos, desesperada para sair dali, mas o corredor parecia não terminar. Um zumbido começou a sair das paredes que lhe cercavam, e sussurros vinham de cantos escuros. O nevoeiro dificultava a sua visão, e ele parecia ficar cada mais forte a cada segundo.

Com as mãos trêmulas, pegou o celular do bolso. Não havia sinal. Quando pôs o primeiro pé fora do corredor, todos os sons sumiram. Pisou em algo e olhou para o chão encontrando fotografias polaroid espalhas. Estavam viradas para baixo. Olhou em volta, a rua estava vazia, mas a neblina havia desaparecido.

Curiosa recolheu as fotos do chão e seguiu seu caminho. Faltava apenas uma rua para chegar em casa, agradecia mentalmente por isso. Endireitou a sacola, apoiando-a sobre o braço e juntou as fotografias passando a folhea-las, enquanto caminhava. Eram dez imagens.

A primeira parecia uma mulher alta, com cabelos negros. Mas, não conseguia ver suas feições, pois a foto fora tirada de longe. Ela estava em pé no centro da imagem com os braços rentes ao corpo, em uma calçada de alguma rua.

Jill deslizou a imagem observando a próxima. A mulher estava da mesma forma, porém, um pouco mais perto. Dava para notar que ela vestia algo branco com vermelho no pescoço. E que também segurava um objeto em uma das mãos.

Conforme passava as fotos com rapidez, a mulher ficava cada vez mais próxima. Parecia andar para frente a cada fotografia. Era aterrorizante.

Na oitava fotografia ela estava tão perto que Jill notou que o objeto que ela segurava era uma grande faca manchada. O vermelho em seu pescoço era sangue. Suas mãos começaram a tremer quando chegou a nona foto. Ainda mais próxima, Jill pode ver a garganta cortada e a boca rasgada de ponta a ponta. Era horrível, o olhar da mulher era um claro sinal de morte, um misto de tristeza e sadismo.

Virando última esquina, a poucos metros de casa, Jill notou com horror que a calçada que a mulher caminhava era a mesma que ela estava. Olhou ao redor sentindo-se vigiada. A figura das fotos parecia olhar diretamente para si, mesmo quando Jill olhava a foto de outro ângulo. Na décima e última imagem, não havia ninguém, apenas a frase.

“Perto demais.”

Sentiu uma respiração próxima a sua nuca, e seu corpo paralisou por inteiro.

Virou-se pronta para atacar quem fosse preciso, mas encontrou apenas o vazio da rua deserta.

Voltou a olhar para frente deparando-se com a figura assombrosa diante de si. Era ainda pior do que nas fotos. Teve tempo apenas para gritar quando sentiu a grande faca lhe rasgar a garganta.


[...]


Gritou abrindo os olhos rapidamente. Sua respiração acelerada e seu coração batendo em uma velocidade absurda. Havia suor descendo por sua testa.

Jill olhou ao redor percebendo que se encontrava na tenda onde havia entrado no parque, sua mão acabara de deixar de tocar na bola de cristal.

O que havia sido aquilo?

Aflita com o acontecimento, não pensou duas vezes em correr para fora daquele lugar. O corredor de luzes amarelas e panos roxos era extenso e seu fim parecia nunca chegar. Quanto mais corria, mais distante a saída parecia ficar. Aquilo era medonho.

Jill estava ofegante e apoiou as mãos nos joelhos assim que saiu da tenda, tentando recuperar o fôlego.

O que havia acontecido? Aquilo tudo era real?

- JILL! JILL! – Ino correu em sua direção e lhe abraçou com força. – ONDE VOCÊ ESTAVA? ESTAMOS TE PROCURANDO POR QUASE DUAS HORAS!

- O-o quê? – Estremeceu.

Naruto e Jordan apareceram logo em seguida, com Jordan tomando a palavra:

- Nós rodamos o parque todo atrás de você.

- Ligamos para o seu celular, mas ele só dava fora de área. – explicou Naruto.

- Por que você sumiu assim, por tanto tempo?

Jill se afastou de Ino com a expressão perplexa. Aquilo não podia estar acontecendo.

- Amor, você está bem? – O tom de Ino era preocupado.

Jill olhou para trás e seu medo ganhou confirmação. Sentiu seus olhos molharem e o desespero lhe consumir.

Não havia mais uma tenda ali. Tudo estava se repetindo como sua mente havia visto agora á pouco.

Aquilo fora uma premonição de sua morte ou uma alucinação de sua cabeça?






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Pizza’s Bill: Estabelecimento fictício.

Lakers: Los Angeles Lakers é uma franquia e também um time de basquete da NBA com sede em Los Angeles, Califórnia.









12 de Junho de 2018 às 23:13 4 Denunciar Insira Seguir história
8
Fim

Conheça o autor

Cammis Silva Escritora (amadora); Leitora, apaixonada por fantasia e terror; Musica move meu mundo.

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Olá! Meu deus eu estou me borrando com o final, o susto que eu levei com a cena da mulher chegando com a faca nossa, meu coração acelerou aqui. Não sei se tudo isso NÃO ter acontecido me deixa aliviada ou com mais medo ainda. Você conseguiu deixar a música do seriado mais engraçado de todos como um conto que te deixa com o coração na boca. E é uma coisa que te prende e você quer entender o que está acontecendo, e você ter deixado esse final em aberto é o que dá mais mistério ainda e te deixa mais apreensivo. Eu estou impressionada. Pobre Jill, tomara que agora pelo menos ela faça as escolhas certas e já deixe os chocolates comprados para o jogo, ou ao menos VÁ DE CARRO! Gostei de como você jogou com a música e com a gente, você começa com as estrofes sobre futuro e nós ficamos tentando entender a relação com o texto pra no final descobrir que na verdade todo aquele trecho desde entrar na casa da cartomante até o fim da história é uma visão, genial. Parabéns pela sua história, ela foi muito surpreendente. Mais uma vez, estamos encantados com a sua narrativa única! Obrigada por ter participado do desafio <3
June 23, 2018, 16:32
Pekena UzUc Pekena UzUc
CARALHO marida *0000* Vc está ficando cada dia melhor gzuis eu eu senti os pelos do cy arrepiar aqui Isso ficou incrível, parabéns vc é realmente a princesa do terror
June 20, 2018, 01:45
Caramelo Sama Caramelo Sama
Cammis eu não sei nem o que te dizer. Sério, eu amei. Eu fui vasculhar algumas contas e acabei xeretando na sua. Mulher, acredita que eu não sabia de metade da suas histórias? Eu só tinha lido poucas. Nem fazia ideia de que você havia se tornado uma puta escritora de terror. Choquei. Na boa, te daria um prêmio se pudesse. E quanto a essa fic.... Bah!!! Amei. Muito. Não sei se a Jiil e o Jordam existem e isso é um crossover ou são ocs, mas tanto faz. Tá uma delicinha do mesmo jeito. Só digo mais uma coisa. Nunca chego perto de polaroids. De jeito nem um. E tipo, eu não tinha associado a música nem a estrofe com a fic, ai achei mesmo que tinha acabado ali. Com ela morta. Por sorte era premonição (espero). Assim ela já fica avisada. Nada de chocolate, nada de fazer compras. Nada de sair de casa. É isto. Já disse que amei? Enfim, kissus de Caramelo
June 18, 2018, 15:50
Mori Katsu Mori Katsu
Se eu fosse ela, não passava mais naquela rua. Eu quase senti a mulher atrás de mim. Ficou incrível! Foi divertida a forma como colocou o Naruto, deveria comprar um cadeado pra boca dele isso sim. E também a reação dela no final. Eu também ficaria me borrando.
June 12, 2018, 23:58
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