carolina718f Carolina Pires

E se você recebesse uma mensagem onde dizia que você tinha de se declarar para o seu amor em apenas 24 horas se não ele morria? Você faria o quê?


Romance Suspense romântico Todo o público.

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24 horas

Acordo com o som do celular tocando, estranhamente quando o toco vejo que a luz do mesmo está ligada e uma mensagem é recebida " Veja o que foi deixado por baixo da porta ", sem saber a razão o meu peito aperta, me levanto da cama e talteio o chão, os meus pés estão sem meias ou qualquer pedaço de tecido.


Com a mão pressionando a parede acendo a luz que ilumina o trajeto e lá está como a mensagem dizia. Algo perto da porta, um pedaço de papel tal como se fosse um envelope. Ao retirá-lo do chão o viro e logo sou surpreendida pelo que lá está escrito " 24 horas ". Com pressa, com as mãos soando e o meu coração batendo mais forte, não sei porque estou assim, mas me atrevo a abrir o envelope e a ver o que lá dentro existe.


Ao retirar o pequeno papel que lá dentro está, começo lendo as palavras escritas : " tem apenas 24 horas até á virada do ano ou então ele morre. Você sabe muito bem quem ele é. Ivo. Tem que arranjar uma forma para lhe dizer o que sente, mas sem dizer as palavras, gosto ou amo. Tem apenas 24 horas, não se esqueça."


Deixo o papel logo cair no chão e caminho para trás me sentando logo na cama. Não pode ser, mas porquê?


E se for uma brincadeira, na minha cabeça não parece ser uma brincadeira.


Sem saber o porquê busco o celular de novo, tentando perceber quem enviou a mensagem, mas nada me dá uma pista. O remetente é anónimo , mas o mais interessante ou assustador até é, tal como na mensagem, na carta dizia, 24 horas, ao olhar o relógio do celular vejo que falta praticamente 24 horas, passa poucos minutos da meia noite.


Quem sou eu? Amélia uma garota simples, de 18, mas que sempre foi apaixonada por Ivo desde o jardim de infância e nunca tive a capacidade de lhe dizer o que sentia. Ficava vendo ele ter os seus amores e não me ligar a mínima me ver apenas como melhor amiga. O pior disso tudo é que ele está aqui perto.


Todos nós, a maioria da escola está neste comboio fazendo uma viagem que demorará exatamente 24 horas até ao nosso destino " As ilhas fervilhantes " um lugar onde nesta época do ano tudo está coberto de neve e a aurora boreal é linda.


A poucas carruagens, quartos de distância ele se encontra. O pior disso tudo é que ele não está sozinho está com a sua companheira. Como criar um clima de romance ou até mesmo lhe dizer o que sinto se ele está com ela? Mas tenho de fazê-lo, por ele, pela vida dele e pela minha eu sei que morrerei se ele morrer.


Uma das coisas que me pode ajudar é a magia mas mesmo assim eu não posso usá-la para desfazer a morte dele mas tentar talvez afastá-lo de Carla.


Apesar de estar escuro olho para a janela tentando pensar em algo, num plano algo perfeito, mas que ao mesmo tempo não magoe ninguém.


Sentada na cama começo pensando, o meu dedo faz gestos no ar, e logo a folha antes escrita está virada, a parte branca , ela flutua no ar e começo pensando, o que penso sendo escrito no papel.


Primeiro tenho 4 momentos para fazer algo, cruzar olhares demonstrar alguma aproximação, primeiro pequeno almoço, apesar de saber que sempre me sento a umas mesas deles quando vamos de viagem, depois almoço, posso tentar esbarrar nele e sussurrar algo, terceiro o lanche ou convívio e por fim na ocasião onde estarão comemorando a virada do ano , vendo a aurora boreal e o fogo de artifício.


Não consigo dormir, a adrenalina de saber que a qualquer momento algo pode acontecer a Ivo me faz ficar ansiosa.


Reviro o quarto, ando de um lado para o outro, mexendo em roupa, arrumando e desarrumando pensando em mil cenários. Basicamente em cenários mais negativos onde eu não consigo realmente fazer o que me mandam, o que na realidade me ameaçaram para fazer.


Está de noite já se passaram horas apesar de ser uma ideia que pode não correr bem ou então não ser uma forma real de me declarar, mas vou tentar. Sem ter mudado de roupa saio da cama que por instantes me sentei e caminho até á porta da minha carruagem. Não a partilho com alguém por isso não me vêem saindo a meio da noite, percorro o corredor vendo várias portas fechadas e quando chego ao quarto onde sei que Ivo partilha com um amigo, penso em rodar a maçaneta, mas não o faço , penso em deixar uma mensagem, mas o papel está no quarto. Então com apenas um gesto de novo uma folha se materializa e penso em escrever, mas algo me trava.


Ainda assim penso e as palavras começam aparecendo " Lembra de quando passávamos o almoço juntos? De quando faziam bullying comigo e você me protegia? Tenho saudades desse tempo saudades de quando tudo era tão simples e eu não sabia que era amor. Mas eu não consegui dizer o que sentia e você sempre teve amores os quais eu nunca fui um. Já deve imaginar o que isto é uma declaração, sim desde essa altura que eu gosto de você ainda gosto."


Após estar escrito na folha ela deixa de flutuar e vai até à minha mão, logo a coloco debaixo da porta empurrando para dentro e esperando que tenha acabado, que eu tenha conseguido que o meu melhor amigo não morra.


Volto então para a minha carruagem, mas algo não está certo, quando de novo me sento na cama vejo a folha que antes tinha escrito quando olho para a mesinha de cabeceira, ela flutua no ar e num instante se incendeia. Parece que não me posso declarar assim. Antes de ela estar em cinza vejo a palavra "gosto" em dourado, sim na mensagem dizia que eu não podia usar a palavra nem me lembrei.


Sou acordada pelo sol que entra pela janela e não só pelo barulho que o meu celular faz. Em algum momento consegui tirar um cochilo e fez bem ao meu corpo. Não sei como o consegui fazer, mas o fiz. Ao olhar o sol lá fora sei que ainda é cedo mas é hora do pequeno almoço, pego a minha roupa uma roupa quente já que apesar de estarmos dentro de um comboio faz um frio. Uma camisa roxa de lã e umas calças de ganga é o que visto e logo que as portas são abertas meto a cabeça para fora vendo através do corredor outros fazendo o mesmo. Por um instante o meu olhar se cruza com o de Ivo e aquele sorriso que ilumina tudo está lá nos seus lábios e eu derreto para logo depois ver ele ir embora sendo levado por Carla a que agarra o seu braço.


Na mesa mexendo a colher que está dentro da taça de cereais, Miriam minha amiga tenta dizer algo, mas eu não presto atenção. Estou vidrada neles no casalinho eles que parecem animados conversando. Me levanto num momento, não tenho nada mais na minha mente a não ser passar por ele e tentar sussurrar. Caminho e parece correr bem mas logo sou impedida.


— Fez o trabalho sobre os glaciares ? — pergunta uma das garotas mais patricinhas e reviro os olhos com o tom da sua voz.


— Sim — eu digo friamente e quando tento voltar a minha atenção para o meu alvo ele já não lá está, provavelmente Carla o levou embora.


Volto para o meu quarto fingindo arrumar algo, mas nada está fora do lugar em vez disso a ansiedade me percorre, apesar de saber que tenho mais de 12 horas para fazer algo ainda não sei o que fazer.


Horas depois


É a última oportunidade para fazer, dizer algo a Ivo, já que as duas primeiras oportunidades, quer dizer 3 contando com o pequeno almoço não correram bem. No almoço, por um momento os nossos olhares se cruzaram, o seu sorriso quase parecia sincero e que ele sentia o mesmo por mim, o meu corpo aqueceu e eu senti as borboletas no meu estômago, eu quis que nada interessasse que só nós dois estivéssemos neste comboio e que ele não fosse morrer ou pudesse morrer a qualquer instante, mas é isso mesmo.


Durante o convívio, eu via ele conversando com Carla , fazendo os pequenos trabalhos manuais que nos mandavam e quase, mas quase consegui sussurrar " eu estou apaixonada por ti" no instante em que ele estava á minha frente no corredor e íamos cada um para seu quarto, mas não consegui, quando o seu rosto se virou para o meu não consegui que nenhuma palavra saísse da minha boca apenas fiquei com provavelmente uma cara de boba olhando ele. Minha amiga Miriam disse que eu até corei, é eu senti as minhas bochechas quentes.


— Vá falar com ele. — não contei para Miriam. Mas estando nós duas distantes deles, na pequena salinha, eles que estão ao pé da janela. Quase parece uma cena de Titanic, mas eles estão num comboio. Parece que Miriam sabe algo, mas não sei dizer exatamente o que é.


Vejo quando Carla se afasta dele por um instante e me arrisco a percorrer o espaço que me separa de Ivo, é agora ou nunca. Nem cheguei a usar magia para afastar Carla. Ele está virado observando como o céu está lindo, cores entre verde azul e amarelo são visíveis.


Fico pequenos instantes olhando o que o meu amigo olha e logo pelo canto do olho vejo que ele percebeu que eu estou aqui. Quando nos viramos ficamos exatamente frente a frente sem dizer nada. É como se o sorriso que ele transborda mostrasse que ele sabe exatamente o que quero dizer. Não digo nada e em instantes as suas mãos pegam as minhas.


— Eu disse que ia resultar, se não fosse o nosso plano essa garotinha nunca teria tido a coragem para lhe dizer o que sente.


— Ao que parece não são precisas palavras não é mesmo.


Após a troca de palavras, olho para elas mesmo sabendo quem são , Miriam e Carla, o mais estranho disso tudo, de saber foi tudo um plano é saber que realmente Carla é apenas amiga dele e nos quis juntar.

30 de Dezembro de 2023 às 04:43 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

Carolina Pires Ao lerem o que escrevo podem conhecer um pouco de mim...mas não tudo. Uma pequena escritora com gostos peculiares e extravagantes. Amante de terror e hot. Escrevo de tudo um pouco, mas a minha especialidade são as minhas poesias e hot🔞🔥. Viciada em supernatural, Harry Potter e ressaca.

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