Crepúsculo.
Na sacada do décimo andar a brisa soprada levava consigo a fumaça do cigarro, deixando apenas o cheiro forte em meio ao aroma de jasmim.
Perfume pertencente a ela.
Os olhos perscrutando cada detalhe buscava desvendar os mistérios por trás daquelas magníficas oscilações de cores para então, se findar. Ou talvez, estivesse só ocupando a mente com questões filosóficas.
Eram tantas as lembranças que lhe tomavam a mente.
Cada sorriso, cada risada...
As arfadas em meio a ofegos, confissões sussurradas ao pé d’ouvido...
O ressoar da respiração lenta e calma...
A feição adormecida.
Pedaços que se juntavam no mais perfeito quebra cabeça.
A saudade inundada em cada tragada se desvanecia em baforadas constantes, tentando em vão camuflar a solidão.
Uma semana.
E três dias.
O tempo sem ela pareciam anos e sua mente perturbada com a realidade se indagava se um dia pararia de contar, de sentir… se conseguiria esquecer.
Um último suspiro.
Olhos vidrados na imensidão estrelada.
Não havia mais desculpas a pensar.
Inegável.
Ela não ousou abrir a carta.
14 de Maio de 2018 às 19:47 0 Denunciar Insira 1Obrigado pela leitura!
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