As mãos estavam sujas de tinta preta, o suor abandonava seus poros devido ao esforço que havia feito. Tudo aquilo que tentava dizer estava agora impresso nas paredes para todos os que quisessem ver.
Toques indevidos tomavam o lugar, as paredes brancas estavam repletas deles. Os dígitos se esgueiravam em uma tentativa de gritar e anunciar o desespero que engolia as suas digitais.
A autora da obra estava caída ao chão tentando se livrar da tinta, tentava aos prantos se livrar das palmas nuas em cada canto do quarto. A criatura hiperventilava com a ansiedade que tomava seu corpo, precisava retirar as mãos que ali estavam.
Gritava alto imersa em desespero, sua garganta sangrava a tinta que coloria o mundo ao seu redor, não entendia como não era ouvida. Mas sabia e sentia com toda a repulsa presente que elas não faziam nada além de tocar.
Mãos não ouvem e não vêem, somente tocam e contaminam de modo impensado, conseguem marcar de modo definitivo não importa quanto tempo se passe.
Suas marcas continuarão explicitamente vivas na essência.
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