cammis Cammis Silva

O quão longe pode ir às consequências de uma simples brincadeira? O mal faminto por sangue não irá parar até se sentir saciado. Quem entrar em seu caminho será consumido por sua fúria.


Fanfiction Anime/Mangá Para maiores de 18 apenas.

#terror #horror #naruto #sangue #sobrenatural #supernatural #suspense #mistério #uchiha #Sabaku #colegial #maldição
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Parte I: Debaixo da cama




Olá, Cammis aqui <3


Queria avisar que essa fanfic será uma mini coletânea de pelo menos cinco capítulos destintos, pórem interligados.


É do gênero Terror/Suspense.


Espero que gostem, desculpe se houver erros.

Boa leitura!



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“Dirão que derramei sangue inocente. Mas para que serve o sangue, se não para ser derramado?”

Candyman


Konoha – Japão.

Dez anos depois.


O céu estava meio nublado naquela manhã em Konoha. Uma cidade pacata com seus 25.000 mil habitantes.

Ruas de pouco movimento, moradores calmos e hospitaleiros. Comércio simples e uma grande concentração de árvores formavam o ambiente da pequena localidade.

A família Uchiha se preparava para começar em sua nova casa. Uma residência antiga localizada em uma área um pouco afastada do centro da cidade, com uma modesta floresta como seu quintal.

A optação pela mudança veio com a morte de Madara Uchiha, pai do patriarca da família, Fugaku. Com o falecimento do Uchiha mais velho, Fugaku se viu com a responsabilidade de cuidar da fábrica de brinquedos que havia herdado do pai.

Tomou a decisão logo após o enterro da figura paterna. O advogado que cuidava do testamento de Madara veio falar consigo e lhe passou as posses do pai. Passados dois meses da morte do patriarca, Fugaku mudara-se com toda a sua família para a cidade onde a fábrica ficava e seu pai morava.

Mikoto fazia o café da manhã e arrumava a mesa quando ouviu passos nas escadas.

- Bom dia. – seu marido saldou simples, enquanto depositava um beijo singelo em sua bochecha, sentando-se à mesa. Era sempre assim quando estavam a sós. Fugaku parecia uma rocha quando estava em frente aos outros, com sua expressão séria e de pouco interesse. Mas se havia alguém que dobrasse o Uchiha esse alguém era a mulher com quem havia trocado alianças.

- Bom dia querido, o café já está pronto. – a mulher de pele tão pálida – que parecia porcelana – respondeu após tomar um gole do chá fumegante em suas mãos.

- Obrigado Mikoto. Então o que achou da casa?

- Eu gostei. - sorriu satisfeita. - Ela é bem grande e aconchegante, não parece que foi reformada á pouco tempo. - olhou em volta da cozinha espaçosa apoiando-se no balcão. - Vou terminar de arrumar as coisas e desempacotar o resto mais tarde.

- Tudo bem, quando eu chegar vou dar um jeito naquela garagem, tem um monte de tralhas por lá. - resmungou o mais velho. - O corretor disse que o pessoal da mudança virá buscar amanhã.

Passos e uma voz alta e alegre foram ouvidos vindos do segundo andar, que logo chegaram à cozinha. Mikoto olhou com a sobrancelha arqueada para os dois adolescentes à sua frente.

Um calmo e pacífico.

Um energético e de sorriso fácil.

Seu filho mais velho, Itachi e seu sobrinho Shisui.

- Bom dia meninos. – a matriarca sorriu doce como de costume. - Alguém está mais barulhento que o normal hoje. – cutucou o sobrinho.

Fugaku murmurou um “Bom dia” baixo voltado a ler seu jornal. A notícia que havia na primeira página havia lhe chamado á atenção.

“Essa semana é o aniversário de dez anos do crime que chocou a plácida cidade de Konoha. Os habitantes jamais esqueceram as fotos grotescas da cena do crime. A casa da família está interditada até hoje. Muitos moradores ainda tem receio de passar pelo lugar. A polícia encerrar o caso sem uma conclusão deixou um ar de medo sob a cidade. A repetição do acontecimento cinco anos atrás só reforça a imagem de que ainda não havia acabado...”

- Bom dia mãe. Pai. - disse o jovem de cabelos longos sentando-se, sendo seguido por Shisui que cumprimentou os tios. - Não sei por que ele está assim, como se tivesse algo empolgante para fazer nesta cidade vazia. - Revirou os olhos.

-Eu não tenho culpa se você vive com essa cara de quem bebeu vinagre Tachi. Sou uma pessoa feliz. - Provocou mostrando a língua para o primo.

-Muito maduro da sua parte Sui.

- Você adora reclamar de mim, mas não reclama do Sasuke. - resmungou emburrado.

-Você é tão ciumento. - Itachi aperta o nariz do primo debochadamente, enquanto Mikoto assistir a interação dos dois com um sorrisinho.

- Vou acordar o Sasu. – a mulher diz na porta da cozinha. - Se apressem logo para não se atrasarem, o ônibus da escola vai passar em quinze minutos.


[...]


Sasuke estava sozinho em seu quarto, seu aniki e seu primo estavam na escola e seu pai no trabalho. Encontrava-se um pouco emburrado com a mudança de cidade. Não que tivesse amigos ou algo do tipo para sentir falta de sua cidade antiga.

Porém, esperava que a escola de Konoha não tivesse garotas chatas e mimadas que o perseguiam ou meninos invejosos lhe mostrando cara feia, toda vez que acertava as perguntas que os professores faziam, como em sua escola antiga.

O caçula Uchiha terminava de arrumar sua cabaninha para iniciar sua brincadeira com seus bonecos e ursinhos. No auge de seus dez anos, adorava todos os seus brinquedos, mas o seu favorito era Kurama. Uma raposa laranja de pelúcia com cara de mau e possuía nove caudas que havia encontrado no dia anterior quando foi visitar a fábrica de brinquedos de seu avô Madara.

Não sabia explicar como aquela pelúcia havia lhe chamado tanto á atenção. Ficara brincando com ela o dia inteiro e dormiu com o bichinho em seus braços no dia antecedente. Havia algo no brinquedo que deixa Sasuke fascinado e também acanhado. Era estranho e bom.

O pequenino de tez pálida estava sentado no chão de seu novo quarto com seus outros brinquedos e deixou Kurama em uma cadeira. O garotinho colocava o capacete de corrida em seu piloto de plástico Mr. Boris, até que ouviu um barulho atrás de si.

Virou-se e percebeu que estava tudo normal, quando retornou a olhar para frente havia um garoto loiro de pele bronzeada e que vestia roupas negras no seu quarto. Seus pés estavam descalços, fazendo com que o garotinho pudesse ver as garras no lugar das unhas. Ele estava sentado num canto do cômodo e abraçava os joelhos com a cabeça baixa.

Sasuke conseguia ouvir os soluços vindos da boca do menino – estava mais para um adolescente – que parecia estar chorando compulsivamente. Com um pouco de medo, porém curioso, o pequeno Uchiha se aproximou em passos relutantes para perto do loiro. Esticou o braço para tocá-lo e quando estava perto de encostar nele, o jovem levantou sua cabeça rapidamente e seus olhos eram completamente vermelhos, deixando-o com um aspecto demoníaco. Para completar o quadro horripilante, sangue manchava seu pescoço e parte de sua camisa negra. E o pior era: o sangue parecia não pertencer á ele.

Sasuke se afastou assustado e o loiro perguntou numa voz inumana com uma expressão que beirava a inocência.

- Posso brincar com você?


[...]


Mikoto levava o cesto cheio de roupas até o quarto quando viu Sasuke em um dos corredores da casa de cabeça baixa contra a parede contando.

- Filho que está fazendo?

- Estou brincando de esconde-esconde. - o pequeno deu de ombros.

A matriarca franziu o cenho, curiosa.

- Com quem?

O moreninho olhou para os lados antes de voltar seu olhar para mãe e sussurrou como se lhe contasse um segredo. - Com o Naru.

- Quem é Naru? – a matriarca ficou ainda mais intrigada. Não conhecia ninguém com esse nome e eles haviam acabado de se mudar.

- Ele é meu novo amigo, mamãe. - o caçula sorriu com uma doçura jamais vista pela figura materna.

Mikoto sorriu pensando que o filho deveria ter criado algum amiguinho imaginário. Crianças e suas imaginações férteis. No fundo conseguia compreender, Sasuke era uma criança muito solitária e fechada para o mundo. Não seria impossível criar algo que suprisse sua solidão.

Precisaria conversar com ele depois.

- Tudo bem, espero que vocês dois não façam bagunça na casa que estou tentando colocar em ordem. - Entrou na brincadeira.

- Pode deixar mamãe... – o menor voltou a contar. Mikoto deu um riso e retornou seu caminho até o quarto dos meninos mais velhos com a cesta de roupas em mãos.

Pôs o objeto em uma das camas de solteiro do cômodo e começou a dobrar as roupas até que ouviu um baque. Olhou pra trás assustada e notou que a porta do quarto estava fechada.

Estranhou, pois havia deixado aberta.

Mas deu de ombros e voltou a dobrar as roupas. Ventava muito naquela região, não estranharia que a força dos ventos batesse suas portas e janelas.

Percebeu que a raposa Kurama estava deitada na outra cama de solteiro olhando diretamente pra ela. Sentiu um arrepio estranho á pelúcia parecia viva.

- O que você está fazendo aí Kurama? - pegou o brinquedo e ficou olhando-a como se a questiona-se - Vou te levar de volta para o quarto do Sasuke.


[...]


Era noite e quase todos estavam em seus devidos quartos e em suas respectivas camas.

Exceto os adolescentes. Itachi e Shisui. Os dois estavam sentados no tapete do quarto olhando para o tabuleiro que o mais velho havia comprado depois da escola.

- E então vamos começar? - perguntou Shisui animado com a brincadeira que pretendiam fazer.

- Tem certeza que quer fazer isso? E se for verdade? – o de fios longos disse meio indeciso. A verdade é que queria dormir e não perder tempo com as loucuras de seu primo mentalmente estranho.

Shisui revirou os olhos.

- Não me diga que está com medo Tachi? - debochou fazendo o outro bufar.

- ‘Tá, vamos logo com isso. - o primo apagou as luzes e deixou somente a de um abajur acesa, que mal iluminava o quarto.

Shisui pegou a seta de madeira e pôs sobre o tabuleiro colocando sua mão sobre ela e Itachi também assim iniciaram a "sessão".

- Tem algum espírito aqui? - perguntou o maior. Itachi não acreditava muito nessas coisas, só aceitou jogar tabuleiro Ouija para Shisui calar a boca. O primo havia cismado com aquilo depois de filme de terror que haviam visto na semana retrasada.

Os dois ficaram esperando a seta de madeira se mover, mas nada aconteceu.

- Faz outra pergunta. - o primogênito de Fugaku disse calmo.

- Pode fazer as luzes piscarem? - perguntou Shisui. E novamente nada aconteceu. Ele bufou e irritado pegou o tabuleiro e a seta e os deixou em cima de uma mesinha. - Quer saber eu vou dormir! Essa coisa idiota não funciona. Estou decepcionado, vou pedir meu dinheiro de volta! - disse com raiva e se deitou.

- É... essas histórias de espíritos são só lendas para assustar crianças. - concordou Itachi e se deitou também depois de apagar a luz do abajur deixando somente a lua iluminar o quarto por conta das cortinas entreabertas.

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Na margem da noite todos da casa encontravam-se em seus mundos de sonhos. Quando o relógio marcou três da madrugada a seta começou a se mover sozinha sobre o tabuleiro Ouija, a cada letra apontada uma frase começava a se formar:


"Hora de brincar.”


A seta parou de se mover e um silêncio absoluto tomou conta do quarto, e um ar frio surgiu com a queda brusca de temperatura.

Itachi se encolheu em sua cama, até que sentiu seu pé ser puxado com força. Acordou assustado e sentou na cama olhando ao redor do cômodo escuro. Não havia nada. Começou a tremer por conta do clima frio absurdo e sentiu sua cama balançar sozinha.

- Shisui! – chamou o primo que dormia feito uma pedra. – Shisui!

Desistiu assim que o tremor em sua cama parou. Deveria estar tendo um pesadelo por causa das ideias malucas de terror vindas de Shisui. Com muito medo resolveu olhar embaixo dela.

Era uma ideia idiota, mas precisava verificar, com certeza estava alucinando, sabia como a mente pregava peças quando captava o medo.

Inclinou-se e puxou a colcha que cobria a cama até o chão e a levantou, assim que olhou embaixo uma mão em forma de sombra e com garras afiadas o puxou para escuridão. Dando somente para ouvir o grito do adolescente antes do mesmo desaparecer nas sombras.

O grito foi ouvido por Shisui que acordou atordoado e olhou para cama vazia de Itachi. Onde estava seu primo?

Levantou-se e começou a procurar pelo moreno de cabelos longos.

- Tachi? Cadê você? - perguntou assustado ligando a luz do abajur. A seta sobre o tabuleiro começou a se mover sozinha novamente. Shisui arregalou os olhos e aproximou-se com relutância. Acompanhou a letras que a seta apontava formando a frase:


"Olhe embaixo da sua cama."


O Uchiha abriu a boca chocado e sua respiração ficou ofegante. Não acreditava como aquilo havia se movido sozinho.

- Itachi se for alguma brincadeira sua pode parar agora! - disse irritado tentando disfarçar o medo. – Eu vou chamar a Tia Mikoto! – bronqueou. Olhou para sua cama que começou a tremer sozinha.

- Itachi não tem graça! - se aproximou lentamente da móvel e se abaixou de frente para ele e levantou o edredom encontrando um par de olhos vermelhos em meio ao escuro, antes de ser puxado para debaixo da cama e sumir depois de gritar.

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Mikoto dormia de forma pacífica até ouvir o grito de um dos adolescentes da casa. A mesma correu até o quarto dos meninos encontrando somente o vazio.

- Itachi? Sui? - chamou por eles e nada. Onde estavam seus meninos?

Desesperada voltou para o quarto pra chamar o marido que estava dormindo. Sentou na cama e quando olhou para frente, havia uma forma negra que mais se parecia uma sombra fantasmagórica com olhos vermelhos, em pé no canto do quarto. Apavorada a matriarca começou a sacudir o marido para acordá-lo.

- Fugaku! Fugaku! - olhou para o esposo que não respondia. Virou-o já que ele está de costas para si, se deparando com o companheiro de garganta cortada e olhos arrancados. Sua boca estava rasgada em um sorriso que de orelha a orelha. Era assustador.

Gritou desesperadamente e levantou para correr até porta do quarto que se fechou sozinha e quando ela olhou pra trás só pode sentir a sombra enfiar as garras em sua barriga. A coisa lhe encarava maldosamente remexendo em suas entranhas. A morena agonizava em sua mão, cuspiu sangue e seu corpo tremeu antes de perder os sentidos e falecer diante daquele ser demoníaco.

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Sasuke estava encolhido em sua cama enquanto escutava os gritos de sua família. A porta do seu quarto foi aberta lentamente e ele viu seu novo amigo entrar. Ele estava coberto de sangue e suas unhas estavam assustadoramente grandes e afiadas. O pequeno Uchiha tremeu apavorado.

- O quê você fez Naru? - sua voz saiu quase inaudível. O loiro sorriu como o próprio demônio e respondeu com uma voz que parecia um pesadelo.

- Estava brincando com a sua família. Agora vou brincar com você... para sempre.

Essas foram ás últimas palavras ouvidas pelo moreno antes da entidade se aproximar do mesmo e arrastá-lo para escuridão eterna embaixo de sua cama.

Enquanto a raposa de pelúcia que estava em uma cadeira parecia sorrir assistindo a cena.

4 de Abril de 2018 às 22:54 0 Denunciar Insira Seguir história
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Conheça o autor

Cammis Silva Escritora (amadora); Leitora, apaixonada por fantasia e terror; Musica move meu mundo.

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