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Depois de uma gravidez conturbada, Park Jihye está prestes a dar à luz o segundo filho. O parto é de risco e, orientada pelo sacerdote Min, a jovem mãe oferece seu filho mais velho, Park Seokjin, como sacrifício à Deusa-Mãe Lupina para salvar a vida do caçula. Sendo assim, aos 19 anos, Seokjin descobre que deverá se casar com Min Yoongi, o filho do sacerdote. Porém, Park Jimin, seu irmão mais novo, sentindo-se culpado por ser a motivação da promessa, fará de tudo para impedir que o casamento aconteça.


Fanfiction Bandas/Cantores Impróprio para crianças menores de 13 anos.

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Capítulo I

Escrito por: tsukinojojo

Notas Iniciais: Olá pessoal :3! Eu sou a Josi, participo da equipe de betagem do 2Min e essa é a minha primeira fic. Não resisti ao tema “casamento arranjado” porque adoro um bom dramalhão clichê, espero que vocês também gostem! Escrever foi muito difícil pra mim, confesso que betar é bem mais tranquilo kkkk

Tenho um monte de gente para agradecer, por todo o suporte ao longo do caminho. Primeiramente à Millena (@Mi_stosf), que foi quem me deu o empurrão inicial para escrever, leu todas as versões, discutiu ideias comigo e foi essencial para que eu não desistisse!

À Ana (@Fleamyna), que me deu vários toques importantes durante a escrita para evitar furos na história <3

Também quero registrar a importância da Nonoh (@minie_swag), que fez essa fic pular de 18 para 25 capítulos =P! Muito obrigada pela contribuição essencial e ótimas ideias! Se eu tivesse tempo, possivelmente teríamos chegado a 30 capítulos ;P

Os demais agradecimentos deixarei para as notas finais, mas aqui quero ressaltar a importância do projeto e das pessoas incríveis que fazem com que ele exista. É gratificante poder aprender tantas coisas e também contribuir com o aprendizado e o crescimento alheio <3


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Parado na porta do templo em que logo ocorreria a cerimônia de casamento, prevista desde o seu nascimento, estava Park Jimin. Ele não era o noivo, mas logo viria a ser. Ele estava ali carregando uma culpa que não era sua, sacrificando o seu futuro em prol daqueles que mais amava, abraçando a responsabilidade de uma promessa que não foi feita por ele, mas em prol dele.

[...]

A família Park era uma das mais ricas do reino onde viviam. Seu patrimônio começou a ser construído pelo trisavô paterno de Jimin, que trabalhava como garimpeiro e descobriu um diamante rosado nunca antes visto naquelas terras. A partir dessa descoberta, aprimorou os métodos de exploração e extração e, depois de certa idade, dedicou-se ao ofício de ourives, abrindo assim a primeira joalheria da família, que viria a se tornar tradicional e respeitada a ponto de confeccionar muitas das joias da Coroa.

O pai de Jimin, Park Jae-in, estava à frente da expansão da joalheria com o intuito de exportar para reinos vizinhos quando soube que seria pai novamente. Ele e a esposa já tinham Seokjin, de três anos de idade. A segunda gestação de Park Jihye não havia sido planejada para aquele momento. Os dois queriam que Seokjin crescesse um pouco mais e que a expansão dos negócios já estivesse mais consolidada, de modo que Jae-in ficasse mais tempo em casa com a esposa para acompanhá-la, mas nem tudo saiu como planejado.

Ambos pensaram seriamente em interromper a gravidez, a jovem mãe até se sentia assustada e culpada por, no primeiro momento, ter hesitado em seguir com ela. Entretanto, depois de conversarem muito, decidiram que seria um grande pecado não abraçar a vida que a Deusa-Mãe Lupina estava colocando em seus braços e que tratariam de compensar o pensamento que tiveram com muito amor e cuidado.

Porém, Jihye em nenhum momento deixou de se sentir culpada. O período gestacional foi marcado por diversos sustos ao longo dos meses: enjoos fortíssimos, sangramentos e uma gestante acamada até que chegasse a hora do parto. Ela interpretava cada dor e sofrimento como um castigo por ter pensado na possibilidade de não prosseguir com a gravidez.

Muitos médicos foram chamados até a casa da família, mas todos eles diziam que muito provavelmente a criança não nasceria e que, se viesse a nascer, não sobreviveria. Além disso, também havia o risco de a gestante não resistir. Mas Jihye foi insistente, não queria desistir do bebê logo quando já havia se apegado a ele. Se a medicina mais avançada que sua fortuna pudesse pagar não conseguia resolver o problema, ela apelaria para algo maior: sua fé.

A Deusa-Mãe Lupina era uma entidade adorada. As lendas transmitidas por gerações diziam que os seres humanos dominavam quaisquer outros meios de vida no planeta, exploravam da terra, da água e dos animais para a expansão da sua raça e a manutenção do poder, muitas vezes pelo uso da força. Quando o abuso da humanidade já havia passado de qualquer limite, os espíritos da natureza resolveram intervir, já que, se tudo permanecesse como estava, o planeta sucumbiria em pouco tempo.

A natureza e os animais começaram a se revoltar contra os seres humanos, que foram perdendo o seu domínio aos poucos, e se viram obrigados a equilibrar o seu poder e a sua dominância com tantos outros seres com quem dividiam aquele mesmo espaço. Gigantescos avanços sociais e tecnológicos foram perdidos e, quem sobreviveu, retrocedeu do século 21 do calendário gregoriano para tempos que remetiam a épocas quase primitivas para restabelecer o ciclo natural, aprendendo a conviver em pé de igualdade com todas as formas de vida existentes.

Não bastasse isso, para ligar definitivamente o espírito humano com os espíritos da natureza, a Deusa-Mãe Lupina interveio através de uma espécie de fusão entre homens e lobos. Deste modo, os instintos dos lobos, sempre fiéis às suas alcateias e ao equilíbrio natural, invocaram uma consciência mais cuidadosa e respeitosa na humanidade.

Assim, o segundo gênero foi criado e os seres humanos divididos em três classes: alfas, ômegas e betas. Os alfas, a princípio, eram mais aptos a exercer atividades que exigissem força física; os ômegas, por sua vez, tinham mais facilidade para atividades intelectuais e podiam gerar filhos. Já os betas tinham o espírito lupino “adormecido”, por assim dizer, e não agiam tanto pelo seu instinto, sendo a camada levemente mais racional da sociedade, também aptos a gestar.

Apesar das diferenças, qualquer uma das três classes era capaz de desenvolver aptidões que não lhes eram originalmente atribuídas, ou seja, ômegas poderiam ser pessoas muito fortes, e alfas, mais sensíveis. O segredo estava na harmonia e no respeito, na valorização das diferenças de cada um deles em prol de construir uma sociedade sem a exploração nem do homem pelo homem, nem da natureza pelo homem.

Os primeiros humanos daquela nova sociedade tinham uma consciência espiritual muito aguçada, eles sabiam por que e como tudo acontecia. A Deusa-Mãe tomava diferentes formas para sempre estar no meio de seus filhos, ajudando-os nas suas (re)descobertas e evoluções. Ao longo das gerações, no entanto, tudo fora voltando ao “normal”, exceto pelo caráter desafiador do homem, que não mais tirava proveito da sua inteligência para dominar e impor suas verdades. Havia um limite e uma lógica de compensação para tudo o que ele explorasse do sistema, algo denominado como Lei do Equilíbrio.

Os Parks, como exploradores de minério, não poderiam extrair de uma mesma mina toda a sua riqueza, assim como deveriam garantir que a extração não prejudicasse o ecossistema em volta dela. Houve um clã antes deles que ousou extrair diamantes de uma mina sem precedentes, a ponto de poluir as águas e a terra das proximidades, e a punição veio através de doenças hereditárias na família, o que culminou na eliminação de quaisquer rastros de seus descendentes.

O acúmulo de bens também era uma discussão latente: pessoas ricas podiam existir, desde que não houvesse sequer uma pessoa que passasse necessidade, ou seja, todo mundo deveria viver confortavelmente, era o mínimo. Classes sociais ainda existiam, assim como pessoas gananciosas também, mas as punições para aqueles que extravasassem e abusassem demais também viriam mais rápido do que elas poderiam imaginar.

A conexão espiritual com a Deusa-Mãe Lupina passou a ocorrer de modo mais íntimo e não aparente quando um determinado nível de desenvolvimento humano foi atingido, cerca de mil anos depois do Reset. Ela não mais tomava formas nem aparecia para todos, mas “escolhia" representantes para transmitir suas mensagens, mantendo vivas as suas palavras e ensinamentos. Contava-se que em cada reino uma família seria responsável por este ofício, e neste reino, já há algumas gerações, a família Min era reconhecida e respeitada por formar sacerdotes que mantinham um canal direto com a Deusa, através de mensagens em seus sonhos e rituais de perpetuação de sua palavra.

Min Donghae era o nome do líder religioso daquele reino naquele período, cerca de 1300 anos pós-Reset, e a família Park implorou para que ele pudesse ajudar a salvar a gravidez e a vida de Jihye através do seu dom divino. O homem, então, passou a frequentar a propriedade dos Parks diariamente: orava e dava bênçãos e chás para atenuar as dores e os enjoos da gestante, que acatava todas as orientações e se sentia um pouco melhor com o passar dos dias.

Prestes a completar oito meses de gravidez, no entanto, a jovem passou a sentir pontadas de dor com mais frequência e o desespero tomou conta dela. Já tinha chegado até ali e não iria perder o seu bebê, não podia perdê-lo. Donghae, ao longo das sessões, falava sobre sacrifícios em prol de um bem maior, e ela até então reduzia tudo a dinheiro, posses e relíquias que vinham sendo oferecidas a ele, mas o sacerdote esclareceu que nada disso teria valor quando equiparado à vida de um filho. Portanto, ela deveria oferecer à Deusa-Mãe algo proporcional, remetendo-se ao princípio do equilíbrio do ecossistema.

Naquele momento, Donghae sugeriu que ela colocasse sua fé à prova e oferecesse a vida de seu filho à Deusa-Mãe. Jihye se assustou com essa frase, como se fosse uma oferta da alma dele, mas o sacerdote logo esclareceu:

— Senhora Park, eu tenho um filho alfa que será o sacerdote depois que eu não mais exercer essa função. Ele tem idade próxima a do seu filho Seokjin. Proponho a união deles quando chegarem à idade adequada, assim a Deusa-Mãe Lupina será agraciada com um matrimônio em seu nome, para que juntos eles continuem a perpetuar e bendizer sua palavra pelas próximas gerações.

O primeiro filho dos Parks era um menino muito amado e esperto. Quando não estava brincando, ficava sempre ao lado da mãe "cuidando" dela e conversando com o seu irmãozinho. Irmãozinho, sim, pois, apesar de ainda não saberem o sexo biológico da criança antes do nascimento, Seokjin insistia que seria um menino. Além disso, começou a chamar o bebê pelo nome de Jimin. “Foi o meu lobinho que falou que esse era o nome dele, mamãe”, contou um dia. O primogênito dos Parks era precioso, mais precioso do que qualquer gema ou minério raro extraídos das minas de sua família, aquele amor não tinha preço algum. O mesmo amor ela sentia também pelo bebê que carregava.

Naquele momento, Jihye se pôs a pensar e achou estranho o pedido, ao mesmo tempo que se questionava se seria punida pela Deusa caso recusasse. A ausência de seu marido, que estava viajando em função da expansão dos negócios, também era um fator que acabava exercendo uma pressão ainda maior na mulher, pois ela queria poder compartilhar uma decisão tão delicada e importante com Jae-in. Sua reflexão e lamentação não foram além, entretanto, porque logo as pontadas começaram a se agravar e, naquela imersão de dor e desespero, a mulher só pôde acatar a sugestão.

— Eu prometo, sacerdote Min, em nome da Deusa-Mãe Lupina, que a mão de meu filho Seokjin será do seu filho Yoongi se meu bebê sobreviver.

Depois disso, tudo o que se passou foi como um flash. Jihye não conseguiu dar à luz em parto normal, sendo necessária uma cesariana. Um médico foi chamado, além de alguns empregados da casa, e todos eles foram assistidos pelo sacerdote Min.

Naquele frio início de manhã, o bebê veio ao mundo sem chorar e com o cordão umbilical enrolado em seu pescoço. Jihye se pôs a chorar, desolada e com medo, mas logo o médico cortou e desenrolou o cordão, além de efetuar manobras para estimular os pulmões. Logo se ouviu um choro alto, para o alívio de todos naquele quarto.

O sacerdote Min, então, tomou a criança em seus braços, antes mesmo de ela ser entregue à mãe, e passou óleo de jasmim em sua testa, orando à Deusa pela vida do pequeno:

— Oh, gloriosa Mãe, peço que abençoe e proteja este seu filho que vem ao mundo, lhe conceda saúde para que cresça forte e siga o caminho da sua luz.

Em seguida, levou-o até Jihye, que estava fraca e pálida devido ao esforço demasiado e à recente perda de sangue.

— Jimin, meu filho… — Era difícil articular as palavras devido à fraqueza. Ela tentou esticar os braços para segurá-lo, mas foi impedida pelo médico, pois ainda era necessário fechar o corte da cesariana e estancar a hemorragia.

Uma ama de leite foi levada até a mansão dos Parks para que pudesse amamentar Jimin enquanto Jihye estivesse fraca. Já era previsto que, se a Park conseguisse dar à luz o bebê e sobrevivesse, não conseguiria alimentar o filho pelo menos nos primeiros dias.

Algumas horas depois, já com tudo limpo, Jihye dormia. Seokjin estava ansioso para ver sua mãe e o seu irmãozinho. O seu pai não estava ali naquele momento, pois não tinha conseguido chegar a tempo. “É para garantir o seu futuro que eu preciso viajar, filho”, era o que o menino sempre escutava quando lamentava a ausência do progenitor, algo que fazia ele não achar assim tão bonitas e brilhantes as pedras que ganhava sempre que seu pai retornava à casa. Preferia mais que ele lhe contasse alguma história antes de dormir ou brincasse com ele.

O primogênito dos Park, cansado de esperar sentado na frente da porta do quarto de sua mãe, pegou no sono e não percebeu quando a governanta da casa se aproximou.

— Menino Jin, acorde, querido. — A mulher passou a mão na testa do garoto delicadamente, afagando-lhe a franja com carinho. Seokjin, então, abriu os olhos lentamente e encontrou o sorriso receptivo da mais velha.

— Olá, tia Kim…

— Por que você está dormindo aqui, querido?

— Eu tô esperando a minha mamãe acordar… Quero ver ela e o meu irmãozinho…

— Ah, meu filho, vem aqui comigo, vamos comer um mingau lá na cozinha, sim? O Nam já está lá esperando, depois nós voltamos aqui para ver se sua mãe já acordou, tudo bem?

O menino, ainda sonolento, concordou e acompanhou a governanta de mãos dadas até o outro cômodo.

Namjoon era o filho de Kim Hayun e regulava de idade com Seokjin, sendo alguns meses mais novo. Os dois eram quase inseparáveis, e suas mães achavam linda a amizade deles.

— Oi, Jinnie! Eu tava te esperando, a mamãe fez mingau de chocolate pra gente. — O mais novo correu até o amigo de braços abertos e os dois trocaram um abraço carinhoso.

— Oi, Namu! Você soube que a cegonha trouxe o meu irmãozinho? Só que eu ainda não vi ele e isso me deixa triste… Também quero ver a minha mamãe logo… — Seokjin contou ao amigo e começou a sentir vontade de chorar.

— A minha mamãe disse que depois de comer a gente vai poder ver o neném, então não precisa ficar triste. — A governanta ouvia os meninos conversando com suas vozes infantis e palavras ditas com certa dificuldade devido à pouca idade de ambos e achava uma fofura o jeito como eles conseguiam se fazer entender e, principalmente, o quanto já se gostavam e se apoiavam, mesmo que ainda fossem bebês aos seus olhos.

Os meninos, então, fizeram o seu lanche, e a senhora Kim conseguiu distraí-los com brincadeiras por mais algum tempo. Ao entardecer daquele dia, o médico foi verificar o estado de Jihye, que continuava dormindo devido à fraqueza. O profissional administrou alguns medicamentos, deu orientações sobre a alimentação da puérpera para a Kim e foi embora.

Pouco depois do médico deixar a casa, o sacerdote Min chegou. Por ser alguém de confiança e respeitável, foi recebido sem problemas por Hayun. Para surpresa dela, Donghae trouxe junto consigo o seu filho, um menino franzino, tímido e um pouco mais baixo que Seokjin.

— Boa noite, senhora Kim. Este é o meu filho, Yoongi — o homem apresentou o garoto com animação em sua voz.

A mulher se abaixou para se equiparar à altura do menino, buscando lhe inspirar confiança.

— Boa noite, senhor Min. Olá, Yoongi, é um prazer conhecê-lo, quantos anos você tem?

O menino tímido estava com o polegar direito na boca, então levantou três dedinhos da mão esquerda para sinalizar a resposta.

— Ah, três aninhos? — Ele anuiu em resposta. — É a idade do menino Seokjin e também do meu filho, Namjoon. Eles estão brincando na sala, gostaria de conhecê-los? Aposto que vocês vão se dar muito bem.

Yoongi olhou para o pai, que o incentivou com um sorriso sem dentes a seguir a orientação da governanta.

— Vai lá, meu filho, o papai vai ver como está a senhora Park e você pode conversar com os meninos enquanto isso.

— Espere aqui, senhor Min, eu já volto.

A governanta ofereceu sua mão para Yoongi segurar, levou-o até a sala e o apresentou aos outros dois meninos, que por natureza já eram muito acolhedores, e logo trataram de enturmar o mais novo nas suas brincadeiras.

Ao retornar para a antessala, a Kim comentou:

— Pronto, acho que logo o seu filho estará confortável com os meninos.

— É o que almejo, senhora Kim, pois a mão de Yoongi está prometida a Seokjin, então fico feliz que eles se deem bem desde já — o homem respondeu com um sorriso que deixou Hayun um pouco desconfortável. Ela havia presenciado o ocorrido, sabia da promessa feita, mas não estava feliz com isso, não queria que as crianças, ainda tão pequenas, fossem subjugadas às escolhas dos adultos dessa forma.

A Kim compartilhava da crença na Deusa-Mãe Lupina, mas não de modo tão fervoroso quanto se esperava, socialmente falando. Ela sempre cultivou a sua fé de modo muito particular, mas não questionava ninguém, pois podiam acusá-la de heresia — ou seja, de negar a crença adotada pela maioria das pessoas que viviam naquele lugar — ou coisa parecida. Além disso, naquela situação em que se falava de futuro matrimônio, ela não iria se meter, pois, mesmo tão próxima das crianças, vez ou outra fazia questão de se lembrar que era apenas uma funcionária naquela casa, nada além disso.

— Ah, sim, sacerdote, o senhor tem razão… Acredito que a Deusa-Mãe intervirá no relacionamento dessas crianças da melhor forma possível. — A Kim resolveu não falar mais do que isso, cortando assim o assunto. — Mas, venha, me acompanhe, o doutor saiu já têm alguns minutos.

Os dois subiram até o quarto e lá estava a ama de leite, amamentando Jimin em uma poltrona próxima à cama de casal.

— Oi, querida, como ele está? — a governanta perguntou à jovem através de um sussurro.

— Está bem, senhora Kim. Esse menininho é bastante guloso, se continuar assim, vai crescer forte e saudável.

— É um alívio ouvir isso. Depois que você terminar, pode ir descansar, eu cuido dele.

Enquanto as duas conversavam, o Min se aproximava da Park para fazer seus rituais de fortalecimento e cura, que consistiam em alguns cânticos e na manipulação de óleos essenciais.

O ato se estendeu por algum tempo, a ama de leite já havia terminado sua função e deixado o quarto. Jimin estava no berço e a governanta continuava concentrada nas orações para ajudar na recuperação da dona da casa. Alguns minutos mais se passaram e Jihye começou a abrir os olhos lentamente. Sua pele continuava pálida, seus lábios estavam secos e a primeira coisa que ela pediu quando acordou foi água. A governanta serviu um copo e segurou próximo à sua boca até que ela bebesse.

— O-obrigada, Hayun. Onde está o meu bebê? Ele está bem? Eu quero vê-lo, por favor…

A Kim olhou em direção ao sacerdote, que fez um gesto em concordância, e foi até o berço pegar o menino, que já dormia.

— Aqui está ele, senhora Jihye, veja como é lindo e saudável.

— Meu bebezinho, meu pequeno Jimin, meu filho… Eu tive tanto medo de não poder te ver… — Ainda fraca, a mulher segurava o recém-nascido como podia, enquanto Hayun auxiliava na sustentação do peso da criança.

— Park Jihye, você foi muito abençoada com a benevolência de nossa Mãe. O pequeno Jimin nasceu com saúde e tem um futuro grandioso pela frente. Seja sempre grata à Deusa-Mãe e nunca deixe de cumprir suas promessas.

Hayun não gostou de ter ouvido aquelas palavras. Cobranças numa hora daquelas? Ora, a Park havia acabado de acordar depois de quase um dia inteiro de sono profundo! Estava fraca e perdida no tempo, era muita falta de respeito do sacerdote Min dizer aquelas coisas. Ele não poderia esperar? Ela quis falar, quis enfrentar, mas não se sentia encorajada para isso.

— Não, senhor, serei eternamente grata à Deusa, jamais quebrarei minha promessa.

— Que assim seja. Vou voltar para a minha casa, virei lhe ver novamente em breve. Descanse, senhora Park.

A governanta acompanhou o homem de volta à sala, onde os três meninos brincavam com peças de montar e pareciam já estar bem entrosados. Donghae chamou o filho, que atendeu prontamente, e prometeu que o traria para brincar novamente.

Quando a família Min foi embora, Hayun levou Seokjin até o quarto da mãe para conhecer o seu irmãozinho. O menino se aproximou com cautela, estava um pouco assustado, pois, de todos os dias que viu a mãe acamada por conta da gravidez, naquele ele a achou muito abatida, mesmo que a mulher estivesse sorrindo.

— Vem cá, meu diamante, venha conhecer o Jimin — Jihye chamou com uma voz tranquila, encorajando o filho mais velho. — Senta aqui do meu lado, devagarinho.

O menino escalou a cama dos pais e se ajoelhou ao lado da mãe para que pudesse ver o rostinho do bebê, que dormia serenamente.

— Mamãe, ele é tão pequenininho… — Seokjin esticou o dedo indicador e passou delicadamente nas bochechas do irmão.

— Você também era assim quando nasceu, filho, e olha como você já cresceu. Você vai ser um ótimo irmão para o Jimin, certo?

— Eu vou, sim, eu já sou grande e vou cuidar dele.

Jihye nem percebeu quando sentiu uma lágrima escorrendo. Era um misto de sentimentos que incluíam amor, alívio, felicidade… E aquela cena contagiava também Hayun, que estava observando um pouco mais distante, com Namjoon agarrado em suas pernas.

— Por que tá chorando, mamãe? Tá dodói?

— Não, filho, não tô dodói, eu tô feliz de ter vocês dois junto comigo, meus maiores tesouros, meus dois diamantes mais preciosos.

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Notas Finais: E então, o que acharam? Capítulo básico introdutório mas com algumas informações bem importantes.


Não posso deixar de agradecer à Ana Beatriz (@jamaisVubtriz), que betou os primeiros capítulos, e à Lu (@YinLua), que betou e revisou o restante da história e deixou tudo redondinho e bonitinho para a postagem <3


Por último, mas não menos importante, à capista Julia (@Nutella_Kpop_) que conseguiu captar as ideias e referências que enviei e entregou essas artes lindas! <3


Nos vemos no próximo capítulo!


4 de Agosto de 2023 às 01:13 0 Denunciar Insira Seguir história
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