“Vazio. Uma palavra que define milhares de coisas. Um pote vazio; um copo meio vazio; uma pasta. E então vem o mais utilizado: coração. É possivel viver com um coração vazio?! Meu nome é Jack Frost, o primeiro...a descobrir que os guardiões não são nada além de uma farsa”
Lá estava ele, deslizando por toda cidade, em busca de uma diversão. Seu cajado o auxiliava em manobras muito radicais, impossivel até mesmo para qualquer skatista profissional. Faltava 2 semanas para o Natal e a neve já cobria todo o lugar, o que era maravilhoso. Claro, tinha uma certa contribuição dele nisto.
Algumas crianças brincavam de guerra de neve, e então viram um vulto rodopiar pela fina camada de gelo no chão, gritando em unisono.
- JACK FROST!!!!
Com seus cabelos esbranquiçados e um sorriso desafiador, pousou sobre o cajado cravado.
- E aí, querem brincar?
Pareciam ter tomado litros de energetico pois euforia tomou conta e a diversão dobrou de tamanho.
Aquilo deixava Jack muito feliz, já que agora era visto pelas crianças. Essa alegria não durou tanto quando avistou uma aurora boreal no céu, em plena luz do dia. O chamado dos guardiões o esperava.
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- Vamos agilizar isto, pessoal. Falta pouco para o dia mais importante das crianças!
Os pequenos duendes conversavam entre si, cochichando algo sobre o coelho da pascoa ficar furioso com esta afirmação. Alguns Yetis derrubaram diversos soldados de brinquedos e isso fez Nicolau colocar a mão entre as sobrancelhas, reprovando o ato. O mesmo então caminho até seu escritorio e repousou na grande cadeira de marfin cheia de pendulos e luzes natalinas.
Enquanto organizava as cartinhas de todas crianças naquele ano, escutou um som familiar muito distante e então saltou em direção à luneta que observava a grande Lua. Fazendo alguns ajustes e olhando fixamente, arregalou os olhos quando identificou a silhueta em meio a tanta neve do polo norte.
- Santo deus natalino! – balbuciou.
Seu desespero foi instalado rapidamente no chalé, que pararam seus trabalhos ao tocar do grande sino de emergência. Duendes gritavam e se esbarravam, tentando ficar a postos. Os grandes yetis se armaram com grandes bengalas doces que reproduziam os canhões militares, e o próprio Noel tirou de um grande baú a espada que a anos não era usada. Nela havia gravado o nome “Merry”, talhada no cabo. A lâmina reluzia. Bombas parecidas com decoração de arvores de natal eram espalhadas pelos pequenos, com o ultimo acabando por ativa-la e ficando todo preto pela explosão.
Nicolau, à frente de todos, esboçava medo ao encarar a porta frontal. Um barulho de sino seguido de correntes sendo arrastadas ecoava por todo o lugar, aproximando-se cada vez mais.
Alguem batia, três toques semelhantes a cascos, e de repente milhões de pedaços de madeira voavam por ali. Uma sombra alta ia entrando, com um grande casaco sujo e maltrapilho cobrindo-o, com duas grandes correntes arrastadas e uma respiração ofegante e velha. O que destacou foi o sorriso com dentes quebrados, amarelados e afiados.
- Não vai me convidar para entrar...irmão?! – ironizou.
- KLAUS!!! – gruinhou o velho apontando a grande espada reluzente.
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Aos poucos, A fada do dente reconstruia seu reino de fadas, tentando melhorar cada vez mais o sistema de recolhimento dos dentes. Com o avançar dos anos, a tecnologia a ajudou muito neste detalhe. Magia e Avanço Tecnologico trabalhando juntos era o que ela mais desacreditava antigamente, e agora estava ali, utilizando ambos.
Muitas fadinhas iam nascendo, graças aos pequenos sorrisos que bebes davam e isso a animava ainda mais para o trabalho. Amava o que fazia e era grata por ter sido escolhida para ser guardiã.
- Vamos fadinhas, nosso trabalho não é anual como dos outros guardiões, temos que ser velozes e trazer alegria para as crianças!
Isto incentivava cada vez, que mostravam seu esforço carregando dentes para serem realocados. A propria fada do dente desenvolveu um sistema chamado O-Dont, que basicamente era a nuvem virtual, porem literalmente uma nuvem. Um grande “dente” voador onde ela agora vivia a maior parte do tempo. “Um dente proximo ao seu da boca”, denominava ela sobre o novo lar.
Havia momentos de turbulência, literalmente, quando aviões sobrevoavam ou passavam muito proximos. Porem no geral, sentia-se confiante com o futuro dos dentes de leite. Isto tudo até observar um avião que carregava consigo um grande banner com os dizeres “venha conferir o lançamento da musica Aurora Boreal, no espaço de eventos local”. Um sinal discreto e bem entendido.
- Dentinho! – gritou ela, indo em direção a algo pequeno e branco.
Mostrando um sorriso banguelo de derreter qualquer coração, um pequeno “dente” com braçinhos e pernas correu até ela, batendo continência e todo contente.
- Dentinho, vou ter que me ausentar por um tempinho, então cuida para que nada saia do controle, ta bom? – disse, fazendo um cafuné nele.
Ele grunhiu algo de forma positiva e com uma escovinha, começou a marchar até a sala principal das fadas. De relance, a Fada viu que um pequeno duende vestido de dente seguiu-o, tropeçando no caminho mas correndo logo após.
- Ai ai, esses duendes fujões do polo norte!
Em um único movimento, voou em direção ao chamado.
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- Mais um martini, por favor!
A bela mulher de biquini (que na verdade era apenas uma outra coelha) pegou a taça e seguiu para grande quiosque. Lá estava ele, o grande Coelhão da Pascoa, tirando férias de fim de ano. Seus oculos escuros davam o estilo de que ele sempre buscava. Mexendo em um celular com formato oval, admirava as fotos de uma rede social, de varias mulheres na praia.
- É uma pena só crianças me verem! – ironizou ele.
A calmaria do lugar onde estava era nitido. As ondas do mar com seu som maravilhoso. A areia da praia, totalmente branquinha. Os ovos fazendo suas graças e correndo abobalhadamente.
- Era tudo o que eu precisava, nem sei quando foi minha ultima folga...a sim, foi mês passado, hehe!
Uma fragância familiar adentrou suas narinas e ele abaixou os oculos por um instante. Olhando ao redor, nada foi visto, nada fora do comum. Exceto um desenho pintado em uma grande rocha, quase imperceptivel para quem passasse depressa.
Caminhou, puxando seu boomerangue da bolsa, até encontrar com a pintura, que o deixou intrigado.
- Estranho...
Uma mensagem notificou na tela do smartphone, de um numero desconhecido. Era um video de uma grande aurora boreal em uma noite estrelada. Bateu sua pata duas vezes no chão, abrindo uma cratera. Sabia o que tinha que fazer.
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O primeiro a chegar foi a Fada, que parou de voar e caminhou em direção ao grande chalé de Nicolau. Ou o que restou dele.
Coelhão chegou após, dando um grande salto perto de sua amiga, sendo derrubado por Jack, que sobrevoou o local e parou em cima do cajado.
- Cuidado onde pula, coelhinho!
- Vou te mostrar quem é o coelh...
Não terminou sua frase pois o cenario chamou mais atenção. Os três ali parados, vendo o rastro de destruição que se seguia té o centro do chalé.
Todos se desesperaram e partiram em busca do grande lider, retirando escombros, ajudando os pequenoss duendes desmaiados.
- Não, não, não, não!- falou Jack, desesperado.
Destruiu o grande globo com o mapa mundi, que soterrara o bom velhinho.
- Nick, responde!
Os outros ajudaram ele a levantar e o sentaram em uma coluna derrubada.
Tossindo muito e com fraqueza, recobrou a consciencia, entretanto nem conseguia se manter firme.
- O que ouve aqui, Nicolau? – indagou a Fada.
- E-Ele...cof cof...retorn...ou!
- O Brew? – berrou o Coelho.
- P-Pior... – fez uma pausa – Klaus!
Todos arregalaram o olho, como se um fantasma houvesse passado por eles.
- Essa não – disse Jack – Mas, quem é Klaus?
Depois de algumas horas repousando e tomando um chá milagroso que a propria Fada fez, Nicolau se sentiu bem melhor.
- AAAAA, Me sinto revigorado!!!!!
- Você nos deu o maior susto, Nick! – disse a Fada.
- Agora que sente bem, nos diga O QUE DIABOS ACONTECEU AQUI!
Jack fez das palavras de seu “amigo” felpudo as dele e sentou-se no chão para ouvir o que tinha a dizer.
- Lá estava eu, organizando o grande natal deste ano quando...
O garoto de cabelos grisalhos adorava as historias de seu ancião, então animou-se.
- Tudo começa a centenas de anos atras...
O mundo estava entrando na idade das trevas e as pessoas desacreditavam de tudo, devido a guerras e conflitos desnecessarios, que apenas derramavam sangue. Foi então que surgiu alguem, cujas intenções eram mudar o mundo de uma forma grandiosa. Era ninguem menos que o “O Homem da Lua”, aquele que escolheu seguir por um caminho promissor.
Graças a isso, buscou de todas as formas unir forças e então foi agraciado como o guardião supremo. Para ele, não havia sentido ter tanto poder e preferiu dividir isto com aqueles que tinham potencial.
4 escolhidos, seres que exalavam bondade, prontos para auxiliar a humanidade
E um deles...
- Seu irmão, Klaus! – pronunciou o Coelho.
Klaus era meu irmão mais velho, que morreu salvando uma garotinha de um poço. Ali foi escolhido como o primeiro Papai Noel, o guardião do natal.
Cumpriu totalmente seu papel, alegrando as crianças por muitos anos. Foi então que começou a se perder.
A lista de bonzinhos, como chamava, foi diminuindo a medida que via os pequenos malcriados que os pais estavam criando. Dali, a lista passou a ter o foco dos malvados, a denominada “lista dos pestinhas”.
Klaus teceu uma vestimenta longa, que cobria totalmente o corpo. Carregava consigo correntes para assustar as crianças e dizer que ia puni-las, caso não ficassem bonzinhas. E para completar, fabricou uma mascara horrenda, com chifres e dentes monstruosos.
Jack então interrompeu, reconhecendo a historia contada:
- Ta me dizendo que foi daí que veio a lenda do Krampus?
Nicolau concordou.
- Odeio esse nome!
O homem da Lua não estava feliz com a atitude, principalmente porque os outros guardiões foram influenciados pelas peças pregadas por Klaus. Ainda mais quando foram ficando violentas e perigosas para os humanos.
O apice da situação foi quando um pequeno garoto morreu na tentativa de fugir de Krampus. Sem outra alternativa. O guardião original exilou Klaus para o lugar mais remoto e longe possivel, trancado com as proprias correntes e destinado a viver com sua forma horrenda para o restante da vida. Os outros tentaram se redimir mas já era tarde.
Todos ali na sala estavam assustados com aquilo, exceto Jack Frost que era fascinado por historias de terror.
- Agora entendemos o porque do seu chamado tão urgente e inusitado!
O bom velhinho olhou para o Coelhão, meio confuso.
- Chamado? Como assim?
- Você enviou um video para mim! – respondeu ele.
- E um banner proximo do reino das fadas!
- JAMAIS OUSARIA BLASFEMAR CONTRA O SINAL PRINCIPAL DOS GUARDIÕES. NÃO MANDEI SINAL ALGUM!
- É claro que mandou, até eu vi a aurora boreal hoje a tarde! – pronunciou o garoto do gelo.
Isto deixou os outros intrigados.
- Em plena tarde? – disse o felpudo.
- O GLOBO DO MUNDO FOI DESTRUIDO ANTES QUE EU PUDESSE PEDIR AJUDA A VOCÊS!
- Se não mandou, então quem mandou?!
Todos refletiram por alguns instantes, até que o proprio Jack pensou em algo.
- E se ele quisesse que vissemos os sinais?
Nicolau arregalou os olhos e então correu até uma sala secreta, onde retirou um lençol de cima de uma grande treno empoeirado.
- VENHAM TODOS A BORDOOO!
Com sua espada reluzente e agora quebrada, alçou voo com renas que estavam adormecidas, enquanto os guardiões adentravam no transporte.
- Para onde vamos?
- Para o local mais proximo...O reino das fadas!
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Tudo parecia calmo. Até demais.
Logo, a fadinha voou pelos corredores em busca de suas preciosas ajudantes, entretanto tudo estava vazio. Luzes apagadas, maquinas desligadas e nenhum sinal de algum ser vivo.
- Escutaram isso? – disse ela.
Todos ascenaram negativamente.
Uma caixa parecia estar se mexendo e soltando uns grunhidos. Rapidamente removeu.
- Dentinho. O que fizeram com você...
O pequeno tremia de medo, choramingando pequenas lagrimas branquinhas como dentes de leite. Aquilo comoveu muito sua grande amiga.
Aos poucos foi explicando o decorrer dos fatos, mostrando de forma cômica, com os bracinhos imitando chifres e dentes afiados. Todos chegaram a conclusão de se tratar do Klaus, entretanto, a seguinte imitação surpreendeu e deixou eles confusos. Dentinho colocou os braços no peito, imitando um ser aparentemente morto.
- De quem ele está falando? – indagou Jack.
A fada voou até seus monitores de vigilância, repassando as gravações das ultimas horas. Klaus apareceu na maior parte, invadindo o reino com suas renas modificadas e caracteristicas assustadoras, junto tambem de uma criatura com braços enormes e uma feição calma como de um sociopata.
- PESSOAL, VCS PRECISAM VER ISTO!
Todos os demais foram até ela nos monitores de vigilancia.
- Oq houve fadinha? – perguntou Jack.
- Olhem essas filmagens, klaus esteve aqui junto com seus “monstrinhos”.
- Tá, mas quem é esse? – apontou o Coelho para o monitor, mostrando um ser aparentemente esguio, que estendeu os braços e prendeu todas as fadas guerreiras no que assemelhavam ser gandes faixas.
- É isso que eu quero saber... – murmurou a guardiã.
Nicolau arregalou os olhos quando viu o outro vilão, dando a entender que sabia de quem se tratava.
- E o que faremos agora?
Os guardiões olharam para Jack com a mesma expressão de vazio, sem uma direção certa para seguir, exceto um deles.
- TODOS PARA O TRENÓ!
O bom velhinho correu até o automovel, pedindo que seguissem seu caminho, o que causou estranheza.
- Para onde iremos, Nick? – perguntou a Fada.
- PARA A TOCA DO COELHO!
O guardião da Páscoa sorriu e rapidamente bateu sua pata duas vezes no chão, abrindo um grande buraco.
- Neste caso, vamos pegar um atalho!
Terminou sua frase e pulou, fazendo Jack Frost rir da situação.
- Ele sabe que estamos muito longe de terra firme né?!
O que se seguiu foram os gritos dele, pois estava em queda livre e então o seu “amigo” da neve voou com o cajado, pertinho do felpudo.
- Será que devo te ajudar nessa?
A expressão dele foi de raiva e, quase chegando ao chão, foi segurado pela orelha. Os outros se encontraram com eles, vendo a cena do Jack rindo enquanto o coelho, pendurado, cruzava os braços bufando.
Todos adentraram no trenó e continuaram a jornada.
A toca da Felicidade (como era conhecida), se localizava nos confins de uma floresta que não poderia ser acessada por qualquer um que quisesse, exceto se realmente soubesse o que estava procurando. Planando em algumas arvores, uma escada foi derrubada pelos duendes, que ajudaram os demais a descer até uma clareira.
- Otimo, a partir daqui temos que ir pelas trilhas dentro da terra!
Novamente, bateu sua pata e foi abrindo a cratera rumo ao seu lar.
- Estão sentindo esse cheiro?
Ao redor do buraco, suas cabeças baixas tentavam discernir o que havia ali. Era um cheiro doce juntamente, que tambem beirava o queimado.
Uma explosão empurrou os guardiões e uma erupção de chocolate ocorreu, molhando e queimando as arvores.
- Não, não, não...
O grande lar do Coelho estava inundado pelo seu proprio material de trabalho. Aquilo o fez ajoelhar e temer pelo pior, lamentando por seus amigos e ajudantes que residiam junto a ele.
Nicolau tocou uma arvore que foi pintada, um desenho familiar, não só para ele, como para o Coeho que tambem avistou a mesma coisa.
- Este simbolo...Eu o vi antes, pouco antes de receber o chamado da aurora!
Antes que o lider deles caminhasse para mais uma jornada, a fada interrompeu;
- Nick, esperamos tempo demais para você contar sobre essas desventuras. Desembucha!
O Coelho colocou seu aliado contra uma arvore, exigindo uma resposta.
Suspirando, sentou-se no tronco mais proximo e seus dedos foram direto nos olhos, procurando uma forma de contar.
- Klaus de alguma forma está usando os guardiões exilados para nos confrontar!
- E porque todos eles foram exilados?
- Pelo simples fato de usarem seus poderes para beneficio próprio. Klaus quer destruir tudo que é nosso por vingança, e juntou cada um de nossos inimigos. Não vai parar enquanto não derrotar um por um!
- A menos que...
Jack pegou seu cajado começando a girar pelos dedos com um sorriso ladino estampado em seu rosto.
Depois do ocorrido na toca da felicidade, os guardioes estavam decididos que iam impedir Klaus de fazer qualquer coisa contra o mundo dos guardioes. Todavia, havia algo que nenhum deles entendera. Porque Sandman foi o único guardião que não atendeu ao chamado?!
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Longe de onde os protetores se reuniram, em uma floresta densa, mal iluminada e tenebrosa, o pequenino amarelo flutuava, procurando por algo. Sombras passavam por arvores, olhos vermelhos surgiam, mas nada disso o assustou.
Logo a frente, uma pequena cabana totalmente abandonada e caindo aos pedaços chamou sua atenção. Adentrou e cuidadosamente desceu as escadas abaixo de um alçapão. Com uma pequena luminária feita pelo próprio, observou cada detalhe do local, que se aprofundava cada vez mais, não somente em profundidade como na escuridão total.
Chegando no término da escadaria, seu corpinho voava proximo a gaiolas enormes penduradas, correntes nas paredes rochosas e à frente, uma pequena mesa e cadeira de madeira, ambas velhas.
Sandman sentiu algo estranho se esgueirar pelos cantos, soltando uma risada rouca que mesmo com mudanças, sabia de quem se tratava. Uma gigantesca sombra brotou na parede ao lado, estendendo os braços para atacar, porem o guardião forjou uma flor de areia e aumentou a mesma, de tal forma que a sombra se dissipou.
Por trás dele, um ser rastejava até a cadeira velha, coberto por um grande capuz negro. Era um ser humanoide e com uma corcunda descomunal.
- Eu esperei tanto por este momento...
A voz rouca, que parecia mais um grunhido, ria em uma tosse inacabavel, e quando retirou sua capa, revelou um corpo esqueletico, com um cabelo escuro caído e uma expressão de fome e medo. O pequeno não esperava ver ele naquela situação.
- Ser consumido pelo próprio medo nos deixa totalmente destruídos, sem energia vital alguma. Bem, mas ver você aqui mostra que está desesperado...
Sandman mostrou uma pequena imagem de areia, onde todos os guardiões estavam derrotados e um ser maligno reinava.
- Porque acha que o bicho papão ajudaria os guardiões? – indagou o vilão.
Sandman bufou e insistiu, tentando confrontar Brew que criou morcegos das sombras para contra atacar. Usando seus poderes, transformou todos os morcegos em simples borboletas, que rodearam o vilão. Soltando um grunhido de raiva, soltou flechas que foram desfeitas por um escudo amarelo, lançado no peito de Brew.
Caído, pediu misericordia e Sandman chegou bem proximo, estendendo a mão. Sua bondade nunca seria superada por outros sentimentos. Bem, isto era de certa forma uma fraqueza, com seu rival se aproveitando puxando o bracinho amarelado e desfazendo seu corpo de trevas para consumir o corpo do guardião, cobrindo cada parte. Os olhos, que antes eram bondosos, se tornaram negros e sem vida.
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Noel, Coelhão, Fada e Jack Frost se reuniram em uma pequena casa, a única coisa que restou de uma vila do século passado. Ninguem dava uma palavra sequer, muito menos um plano plausivel de onde Klaus ou os outros estavam, principalmente Sand.
Jack brincava com bonequinhos de gelo; Coelhão lançava se bomerangue pelo lugar; A Fada, sem forças ou vontade de voar, apenas ficou deitada em cima de um armario velho; e Noel...bem, ele rolava um globo de neve pela mesa, fazendo as pecinhasd de dentro caírem e bagunçarem todo o globo. Ficou irritado com os movimentos do objeto de seu amigo, que zanzava pelo ambiente, quando veio uma ideia em sua mente.
- EU SEI ONDE KLAUS PODE ESTAR!!!! – gritou, pegando o boomerangue no ar e assustando a todos.
- E onde seria? A minha toca foi destruída, o reino das fadas devastado e o Sandman não possui um lugar fixo. Sem contar Jack, que é um sem teto, sem ofensas!
Jack revirou os olhos.
- Klaus atacou meu lar primeiro, mas não apenas pela vingança. Ele parecia querer encontrar algo. No inicio, achei que fosse o mapa dos outros reinos, o de vocês, porem não!
Ele balançou a arma de seu colega e mesmo assim ninguem entendeu.
- Ele está buscando meu “Simbolo de Guardião”!
Sem resultado para nenhum deles.
Nicolau bufou.
- Cada um de nós foi agraciado com poderes para proteger as crianças. Entretanto, na utilização das habilidades, algo deveria ser usado para canalizar, um objeto. O do coelho é o boomerangue de ataque. A Fada obteve as asas. Jack o cajado, e eu...
Jack animou-se, pois aquela resposta ele sabia.
- O GORRO!
- Exato. Se estiver certo, ele está indo atrás disto!
- E onde precisamente você guardou?
- No mesmo lugar onde Klaus perdeu os poderes e eu recebi. A montanha Natalina onde o Homem da Lua desceu pela primeira vez!
- Então o que estamos esperando – disse o Coelho – Vamos para a guerra!
O trenó foi estacionado no inicio da montanha, onde pode ser visto uma grande luz no pico. Os guardiões não tinham seu exercito completo, apenas alguns yetis e duendes armados com “decorações” natalinas. Para Noel, aquilo seria o suficiente apenas no começo do combate, mas não duraria muito.
Todos caminharam em trechos de dificil acesso, passando pelo que parecia ser lava fria, quando na verdade tinha cheiro de chocolate ao leite. Estavam quase no topo quando Jack percebeu uma silhueta estranha proximo à arvore, se separando do grupo para verificar, sem que ninguem percebesse. O clima ficava frio a medida que se aproximava, ate mesmo para ele que tinha o corpo gélido.
Em uma gruta, o garoto adentrou e pode ver figuras desenhadas, que contavam uma triste historia.
Em meados do século passado, uma pequena vila foi saqueada por ladrões, que iniciaram uma chacina. Um jovem e sua bela amada correram para um penhasco na tentativa de fugir da trágedia. Os saqueadores, armados com flechas, apontaram e dispararam, e para salvar a garota, o jovem se posicionou na frente, sendo atingido e caindo do precipicio. Sua morte era certa, e mergulhado no lago em que caiu, sentiu seu corpo congelar e sua vida ir embora, bem, sua vida antiga. Seus cabelos se arrepiaram, tornando-se esbranquiçados; a pele tão branca quanto a neve; os olhos em tons de azul bem claros e, por fim, um novo folego de vida. Saltou das aguas frias e flutuou até a terra, sem qualquer lembrança do que acontecera, exceto por um anel brilhante que representava sua antiga historia.
Jack passava suas mãos pelas paredes, até o final do tunel, chegando em um pequeno lago congelado, onde um garoto de costas residia. Se aproximou o suficienta para perceber o clima frio que emanava dele, coberto por uma neve em seu casaco e touca. Ele virou-se e sorriu.
- Olá, Jack Frost. Deve estar surpreso em me ver, embora para mim não seja!
- Quem é você?
- É engraçado perguntar isto agora, já que basicamente sou você. Pode me chamar de Geada!
Ele ponderou sobre aquilo e teve sua conclusão baseada no que viu anteriormente.
- É o garoto das pinturas...
- Na época era sim. Um pequeno jovem injustiçado pela pobreza e “agraciado” com dons importantes, que me afastaram de todos que eu amava. Para alguns, seria algo extremamente otimo, mas para mim...foi uma maldição!
Jack estava confuso, pois não imaginava que outro tenha sido transformado em um Frost antes dele.
- O mesmo queridinho que me deu os poderes, retirou-os sem ao menos explicações. E sabe qual a pior parte? Ter suas memórias atuais e antigas unidas em um só, deixando sua mente beirar a insanidade. Eu não pude salvar meu amor e iria lembrar para sempre daquilo, preso a este lago onde recebi estes malditos poderes!
- Então se uniu ao Klaus para se vingar dos guardiões!
Um sorrisinho debochado, igual aos que o mesmo dava foi esboçado.
- Os guardiões são uma fraude. São apenas pessoas tentando fazer coisas boas para pessoas que não merecem. Já pensou em quantas crianças foram presenteadas com os melhores brinquedos e no futuro se tornaram os mais procurados pela policia? É algo surreal – dizia ele, enquanto perambulava pelo gelo, mexendo uma especie de graveto em formato de varinha – Krampus apenas me ofereceu a oportunidade de provar minha teoria!
- E qual seria ela? – indagou Jack.
- De que os guardiões não são o suficiente...
Neste momento, uma rajada azul saiu da varinha, no intuito de acertar Jack Frost, que desviou rapidamente.
- Vai precisar de bem mais que isso para me derrubar!
- Desafio aceito!
Ambos dispararam diversos raios de gelo, congelando arvores e pedras ao redor. Um deles criou até mesmo um estalactite que quase estraçalha a camada de gelo do lago. Com medo de que ambos caíssem no lago, Jack usou seu cajado em um movimento ao chão, criando um campo de força gélido e expelindo os dois para fora do cenário.
O restante do grupo continuou a escalada, sem perceber a ausência do pequeno Frost.
Chegando ao topo, lá estavam os vilões reunidos: Krampus cercado por renas humanóides, com chifres quebrados e pelos sujos; Um Homem Esguio, totoalmente enfaixado e com aves gigantescas com bicos de beija flor; e por fim, uma grande tartaruga de semblante calmo e olhos fechados, rodeada de pequenos seres feitos de chocolate, que lembravam muito os gnomos do Papai Noel.
- Estavamos aguardando sua chegada! – iniciou Klaus, mostrando os dentes podres e monstruosos.
Os dois grupos se posicionaram para a batalha final. Yetis e gnomos com espadas e canhões doces, granadas de enfeites natalinos e até um canhão de chaminé. Os guardiões estavam prontos.
Os originários também não ficavam muito atrás. Criaturas horrendas e distorcidas da realidade grunhiam e berravam, causando medo.
- Caso não recorde, apresento os antecessores a vocês...
Resy-Ra – Considerado o Primeiro dentista do mundo, nos primordios do antigo Egito. Suas praticas causaram um desconforto durante um tempo e então não foi considerado mais um protetor. Foi mumificado logo após ser exilado.
Tort-Guit – Um ancestral do chocolate, derivado direto das historias da tartaruga e lebre. Sua paciência e tranquilidade o ajudaram a lidar com a dificil fabricação e armazenamento do doce, alem dos pais que criticavam o excesso de açucar. De certa forma, estavam certos, pois Tort aumentou significativamente a produção, deixando crianças com diabetes e, sem um tratamento na epoca, morrerem de overdose de açucar. Isto o exilou como protetor da pascoa.
Geada – É claro, não poderia faltar o antigo Frost, protetor do inverno e criador das grandes nevascas. Suas brincadeiras que tornaram-se perigosas o fez perder os poderes, alem de lembrar de sua vida passada e ficar preso em uma caverna, tendo que sobreviver com o pouco que tinha. Mas algo o manteve vivo, algo profundo, algo alem da vingança. O chamado “Força de Decepção”, contrario ao “Força do Acreditar”, que mantinha os Guardiões existindo.
- A era dos Guardiões está por um fio, Nick, e todos irão nos contemplar daqui para frente!
- Terão que nos derrubar para isto acontecer!
- Que assim seja!
A batalha entre o bem e o mal teve inicio com um grunhido estridente de Krampus, seguido da corrida de renas modificadas, berrando como feras.
Enquanto isso, o confronto entre os guardiões rivais do inverno se estendeu por toda a floresta, congelando ao redor, criando diversas formas abstratas. Jack tinha um plano, que consistia em tirar o objeto de canalização do poder de Geada: a varinha. Usando toda sua destreza e agilidade, patinou pelas finas camadas de gelo no chão e até mesmo pelas arvores, desviando dos ataques das criaturas congeladas que seu inimigo criou, que atiravam projeteis bem pontudos. Geada tambem fazia o mesmo, criando mais criaturas. Em um movimento rapido, Jack bateu seu cajado congelado atraves dos raios, utilizando toda sua força, despedaçando o graveto que o antigo guardião apontava.
- Não tem mais escolha, Geada!
Enquanto se levantava, ele sorriu com certo deboche, limpando as roupas.
- Sabe o que me manteve vivo este tempo todo?
- Sua sede de vingança?
- Não – riu, criando uma esfera azul brilhante em sua mão e causando um espanto em Frost – Foi o objeto que marcou minha antiga vida e me faz lembrar todo dia o que perdi!
O garoto não entendeu e ponderou, olhando a mão brilhante, porem já era tarde, visto que o oponente disparou. A explosão pode ser vista por toda a montanha, incluindo os guardiões.
- Onde está Jack? – indagou Nicolau.
- Essa não... – falou a Fada do Dente, assustada.
Jack, com escombros gélidos sob o corpo, pensava em seus amigos, que corriam perigo. Refletiu sobre toda a sua vida, a antiga e a atual e por um lado sentiu o desespero que o antigo Frost tanto passou. Sua desesperança tomou conta e então sentiu as forças indo embora.
A guerra ainda rolava. A Fada voava para fugir das aves destorcidas, que tentavam captura-la a todo custo. O coelho pulava em direção a Tort, com a mesma se defendendo com seu canudo que disparava mini tartarugas de chocolate explosivas, claro, sendo bloqueadas pelo boomerang.
Krampus e Nicolau estavam em um confronto de espadas, que saíam faíscas e se auto destruíam.
- O mesmo lugar que te consagrou, será seu túmulo!
- Então vai ter que enfrentar meu cadáver!
Um corte aqui, um arranhão. Gritos, disparos, explosões, tudo compondo uma sinfonia de guerra.
- HORA DO PLANO FIM DE ANO! – gritou Krampus para os demais.
Todos eles entenderam, exceto os guardiões, é claro.
O antigo dentista usou suas faixas para amarrar a Fada, no momento que ela passou voando, apertando com muita força e então, para o desepero de todos, arrancando suas asas, arremessando para longe a pobrezinha.
Nicolau arregalou os olhos, entretanto não conseguiu avisar seu amigo coelho, que no mesmo momento arremessou o boomerang, onde Tort simplesmente segurou, com toda sua calmaria, quebrando ao meio logo em seguida.
Estas ações impossibilitaram que os guardiões usassem seus poderes, restando apenas Nicolau, que tambem não estava tão forte quanto deveria. Krampus caminhou até seu irmão, entregando algo familiar.
- Um recordação de nossos tempos familiares!
Um pequeno boneco caseiro feito de madeira, que o mesmo Nicolau fez para seu irmão quando eram novos.
Isto tirou lagrimas dele, porem o objeto brilhou ate se tornar uma esfera de energia e então explodir, lançando ele longe.
No momento em que todos estavam derrotados, sem forças para continuar lutando, um clarão emergiu e uma esperança subiu em todos. Todavia, se tratava de Geada, que aprisionou todos em algemas de gelo e correntes do mesmo.
Krampus ria deles, caminhando até o pico, destruindo uma grande rocha que imaginava estar o gorro do Papai Noel. Para sua surpresa, não havia nada ali.
Nicolau tambem riu, mesmo sem forças para isso.
- ONDE ESTÁ?
Uma grande luz azul vinda do céu se instaurou, ofuscando a visão de todos. Um feixe pousou no meio deles. Um ser iluminado, com grandes cabelos flutuantes e olhos que poderiam cegar qualquer um, regado pela luz da lua, chegou para salvar a todos.
Krampus deu então o sinal para ataque e seu exercito partiu para cima do novo oponente.
Se retraindo bastante, o ser soltou um circulo que dizimou quase todas as criaturas, bem, somente a maldade que habitava.
A mumia tentou enlaçar, porem suas faixas queimaram quase que instantaneamente, antes mesmo de tocar o homem misterioso. Ele virou seu rosto e agarrou uma das faixas, segurando tão firme que transpassou seu poder até o vilão, queimando o corpo em uma chama azul, até restar apenas dentes metalicos.
A tartaruga, com seu grande canudo, feriu o chão e abriu um cratera que derramou chocolate por todo lado, criando uma onda para afoga-los. Aquilo nem sequer admirou o ser, e caminhando devagar abriu todo o liquido e pacientemente foi em direção ao ex guardião da pascoa. O mesmo jogou bolas de chocolate para ataque, sendo inutil, visto que desviou todas.
O chocolate borbulhava, iniciando uma fumaça com cheiro de queimado. Tort tentou fugir,entretanto flutuou e seu casco diminuiu, assim como a massa do corpo, até não ser nada alem de uma fofa tartaruga com um desenho em seu casco. Nicolau logo percebeu que o salvador era ninguem menos que o proprio homem da lua, o guardião original.
O líder dos vilões temeu sua derrota e montou em uma rena, para enfrentar o Homem da lua, carregando mais algumas renas consigo. O ser brilhante fez carinho em algumas renas malvadas e elas despertaram de sua maldade, tornando-se boas novamente. Em um ultimo gesto, lançou as correntes, que serviram apenas como um estopim onde o homem da lua puxou face a face, queimando seu corpo e retirando a juventude que o mantinha com forças para lutar.Seu rosto desfigurado, os grandes chifres e dentes podres finalmente se revelaram a todos. Quando caiu no chão, achando ser seu fim, olhou para cima e viu uma grande estaca negra perfurar aquele grande clarão de luz azul. Se tratava de Brew, com toda sua imponencia e bem diferente de como foi visto antes, com cabelos lisos e grandes e uma grande capa negra. Krampus se levantou e deu seu sorriso mais horripilante, enquanto o guardião era arremessado para longe, deixando sua claridade ir embora e mostrando o corpo esbranquiçado de...jack frost.
O bicho papão mostrava toda sua maldade, tentando impressionar Krampus, que rapidamente agarrou seu pescoço, sugando parte da energia vital.
- O-O que está...fazendo?
- Era só do que precisava. Um pouco de energia de alguem descartavel!
Aquilo tocou o coração inexistente de Brew, trazendo no fundo, bem no fundo, os sentimentos de Sandman a tona, tomando o corpo em uma luz amarela brilhante. O corpo era o mesmo de Brew, mas a mente era do guardião dos sonhos. Poderiam ate considerar que seria o representante do sol. Areias rodearam Krampus, criando um turbilhão que rebateu o vilão diversas vezes no chão, quebrando seus chifres e machucando a pele.
Jack levantou-se, um pouco fraco e cansado, e mesmo antes de poder reagir, sentiu o empurrão de Geada, fazendo ambos caírem do penhasco. Derrubados em uma rocha, na metade do caminho, continuaram a brigar, se machucando para valer. O pequeno garoto de cabelos esbranquiçados não via outra alternativa. Abraçou Geada tão forte, que o mesmo não estava esperando e ficou sem reação. Jack tirou delicadamente o anel do dedo de seu inimigo, arremessando longe. Em contrapartida, sentiu uma perfuração no peito por parte do vilão, e sem escolha, o abraçou, unindo ambos com uma lança de gelo. Os dois caíram e ao adentrar ao lago congelado, uma grande montanha de gelos com estacas se ergue por todo o penhasco, chegando até ao pico.
Krampus, mais uma vez caiu no chão sem energias, e os guardiões se aproximaram dele, com Nicolau segurando um globo de neve.
- Não entendo. Onde estava seu gorro, afinal?
- No dia em que você perdeu os poderes e eu os ganhei, me senti um traídor e ateei fogo no gorro!
- Então este tempo todo...
- Sim. Eu canalizei meu poder apenas com esperança!
Isto foi o suficiente para Krampus derramar uma lagrima, porem não o livrou do segundo exilio, onde Nicolau prometeu que nunca seria retirado.
O natal estava salvo, com as crianças podendo receber seus presentes, se alegrarem com os familiares e sem ao menos saber do risco que corriam. E não somente esta data, como todas as outras comemorativas.
Assim tambem se seguiu o final do ano, onde todos comemoraram a chegada de um ano promissor em que tudo daria certo.
7 DIAS DEPOIS...
Cada um dos guardiões se reuniu em um antigo lago, familiar para seu antigo amigo que se sacrificou, por se tratar do lugar onde recebeu os poderes. Ali, eles ergueram um pequeno tumulo, que cada um colocou algo significativo, como o coelho que deixou seu boomerang recem consertado. A fada deixou os dentes de leite de Jack, e Nick o único pedaço de tecido que restou de seu gorro. O cajado de Jack tambem estava ali, com o anel de Geada, que Sandman recuperou, antes de partir para um exilio de purificação, pois agora Brew residia dentro de sua mente, a melhor prisão possivel.
Todos ali choravam e aos poucos cada um seguiu seu caminho, restando apenas a frente fria e a brisa fresca.
Enquanto eles caminhavam, O coelho sentiu um vento em suas orelhas e quando olhou para tras, pode ver um pequeno rosto ser desenhado na lápide, como se mostrasse um sorriso bobo. Ele tambem deum um, enxugou a lagrima e seguiu em frente.
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