zephirat Andre Tornado

Três irmãos adolescentes mudam constantemente de cidade para proteger o seu segredo – eles são dois vampiros e um feiticeiro. Apesar do seu estatuto de criaturas sobrenaturais, o trio sente a necessidade de mostrar que são ainda rapazes normais, iguais aos da sua idade, com os mesmos problemas, sonhos e dúvidas. Na nova cidade estão dispostos a fazer uma escolha diferente que lhes vai permitir ficar mais tempo naquele lugar. O que eles não sabem é que as consequências dessa escolha vão ser mais profundas do que imaginam. Uma história divertida inspirada num desenho feito pelo Mike Shinoda dos Linkin Park, durante uma das suas lives na plataforma Twitch, em 2020.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas. © Linkin Park não me pertence. História escrita de fã para fã.

#linkinpark #escola #amizade #bullying #vampiro #feiticeiro #sobrenatural #adolescente
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I - Primeiro dia de uma nova vida


A casa estava desarrumada e as coisas todas espalhadas por baús, arcas, caixas e sacolas, mas nem tão cedo iriam organizar aquilo. Na verdade, era muito difícil colocarem as coisas nos seus respetivos lugares por várias razões. Ele e os irmãos, porque os irmãos obviamente partilhavam a obrigação, nunca tinham tempo para fazer essa tarefa e, quando davam por si, tinham de se mudar outra vez. Carregavam as bagagens assim como estavam, desmanchadas ou não. Perdiam coisas pelo caminho, mas não se importavam. Era mais confuso guardá-las, depois retirá-las de gavetas e armários. Uma canseira.


Daquela vez eles iriam ficar por mais tempo, determinou. E assim, talvez, desfazer as malas podia ser um dos objetivos principais daquela estadia.


Claro que essa determinação de ficar mais tempo era apenas um desejo, uma vontade, um capricho, um princípio de teimosia. Ele nunca podia definir o tempo que ficavam, em qualquer sítio, porque acontecia sempre tantas coisas que eles não controlavam e que não dependiam inteiramente deles…


Abriu um cofre empoeirado e retirou a sua capa. Sacudiu-a com afinco. Uma nuvem compacta de pó desprendeu-se do tecido e ele tossicou. Fez uma careta, a olhar para a peça de roupa que seria, digamos, antiquada e desajustada, mas sentia-se despido sem a capa e não queria desafiar os deuses logo no primeiro dia. Por isso colocou-a nos ombros e apertou-a junto à base do pescoço, como habitualmente.


Espirrou ruidosamente. Sacudiu uma mão como se assim, com esse gesto prosaico, afastasse o pó do seu nariz sensível. Limpou-o com as costas da mão, limpou a mão à parte de trás das calças. Aquilo foi só um espirro fingido, mas a reação agradou-lhe.


Saiu para o átrio da casa, o único compartimento que estava limpo e num estado decente de habitabilidade. O chão de madeira encerado, os móveis cuidados com óleo de cedro, cortinas leves e transparentes que filtravam a claridade do dia e que iluminavam o lugar de forma natural.


Era um compartimento pequeno e acolhedor que dava diretamente para a rua. Tinha quatro portas. Uma que levava à cozinha e ao espaço de refeições, outra que levava a um corredor que desembocava no escritório, a terceira que pertencia a uma pequena casa de banho de serviço, a quarta que levava à sala, um espaço de convívio, de onde ele tinha vindo. Todas as portas estavam fechadas e ele tratou de fechar aquela que acabava de atravessar. Havia ainda uma escadaria de madeira, ornamentada com um corrimão elegante e escuro, os degraus cobertos por um tapete azul debruado a dourado que se perdia no piso superior onde se situavam os cinco quartos da casa, mais duas casas de banho. Nas paredes estavam pendurados dois quadros com paisagens campestres, pintados à mão e assinados pelo respetivo artista, por debaixo dos quais havia uma mesa, decorada com um vaso de flores frescas, e uma cadeira estofada a amarelo. Junto à porta de entrada havia um bengaleiro e um pequeno armário embutido, onde se guardavam casacos, sapatos, guarda-chuvas. As janelas, estreitas, ladeavam essa porta, sobre cujo lintel estava a campainha que anunciava os visitantes.


Ele pensou que seria uma boa ideia, agora que tinha resgatado a capa do cofre, guardá-la diariamente no roupeiro. Abriu-o e verificou que tinha um cabide que podia utilizar. Numa prateleira baixa, mesmo por cima da sapateira, estavam as mochilas e ele agarrou na sua.


Primeiro dia de aulas, numa escola inteiramente nova e estava nervoso. O estômago fervilhava, sentia-se leve, distraído e incorpóreo. Tinha de ter cuidado para não se transformar, porque isso acontecia quando ele estava naquele estado de ansiedade. Fechou os olhos e repetiu para si mesmo:


– Vai ficar tudo bem. É só o primeiro dia… de outros primeiros dias que já passaste. Não vai ser diferente, ou complicado, ou esquisito. Será só… o primeiro dia.


A sua voz interior acalmava-o e recolocava-o no caminho certo. Ele confiava bastante na sua voz interior. Houve um tempo em que acreditava que era outra criatura que lhe falava, aninhada dentro dele, num qualquer canto entre as costelas, a pele e a alma, mas depois descobriu que era ele próprio e desiludiu-se um pouco, tinha de admitir, porque não queria estar tão sozinho naquela vida que não tinha escolhido. No entanto, ninguém escolhia a sua vida, nesse patamar eram todos iguais, e ele acabava por sentir-se menos isolado.


Num dos bolsos laterais da mochila descobriu, pendurada pelo alfinete, a pequena medalha redonda, ornamentada com uma águia no centro. Despregou-a daí e colocou-a sobre a lapela do casaco, do lado esquerdo. Passou-lhe os dedos por cima, depois a manga, numa tentativa tosca de a polir.


– Continuas agarrado a essa velharia.


Ele saltou e gritou com o susto. Espalmou uma mão no peito. Depois lembrou-se que o gesto era ridículo, porque não tinha um coração para acalmar. O seu coração não estava vivo havia mais de cinquenta anos. Respirava e obrigava-se à mecânica, mas o seu bafo era estéril porque os seus pulmões também não viviam.


– Assustaste-me! – queixou-se.


– Não sei porquê… ainda és capaz de te assustar?


– Pelos vistos – resmungou e contornou o irmão. – Não te vais despachar para a escola? O autocarro deve estar quase a aparecer.


– Não sei se irei hoje.


Ele escancarou os olhos.


– Brad! Não podemos faltar no primeiro dia! – exclamou, numa incredulidade zangada. – Somos novos na cidade e já estamos inscritos na escola. Vão dar por nossa falta e sabem que nós moramos aqui. Enviam a polícia para te vir buscar… e isso não seria anda bom, para um primeiro dia.


Brad enfiou as mãos nos bolsos das calças surradas, rasgadas nos joelhos. Olhou para baixo, para mascarar a sua pequena irritação por o outro estar a frisar, com aquele ênfase de censura, que era o primeiro dia.


– Eu sei, Mike.


– Então, se sabes… vai despachar-te!


– Não há muito que despachar, é só apanhar a mochila. Não vou usar essa capa antiquada como tu – desdenhou numa careta, olhando-o de baixo para cima. – Porque é que insistes em vestir-te com isso?


– Gosto desta capa. Sabes que gosto da capa.


– É uma escola secundária, vão todos reparar na capa. Já se fosse uma universidade, podiam achar que fazia parte do traje académico, ou assim. Vais destacar-te.


– Sou supersticioso – defendeu-se Mike amuado. – Se saio sem a capa…


– Supersticioso? – gargalhou Brad, deitando a cabeça para trás. – Não sejas ridículo. Como podes tu… ou qualquer um de nós ser supersticioso? Isso é quase uma contradição. As pessoas são supersticiosas contra nós, nós devemos estar acima dessas noções tão… tão… como se pode dizer? Tão terrenas!


Ele arreganhou os dentes. Brad meneou a cabeça.


– Não te zangues, ainda te saltam os caninos e ficas feio com esses dentes enormes – avisou, bem-humorado.


– Agarra na tua mochila e vamos embora – pediu Mike impaciente. – E vou manter a capa. Se me destacar… será só hoje porque é o primeiro dia. Vão habituar-se à minha maneira antiquada de vestir ao fim de um par de semanas, ou nem sequer vão reparar. Ninguém olha para ninguém hoje em dia e ser-se excêntrico não te garante automaticamente o estatuto de popular. Por isso, não me aborreças com o que visto ou deixo de vestir.


– Estou a aborrecer-te? Não sabia que estava a…


– Sim, estás a aborrecer-me. Não te obrigo a usares uma capa, não embirres com a minha. Se formos para apontar alguma coisa são essas calças esburacadas.


Brad olhou brevemente para as suas rótulas que sobressaíam dos fiapos brancos de tecido, como dois pequenos animais acoitados nas respetivas tocas.


– Porquê? Acho que esta moda ainda se usa…


– Mesmo que se use… que imagem vais deixar de ti neste primeiro dia?


– E tu, com essa capa?


– Porque é que embirras com a minha capa, hum?!


– Não posso vestir outras calças, foram as primeiras que encontrei… as malas ainda estão por desmanchar.


– Tinhas esse par de calças ontem, e antes de ontem, e tens usado esse par de calças há mais de um mês.


– Uau… tu controlas o que visto, Mike?


Mike abanou a mão, indicando que desejava terminar aquela discussão inútil sobre código de vestuário. A escola onde estavam matriculados não exigia fardamento e ele não tinha argumentos para defender a sua capa velha ou as calças lamentáveis do irmão.


Disse:


– Vamos todos juntos, hoje. Pensava que os iria apanhar no relvado, lá fora… nunca pensei que estivesses a considerar faltar às aulas no primeiro dia!


Brad mordeu os lábios. Começava sinceramente a detestar o destaque dado àquelas duas palavras.


– Qual relvado? – perguntou. – Nós não temos um relvado. À frente da casa está um pedaço de terra solta e infértil, rodeado por uma cerca desconjuntada com a pintura estalada pelo sol e pelo calor. Os nossos vizinhos devem estar a comentar que somos desleixados.


– Chegámos há pouco tempo, não conseguimos ainda organizar tudo – desculpou-se Mike incomodado.


– Pois claro que não tivemos tempo para nada, pois se eu não encontro outro par de calças a não ser este… Estamos aqui há um mês? Pareceu-me menos tempo.


– Já vestias essas calças antes de termos chegado à cidade.


– Vou tentar lembrar-me de mudar de roupa. Quando souber qual é o baú da minha roupa, entre a pilha de baús do meu quarto.


– Onde está o Rob?


– Sei lá onde anda o nosso irmão! Eu nunca controlei ninguém.


Mike levou as mãos à cabeça.


– Não pode ser. Não pode ser! É o…


– Primeiro dia, já sabemos – cortou Brad, exasperado, revirando os olhos. – Vamos lá para o relvado, o nosso bonito relvado, e esperar pelo autocarro da escola. Convenceste-me. Está bem, não irei faltar no primeiro dia. Agora já me apetece conhecer os nossos novos colegas, saber como eles cheiram, se vamos ter de fugir daqui a um mês ou se podemos ficar por mais tempo.


Agarrou na sua mochila que estava na mesma prateleira do roupeiro, arrancou-a com um safanão do local onde pousava, colocou-a ao ombro e abriu a porta da rua, a resmungar.


– E o Rob?!


– Estou aqui, Mike…


Um som abafado de uma implosão benigna, com cheiro a lavanda, surgiu nas suas costas, capturando-lhe brevemente o sentido da audição, para depois se dissolver no silêncio morno do átrio. Mike deu meia-volta e encontrou Rob ainda a agitar a sua varinha mágica por cima da cabeça, que fazia, com esse gesto, desaparecer a nuvem de pó brilhante que lhe rodeava o chapéu branco e pontiagudo, decorado de estrelas. Mike disse:


– Estás atrasado.


– Estou? Mas isso é impossível. Um feiticeiro nunca chega atrasado. Chega sempre a horas. Chega precisamente quando…


– Ah, para de citar esses livros idiotas de fantasia. Estás atrasado, sim. Agarra na tua mochila e vamos!


– Vamos onde?


– Para a escola! Hoje é o primeiro dia.


– Ah… Estava a pensar…


– Fazer gazeta? Nunca no primeiro dia. Nunca. Isso é uma regra que não podemos quebrar. Estamos numa cidade nova, estamos a recomeçar e temos de causar uma boa impressão… para ver se nos deixam ficar mais tempo. Precisamos de estabilidade.


– Está bem, Mike. Se tu o dizes…


– Não sou eu que o digo, Rob – exasperou-se Mike, com uma pequena raiva a enrubescer-lhe mentirosamente as faces, pois ele não tinha sangue a correr dentro de si. – São as regras!


– Se tu o dizes… E as regras foram inventadas por ti, que eu saiba.


– A tua descontração chega a ofender-me. Compreendes isso?


– Não sou igual a ti. Nem igual ao Brad.


– Eu e o Brad também não somos iguais. Pode parecer que o somos, à primeira vista, por estarmos os dois metidos na mesma categoria e termos a mesma classificação, mas decididamente que não somos iguais.


– E onde está o Brad? – perguntou Rob, rodando o pescoço de um para o outro lado. Um gesto parcialmente inútil pois a sala era pequena e não tinha recantos assinaláveis onde alguém se pudesse esconder e passar despercebido.


– O Brad já saiu…


– Conseguiste convencê-lo.


– Sim, consegui convencê-lo. Ou melhor, ele decidiu por si. Eu não sou o chefe de nada. Somos um grupo onde cada um manda tanto como o parceiro.


– Somos?


– Vamos estar com teorias e dissertações agora, Rob?


– Não seria a primeira vez… ei, estás muito nervoso. Acalma-te, Mike. Vai correr bem.


– Eu sei que vai correr bem.


– Vestiste a tua capa. Isso é sinal de que vai mesmo correr bem.


– Também me vais dar uma lição sobre moda? Já ouvi essa do Brad, muito obrigado.


Uma buzina soou no exterior.


– O autocarro! Rápido, Rob. Rápido. Temos de ir embora.


– Está bem, Mike.


– Agarra na tua mochila e vamos.


– Estou a ir atrás de ti.


– Tira este chapéu, não podes ir com este chapéu para a escola! – E Mike arrancou o adereço da cabeça de Rob, deixando-lhe o cabelo num remoinho emaranhado.


Mike e Rob saíram da casa numa corrida, com as respetivas mochilas na mão. A porta fechou-se atrás deles. O Brad acenava-lhes com um pé no degrau do autocarro escolar que se encontrava estacionado no passeio defronte da casa, que era amarelo e típico, igual aos normais veículos que transportavam alunos para as escolas do país.


Realmente não tinham nenhum relvado e a cerca que delimitava a propriedade estava uma desgraça. Mike achou que deveriam remediar aquilo assim que tivessem uma folga no seu horário. Não desejava atrair a atenção indesejada dos vizinhos mais curiosos. Eles tinham um segredo a preservar e era importante que se mantivessem discretos… e o mais normal que conseguissem parecer.


– Eu chego a horas, vocês chegam depois. É típico ou é irónico? – comentou Brad.


Mike não respondeu.


Os três entraram no autocarro. Mike, que se colocou no fim do trio, para ter a certeza de que os outros dois não o fintavam no último momento e fugissem da obrigação, foi o único que cumprimentou o motorista que se limitou a fazer-lhe um aceno aborrecido, usando a mesma mão para empurrar a alavanca que fechava as portas.


O autocarro não estava cheio e havia muitos lugares disponíveis, pelo que puderam escolher sentar-se todos juntos e num local menos concorrido, com bancos vazios à frente e atrás. As filas eram compostas por conjuntos de três cadeiras estreitas, o último assento podia levar sete passageiros. Mike ficou junto à coxia, Brad escolheu a janela e Rob ocupou o lugar do meio.


– Espero que ninguém se venha meter connosco… – murmurou Mike vigiando o ambiente no interior do autocarro que se punha em movimento, mas tudo estava muito calmo e sereno. Era o primeiro dia para todos e eles não seriam os únicos alunos novos naquela escola.


– Aproveita a viagem, Mike! – disse Brad entusiasmado.


– Qual viagem? Vai ser um percurso bastante aborrecido, desde casa até à escola, passando por bairros residenciais monótonos.


– Eu gosto de viajar. Adoro viajar. Qualquer percurso é bom para mim.


– O Brad é otimista, Mike.


– Eu sei, Rob.


– Ele está nervoso, não está?


– Sim, Rob – respondeu Brad. – O Mike está nervoso.


– Não, não estou – apressou-se Mike a negar, corando outra vez, como se isso fosse realmente possível. Apertou a mochila que tinha colocado sobre o colo. – Estou… ansioso. Sim, pode ser isso. Estou um pouco ansioso.


– No meu dicionário, isso são sinónimos – esclareceu Brad, levantando uma sobrancelha.


– Quero que… dê certo – confessou Mike, por fim, para ver se deixavam de embirrar tanto com ele. Estaria assim tão intratável e espinhoso? – Precisamos de ter um pouco de estabilidade nas nossas vidas e acho que não estou a pedir muito, ou a inventar alguma coisa que seja descabida e que vocês não conseguem compreender.


– O Brad acabou de dizer que não se importa de viajar – disse Rob apontando o companheiro, do seu lado esquerdo, com o polegar.


– Eu também gosto de viajar! – emendou Mike. – Mas é sempre bom ter uma casa para voltarmos. Uma base segura.


Rob espremeu os lábios e Brad crispou a testa.


À partida, parecia que não estavam no mesmo comprimento de onda, mas Mike sabia que eles só estavam a fazer-se de difíceis para marcarem a sua posição – de uma forma bastante infantil, diga-se de passagem, que o irritava ligeiramente.


Mike recostou-se no assento do autocarro. Ele conseguia perceber essa pequena sabotagem inocente e descabida. Os seus irmãos estavam a sentir o mesmo do que ele, num grau diferente. Era o primeiro dia para ele e para os irmão. Tinha de se tranquilizar. Na verdade, ele não queria voltar o seu nervosismo… não, a sua ansiedade… não, a sua inquietação… o que fosse contra os seus irmãos, pois seria injusto. E resolveu aproveitar a viagem como Brad, numa postura tranquila como Rob.

4 de Maio de 2023 às 09:08 0 Denunciar Insira Seguir história
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