Queremos Liberdade. Somos capazes de arriscar a vida, lutando por ela. Até morreríamos para hastear a bandeira dos Inconfidentes Mineiros.
Não há nada mais precioso do que a nossa liberdade, mas nós nos amarramos em memórias, crenças, ideologias; nós nos algemamos às falácias dos meios de comunicação, nos emaranhamos no disse que disse das redes sociais; nós nos deixamos capturar pelo teatro de sombras, que replica e atualiza, com recursos tecnológicos sofisticados, o milenar Mito da Caverna, de Platão, o qual já cansamos de ler, de estudar interpretações, de entender e de deixar para lá.
Aos pretensos donos do mundo interessa que nós passemos a vida a assistir à hedionda tapeação, crendo que estamos diante da realidade -- e quanto mais supostamente nua e crua, melhor. Apostam no título do livro, de 1917, de Pirandello: "Assim é (se lhe parece)". E cremos, sim, que o simulacro imposto é, de fato, a verdade.
"Arquivo X", famoso seriado da tevê norte-americana, com 11 temporadas a partir de 1993, brindou-nos com duas mensagens: "Eu quero acreditar", referindo-se, aparentemente, a discos voadores, e "A verdade está lá fora", reportando-se ao espaço sideral. A primeira, uma clara indução ("acredite em tudo"); a segunda, uma sutil dissuasão ("busque a verdade bem longe").
Essa é uma interpretação minha e talvez seja tendenciosa, porém, exemplar do modus operandi.
O Mito da Caverna, sem sombra de dúvida, mais objetivo e consistente do que a busca incansável do Fox Mulder, o personagem principal da série de que fui fã de carteirinha.
Estamos rendidos, vencidos?
Hoje, aterrisada em um pequeno sítio nas cercanias de Nova Friburgo, se tivesse de lançar duas mensagens, seriam: "Não acredite" e "A verdade está dentro de nós".
Descartando-nos de todas as falsetas (criadas com meticulosidade, fundamentadas em estudos de Neurociência), conquistaríamos a nossa almejada Liberdade. E mais: nós nos tornaríamos inteiros, plenos, fortes, equilibrados, imunes a sugestões deletérias.
Trata-se de tarefa individual. A essa altura do campeonato, árdua... Mas, possível e benéfica. Essencial e deliciosamente, iconoclasta. Rebeldia pura, silente, eficaz.
Um trabalho de formiguinha, que acaba cooptando todo o formigueiro.
Obrigado pela leitura!
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