zaites_walker1555761035 ELLEN MONTEIRO

Arta foi capturada e vendida como escrava para uma família de ricos do país vizinho, porém ante de chegar em seu destido o inesperado acontece, um elfo alado surge na escuridão da floresta em que seus captores a transportava, mata 3 dos captores deixando sua presilha borboleta cair enquanto persegue outros 2 que estavam fugindo. Arta aproveita a oportunidade para fugir e guarda presilha borboleta. Em sua fuga, encontra um grupo de refugiados curupiras e se junta a eles para fugir para o refúgio dos curupiras, onde então encontra o elfo alado que se apresenta como tales e agradece por ela devolver sua presilha borboleta e em troca jura lealdade e proteção a ela até o fim de sua minúscula vida. Quando a corte matriarcal ordena o imediato retorno de Tales para cumprir seus deveres como único herdeiro da família Tapira. Ele a leva junto para as ilhas flutuantes de Laguna deixando Arta a mercê de muito mais intrigas e perigos do que se ainda fosse uma simples cozinheira de um restaurante em sua terra natal.


Fantasia Medieval Para maiores de 18 apenas.

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Capítulo 1 : A captura

A grades eram finas, mas eficientes para saber que dali Arta jamais sairia, o cheiro da magia imbuído naquelas grades era mais forte que o cheiro de excremento de vaca e xixi de vários gatos curtido por vários dias, o que fazia sua cabeça latejar mais e mais.

Se encolheu ainda mais quando o capataz, um Curupira, como ela, porém mais alto, musculoso e de olhos vermelhos, bateu nas grades gritando para os outros guardas, também curupiras, mas que guiavam os bois de carga que puxavam sua cela sobre rodas, apertarem o passo.

O céu cinzento e a brisa fria anunciavam a tempestade que logo viria e certamente seriam pegos no meio do caminho, com outras dezoito curupiras que estavam igualmente encolhidas como Arta dentro da cela que deveria caber apenas cinco, choramingavam, outras grunhiam a cada comentário patético que o capataz fazia sobre as inúmeras utilidades que cada uma delas teria quando chegassem ao seu destino final.

Algumas seriam vendidas como escravas sexuais para bordéis clandestinos de humanos safados, mas poderosos das terras infernais de Ipê, outras serviriam como escravas domésticas para os elfos e humanos que viviam em Brasilis e algumas delas serviriam ali mesmo em Taúba, como cozinheiras para os outros tantos curupiras que já haviam sido sequestrados e colocados para trabalhar nas minas de estratificação de quartzo e ferro ou sangrando seringueiras na floresta dos seringais

Como Parvus Magicae que era, podia conjurar magias simples, como uma chama para acender um fogo de um forno a lenha, remover algumas manchas da roupa enquanto a lavava, cantar uma canção para alegrar o ambiente ou secar a louça, mas só de fazer essas pequenas coisas já ficava exausta, por isso era mais fácil depender de sua força física do que sua força mágica.

Mas sua força física não era páreo para os feitos mágicos de um Medium Magicae que a sequestraram, muito menos as ferramentas e armas de defesa que os guardas da vila curupira usavam. Para ela a magia não servia para nada além de oprimir os desafortunados.

Arta não fazia ideia do fim que a levaria, apenas rezava mentalmente o tempo todo para deusa Yara protegê-la de qualquer destino cruel e que se fosse morrer de tanto trabalhar, que fosse a céu aberto, para que seu espírito se tornasse livre e rapidamente encontrasse a araucária dos planos e acendesse para o plano Celestial, onde descansaria eternamente com sua família, seus pais, marido e filhos a esperavam.

O capataz bateu de novo com o porrete nas grades e ela abafou um grito de discórdia. Ah! Se ela tivesse a magia suficiente para destruir aquelas grades e incendiar toda a floresta, que Boitatá a perdoasse, mas ela faria isso apenas para ver o capaz gritar e sofrer enquanto o fogo azul o consumisse por completo.

O Capataz gargalhou com a reação apavorada dos curupiras que se encolheram ainda mais e Arta realizou mentalmente o momento que a morte o decapitasse e separasse a cabeça nojenta do capataz de seu corpo asqueroso.

A lombar de Arta doía e incomodava sim, mas não mais do que seu antebraço direito fraturado, o inchaço aumentou tanto que estava com a merma circunferência de sua cocha.

Oliver a avisou que isso aconteceria cedo ou tarde, se lembrava como se fosse ontem, o curupira jovem empacotou suas coisas e jogando a bolsa esfarrapada por cima dos ombros olhou para Arta e disse:

― Você deveria vir comigo agora! Essa vila não é mais segura do que as estradas profundas, os capatazes foram vistos no vale, eles estão vindo para cá e quando chegarem, você não terá mais tempo!

― Que venham, lutarei ao lado de meus amigos e familiares, essa é nossa terra natal, já enfrentamos coisas piores no passado, por que devíamos fugir?

― Arta, seu marido morreu de febre nativa, seus dois filhos morreram lutando para defender a vila da última vez que os capatazes vieram, você não tem mais ninguém para te ajudar, ou vai morrer lutando ou será capturada!

― Que assim seja Oliver, não há mais nada importante que eu possa fazer na minha vida do que servir ao meu povo, pelo menos uma última vez.

― Está louca! Somos simples parvus magicae e não importa o que façamos, o quanto rezemos aos deuses ou o quanto treinemos, isso nunca vai mudar, somos insetos perto de um único medium magicae quanto mais de alguns magnus magicae.

Ele aguardou uma resposta ríspida dela, mas só o que ela fez foi continuar limpando as mesas do restaurante, já estava quase na hora de abrir.

― Certo! ― Ele caminhou na direção da porta ― Depois não vá dizer que ninguém avisou! ― Ele parou diante da porta, com a mão na maçaneta, olhou para Arta uma última vez e continuou ― Se algo acontecer, se você conseguir fugir, corra para a cachoeira da fazenda Santa Cruz…

― O que tem lá? ― Ela indagou se aproximando.

― Só corra para lá está bem?! Me promete!

― Prometo!

Ele a abraçou forte, uma despedida, ela sabia que jamais o veria de novo. E talvez ela devesse ter ouvido a voz razão quando ela martelou em sua mente pelos próximos cinco dias antes do fatídico dia que os capatazes chegaram tocando o terror na vila inteira.

Agora, quase dez dias depois que correu mais rápido que conseguiu, tanto que não conseguia respirar direito, tentando chegar na fazenda como tinha prometido a Oliver e estava perto.

Pulou a porteira, desceu duas colinas, correu pelo bosque desviando das plantas e arvores e vez ou outras escorregando na lama, mas ainda correndo desesperada.

Por um descuido torceu o tornozelo, caiu do barranco, quebrou o braço e desmaiou.

Quando acordou já estava naquela cela e só o que podia fazer era rezar e rezar enquanto seus captores continuava o caminho pela estrada de terra tortuosa que se estendia pelo vale na direção do porto Kaaiara, onde os mercadores clandestinos decidiriam seu destino.

De repente os bois pararam e a carruagem se inclinou tanto para a frente, como se descessem um morro íngreme, que as curupiras rolaram por cima uma das outras.

Ignorando a comoção dentro da cela, o capataz andou ao redor da cela até os bois xingou.

― Era só o que me faltava! Vamos seus inúteis, puxem os bois, tirem logo eles da lama ou perderemos um dia de viagem ― Ele deu um pontapé no traseiro de um dos curupiras que já puxava um dos bois que afundou na lama junto.

As duas patas dianteiras dos bois afundaram tanto na lama que eles afundaram até o pescoço.

― Ei você! ― o Capataz chamou um dos curupiras que estava de guarda atrás da cela. ― Pegue alguns troncos agora, precisamos dar um jeito nessa lamaceira toda ou nunca vamos desatolar esses animais.

O curupira magricelo correu para o bosque enquanto o capataz continuo gritando.

― Vamos seus inúteis, vocês também, corram, a tempestade está armando, se ela cair antes de chegarmos ao porto não vamos conseguir um bom negócio amanhã.

A adição de cascas de árvores e outros galhos menores facilitaram a subida lenta dos bois devolta para a terra firme.

― Parem seus idiotas! Não estão vendo que se a cela passar em cima dessa lamaceira toda será pior, peguem mais galhos seus inúteis! Vamos joguem na lama, aqui, na linha dessa roda, e depois da outra. Andem logo suas lesmas! Agora, puxem as rédeas, mais rápido, mais rápido ― Ele bateu com o porrete na lateral da cela. ― Mais rápido se não quiserem dormir no chão molhado!

Daquela distância até o porto, o capataz continuou gritando, xingando e instigando os curupiras que controlavam o caminho dos bois. E foi efetivo, pois assim que estacionaram a cela num dos armazéns lotados com várias outras celas igualmente mais do que lotadas com curupiras, a tempestade desabou.

A tempestade continuou a noite inteira e embora Arta sentisse dor e frio, conseguiu dormir depois de tanto rezar mentalmente para uma divindade que ela sabia, não se importava nem um pouco com ela, no entanto, não havia nada melhor que ela pudesse fazer.

21 de Abril de 2023 às 15:17 3 Denunciar Insira Seguir história
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Conheça o autor

ELLEN MONTEIRO Ellen Monteiro, Autora, Artista e Profissional de TI. Nasci em 1986 em São José dos Campos, São Paulo, Brasil. Sou formada em Administração, Artes Visuais e Design de Games e posssuo MBA em Data Center & Cloud Computing.

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