sakiee Misaki Amiwli

Lirian, um reino recém-formado de uma guerra, mas que está em constante estado de alerta para conflitos, conspirações na realeza, adversidades nas fronteiras, um acordo nada benéfico e uma profecia sobre uma guerra que mudará o mundo como todos conhecem, nesse ambiente nada amigável, um grupo de pessoas se levanta, mas como serão suas funções nessa profecia e nesse mundo? Será que o destino é realmente real ou apenas uma falácia? Ninguém jamais saberá, resta-nos tudo para acompanhar esse grupo, conhecido como Dryad Song.


Fantasia Fantasia negra Para maiores de 18 apenas.

#fantasia #dryad-song #dryad #dark-fantasy #épico #magia #medieval
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Loverman pt.1

20/12/XX57 - Ilha Dos Caídos

Caos, não existia palavra que melhor descrevia o estado daquele local que antes se tratava de uma ilha paradisíaca e atualmente nada mais era que um cemitério, com tantos corpos sobre a água que tornava impossível de se enxergar o azul do oceano, as nuvens vermelhas pela evaporação do sangue dos incontáveis corpos em decomposição.

No centro daquilo tudo havia três seres, uma dríade em seu estado mais primitivo com grandes chifres de cervo em quatro patas com presas à mostra ao lado de um dragão de forja com vapor saindo de seu corpo vermelho como metal prestes a derreter e na frente dos dois um homem bastante machucado e o fato mais chamativo nele era a falta de uma mão

— Meu problema não é com você Aldwin — O dragão falou enquanto de forma ofegante respirava soltando grandes quantidades de fumaça pela boca — Saia da frente e eu não irei lhe atacar.

— Eu falhei com vocês dois… Yaevlin, Shu… no entanto isso acaba agora — Aldwin esticou seu braço direito para o céu fazendo com que seu cabelo começasse a se tornar branco e Yaevlin avançou em um segundo para cima dele — Subjugue-os ó grande Yaldabaoth — Quando Yaevlin iria golpear Aldwin o mesmo desapareceu por um momento e apareceu novamente socando o rosto de Yaevlin com o punho que naquele momento estava se regenerando o lançando para longe.

Sem tempo para descansar no entanto Aldwin teve que lidar com Shu que já estava na sua frente e o segurou pela gola da camisa dando uma cabeçada em seu nariz e antes que o mesmo pudesse se recuperar do baque passou a cuspir fogo em sua face com extrema força até que Aldwin o pegou pelo pescoço apertando com tamanha força que o fogo parou de sair e então puxou Shu para mais perto girando e arremessando para longe.

O dragão no entanto não foi muito afetado pelo arremesso e conseguiu se manter em pé no fim, mas não avançou para cima de Aldwin afinal Yaevlin já estava em cima dele, mais forte que antes, golpeando-o com uma barragem de socos sem o permitir reagir, vendo isso Shu passou a correr em direção a margem visando um dos barcos que tentavam fugir daquele local, afinal ali estava quem tirou tudo de si.

— Coloque todos aqui, precisamos de uma parteira, alguém pode ajudar? — Victoria falava com o restante de força que tinha em si mesma gritando com a voz rouca mal conseguindo se manter em pé, incapaz de usar seus poderes, estava se sentindo impotente novamente em sua vida, tanto que se assustou ao ouvir uma explosão no céu e ao olhar viu Karl no ar segurando um golpe de Shu com a mão — KARL!!! VEN-gurh — A mulher não conseguiu terminar a frase pois logo cuspiu sangue e caiu de joelhos.

— Vão sem mim, eu ainda aguento um pouco — Karl estava no ar, com a roupa completamente rasgada, sem um olho e um braço negro como se fosse feito de carvão ou cinzas.

— Ela tirou tudo de mim Karl, ela te traiu, usou você e você ainda defende ela? — Shu rosnava com raiva e ódio do homem à sua frente, havia sofrido tanto quanto si contra ela e mesmo assim…

— Sim, ela não é a melhor das mulheres, mas ainda sim, não posso deixá-la morrer — Karl tentou socar o dragão com seu braço livre, mas esse esquivou se afastando com um pequeno salto, no entanto o braço de Karl se desfez em uma pequena garota de vestido preto longo que golpeou com força o rosto de Shu com um chute antes de segurar Karl pelas costas e levá-lo voando em direção a Aldwin.

— Seiryuu: Rokushiki — De repente um corpo voou em direção a Yaevlin o tirando de cima de Aldwin e um homem de cabelo branco longo arrastando no chão chegou pegando Aldwin com um braço e levantando ele.

— Ru yin… por que continua aqui? — Aldwin falou massageando a cabeça que havia sido golpeada por Yaevlin incansavelmente.

— Por que ele é o Drucilla mais cabeça dura desse mundo — Karl posou ao lado dos dois ouvindo explosões e gritos ao longe que para si eram extremamente desconcertantes, mas para os outros dois que estavam tão focados no combate, deviam nem ouvir e esquecer das outras lutas acontecendo naquele local.

— Ka, você devia voltar, você vai acabar morrendo se continuar nessa forma — Ru yin falou estralando os braços e se esticando enquanto via os 3 oponentes deles se levantando.

— Quanto tempo eu tenho Aldwin?

— Provavelmente 20 minutos se não se esforçar — Aldwin falou respirando fundo e encarando Yaevlin que se contorcia no chão se tornando mais e mais corrompido.

— Então tudo bem, já que isso vai levar só 5 — Deu de ombros e esticou a mão — Anne venha — E então a garota ao seu lado se transformou em uma espada direto em sua mão — Além do mais eu tenho dois motivos a caminho para sobreviver isso aqui

— Dois? Boa sorte, eu mal sobrevivi a dois, mas depois de 3 anos fica mais fácil — Aldwin sorriu fazendo com que Karl o olhasse confuso fazendo com que Aldwin acabasse por ri naquela situação, aquele sentimento havia se tornado tão comum para Aldwin que nem imaginava estar nessa situação, não mais pelo menos, mas ao ver contra quem estava lutando, passava a se perguntar quando que essa merda havia começado.

15/03/XX52 - York

5 anos antes do incidente

Na cinzenta cidade York em Yiegrii, o clima nunca foi dos melhores, uma cidade portuária onde sempre chove, costumava ser bela até a chegada das primeiras máquinas e agora a maior parte da cidade fede a peixe e óleo, trazendo um certo clima melancólico ao seus habitantes simples e inexpressivos e principalmente á todas as construções, mesmo a estátua do salvador da cidade, já estava escura, com marcas do tempo e lodo em algumas de suas partes, e nessa cidade um homem se olhava no espelho de seu banheiro segurando uma navalha próxima a seu rosto e então a movimentar lentamente para baixo raspando os pelos de sua bochecha enquanto tinha seus olhos fechados, em uma tentativa falha de não lembrar de seu doloroso passado.

Estava em cima de uma cadeira em pé, em frente a um espelho improvisado segurado por uma mulher de longo cabelo negro como a noite, e atrás de si um homem segurava uma navalha tentando colocar na mão dele.

— NÃO ISSO VAI ME CORTAR — Se debatia de forma desesperada, mas o homem facilmente o segurava com uma mão e então gentilmente colocou a navalha na mão do garoto.

— Você não vai morrer por isso, além do mais eu e a Lala estamos aqui, se você se cortar será menos de um segundo para curar — Deu um selinho na testa do garoto, que olhou para a navalha ainda receoso, mas logo confirmou com a cabeça — Pegue o creme e passe onde há pelo, mas não coloque nas sobrancelhas você já é feio imagina sem sobrancelha.

— Cala a boca, você que é todo deformado na face — Inflou as bochechas, fato que não funcionou bem pois logo o ar saiu por furos de sua bochecha, e o homem apenas riu junto com a mulher que estendeu o pequeno recipiente de creme, logo o garoto passou o creme, na região acima dos lábios, onde tinha um pequeno filete de pelos.

— Agora, lentamente, em movimentos suaves para baixo, dá um nervoso na primeira vez, mas garanto que não está cortando — Guiando a mão do garoto até o rosto dele, e suavemente fazendo os movimentos, um de cada vez enquanto o acalmava com um leve carinho no ombro, até que acabou — Isso garoto, agora já é um homem que sabe se barbear.

Então o homem pegou ele no colo, e começou a comemorar enquanto a mulher chamava eles de idiotas, enquanto tinha um sorriso no rosto.

— Dyonis — De volta a realidade, se encarava no espelho vendo seu rosto com a barba já feita e lembrando do homem que o ensinou a isso, apenas o som da torneira aberta alcançava seu ouvido, e aquele espelho a sua frente o forçava a encarar a si mesmo, como se olhasse no fundo de sua própria alma, e ela então o encarava de volta como um abismo sem fim.

— Aldwin — O homem jogou uma bola para o garoto que segurou facilmente em suas pequenas mãos — Agora que você fez um contrato com uma fada, você sabe o que fazer né?

— Mas… eu não quero… Você disse que se eu não mostrasse potencial você não iria fazer isso — Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos enquanto olhava o homem à sua frente

— Você é um Aspecto, eu um Arauto, esse destino já foi selado, você irá me matar — Falou enquanto olhava o garoto nos olhos e quando viu que esse iria abrir a boca o interrompeu — Ou o apocalipse ocorre, é uma escolha fácil.

— Você não é do mal, não há motivo para te matar pai — Correu em direção ao homem, mas esse simplesmente liberou uma aura maligna que escureceu o local

— É o destino garoto, não me faça te dar um motivo para você me matar — E então ele se virou deixando ali o garoto e a pequena bola que havia jogado para ele — Não há outra forma.

— Entendido… Dyonis — Respondeu a pergunta se olhando no espelho, por que ele havia lhe dado à costa naquele dia, por quê deveria matar seu pai? Não… não precisava — Eu vou matar todos eles Dyonis, eu irei exterminar cada Arauto que há nesse mundo, matarei suas fadas, eu apagarei eles da história, assim você não irá precisar morrer, eu farei meu melhor.

Quando então seus devaneios sumiram e Aldwin finalmente conseguiu sair de suas memórias mais profundas ele se olhou no espelho, vendo seu reflexo e de repente, em seus próprios olhos ele viu aquela cena.

Alex no chão, sem metade de seu rosto, sorrindo e a arma que Aldwin deveria ter travado em suas mãos, ele se matou… após aquela missão… após aquele fatídico dia.

“— EU NÃO VOU EU NÃO VOU NÃO FAÇA ISSO — Alex gritava de forma excruciante, chorando de forma que seus olhos mal conseguiam se manter abertos devido a quantidade de lágrimas.

— Alex, amor, eu preciso de você, só uma vez, você é forte, eu confio em você — As palavras que Aldwin disse… naquele momento, seu amado precisava fazer aquilo para salvá-los, era a única opção”

— Eu me lembro desse dia, Kurt, Nathaniel e Dylan, estavam em perigo e você forçou Alex a usar os poderes para encontrar uma forma, ele se matou não? Com a arma que você levou por descuido… ele se matou com a sua própria arma Aldwin.

Novamente aquela voz, aquele sorriso que ele podia sentir se formando nos lábios daquele demônio.

— Era a única forma… — Sussurrou para si mesmo, fechando os olhos, mas então sentiu aquelas mãos geladas em seu rosto o forçando abrir os olhos e encarar aquele ser no espelho, que carregava em si o próprio rosto com um sorriso largo e olhos negros.

— Não era não… ah… mas não era, deixe-me lhe mostrar — E então cravou as suas mãos no rosto de Aldwin o levando ao fundo de seu subconsciente.

Depois de alguns minutos, do lado de fora Beatrice estava sentada em cima de uma caixinha de música, girando a pequena manivela com seus pés, apenas esperando Aldwin sair do banheiro, mas então viu sombras saindo debaixo da porta e raízes de trevas se formando nas paredes e voou desesperada em direção ao banheiro abrindo a porta com seu poder.

— ALDWIN — Beatrice o chamou e logo se assustou com a cena, as raízes negras se espalhando pelo cômodo inteiro, a água gosmenta e negra, e os ossos de Aldwin crescendo rasgando a pele do mesmo e ele mordia os lábios segurando um… choro? Mas logo a fada se aproximou dele calmamente e encostou no ombro dele — Está tudo bem Aldwin, eu estou aqui — O mesmo se afastou do toque dela fazendo com que o espelho explodisse, entretanto não era o suficiente para fazê-la desistir, não era a primeira vez afinal, ficando em pé no ombro dele e abraçando a cabeça do mesmo, embora obviamente não conseguisse como um todo, conseguiu sentir a respiração de Aldwin diminuindo de ritmo e ele finalmente se acalmando — Isso… eu tô aqui, respira fundo… — Olhou para as mãos de Aldwin e viu que ele havia quebrado a pia com a força que colocou na mesma e sua mão sangrava, inclusive com um estilhaço de porcelana atravessando uma delas — Vamos cuidar desses ferimentos?

Aldwin permaneceu calado e saiu do banheiro de forma lenta, mal se importando com o sangue que escorria de sua mão e traçava o caminho que ele percorria, então se sentou na cama estendendo suas mãos para a pequena garota.

Um a um, ela tirou os estilhaços começando pelos menores e depois indo para os maiores, era bem fácil de ver devido a sua altura, e Aldwin não se incomodava com a dor, então deveria ser fácil, mas ela não queria machucar ele, para si Aldwin já sofria o suficiente todos os dias, não precisava sofrer mais por descuido dela, então acabou por demorar a remover todos, mas ao remover ativou o poder de aspecto de Aldwin e logo suas feridas se fecharam sem muito problemas.

— Obrigado… eu vou fazer um sapato novo para você como agradecimento — Se levantou vendo a sua mão sem nenhuma ferida e suspirou de certa forma aliviado

— Apenas fazendo meu trabalho, você é meu Aspecto afinal — Sorriu e voou sentando no ombro dele e se acomodando ali — Mas… se me permite, o que aconteceu?

— Eu me lembrei do Alex e do que eu poderia ter feito para salvá-lo… eu o forcei naquela situação.

— Era a única forma e mesmo se não fosse, você ficou com ele, você o visitou, o fez rir e ele morreu sorrindo não? O Kurt, Nathaniel e nem o Dylan te culpam pelo que aconteceu — Beatrice alisava a bochecha de Aldwin enquanto encarava ele nos olhos.

— Mas eu me culpo, me culpo por não ter sido mais forte e independente antes desse acontecimento — Suspirou enquanto olhava o chão com ódio em seu olhar, uma chama única e que infelizmente para Beatrice, era a única coisa que ela via em seus olhos, ódio.

— Mas… — Beatrice pensou no que poderia dizer e como dizer, mas infelizmente nada veio à sua mente.

— Você colocou tudo na mochila? Sua cama? Escova de dentes? Roupas? Seus acessórios? — Aldwin mudou completamente o foco do assunto e levantou andando em direção a um cabideiro enquanto falava com Beatrice.

— Sim, não tem como eu esquecer dessas coisas, não sou a Adhelle — Bufou irritada, não havia esquecido do que aconteceu e Aldwin a olhou dando de ombros ato que quase a derrubou.

— São pequenas, é normal de se perder — Pegou o seu sobretudo no cabideiro e logo vestiu olhando de relance para Beatrice que se acomodou no pelo da gola de seu sobretudo e então saiu do quarto descendo para pagar a estadia no local.

— Ah Aldwin você está indo para onde? — Deu de cara com uma jovem, que aparentava ter a mesma idade que ele.

— Estou indo embora, estou bem longe de casa… se é que eu tenho um lugar para chamar assim — Beatrice se escondeu dentro do casaco dele em um pequeno bolso que tinha ali dentro.

— Você tem a minha casa, mi casa es su casa — Sorriu para Aldwin que apenas a encarou de volta esperando o que ela tinha a dizer — E certeza que não quer ficar mais um tempo, você me ajudou muito com aqueles vagabundos no restaurante, não sei o que eles teriam feito comigo se você não estivesse lá então… decidi lhe dar um jantar particular com vinho e a minha especiaria um belíssimo cocido Madrileño como prato principal e de extras Paella acompanhada de Jámon.

— Parece tudo bem gostoso, mas eu não posso me atrasar para isso — A garota aparentou ficar triste com a resposta de Aldwin, mas sorriu de forma meio torta abrindo espaço para ele passar e logo Aldwin passou direto por ela.

— Bem… bon voyage — Suspirou subindo um pouco apressada, e não demorou muito para Aldwin acabar de descer as escadas, e então chamando atenção do atendente acenando para ele.

— Eu acabei quebrando o espelho e a pia, mas vou pagar pelo conserto não se preocupe, quero saber quanto que fica tudo, estou indo embora agora — Foi simples e direto pegando a carteira em seu bolso e olhando o homem.

— 200 lirins

— Justo… — Estava até que barato então abriu sua carteira e o homem continuou

— 200 lirins pela estadia e 900 lirins pelos danos a minha propriedade — Falou continuando a ler seu jornal e ao ver que Aldwin soltou um pequeno flash de magia contido — Mais 300 lirins pela ameaça ao proprietário

— 1500 lirins? A minha estadia aqui era 60 lirins, 60 lirins por 3 dias, agora você quer me cobrar 200 lirins? — O encarava seriamente irritado.

— Você tem razão, 200 dividido por 3 não dá um número inteiro, mas 200 vezes 3 dá um número inteiro, 600 lirins pela sua estadia

— Eu não tenho esse dinheiro agora…

— Não tem? Não minta para mim garoto, não nasci ontem, vocês Aspectos ficam mamando nas tetas da igreja, pegando o dinheiro dos tributos de minha esposa, não pagam nem sequer o papel que usam para limpar o rabo… e quer me dizer que não tem dinheiro? Ah vai se fuder moleque — Cuspiu no chão ao terminar de falar enquanto encarava Aldwin nos olhos — Como sei que é um Aspecto? Minha esposa quando foi entregar comida para você no seu quarto acabou vendo a fada, ela faria toda sua estadia ser de graça, mas eu não, eu não sou idiota — Aldwin suspirou o olhando e logo se virou.

— Vou na igreja pegar o dinheiro — Se segurava para não xingar ele, mas logo sua atenção foi chamada pelo assobio do homem.

— A fada fica — Aldwin sentiu Beatrice se remexendo no seu casaco, mas a acalmou dizendo que tudo ia ficar bem, então Beatrice saiu de seu casaco e foi em direção ao homem — Minha filha vai amar te conhecer.

— Humph — Não iria embora dali naquele dia, então decidiu voltar e se encontrar com a garota que ofereceu um jantar para si, realmente ia precisar daquilo, então andou até o segundo andar onde era o quarto de ambos e bateu na porta dela vendo que ela abriu — Houve um contratempo e bem… eu vou ter que passar a noite aqui, a oferta do jantar ainda está aberta? — Aldwin falou calmamente enquanto a olhava e se assustou com a cara que ela fez

— ÓBVIO VOU FAZER AGORA — Bateu a porta e Aldwin escutou barulho de metal caindo, a comida deve ser demorada.

Aldwin então se virou e andou em direção à saída do estabelecimento e ao chegar na porta viu que Beatrice estava em uma gaiola de pássaro e ela tinha uma cara melancólica, iria ser rápido, Beatrice não teria que aguentar aquilo o dia inteiro, por sua sorte não era muito distante dali, então não demorou para Aldwin chegar a igreja da cidade, e ao entrar o padre o olhou.

— No que posso ajudar meu filho? — Olhou Aldwin que enfiou a mão no bolso e tirou um amuleto com um cão de três cabeças, mas apenas a cabeça do meio estava presente e no pescoço dessa cabeça uma cruz invertida

— "Sou um dos soldados de Iscariotes! Somos apóstolos, mas não somos apóstolos! Somos crentes, mas não possuímos crença! Somos discípulos, mas não discípulos! Somos hereges, mas não cometemos a heresia! Somos soldados a serviço da morte, que inclinamos nossas cabeças em reverência a nosso Senhor, e cujas orações se encontram nos corpos secos de nossos inimigos! Com veneno servido em cada ceia e adagas brilhando ao luar! -

— Não precisa terminar seu voto, meu jovem, já o reconheço pelo amuleto, Aldwin Alighieri, correto? — O homem sorriu de forma simpática e com os olhos fechados.

— Sim senhor, apenas um Seminarista bem conhecido — Aldwin falou olhando o homem que segurou de forma falha uma risada.

— Não chamaria o próprio "Cão negro que se alimenta do corpo de pecadores aquecidos pelo mar de chamas do inferno, cuja correntes em seu pescoço o impedem de ir a fundo ao inferno e devorar nele todas as almas presentes" de um simples seminarista bem conhecido — O padre falou esperando uma reação de Aldwin, mas o jovem apenas continuou o encarando — Então… o que um Iscariotes vem fazer em minha pequena igreja? — Abriu espaço para Aldwin e fez um gesto para que ele se sentasse, e Aldwin aceitou seu convite se sentando acompanhado do padre.

— Eu preciso de dinheiro…

— Nossa igreja não tem muito, mas podemos lhe dar — O padre levantou a mão para chamar uma freira e Aldwin abaixou a mão dele.

— Eu quero um trabalho senhor… apenas isso — Olhou nos olhos do padre que aparentou ficar relutante quando Aldwin disse isso e então o mesmo olhou para uma mulher ajoelhada no altar.

— Vê aquela mulher? Ela gerencia um pequeno restaurante com sua filha, as únicas empregadas, o marido faleceu a quatro invernos, desde então ela tem vivido pela sua filha, e apenas por ela — Enquanto o padre falava, Aldwin escutava atentamente o padre e as preces da mulher, suas mãos calejadas e seus joelhos com marcas de quem não se levantava a horas — De manhã, um grupo de homens tomou café em seu restaurante, um deles não gostou e como compensação segundo ele, tentou violar o corpo dela e sua filha a salvou, o homem irritado levou sua filha, já fazem horas, e ela só está lá rezando, sem condições de pagar uma recompensa, o máximo que ela pode fazer é isso, se você trouxer a criança dela de volta, mesmo que seja um corpo para ela enterrar, eu ficarei grato em pagar o que você desejar

— Ela está… — Aldwin respirou fundo como se cheirasse o ar à procura de algo — grávida?

— Ahn? — Por um segundo a postura do padre se quebrou, por um mísero segundo — Não sei, não me contou nada… — Engoliu seco voltando a sua postura amigável de antes — Necessita de algo mais?

— Não, obrigado padre — Aldwin se levantou junto com o padre — Onde fica o restaurante dela?

— Vire à esquerda após sair da igreja e siga reto até chegar nos cortiços, o restaurante dela fica um pouco mais a frente, virando na rua de uma igreja improvisada

— Obrigado padre — Se ajoelhou perante o padre e então beijou o anel no dedo do mesmo — Que o senhor esteja contigo

— Que o senhor esteja contigo — O padre sorriu afastando sua mão da boca de Aldwin e acompanhou o aspecto até a saída, se despedindo um do outro com um simples aceno de cabeça.

Muitas odiariam ter que andar pelos cortiços, locais sujos, perigosos, carregados de doença, degeneração e promiscuidade, até mesmo os pobres sentiam nojo dos cortiços, mas para Aldwin, aquele lugar era como uma casa para si, não eram pessoas más ou depravadas, apenas pessoas pobres sem ter onde ficar, sobrevivendo a sua maneira, e para o Aspecto, as melhores pessoas se encontravam ali, lembrava dos cortiços os quais dormiu com Dyonis, as pessoas que conheceu, as comidas que provou, os sonhos que ouviu, além de obviamente a doce sensação de casa, lembrava das noites que sua família passava em cemitérios ou quando construíram uma casa sob as cinzas de um campo de batalha, talvez voltasse ali com Beatrice.

Quando percebeu, se encontrava em frente uma igreja em pedaços, com pessoas dentro rezando e outras do lado de fora recebendo sopa na porta e comendo ali mesmo enquanto conversavam entre si, sorriu levemente virando naquela rua e logo pôde avistar o restaurante, parecia ser integrado ao prédio da igreja, sem memórias felizes e sem nostalgia, estava ali a trabalho agora.

Ao entrar percebeu que o local estava vazio a um bom tempo, a mulher devia ser conhecida no cortiço, não havia nenhum sinal de saque, talvez fosse ela quem preparava a sopa que estava sendo entregue na igreja, ou quem sabe ela cedia a cozinha para isso, mas logo um cheiro adentrou suas narinas e respirando profundamente, aquele cheiro, tão doce e viciante.

— Morte… — Olhou aos arredores enquanto controlava sua respiração — Quid secum mortuis? — Falou em uma língua estranha e então as aberturas semelhante a cortes em sua bochecha, exalaram uma densa névoa que logo preencheu o restaurante inteiro — Que estranho… parece que aquela mulher não é uma santa por completo — Na névoa logo apareceram vários seres semelhantes a mortos, e todos eles se encontraram em um ponto, formando silhuetas, um grupo específico deles lembravam e muito os mercenários que Aldwin seguia, mas outra, formada por um espírito e vários menores, semelhantes a bebês — Abortos… parece que a garota deveria ter vários irmãos, mas não teve, e quem você matou ou sente culpa pela morte? Mas… tantos abortos e grávida novamente? Não é prostituição, nem casos constantes… então o que? — Aldwin ficou pensativo sobre o porquê daquela mulher ter engravidado tanto nos últimos anos — Humph… — Mexeu a cabeça em negação se focando no grupo de mercenários se sentando em uma mesa e ficando ali parado, vendo como o dia andaria.

Não demorou muito, para ver a cena da tentativa de violação, havia sido bem agressiva e foi salva por uma faca na perna de seu violador, a criança tinha coragem, isso Aldwin podia ter certeza, e então dissipou a névoa e os espíritos, já tinha uma pista para seguir não precisava ver mais nada.

Esperou alguns segundos parado e então se sentou, contando até três, respirando fundo pegou um pedaço de pão no seu bolso e não tardou muito a aparecer alguns ratos envolta de Aldwin, um deles se aproximou para comer o pão de sua mão e então Aldwin soprou novamente aquela névoa, e a mesma fluiu para dentro do rato que começou a se contorcer, como se tivesse espasmos e gritava quase igual a um ser humano, até que seus olhos explodiram e a fumaça começou a sair pelos buracos de seu crânio, o rato se levantou e se sentou olhando Aldwin.

— Ratos… vocês sempre acompanham a praga, sempre acompanham a morte, então sigam esses seres carregados de podridão — Aldwin se levantou e deu espaço pro rato andar e quando esse começou a se mover os outros foram juntos, e o aspecto seguiu eles calmamente, em direção a uma floresta.

Horas depois, no fundo da floresta escura, um homem de estatura alta e larga pulava de dor em volta de uma fogueira, estavam no que parecia ser um acampamento militar com centenas de soldados.

— AQUELA VADIA!!!! — Se ajoelhou com a mão em suas partes íntimas.

— Não sei como o mestre pode sequer aceitar alguém como você no bando… — Um homem loiro com olhos púrpuras como uma chama estava sentado segurando um graveto esperando que o peixe cozinhasse.

— Como assim alguém como eu Annyil? — Se levantou irritado olhando o homem que ainda estava abaixado e nem sequer se esforçou para olhá-lo.

— Um brutamontes que parece ser de dois séculos atrás, que só pensa em sexo e saque, além de ser tão idiota e burro, que nem sequer consegue violar uma criança… — Apontou para a garota que estava presa a uma árvore encolhida e com as roupas rasgadas — Eu deveria cortar sua cabeça, ela não tem uso mesmo

— Você realmente acha que o mestre liga? — Um homem que estava deitado de olhos fechados falou sem nem sequer abrir os olhos.

— O Soneca está certo, você realmente acha que o homem que organiza orgias com os mais cruéis fetiches e bizarrices de Girdwynm se importaria com isso?

— Ele não é meu mestre, ele é apenas um arauto distorcido com o poder, um arauto deve reescrever o mundo, tirar os humanos do pecado a partir da destruição, meu mestre não é o líder desse bando, ele é o líder de tudo, Staeran, Brukh e Britânia já se encontram em suas mãos e um dia Lirian também estará, o único obstáculo dele é o aquele que caminha no Eclipse…

— Lá vem ele com mais lendas urbanas — O homem bufou irritado revirando os olhos.

— O Aspecto da morte, Zamiel… um dia ele matará a todos nós, mas essa é minha missão, jamais fui destinado a viver, apenas a cumprir a vontade dele… e essa hora chegou, o dia que me entregarei aos braços de Zamiel — Tirou o peixe das chamas e deu uma mordida nele — essa foi uma boa última refeição.

— O que você está falando Annyil? — Arqueou a sobrancelha olhando o loiro abaixo de si.

— Vocês não percebem? Os ratos caminhando pelo acampamento, os corvos nas árvores e os lobos que adentraram o acampamento, todos eles esperando a ordem para terem sua refeição, esse tempo todo ele estava apenas contando nossas cabeças, como nós deveremos morrer, escutem irmãos o grunir dos lobos, os sons dos corvos, os passos de Zamiel — Soltou uma risada contida.

— Vocês apóstolos, não entendo, são suicidas, alguns controlam cidades inteiras, outros são reclusos que nem monges

— Assim como vocês humanos, nós não concordamos com tudo… Enfim… foi bom conhecê-los — Todos olharam ele confuso e ele se espreguiçou se levantando — O Anjo da morte chegou…

Assim que ele falou uma explosão ocorreu, facas desceram dos céus, lobos avançaram no acampamento, ratos cobriram pessoas começando a devorá-los vivos e aqueles que escapavam eram pegos pelos corvos que desciam em ataques suicidas adentrando nos olhos deles.

A garota amarrada a árvore chorava, perante aquela cena, a carnificina, aquilo havia se tornado um inferno em poucos segundos, no entanto entre tudo aquilo um homem caminhava entre os corpos e chamas, seu rosto sem emoção alguma como se nada daquilo importasse, como se nada ali representasse ameaça ou surpresa, então ele se aproximou de si, gentilmente tocando em seu rosto e pescoço, uma sensação tão doce e após um choque percorrer sua nuca ela desmaiou.

Aldwin suspirou vendo a garota adormecer com o pequeno golpe que deu em sua nuca e continuou a caminhar por aquele campo de batalha, eles eram fracos, meros amadores, se estivesse com seus poderes de aspectos, teria acabado de forma limpa, mesmo aquele que é dito como um arauto, devia saber…

— Se eu estivesse com mais de 4% — Aldwin abriu os braços ordenando que os lobos tirassem a garota daquele acampamento e então utilizando o poder que tinha disponível rastreou o seu alvo — O Arauto do inferno… — Aldwin chutou o chão abaixo de si o quebrando e caindo em uma sala onde um homem nu o golpeou com um chute no rosto e então rapidamente segurou o rosto do aspecto o jogando contra a parede e liberando uma torrente de chamas em cima de si.

— QUEIME SUA VADIA — Um barulho de ossos quebrando foi escutado e todos se surpreenderam quando viram as chamas se cessando e Aldwin havia apertado com tamanha força o braço do homem que arrancou o mesmo com a força de aperto — Por favor não, por favor eu não sou um Arauto, eu juro, eu nem possuo fada.

— Essa marca… pessoas com poderes semelhantes a de arautos, mas claramente não são… tem aparecido mais por todo o reino… onde você conseguiu ela? — Olhou a marca no peito do homem e ele começou a se debater golpeando Aldwin com toda força, mas esse nem se moveu.

— Eles vão me matar se eu contar — Aldwin começou a ri enquanto derrubava o homem e no processo deslocou o braço dele — Por que ri?

— Eu faço parte de uma família da igreja, comensal do décimo terceiro ramo sagrado… Aldwin Iscariotes, minha família irá cuidar de você

— NÃO NÃO, OS Iscariotes NÃO!!! — Em um segundo os ossos do homem se expandiram formando uma gaiola ao redor dele.

— Você vai aguentar até Meora… — Aldwin olhou para o lado e viu diversos homens o encarando com espadas em mãos e mulheres atrás deles, e com um estalar de dedos a coluna deles se expandiu empalando todos os homens.

— Obrigada obrigada obrigada — Uma das mulheres que ali estava correu em direção a Aldwin, claramente machucada devido a dificuldade de andar e quando se aproximou de Aldwin o mesmo a olhou de forma indiferente e logo seu olho pareceu queimar em ódio.

— Desgraçados…

— Que? — A mulher que estava na frente de Aldwin o olhou confusa, até que escutou uma explosão atrás de si e quando se virou todas as mulheres que ali tinham haviam explodido, apenas suas cabeças intactas — AHHHHHHaghhhr — Seu grito cortado por desmaiar com o golpe de Aldwin em sua nuca.

— Agora vocês também conseguem esconder a própria aura? — Aldwin olhou para trás soltando o homem preso em uma gaiola de ossos e então o jogando para cima com força fazendo atravessar o buraco no teto e em seguida a mulher que desmaiou também foi atirada.

— Zamiel, Zamiel, Zamiel — Aldwin ouviu uma voz vindo da entrada do local e então seu corpo inteiro se arrepiou, aquela magia, aquela intenção assassina, só podia ser um apóstolo.

— Bela estratégia me atrai até aqui — Quando Aldwin falou isso o corpo do apóstolo começou a brilhar e o mesmo entrou em posição de combate esperando um avançar.

— Não foi ideia minha…

Antes que Aldwin pudesse falar algo ou se preparar o apóstolo avançou rapidamente na direção de Aldwin na forma de um feixe de luz tentando cortar seus olhos com um golpe de suas garras que passaram quase raspando no olho de Aldwin e naquele instante ele percebeu um raio de luz saindo e se esquivou para direita evitando que a luz penetrasse seu olho.

Se arrependia de não ter Annelise ali, isso tudo seria tão mais fácil com ela, mas agora era obrigado a ficar na defensiva, olhando com cuidado os movimentos daquele ser brilhante Aldwin se aproximou tentando golpeá-lo com um simples direto, mas o inimigo esquivou sem dificuldade começando uma barragem de socos.

Todos os socos miravam em seu olho ou órgãos vitais, sem um padrão claro, precisando se concentrar totalmente em esquivar e aparar os golpes a espera de uma abertura, a menor que fosse, nem se fosse por um mísero yoctassegundo, se ela existisse ele aproveitaria.

E após alguns segundos que para ele foram como minutos a pequena abertura apareceu e ele aproveitou dela acertando um soco no pescoço de seu oponente e então ao desfazer a barragem de golpes tentou golpear o apóstolo no rosto, mas ele se desfez em luz.

Apóstolos e seus poderes ativados por estresse, o tipo que ele mais odiava e então jogou o corpo pro lado esquivando de um chute que teria perfurado a sua nuca e segurou a perna de seu oponente tentando envolver com suas trevas, mas infelizmente não funcionou pois o apóstolo previu o que Aldwin faria e se desfez no ar a tempo.

Sem Beatrice e sem acesso a mais de seu poder, esquivar de luz estava começando a se tornar problemático, sentia seu corpo começar a se cansar, entretanto não era nenhuma razão para buscar outra estratégia menos eficiente que o cansasse menos então pela primeira vez na luta o primeiro passo veio de Aldwin.

Um único soco certeiro no peito, utilizando da menor abertura possível, seria o suficiente para desestabilizar qualquer alvo, mas aquele a sua frente se esquivou como se fosse nada, transformando o próprio corpo em luz e indo para trás de Aldwin, mas nesse exato momento o homem sumiu em trevas surpreendendo o Apóstolo e em seguida tudo ao redor dele se tornou trevas.

— Domínio corrupto — Ao falar isso Aldwin conjurou a mais profunda trevas do abismo tirando todos os sentidos de seu oponente, visão, audição, tato e olfato o fazendo entrar em completo desespero tentando brilhar o máximo possível para sair daquela escuridão.

Fazendo assim com que Aldwin abrisse um sorriso largo e golpeasse a coluna de seu oponente pela luz o corrompendo com trevas, mas ao fazer isso o homem virou golpeando com potente soco no rosto o arremessando para longe com tamanha força que Aldwin quase acabou por perder a consciência batendo na parede que acabou por desfazer o domínio que colocou ali.

— Merda — Ao levantar o olhar Aldwin viu o Apóstolo repleto de manchas negras pelo corpo, olhos vermelhos e sangue saindo pelos olhos, ele sabia que era perigoso corromper e enlouquecer alguém, mas essa era a única forma de tirar a racionalidade dele e impedi-lo de se tornar intangível e só tinha uma única ação agora…

"No inferno, Asmodeus o espera…" — Ao iniciar o seu sacral Aldwin foi acertado por um golpe no peito, uma distorção dimensional, causada por aquele ser o fazendo voar na parede com tamanha ferocidade que sentiu como se seu corpo por inteiro houvesse quebrado — "O rei caído de Sodoma, com seus mil chicotes…" — Novamente outro golpe e dessa vez o apóstolo veio, com chifres, escamas e uma cauda dourada com os olhos queimando em uma chama púrpura e golpeava seu corpo com a intenção de matar, mesmo fortificando seus ossos parecia em vão, seus órgãos iriam explodir — "Espera os pecadores caírem ao inferno, para então satisfazer a sua luxúria com sua carne, dilacerando-as, para cada pecado um chicote diferente, dos mil chicotes quantos um pecador como você merecerá?" — um chicote dourado apareceu na sua mão e ele golpeou o rosto do apóstolo com sua mão, o arremessando para longe.

— "IRMÃOS possuímos um pecador entre nós, a sua sentença dada por Asmodeus, uma morte por açoitamento, a primeira chicotada com o chicote de seus pecados…" — As escamas do corpo do apóstolo saíram e se juntaram ao chicote de luz de Aldwin formando um chicote maior, e então ele golpeou o apóstolo com o chicote causando uma explosão em seu peito — "O segundo chicote formado pelas lágrimas daquele que ele causou sofrimento, o cortarão como mil navalhas por lágrima derramada…" — líquido derramado naquele chão, até mesmo os que já haviam secado se juntou a magia aumentando ainda mais o tamanho do chicote e quando Aldwin acertou a chicotada partiu o corpo do apóstolo em dois.

— "O terceiro chicote, feito com o corpo daqueles que traiu e levou a morte estenderão o seu sofrimento pelo ódio de morreram por aqueles o qual confiavam…" — A coluna vertebral dos soldados que morreram naquela sala foram absorvidas pela arma de Aldwin e ao golpeá-lo o corpo do mesmo se regenerou de forma grotesca e deformada — "O último chicote empunhado pelo punho de Samael, o arcanjo que executa a fúria do nosso senhor, irá expurgar de seu corpo todos os seus pecados com a chama eterna…" — O chicote inteiro formado por diversas substâncias absorvidas do ambiente então se transformou em um metal dourado e Aldwin então movimentou de forma que a ponta foi com máxima força para trás — "ENTÃO SE AJOELHE PERANTE O SEU JULGAMENTO, E ACEITE A SUA PUNIÇÃO, AMÉM!!!” — Aldwin golpeou a testa do apóstolo a sua frente, fazendo um buraco semelhante a uma cruz nela e uma explosão de magia sagrada ocorreu e Aldwin desabou ao lado do corpo sem vida do apóstolo, e suas últimas palavras foram.

Assim, aquele conhecido como o aspecto do Eclipse pelos fiéis e Zamiel por aqueles que se auto proclamavam apóstolos do novo mundo, morreu, por um curto período de tempo.

Em um mundo além da vida e morte, tinha consciência e aquele nome martelava em sua cabeça "Zamiel" quem era ele? Por que o chamavam assim? Não conseguia dizer, não conseguia raciocinar, apenas, sentia os gentis toques em sua pele como se estivesse em um grande oceano negro, sob um eterno eclipse e mesmo que de relance ele conseguia ver, um ser gigante com tentáculos pelo corpo inteiro, um ser grotesco e indescritível, ofuscado pelo eclipse.

Já havia estado naquela situação várias vezes, mas uma coisa foi diferente, o ser falou consigo, em uma língua que para muitos seria incompreensível, mas para si era como sua língua natal.

"As rodas do destino começaram a funcionar, os filhos bastardos de Behemoth saem das sombras, eles rastejam igual a cobras na areia, em todos os lugares, o mundo está preste a mudar Aldwin… assim como Zamiel, sua espada está selada a tirar a vida de uma pessoa, quando a hora chegar, estará você pronto?"

E assim com sua mão enorme, o ser afundou Aldwin na água negra, fazendo-o perder todos sentidos apenas descansando em um vazio eterno até que acordasse.

11 de Fevereiro de 2023 às 02:33 0 Denunciar Insira Seguir história
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Girdwynm
Girdwynm

Girdwynm é o nome de um continente presente em um planeta assolado por guerras religiosas envolvendo deuses, incapaz de aprender com o passado afinal o mesmo foi apagado por uma grande guerra, as pessoas vivem em paz enquanto pensam que o mal e o bem é preto no branco, mas aqueles qe vivem na batalha sabem que não é assim. Leia mais sobre Girdwynm.