Tarde da noite ele entra no bar, se aproxima da mesa que sempre ocupou e senta-se como se nada houvesse acontecido, o barman assusta-se com tal visão.
"Ele não estava morto?" Interroga-se.
As meretrizes que por ali vagavam na esperança de algum cliente pasmam diante da estranheza da situação, um amigo o vê em meio a fumaça do salão e quase enfarta.
Todos ali foram em seu enterro a algumas semanas, viram e tocaram seu corpo pálido e gélido, despedindo-se pela última vez do amigo de copo e farra. Seria um irmão perdido!? Impossível, era filho único e fora criado ali no pobre bairro, bebendo e brigando a sua vida toda, não havia explicação.
Ele levanta a mão num gesto conhecido seu pedindo a bebida de sempre, trêmulo o barman serve duas doses do whisky barato e para criar coragem toma uma antes de servi-lo.
Ele pega a bebida virando-a em apenas um gole, se ajeita na cadeira e acende um cigarro, o salão está em total silêncio, nem a banda se atreve a tocar, esperando o desfecho do caso.
Um bêbado que quase não se aguenta em pé atravessa o salão e dirige-se ao insólito visitante, interrogando-o:
- Tú não "tava" morto???
Ele vira-se para o bêbado encarando-o com ar sério apagando o cigarro na mão, com um sorriso se levanta e ignorando totalmente seu interlocutor atravessa o salão saindo pela mesma porta que havia adentrado há alguns minutos.
A turba ensandecida se aglomera na pequena entrada para acompanhar o trajeto do amigo, quando este se volta e com um aceno desaparece no ar.
O bêbado em sua sabedoria alcoólica explana:
- Provavelmente ele só "tava" com sede...
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