Trabalhava em uma loja de móveis usados, que se parecia mais com um depósito, do que com uma loja.
Eu era vendedor, na verdade, era o único funcionário que meu patrão tinha. Patrão esse que mais vivia na rua, do que me auxiliando. E segundo ele, estava sempre atrás de mais mercadorias para vender na loja.
A questão é que nem sempre vendia as que estavam no “estoque”.
Era uma loja pequena, se comparada aos demais comércios daquela avenida. Ao lado tinha uma igreja, e do outro uma distribuidora de água mineral, coisas bem comuns aqui na favela. De frente, ficava a segunda padaria mais conhecida da região. Em meados dos anos 90 apenas duas padarias serviam para toda a região, e eu trabalhava de frente a segunda mais famosa entre os moradores.
A avenida em que a loja estava, também era uma das mais conhecidas, e claro, fazia a ligação de um bairro para o outro. O que me distraiu por muitas vezes, principalmente no período da tarde, quando o trânsito me concedia algumas visões privilegiadas de seres que nunca mais encontrei.
O pior de trabalhar naquela loja, era apenas o turno, tinha que acordar cedo e na maioria das vezes, abria a loja. O que não seria ruim, se não fosse o fato de precisar colocar todos os objetos para fora. Sim, tinha que tirar um monte de peças para ficarem expostas, a bem-dizer, por toda a calçada na frente da loja.
Segundo o meu chefe, isso era o destaque da loja, onde as melhores peças ficavam na frente — neste caso, do lado de fora — e as piores, ao fundo. A loja era comprida, não quadrada como imaginamos ser um comércio, é só imaginar um galpão em retângulo, creio que este era o formato do terreno.
Não tinha nenhum cômodo da entrada ao final, apenas o banheiro pequeno, que ficava na última parede quase que escondido por entre os móveis.
Eu mesmo não dava a mínima para o formato, para mim aquilo era um depósito de coisas velhas e raramente uma loja de móveis usados, com alguma coisa aproveitável.
Meu horário era manhã e tarde, por volta das 17h ia embora, tendo muitas das vezes saído bem depois do horário por irresponsabilidade do meu chefe.
Durante o dia era tranquilo, e chato. Quase ninguém frequentava a loja ou os demais estabelecimentos pela manhã naquela avenida, somente após o meio-dia é que a agitação começava.
Penso que era por causa das crianças que iam para a escola no período da tarde, o que dava mais ânimo para todos. Pois, depois das 13h30 aquela avenida ficava bem movimentada e era por esse horário que os clientes apareciam.
Por ser uma loja no pé do morro — usamos esse termo, quando falamos dos estabelecimentos que ficam no início da subida ou início da favela, como muitos dizem. Normalmente não recebíamos clientes novos todos os dias, mas sim, moradores curiosos para ver se o meu patrão tinha encontrado alguma coisa boa e, para julgar o preço de venda, que eu mesmo reconhecia, era caro demais para móveis usados.
Mas um dia essas visitas de moradores ficaram interessantes, quando um dos moradores — segundo o meu chefe, era morador —, apareceu na loja e parou para conversar.
Sempre o via, quando ficava após meu horário, ele passava em frente à loja, e às vezes, até cumprimentava, mas era coisa rara de ver ele passando. Por isso, quando ele entrou e parou para conversar, fiquei em dúvida se era ou não alguém da região.
Neste dia, meu chefe ainda estava na loja. Eu tinha acabado de voltar do almoço e ele sempre ficava na loja enquanto eu fazia minha refeição, saindo logo em seguida ao meu horário de almoço, mas naquele dia demorou um pouco por lá.
Seu nome, não faço ideia, e olha que o chefe mencionou o tempo todo em que conversaram, mas meus pensamentos estavam longe. Ficaram conversando até que meu chefe informou que sairia e o cliente apenas o cumprimentou, ficando lá de pé ao meu lado, vendo o movimento.
Se demorou algum tempo, ou se algo aconteceu para iniciarmos a conversa, não me recordo agora. Sei que passamos a falar sobre o fim de semana, e me contou que estava na casa de show no final de semana que passou. Antes dele iniciar os relatos, olhei pela primeira vez para ele dos pés à cabeça, e então passei a prestar atenção no papo.
Sua aparência não era do tipo comum, ele era baixo e meio parrudo, não fortinho como os caras hoje em dia, mas também não era gordinho, embora tivesse um pouco de barriga. Fazia o estilo cowboy até na roupa. Estava com uma camisa preta do Estância Alto da Serra e calças jeans, com cinto marrom e uma fivela grande prateada, além de calçar botas que talvez fossem de couro. Um tipo à parte, se comparado com o que passava naquela avenida.
Pelo que entendi, todos ali o conheciam, provavelmente era um cara noturno. Durante as noites aquela avenida era o único lugar por onde não passava, não antes das 2h da madrugada, por isso era um cliente desconhecido para mim.
Um moreno e até atraente, assim fica mais fácil descrevê-lo. Barba grossa daquelas que fica marcada, quando os homens a fazem, seus braços eram fortes e peludos, suas coxas eram grossas, conforme a calça ficava colada nelas. Isso foi no que prestei atenção, pois falava tanto, que às vezes, me desligava tentando entender o assunto. E foi justamente por ele falar demais, que parei de examiná-lo para prestar atenção em sua conversa. Prestei atenção quando começou a falar que no salão, duas garotas novinhas se aproximaram dele e dos amigos, a mais nova ficou interessada nele e que acabou saindo com ela para o motel. Chamou a atenção pela forma como falava. Qual o homem que não curte uma putaria? Ainda mais com ele, insinuando que a garota era novinha.
Então relatou que quando ela tirou a roupa, viu aquela periquita lisinha com aparência de quem tinha acabado de se depilar e que parecia até ser de uma virgem. Falou que caiu de boca, sentindo aquela leve raspadinha na língua, como se os pêlos pubianos estivessem crescendo na região, e que de tanto tesão, acabou colocando um dedo e depois mais um, para se certificar de que ela não era mais virgem. Foi neste ponto do relato que ele parou e olhou para mim. Olhou ao redor, pediu para que fôssemos mais para dentro da loja, na parte onde ficavam os sofás e onde teríamos mais privacidade, sem perder a visão da frente da loja o que era importante.
Não estranhei o pedido devido ao assunto que narrava com muito entusiasmo, e sempre cortado quando alguém passava na nossa frente. Fui indicando para ele os sofás que estavam atrás de um armário, cobrindo parcialmente a visão de quem olhasse de fora.
Não indiquei aquele canto por maldade, apenas foi o mais fácil. Também nada reparou, pois foi logo se sentando na parte em que o armário cobria a visão.
Quando me sentei de frente para ele, tendo visão da entrada da loja, ele falou o motivo de ter pedido para entrarmos. Como estava sentado, se apoiou no braço do sofá e ergueu um pouco o corpo falando:
— Olha como fico só de falar nisso…
Foi então que entendi o motivo dele se sentar, ali. Quando se apoiou e levantou um pouco o corpo, foi para mostrar o volume em sua calça, o pau estava duro e como ele estava de jeans, chamava bem a atenção de qualquer um que olhasse.
Eu apenas mencionei com a cabeça, dizendo que entendia. Ele então questionou se estava tranquilo para mim? Sorri e disse que estava de boa, para continuar o relato.
Então ele me olhou diferente, me analisando dos pés à cabeça, e sorrindo maliciosamente ao me olhar nos olhos.
Eu que sempre fui normal, não devo ter lhe chamado atenção em nada. Sendo pouca coisa mais alto que ele, com um corpo normal, rosto comum, mas não feio como a maioria, cabelo curto, barba feita e bem cheiroso, este sou eu - até agora.
Logo que correspondi o olhar com um sorriso, ele seguiu seu relato.
Complementando as últimas palavras, ele disse que seu pau não era grande, mas era bem grosso e fez um gesto com a mão mostrando um OK, onde o círculo dos dedos era a grossura do pau dele.
Olhei para a mão dele e em seguida para o volume da calça, e até fez sentido o formato que estava sendo criado pela roupa, ele disse que estava com o pau latejando e que queria abrir a calça, porque estava apertada. Apenas disse que, por mim, era indiferente. Então abriu o zíper e terminou o relato. Falando que tinha penetrado a garota que entendi ser apenas uma puta, já que o mesmo contou que ao penetrá-la, percebeu que de virgem, não tinha nada.
Claro que escondi o meu sorriso com a frustração dele, ao assumir que tinha sido enganado por uma puta. Afinal, este salão que ele frequentava, é um point para as putas e os caras que curtem show de forró e sertanejo aqui na cidade.
Quanto ele terminou o relato, pensei que ia fechar o zíper da calça, se levantar e ir embora, mas não. Ele não fez nada disso. Ele parou de falar, me encarou novamente nos olhos, e me perguntou se eu havia ficado excitado.
Neste momento senti meu rosto queimar de vergonha, mas engoli o orgulho e balançando a cabeça falei:
— Claro que fiquei…
Besteira minha achar que encerrou. Ele falou:
— Então deixa eu ver.
— O quê? — foi minha resposta quase que automática.
Ele sorriu convidativo e fazendo sinal com a cabeça, olhando em direção ao meu pau, repetiu deixa eu ver.
Olhei para a frente da loja e depois novamente para ele, que agora estava com a mão no zíper da calça, imaginei que a fecharia, mas apenas repousava a mão esperando a minha resposta, que foi dada quase sem voz.
— Tá bom — falei me levantando.
Olhei novamente para a entrada da loja, ninguém estava próximo e ninguém estava prestando atenção para a loja, como era de costume das pessoas que ficavam na frente da padaria.
Indo mais para perto dele, onde o armário cobria a visão de quem estivesse do lado de fora, abaixei a frente da calça mostrando minha cueca branca com o volume do meu pau duro.
— Mostra — disse ainda com a mão repousada no zíper.
— Sério? — questionei enquanto ele fitava minha cueca.
— Sim.
Foi tudo rápido demais, abaixei a cueca, fazendo meu pau sair duro e ele rapidamente colocou a mão nele, como se esperasse por aquilo o tempo todo, não evitei. Fiquei parado deixando-o me masturbar suavemente como se também estivesse esperando por aquilo, e então, me olhou sem qualquer pudor dizendo:
— Agora, quero chupar…
— Chupa — foi a minha resposta.
Sinceramente não pensei que faria isso, mas ele fez. Ainda com a mão no meu pau, colocou sua boca quente e passou a chupar com carinho, meu pau ia quase todo em sua boca e voltava, como se aquela fosse a primeira vez que recebesse uma boquete.
Na verdade, era a primeira vez que um homem me chupava.
Já tinha brincado com outros caras, mas nunca havia praticado sexo com eles.
Minha primeira boquete “gay”, é assim que posso classificar.
Chupou mais um pouco, até que percebi que o movimento poderia ser notado, pedi que parasse e me sentei ao seu lado.
Olhei para ele esperando alguma palavra, mas apenas sorria limpando a baba da boca e me olhando com aquela cara de safado, que jamais vou esquecer.
Vigiei novamente a entrada da loja, enquanto ele abria a calça, tirando aquela rola que disse ser grossa — e não mentiu em nada. Pequena e bem grossa, a mais grossa que já vi até hoje, embora só tenha visto duas rolas grossas.
Não chegava nem aos meus quatro dedos da mão se segurada de frente, mas não me importei, pediu que a segurasse e eu assim fiz.
Coloquei a minha mão naquele pau pequeno e bem duro, como se fosse de aço. Aquilo me surtou um efeito no qual, não precisou dizer nada. Logo era eu abaixado, fazendo uma boquete desajustada naquele pau pequeno. Mal cabia na minha boca e só conseguia chupar a cabeça para ser sincero.
Chupei bem menos do que ele, pois ouvimos um barulho que nos deixou em alerta. Não lembro o que era, mas foi o suficiente para pararmos a putaria e fingirmos que nada estava acontecendo. Me sentei novamente de frente para ele e fiquei esperando alguém entrar na loja.
Ele tentava disfarçar a ereção, apertando o pau e colocando as mãos na frente, mas sabíamos que enquanto estivéssemos perto, nossos paus não ficariam murchos.
Passado algum tempo, nada aconteceu, apenas o barulho se repetiu e notamos que era alguma coisa vinda da igreja, provavelmente alguma reforma, conforme ele sugeriu. Olhei para toda a loja, ele perguntou se tinha banheiro. No momento nada me passou pela mente, até eu levantar e ir à frente mostrar a porta do banheiro.
Quando ele entrou no banheiro, e fiquei olhando para a frente da loja foi que entendi. Ele não queria mijar, mas sim gozar. Olhei para dentro do banheiro, ele estava se masturbando, olhando para mim como se eu fosse um lanche. Apenas sorri, achando a cena cômica e meu pensamento besta.
Ele batia tão rápido que me deixava mais excitado, fui para perto dele. Coloquei minha mão na bunda dele que estava dura por causa da pose em que estava, as pernas abertas ajudaram aos meus dedos irem ao encontro do cu, que piscava devido aos movimentos dele.
Não me lembro de ter molhado o dedo com cuspi ou algo do tipo, só lembro de enfiá-lo, fazendo ele gemer e gozar rápido.
Assim que vi aquele jato caindo no vaso e sujando a parede, me desliguei de tudo e só pensei que teria que limpar a sujeira. Então retirei meu dedo sem cerimônias e fui para a porta do banheiro olhar a loja.
Ele se limpou e tentou limpar a parede e o vaso, mas pedi para deixar que eu faria aquilo. Ele se aproximou e pediu que eu virasse. Fiz, olhando para a frente da loja, enquanto ele abaixava a minha calça e abocanhava meu pau com gosto, me chupando rápido e forte.
Rápido e forte, gozei na boca dele o fazendo cuspir no chão criando aquela poça de cuspe e gozo, mais sujeira para limpar, mas o prazer me fez relaxar literalmente.
Ele foi lavar a boca na pia, peguei um pano de chão para secar aquela gosma, na verdade, passei o pano no chão e na parede, joguei no lixo logo em seguida.
Fomos para a frente da loja depois de nossos corações se acalmarem, e vermos que eles estavam dormindo em nossas calças para não chamar atenção.
Acendeu um cigarro, simplesmente ficamos em silêncio enquanto ele fumava, coisa do destino ou não, assim que terminou de fumar e falamos sobre o tempo, meu chefe chegou informando que já estava na minha hora.
Olhei para o relógio e realmente, faltavam apenas cinco minutos para deixar o meu trabalho, mas sairia assim, sem falar nada sobre?
Sim, foi assim que saímos, ele foi para a padaria com o meu chefe, que não lhe deu tempo para nada. Nada pude falar, estava no fundo da loja, arrumando minhas coisas. Quando sai de lá, nem sequer o vi na padaria, apenas passei pelo meu chefe, ainda pensativo sobre tudo.
Meu chefe até falou o nome dele novamente quando passei por eles, me disse que o aguardava sair do banheiro da padaria, mas eu ainda estava curtindo a sensação de ter gozado naquela boca, e nem dei bola para o nome.
Os dias se passaram e nada dele aparecer, até que muito tempo depois, meu chefe estava falando dele e disse que tinha aparecido por lá algumas noites, após eu ter saído da loja perguntando se eu ainda trabalhava lá.
Descobri que ele era um daqueles solteiros, que fica pelos bares pegando geral, ao menos falando que pega geral né? E que para o meu chefe era só mais um caso perdido.
E talvez ele estivesse certo, era só um cliente que se perdeu.
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