A dor estava aumentando como se fossem várias agulhas lhe perfurando os olhos. Ele se mataria se tivesse forças para tal ato, mas algo o deixava preso em sua própria cama, e vendo uma escuridão profunda entrar em seu corpo. Acabou desmaiando…
Já passava do meio-dia quando Kevin sofreu um acidente em sua casa. O jovem de 29 anos, há menos de um mês, havia se separado de sua esposa, Leila, com quem teve um relacionamento de seis anos. Cansado de tantas discussões e opiniões diferentes, além do ciúme possessivo de Leila, Kevin resolveu se separar, deixando Leila em sua residência com tudo que o divórcio com separação de bens, pôde lhe beneficiar.
Antes de se mudar para a cidade vizinha, Kevin se lembrou das palavras de Leila, dizendo que ele iria se arrepender de tudo o que a fez sofrer, e estava sofrendo. E que ele não seria de mais ninguém. Leila era adepta do ocultismo e Kevin nunca acreditara em nada do que a sua esposa lhe dizia sobre sua vida espiritual.
Duas semanas após a mudança para a nova casa, Kevin notou que as coisas não estavam tão bem, como estava quando era casado. Seus projetos no emprego não estavam sendo aceitos, e seu cargo promocional para gerente foi suspenso, após seu chefe conhecer um concorrente de Kevin em uma reunião trimestral da Empresa.
Após o meio-dia de domingo, Kevin se arrumou para um encontro com a sua amiga de trabalho, Susi, mas ao descer as escadas de seu sobrado, algo estranho que não conseguia identificar, estava presente. Era uma força invisível que o jogou das escadas até o chão frio e duro como rocha.
Seus ossos foram se quebrando aos poucos, enquanto seu corpo girava cerca de 360 graus em torno de si mesmo.
Ao terminar de rolar os 47 degraus de escada, foi surpreendido novamente e desta vez, não foi pela dor de seus ossos quebrados, e sim, pela força que o fez rolar pelas escadas. Era algo escuro e indefinido, o que ele chamou de “espírito” antes de desmaiar com a dor.
No hospital, após três dias em coma, acordou com a voz de sua ex-mulher ao pé da cama.
— Bom dia, Kevin. Que bom que acordou — dizia Leila com um sorriso estranho entre os dentes. — Pensei que não me amava mais.
— O… O que acon… aconteceu? — disse ele com dificuldade devido à garganta seca.
— O que te aconteceu? Digamos que você caiu da escada, pois tropeçou no tapete ridículo de sua casa — falou Leila soltando uma gargalhada sobrenatural.
— Você, o que…
— Não diga nada, você estará em casa dentro de dois dias, só quero lhe fazer uma pergunta — falou sentando-se ao lado de Kevin. — Sua mãe não quer que eu leve você comigo, a menos que você diga que quer ir, então quero saber, o que acha?
— Não, não eu não… — disse ele com dificuldades para respirar, fazendo aumentar os batimentos cardíacos mostrados nos aparelhos acima de sua cabeça.
— Pare com isso — disse Leila puxando todos os fios dos aparelhos ligados ao corpo de Kevin, fazendo-o assim, ter mais dificuldades para respirar, passando a sentir dor, por causa do soro ser arrancado com força, de seu punho e braço.
— O que você me diz? Hm… vamos para casa cuidar das feridas? — gritava Leila enquanto jogava algum pó na porta do quarto.
— O que está fazendo? — disse aos suspiros.
— Cale, apenas diga que me aceita de volta, e tudo terminará bem — respondeu ela pegando um tipo de faca em sua bolsa. — Isso impedirá que alguém nos atrapalhe. Vamos, grite se sentir dor — soltou novamente a gargalhada demoníaca.
— Eu não vou com você — falou Kevin após juntar toda a sua força para falar.
— Que pena — disse Leila.
Com a faca nas mãos, foi ao peito de Kevin e fez um círculo, deixando um leve ferimento em seu peito. Depois o vendo sentir dor ao apertar seu tórax, ela passou a apalpar cada parte de seu corpo de modo a descobrir qual parte o fazia sentir mais dor.
Após uma oração silenciosa, seus olhos pareciam demoníacos e cruéis, ela olhou nos olhos de Kevin e disse em seu ouvido: — É melhor dormir.
Então Leila começou a retorcer a cada osso quebrado durante a queda que ele sofreu em sua casa. A cada parte retorcida, ele dava gritos horríveis de dor, ela sorria como se aquilo fosse a única coisa que a fazia feliz em toda a sua vida.
Não parou nas pernas, foi para os braços, ombros e ao chegar a seu pescoço, com todos aqueles gritos terríveis, ela parou ao ouvi-lo gritar.
— Lúcifer, eu já lhe dei a minha alma, deixa a de Leila em paz!
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