parkemmoya Raven C. Fox

Um príncipe e um capitão da guarda, duas pessoas que nutrem sentimentos, mas precisam fingir que não e guardar cada desejo para si mesmos contra vontade. Como proceder quando a vontade e o coração ficam grandes demais para permanecer escondido? Capa por Theo do Elysium Edits.


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#yaoi #romance-aquiliano #boyxboy #principe #bl #original
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CRUZANDO A PONTE - LUCIEN

Ser um príncipe é fácil. Quer dizer, quando não se é o primeiro da linha de sucessão e, definitivamente, quando não se está apaixonado por seu capitão da guarda, não que essas situações sejam proporcionais. Tive sorte quanto ao primeiro tópico, tenho dois irmãos mais velhos que eu sei farão um trabalho muito melhor do que eu jamais faria. O segundo, entretanto, é uma discussão complicada.

Ser um príncipe com poucas chances de assumir trono é tranquilo comparado com a vida de meus irmãos e suas milhões de obrigações. Basta ser comportado, bonitinho e não me envolver em nenhuma bagunça que os conselheiros da coroa não consigam arrumar. Ou seja, contanto que não seja um desastre em público, qualquer coisa pode ser encoberta. Me manter longe de confusão nunca foi um problema de qualquer forma, eu sabia muito bem ser a marionete sorridente da monarquia. Isso até a confusão com nome, sobrenome e olhos verdes aparecer na minha vida.

Aaron Moytern ficava ainda mais lindo quando empunhava a espada com graça e beleza proporcionados por anos de experiência e prática. Lembro de uma de nossas conversas em que ele me contou que aprendeu a ser um espadachim tão cedo quanto aprendeu a andar. Aaron luta tão naturalmente que faz parecer inconsciente, aquele tipo de comportamento que fazemos tão distraidamente e com tanta frequência que a sensação é de que sequer precisamos pensar para agir. Ele passa esse sentimento empunhando uma espada. E, sinceramente, esses são os momentos em que ele me parece mais bonito. Quando os olhos verdes estão centrados e analíticos, procurando qualquer defeito na postura daqueles sob seu comando. Além disso, nós todos, tanto ele quanto eu e meus irmãos sabemos manusear armas de fogo e, apesar de ser algo que não me agrada, somos ótimos atiradores. Fomos obrigados a aprender para nossa própria segurança.

Percebo que estou divagando quando Cale, meu irmão mais velho e o segundo da linha de sucessão, pigarreia ao meu lado durante o discurso de nosso irmão. Balanço a cabeça de um lado para outro, devolvendo minha atenção a onde nunca devia ter saído.

Elior está fazendo um bom trabalho, como sempre, nossos súditos gostam dele e o apoiam. Já ouvi comentários de algumas pessoas dizendo que ele fará um trabalho muito melhor do que o rei atual — motivo para a cólera e desprezo de meu pai destinada a meu irmão (a nós três, na verdade) —, mas Elior não tem pressa. Apenas sorri enquanto discursa palavras de encorajamento e promessas que sei que vai se doar até o último suspiro para cumprir.

Elior é meu maior exemplo. De todos os monarcas e chefes de Estado que já conheci, meu irmão é o que mais me faz entender o peso da coroa e como tenho um dever imensurável com as pessoas que governamos. Não sou o príncipe herdeiro, mas sou da realeza e devo cumprir meus deveres como tal, cuidando dos meus súditos da melhor forma possível.

Quando seu discurso acaba, as pessoas aplaudem e nosso festival começa oficialmente. Músicos se empolgam em seus instrumentos, donos de barracas vendem seus produtos animadamente e Elior se aproxima de mim e Cale (papai e mamãe ficam em outra parte do camarote, ocupados demais em manter a atenção das pessoas para eles para se importar em dar alguma atenção para nós).

— Foi muito bem, irmão — Cale elogia sorridente, um sorriso igual ao meu, ambos orgulhosos de nosso irmão mais velho.

— Obrigado, pestinha. — Elior também sorri em resposta. — Luci, não olha agora, mas parece que tem um par de olhos verdes te observando.

Sim, eles sabem da minha atração não por olhos verdes, mas por olhos verdes de uma pessoa em específico. Cale segura a risada quando minha curiosidade quase me obriga a virar e confirmar a fala de Elior e se aproxima de nós ainda mais para que não precisemos sussurrar tão descaradamente.

— Ele está te encarando com vontade, irmãozinho — complementa, parando de frente para mim ao lado de Elior, ambos analisando alguma coisa em minhas costas que não posso virar para olhar sem dar muito na cara. — Devia falar com ele.

— Falar o quê? Estamos em público e não tenho nenhuma desculpa boa o bastante para chamá-lo — falo frustrado.

Meus irmãos me apoiam, sei disso desde que contei a eles um ano atrás que nenhuma princesa nunca me atraiu. Eles demoraram a entender, mas, quando o fizeram, foi uma enxurrada de "nós te amamos de qualquer forma", "prometemos não contar ao papai e à mamãe", "te apoiaremos a ficar com qualquer pessoa que quiser", "se não te aceitarem, nós fugiremos com você e te arrumaremos um belo camponês que te ame tanto quanto nós te amamos" e lágrimas. Muitas e muitas lágrimas, proporcionando uma visão ridícula para nosso mordomo, Louis, de três príncipes com os rostos inchados, vermelhos e molhados antes de um evento público.

Desde então tenho sido totalmente aberto com eles, inclusive em relação a nosso capitão da guarda bonito demais para minha sanidade. Em compensação, os dois também têm sido muito mais sinceros. Sei que Elior tem uma queda por uma das damas de companhia de nossa mãe, mas corre o risco de ser deserdado se for descoberto. Cale tem um caso com uma camponesa que mora perto do castelo e também corre o risco de ser deserdado. Eu gosto de homens e estou atraído por nosso capitão da guarda e (adivinha) corro o risco de ser deserdado. Talvez a proposta de nos mudarmos e me apresentar a um belo camponês se torne realidade, considerando a forma que os três príncipes do reino estão com a cabeça na guilhotina se nossos segredos forem revelados, eu um pouco mais que os outros dois.

— Eu nem sei se ele se atrai por homens e, mesmo que a resposta seja sim, não sei se ele se atrai por mim — bufei, vendo como Elior arqueava a sobrancelha e Cale me encarava. — Vão, falem logo.

— Ele te olha a cada dois minutos, Luci — Cale disse, revirando os olhos. — Se ele não quer você, então ele está obcecado. Seria bom saber logo se vamos precisar de outro capitão.

— Por que precisaríamos? — pergunto confuso.

— Porque se for uma obsessão ele não vai ficar perto do meu irmãozinho — diz Cale, mostrando sua superproteção que aparecia de vez em quando.

— Ele tem razão, espero de verdade que ele esteja querendo você porque se não estiver o comportamento dele é estranho, para dizer o mínimo — Elior concordou.

— Eu duvido muito de qualquer uma das suposições de vocês, mas vocês acreditam no que querem, então nem vou me dar ao trabalho de discutir — digo, dando de ombros. Os dois riem depois de compartilhar um olhar cúmplice.

— Que bom que nos conhece, irmãozinho — Cale me provoca e eu reviro os olhos. Elior ri de nossa implicância, mas fica sério quando um dos conselheiros de nosso pai se aproxima de nós. Suspiro internamente porque sei que nossa conversa tranquila e descontraída está prestes a ser desconfortavelmente interrompida.

— Príncipe Herdeiro, Segundo Príncipe, o Rei exige vossa presença agora mesmo — informou Fillipo, o conselheiro preferido de nosso pai (o mais insuportável também, mas esse detalhe eu posso guardar para mim e meus irmãos). — Quanto ao Terceiro Príncipe, o Rei diz para fazer o que for de sua vontade, sua presença não é necessária.

Controlo o impulso de revirar os olhos. Estava sendo dispensado provavelmente porque o que quer que papai tenha a dizer não é da minha conta. Idiotas, ele e o conselheiro convencido que vive beijando seus pés. Mal sabem eles que tudo que é dito chega até mim pelos meus irmãos de língua solta e que me amam demais para me deixar à deriva sem saber o que está acontecendo. Me preparo para ir ao outro lado do camarote, mas Cale se aproxima e deixa um aperto em meu ombro antes que eu me afaste.

— Deveria falar com você sabe quem o quanto antes, Luci, me parece que ele tem atraído olhares tão desejosos quanto os seus. — Sua frase me faz quase quebrar o pescoço de tão rápido que o viro e vejo Aaron sendo sondado por duas donzelas que o observam de longe e cochicham entre si. Cale e Elior se afastam com Fillipo e escuto as risadinhas dos dois enquanto se aproximam de nosso pai.

Penso seriamente no que fazer a respeito da minha situação. Qual a chance de eu realmente parar na guilhotina por tentar algo com Aaron, não ser correspondido e ele ainda dar com a língua nos dentes? Da última vez que tentei me envolver com alguém tive sorte de ser uma pessoa decente que soube ficar com a boca fechada. Ainda assim, Tristan foi o motivo de eu ter contado a meus irmãos. Nosso relacionamento era bom, até deixar de ser e tudo desmoronar. Brigas e mais brigas soavam entre as quatro paredes de meu quarto luxuoso. Tristan queria que eu o assumisse para meus pais, meus súditos e meus irmãos e isso estava muito, muito longe do tipo de dor de cabeça que eu estava disposto a suportar por um relacionamento que eu não tinha a menor garantia de que duraria. Por isso, quando as coisas começaram a sair do meu controle e eu percebi que não conhecia Tristan tão bem como deveria, contei a Elior e Cale sobre minha situação. Contei que não gosto de mulheres e que nunca seria feliz se casasse com uma, contei que me atraio e me apaixono por homens. Eles me ajudaram com Tristan, garantindo que ele nunca falaria para ninguém sobre nós ou sobre eu ser gay, e depois me acalentaram enquanto eu chorava, contemplando quão próximo eu cheguei de um desastre. Naquele dia meus irmãos me prometeram que quem eu amava não deveria ser uma preocupação e que se mamãe, papai, um conselheiro ou qualquer pessoa descobrisse e quisesse fazer algo comigo por causa disso, eles iriam me proteger. A oferta de fuga era séria, eu sabia disso, e sabia que eles iriam comigo porque não suportariam dividir o espaço com alguém — qualquer pessoa — que me desprezou por ser quem eu sou. Talvez seja um pensamento utópico e eu jamais pediria a eles para fugirem comigo, mas saber que eles estão dispostos me conforta de qualquer forma.

Nossos pais nos negligenciaram a vida inteira, então só tínhamos nós três para contar. "Os três tesouros", é assim que as pessoas nos chamam. Éramos bem vistos e admirados por nosso povo, acolhidos também quando íamos ao centro para caminhar ou comer em nossa barraca de rua favorita. Éramos sempre bem-vindos onde quer que nosso povo estivesse. Nosso pai não era. As pessoas não o queriam mais como rei e a cada dia os comentários sobre como ele deveria renunciar à coroa e passar o trono para Elior eram mais frequentes, causando ainda mais raiva em papai que só falava conosco para tratar de assuntos oficiais. Eu não ligo, pelo menos não mais.

― Está muito ocupado, Vossa Alteza? ― A voz de Aaron me tira de meus pensamentos e me causa um pulo pelo susto. ― Desculpe assustá-lo, não era a intenção ― desculpou-se, ainda que eu pudesse notar seus lábios tremendo para rir. Semicerrei os olhos, mas sorri.

― Não estou ocupado, Aaron. Precisa de algo? ― pergunto, ainda sorrindo.

― Não, mas vi que seus irmãos foram levados pelo conselheiro Lutermak e decidi ofercer minha companhia. Atrapalho? ― indaga parecendo hesitante e sinto algo fervilhar em meu interior. Aquilo era um sinal de alguma coisa, não era?

― Não atrapalha, Aaron. Sua companhia sempre me agrada ― respondeu e ele arregala os olhos, levemente surpreso com minha afirmação. ― Se importa de me acompanhar em uma caminhada, então?

― De forma alguma, Vossa Alteza. Será um prazer! ― concordou empolgado, mas se acalmou depois, parecendo se lembrar de que estava em frente a um membro da família real.

Já vi isso acontecer muitas vezes, as pessoas se podam e tentam se controlar ou parecer o que não são na nossa frente. Odeio isso. Gosto de sinceridade e gostaria que as pessoas fossem mais verdadeiras comigo. A futilidade e a falsidade da vida no castelo muitas vezes me enojam. Com Aaron, no entanto, é diferente. Ele não parece se corrigir por medo ou para conseguir benefícios, ele trata a mim e a meus irmãos como alguém que ele respeita e não quer decepcionar. Isso me agrada, porque sei que é verdadeiro e é disso que eu tanto sinto falta. Mal sabe ele que a cada vez que seus olhos brilham, por qualquer motivo que seja, um sorriso tenta dispontar de meus lábios sem minha permissão.

Nós começamos a caminhar, as pessoas me cumprimentavam com sorrisos ou acenos de cabeça educados e os guardas sorriam abertamente para Aaron quando passavam por nós. Nossa conversa é casual e sei que alguns conselheiros de meu pai estão de olho no príncipe que anda com alguém "inferior" por estar mais abaixo que eu na hierarquia, mas não me importo. Meus irmãos nos lançam olhares curiosos de vez em quando, desviando a atenção da conversa com papai e os conselheiros e tenho que evitar uma revirada de olhos bem humorada quando Cale disfarçadamente me lança um joinha com o polegar levantado. Mostro a língua para ele de longe, ele segura a risada e volta a prestar atenção na conversa.

― Gosta do que faz como capitão da guarda? ― pergunto para aprofundar nossa conversa, querendo conhecê-lo melhor.

― Gosto ― responde depois de ponderar um pouco. ― Só é uma grande responsabilidade e, se me permite, Vossa Alteza, trabalhoso.

― Imagino que boa parte da culpa é nossa ― comento bem-humorado, imaginando quanto de trabalho ele tem por cuidar da segurança de toda família real.

― É verdade, Vossa Alteza, mas quando eu decidi ser guarda no castelo eu já sabia que a vida da família real estaria sempre à frente da minha ― disse dando de ombros enquanto levava a mão casualmente até a espada presa em sua cintura, acompanhei o movimento com os olhos, sabendo que uma arma estava no coldre do outro lado de seu quadril. Mudei o foco antes que começasse a pensar demais na cintura alheia. Como ela ficaria entre minhas mãos?

― Eu queria dizer que não é assim, mas eu sei que é isso que é cobrado de vocês, não é? ― falei com um suspiro.

Não gosto disso. Minha vida não vale mais do que a vida dos meus súditos só porque eu uso uma coroa.

― Pela sua expressão, Alteza, posso imaginar o que está pensando e aconselho que pare. Não me importo de dar minha vida no lugar da sua. Se tivesse que morrer do lugar de seu pai, entretanto, talvez eu ficasse um pouco desgostoso ― brincou e eu ri, mesmo sabendo que aquela era uma situação perigosa.

Veja bem, era uma brincadeira sobre como ele não queria morrer pelo Rei sendo o capitão da guarda. Considerando como meu pai tinha seus cachorros espalhados por todo o evento e um ego do tamanho do país que governava, qualquer um poderia ouvir e denunciá-lo por um ato de traição e eu duvido muito que papai vá levar minha palavra em consideração no lugar da de um de seus conselheiros. E sim, eles seriam extremistas ou maldosos o suficiente para isso. Então, é. Ao que me parecia, Aaron acabou de arriscar a vida para me fazer rir. Ou não e eu que estou sendo paranoico. Acredite no que quiser.

Quando minha risada cessou, olhei para Aarou e percebi que ele me olhava com um sentimento que não reconheci. Parecia procurar por algo em meu rosto.

― O que foi? Tem algo no meu rosto? ― perguntei, passando a mão por minha bochecha em busca de alguma coisa que justificasse seu olhar compenetrado. Aaron pareceu reparar que me encarava e balançou a cabeça levemente.

― Não, Alteza. Seu rosto continua lindo. ― Como se as palavras tivessem sido mais rápidas que seu cérebro, Aaron arregalou os olhos e me olhou parecendo assustado como se tivesse cometido um crime contra a Coroa. Eu, no entanto, estava ocupado demais tentando me livrar do choque de ser elogiado por ele.

Quando o olhei com mais atenção, depois de me recuperar e impedir o impulso de sorrir alegre, o rosto corado e os olhos temerosos me deixaram mais encantado do que deveriam.

― Desculpe, Alteza, o que eu disse foi inapropriado ― desculpou-se, passando a mão esquerda nos cabelos curtos de sua nuca desconcertado.

― Não se preocupe, Aaron. Eu gostei do elogio ― confessei, me aproximando para sussurrar próximo a seu ouvido com um sorriso pequeno. Aaron arregalou os olhos de novo, mas um sorriso também despontou em seus lábios.

Aaron abriu a boca, provavelmente para responder, mas foi interrompido pelo som de tiros soando alto. Depois disso, tudo foi uma confusão. Aaron agarrou meu antebraço e me puxou para baixo, me deixando rente ao chão enquanto pegava a própria pistola que deixava encondida em seu lado esquerdo, paralelamente com sua espada. Escutei a arma ser destravada enquanto eu buscava meus irmãos com o olhar, desesperado por qualquer sinal de que estavam bem. Aaron, então, começou a atirar. Seu olhar já não tinha nada da hesitação que vi mais cedo e cada tiro era certeiro para os atiradores que apareceram quando ninguém esperava.

― Vossa Alteza, vamos indo para um dos abrigos. Tem alguma arma com você? ― neguei com a cabeça ― certo. PITTERSON ― chamou e pouco tempo depois de seus homens se aproximou enquanto atirava. ― Vou levar Vossa Alteza para um dos abrigos e provavelmente vou ficar com ele. Cuide das coisas aqui. Vocês sabem o que fazer, foram treinados para isso.

― Sim, senhor.

Pitterson, então, saiu gritando ordens enquanto Aaron olhava ao redor e nos conduzia para o interior do castelo com os tiros soando ao nosso redor. Não consegui encontrar Elior ou Cale e sentia o medo de que algo tivesse acontecido com eles fervilhando em meu interior, mas eu não podia parar. Não, Aaron estava arriscando a vida para me deixar a salvo e sei que tinha alguém que faria o mesmo por meus irmãos com eles. Corri, então, com os olhos decididos e segui Aaron.

Quando nos aproximamos da entrada do castelo, Aaron deixou que eu entrasse primeiro enquanto ele atirava am algumas pessoas que nos perseguiam. Nós corremos e entramos em um dos abrigos do primeiro andar, um quarto pequeno, mas com uma tranca resistente que nos permitiria ficar em segurança por algum tempo ― tempo o bastante para ser seguro sair, eu espero.

Sentamos no chão ofegantes. Os tiros ainda soavam, mas eu respiro fundo e tento recuperar o ritmo de minha respiração enquanto Aaron me olha, procurando por sinais de ferimento.

― Eu estou bem, Aaron. Não me machuquei. Você está bem? ― pergunto, também correndo meus olhos por ele preocupado.

― Sim, Vossa Alteza. Estou inteiro ― respondeu com um pequeno sorriso aliviado.

― Lucien ― corrijo depois de minha voz falhar levemente pelo cansaço ― me chama de Lucien.

― Não sei se isso é apropriado, Alteza ― ressaltou, voltando à postura hesitante conforme a adrenalina diminuía.

― Eu não estou interessado no que é apropriado agora, Aaron. Você salvou a minha vida e ganhou o direito de me chamar pelo primeiro nome, se assim o quiser ― afirmei, revirando os olhos. Aaron sorriu. Retribuí o sorriso e me aproximei dele. ― Não sei se ficar preso com você é bom para minha sanidade ― comentei em um sussurro.

Talvez fosse efeito da adrenalina correndo em meu sangue, mas parecia mais difícil segurar a língua agora que estávamos totalmente a sós.

23 de Agosto de 2022 às 16:36 4 Denunciar Insira Seguir história
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DA Dora Aventureira
Meu deeeeesus que perfeição, amei muito, ótimo primeira experiência, já tô amando
November 01, 2022, 14:25
Tahis Barros Tahis Barros
Isso tá bom...muito bom 😍
October 10, 2022, 10:22
~

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