Em um dia qualquer uma jovem encantadora colhia flores a um tempo, moradores que a viam pensavam que ela estava pegando flores para decorar a sua casa ou presentear alguém, mas o que eles não imaginavam é que ela só estava a um passo de matar seu marido envenenado [...]
A mulher observava as flores do jardim procurando um broto específico. Irritada pelo tempo em vão que estava sendo acumulado, por não achar a tal planta que tanto quer.
— Bom dia madame, o que faz aqui nessa hora do dia? — um senhor de barba lhe perguntou com curiosidade em sua fala.
— Colho algumas flores para um evento próximo — falou a senhorita sem olhar diretamente para o homem a sua direita.
— São flores brancas muito belas, acho que vou levar uma para a minha esposa — maravilhado pela planta sem graça o homem pegou um galho do arbusto.
— Você acha que ela vai gostar?
— Hum, temo que sim... — ela diz sem interesse.
O homem olhou a flor por um tempo, apreensivo, mas no fim ele disse:
— Tenha um bom dia! - saindo com a planta em suas mãos, ele foi sumindo do jardim.
— Igualmente... — a moça falou novamente sem interesse.
Meio dia marcou o relógio em seu pulso, atrasada ela ficou, nem ao menos achou a flor que tanto queria. Correu pelo Jardim, e foi até a saída.
~~
Chegando em casa a mulher colocou outro vestido, ligou o fogão e pois uma chaleira com água nele, pegou o pão no armário e cortou-lhe em um prato, serviu frutas e doces.
A porta foi aberta. Ele chegou, merda. Rapidinho a mulher arrumou seu cabelo, fios rebeldes estavam a vista por conta da ventania que fazia lá fora, seu marido não pode saber que saiu.
— Querida cheguei! — o homem falou enquanto passava pelo corredor ao encontro da cozinha.
Ele a avista e a olha com paixão ou pelo menos é o que parece, ela por outro lado não está nem um pouco feliz.
— Bom dia amor, como foi o trabalho?
— O de sempre — respondeu calmo dando um selinho em sua esposa se sentando na cadeira.
— Sente-se comigo — seu marido mandou, olhando para a cadeira a frente. Lendo o novo jornal do dia.
A mulher pois então se sentou a sua frente com um sorriso amarelo, ela pegou um pão e o passou manteiga.
— Como foi a sua manhã? — ele perguntou sem tirar a concentração do jornal recem chegado.
— Ótimo, tricotei e limpei a casa — era uma grande mentira, só que seu marido nunca percebeu. A mesma rotina chata é o que ela deveria seguir, limpar todos os cômodo, tricotar roupas e cobertas, sem liberdade a sair ou curtir com amigas. Mas ela nunca obedeceu tais regras.
— Ahan, que bom — sem tirar os olhos do jornal ele fala. — Você pode me passar o açúcar?
— Claro que sim, toma — ela colocou o pote no canto da mesa, muito na beirada. Caiu, ela viu em segundos o vidro com tampa de madeira se quebrar no chão.
— Ahh, p-perdão, perdão eu vou limpar — gaguejando a mulher saiu de sua cadeira e agachou-se no piso quadriculado.
— Está tudo bem, não precisa entrar em pânico — seu marido diz guiando a mão ao pequeno queixo de sua esposa, ele sorriu e deu um tapa no rosto dela forte o bastante para a sua cabeça virar para o lado.
— Cuidado na próxima vez Liliam, não quero te repreender novamente — sem sentimento ele avisou, deixando a mulher com olhos arregalados a mercê no chão com o rosto vermelho da agressão.
Como que nada houvesse o homem voltou sua atenção ao jornal, que por vez sempre foi mais interessante do que as calinadas¹ de sua esposa.
Não foi a primeira vez e nem será a última, pensou Liliam
Em silêncio ela pegou os grãos de açúcar, e recolheu todos cacos de vidro um a um, sem esquecer a tampa de madeira. Levantou-se, e andou até o lixo mais próximo, onde jogou toda sucata.
Uma lágrima escorreu sobre a sua pele, não era de tristeza ou dor, mas sim raiva, que se juntou ao bolo enorme de revolta acumulado durante todos os dias de humilhação.
Vontade era de puxar a faca mais próxima e o acurralar sem piedade, e para isso é necessário coragem, e é o que ela tem, mas prefere não sujar as mãos.
— Você vai querer uma festa para amanhã? — Liliam perguntou, tirando um pouco do clima ruim que se formou.
— Acho que sim — ele presumiu enquanto passava uma folha do jornal. — É um dia para se comemorar não é mesmo? — perguntou com naturalidade, sem tirar a atenção do pedaço de papel.
— Com certeza... Quer que eu avise os seus amigos e parentes?
— Ahan, faça o que quiser.
Seu companheiro nunca deu atenção a pequenos detalhes, nem notou que sua esposa ganhou uma pele bronzeada, o que era estranho visto que ela não saia muito pelo que ele sabia.
Na outra casa Liliam sempre estava com seu cabelo arrumado em um coque e sua boa camada de maquiagem, era esquisito sua cara não ter mais um resquício de maquiagem, como se estivesse muito ocupada para tal mania, e seu cabelo todo dia descabelado e solto. Não há problema nenhum nessa mudança mas ainda assim é anormal, como se existisse algo consumindo o seu dia.
Só que realmente o que ele nunca iria notar ou suspeitar, é que a sua morte iria vir de um mulher. Em seu aniversário de 35 anos, a sua vida chegaria ao fim. Envenenado por sua esposa.
Calinadas¹: tolices, besteiras.
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