painther-ho Mari 🌙

A vida toda Uryuu Ishida desenvolveu um ódio fora do comum por Ichigo, nada que pudesse ser explicado pela razão. Era simples e Ishida gostava, se fosse ser sincero, de odiar o menino tão amado e idolatrado. Mas Ichigo não sabe lidar bem com a rejeição.


Fanfiction Anime/Mangá Todo o público.

#bleach #uryuu #ichigo #yaoi #escolar #ódio #eminestolovers
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Motivos para odiar você

Kurosaki é um idiota. Para Uryuu Ishida é provavelmente a pessoa mais insuportável de toda a terra, insistente, cabeça dura e sem um terço da sua inteligência, ele o achava uma piada, não entendia como uma pessoa tão fantástica como Orihime poderia se sentir atraída por ele.

Ela é tão bonita, gentil e amorosa. E ele… Uryuu não conseguia ao menos pensar em um adjetivo positivo para aquele idiota!

Mesmo assim, com mais defeitos do que qualidades, o ruivo estava sempre cercado de amigos, recebia dezenas de declarações de amor e as pessoas viviam em cima dele como urubus, ansiosas por um pingo de sua atenção.

E Uryuu? Bem, ele estava sozinho. Mas tudo bem, melhor sozinho do que envolvido com idiotas.

Idiotas como o Kurosaki.

— Uryuu Ishida! — Distraído em seus pensamentos narcisistas e idealistas não percebeu quando Ichigo se aproximou, apoiando os braços em sua mesa, praticamente gritando na sua cara.

Um total sem noção.

Ishida não fez nenhuma questão de respondê-lo, apenas ergueu o rosto e o encarou. Ichigo bugou.

— Por que tão mesquinho?

— O que quer, Kurosaki?

— Me chame de Ichigo, U-ry-uu.

— Para você é Ishida, Ku-ro-sa-ki — Ichigo revira os olhos, aquele menino era mesmo difícil, o que deixava sua cabeça confusa, afinal, nunca precisou se esforçar para fazer amizade com alguém, mas Uryuu... Ah, Uryuu parecia querer tomar sua cabeça como troféu.

A muito tempo Ichigo tentava se aproximar do moreno, porque é muito curioso e queria descobrir o motivo de tamanho ódio com relação a si. Rukia disse que era óbvio: Ishida o odiava por ser burro.

Ichigo achou aquilo muito ofensivo e mesmo que fosse a cara do menino o odiar por isso, ainda não parecia o suficiente. Porque Uryuu Ishida o odeia? Essa pergunta ficou rondando sua mente por muito tempo, até que teve coragem de ir até ele e perguntar.

Só se esqueceu de fazê-lo.

As poucas pessoas que tinham na sala já haviam ido embora e restava apenas os dois, sozinhos, pensando coisas completamente opostas. Ou nem tanto.

— Estou sem dupla para o trabalho. — Uryuu estava quase indo embora, não tinha nada a ver com ele se o idiota do Kurosaki não sabia o que estava fazendo, a única coisa que cabia a si era não deixar que isso atrapalhasse seus próprios planos.

— O problema não é meu.

É por isso que não tem amigos. Ichigo pensou, alto demais.

Ao invés de jogar a mochila na sua cara, descontando a raiva, ele apenas sorriu amargo.

— E isso não é problema seu. — Então, sem que Ichigo conseguisse questioná-lo, Uryuu foi embora, pisando forte.

No outro dia, no começo da aula.

— Uryuu! — Ichigo corria no corredor da escola gritando por Uryuu, que parecia evita-lo a todo custo, fingindo que não ouviu chama-lo, por meia hora. Kurosaki parecia mais idiota do que o normal. — Pelo amor, Ishida!

— Não me enche, Kurosaki!

Ichigo poderia ser um idiota, mas era um idiota muito sortudo, porque teve a sorte de Uryuu ser parado por um dos professores e ser obrigado a parar de fugir dele. O ruivo não perdeu a oportunidade de agarrá-lo pelo braço e arrastá-lo até uma sala vazia no segundo andar.

O menino o encarava furioso, mas parara de gritar, porque sabia que se um professor os pegassem ali teriam problemas. A aula tinha começado, Ichigo furtou de Uryuu o histórico perfeito, fazendo-o matar a primeira aula com ele.

Isso fez com um sorriso surgisse em seu rosto.

— Do que está rindo idiota?

— Você está matando aula.

— Hunf — Ele bufa, ajeitando os óculos com a ponta dos dedos, como se não se importasse.

— Parece despreocupado com sua primeira falta.

— Me trouxe aqui só para acabar com meu histórico?

Não, definitivamente não foi esse motivo que fez com que Ichigo o arrastasse até ali.

— Quero te fazer uma pergunta.

— Me trouxe até aqui para me fazer uma pergunta? — Ishida ri alto. — Idiota! Qual a necessidade?! Poderia ter me perguntado na droga da aula.

— Não... eu... — Ichigo colocou o rosto entre as mãos, levemente envergonhado, ele estava certo, não precisava de todo essa drama para uma maldita pergunta. Por que ele o arrastara até ali? É tão idiota assim?

— Já que estamos aqui, faça a maldita pergunta de uma vez. — Uryuu cruza os braços.

— Você me odeia?

— Sim, mais alguma coisa? — A franqueza do menino o pegou de surpresa.

— O que eu fiz para me odiar?!

Uryuu o encarou por alguns segundos, pensando por onde começar a classificar todos os defeitos de Kurosaki que fazem com que ele o odeie profundamente.

— É ruivo, fala gritando, só se mete em confusão, dorme na aula ou atrapalha a aula, nunca tem um meio termo aceitável... — Ichigo estava cansado, pensou futilmente que Ishida só teria um ou dois motivos para não ir com a cara dele, que o que sentia por si não era realmente ódio, mas só um leve rancor mal fundado.

Nunca esteve tão enganado. Com a mesma vontade que tinha de fazer Uryuu falar, tinha agora para que ele calasse a boca.

— Uryuu...

— Arrogante, se acha melhor que todo mundo porque fica desfilando pelos corredores, quando é no máximo um desocupado...

— Uryuu!

— Não sei por que todo mundo gosta de você, não presta atenção em nada, parece perdido no mundo colorido dessa sua mente infantil...

Uryuu Ishida definitivamente não esperava o que aconteceu depois.

Primeiramente, ele estava muito feliz, depois de ficar verdadeiramente irritado. Porque 1) Ichigo Kurosaki estava enchendo seu saco a manhã inteira, ele não teve um momento de paz desde que colocou os pés no colégio, o pior é que todo mundo reparou na perseguição, e todos olhavam para ele, porque queriam ser olhados por ele.

O ruivo idiota.

2) Ichigo Kurosaki, irritante e insistente, arrastou-o a força para uma sala vazia. Sabe quem faz isso? Assassinos e estupradores.

O que ele tinha na cabeça? Nada, sabemos disso, mas nem noção?

Todo esse drama para lhe fazer uma pergunta: você me odeia? Claro que o odeia! Que motivos tem para gostar dele?

Mas o fato de odiá-lo deixou Ishida feliz pela primeira vez, porque teve a chance de dizer todas as dezenas de motivos que o faziam acreditar piamente que o mundo seria melhor sem a presença de Ichigo Kurosaki.

Só não esperava que ao invés de um tapa, por falar tão mal dele por tanto tempo, ele o beijaria.

Ichigo não sabe ao certo o que o levou a beijá-lo, só queria que ele parasse de falar mal dele de forma tão prazerosa. Esse cara gosta tanto de odiá-lo?

Tudo bem, pensou, parte disso é sua culpa, ele deu abertura para os insultos, se não tivesse aberto a boca e perguntado “O que eu fiz para me odiar?!” ele não teria começado a recitar sua lista gigantesca.

É, certo, por isso o beijou, porque queria calar a sua boca. E, convenhamos, funcionou.

Nunca imaginaria que uma pessoa como ele se renderia tão fácil quando entrelaçasse os dedos no cabelo negro e beijasse contra as mesas de uma sala vazia. Quando forçou a boca contra a sua, pensou na hora que levaria um chute entre as pernas, e novos tópicos na lista de Uryuu, mas ao contrário disso, ele retribuía o beijo inesperado, agarrando sua camisa para que não se afastasse.

Kurosaki não faria isso, não se afastaria porque estava gostando de beijar o Ishida. A sensação é parecida com a de vencer uma discussão, ser o último em pé em uma briga, vencer um jogo quando todas as probabilidades estão contra você.

É prazeroso e estranhamente viciante. Se você prova a sensação uma vez, vai querer experimentá-la de novo.

Uryu não sabia o que tinha lhe dado. O que aconteceu para, de um momento para o outro, ele perder totalmente a noção? Se odiava o Ichigo por que ainda não o jogou para longe? Seria tão mais simples, não requereria nenhuma informação, depois disso poderia sair para fora da sala e nunca mais falar com ele.

Mas ao invés de seguir a opção sensata, agarrou o colarinho da camiseta do ruivo, deixou que o sentasse em uma das mesas, que suas mãos agarrassem os fios negros do seu cabelo, o que o beijasse até sua boca ficar dormente e seus sentidos enevoados.

Era confuso estar gostando, era complicado não querer que acabasse.

— Uryu... — Ichigo murmurou contra sua boca, quando se afastaram milímetros por conta da falta de ar. Ishida não queria escutar nada do que ele tinha para dizer.

Por isso o beijou de novo antes que se arrependesse de todas as decisões terríveis que tomou até ali. Mas uma hora voltaram a precisar respirar e a noção que havia desaparecido decidiu retornar, fazendo com que Uryu Ishida empurrasse Ichigo o mais longe possível enquanto ainda tinha chance.

Ichigo estava confuso, em um momento o menino estava o agarrando para que não deixasse de o beijar e no outro o empurrava e caminhava para longe, com a intenção de sair da sala. Como se o que aconteceu não tivesse acontecido.

— Uryu?

— Me chame Ishida, por favor. — Ichigo suspirou, cansado.

— Depois disso, me recuso a te chamar pelo sobrenome. — Ele se vira para encarar o ruivo que lamentava pela surpreendente frieza que Uryu poderia ter depois de parecer que o mundo acabaria com o beijo deles.

— Disso o que, Kurosaki?

— Depois da merda do nosso beijo!

Uryu revira os olhos, impaciente.

— Esqueça isso.

— Não, guardarei esse momento na memória: o dia que Uryu Ishida me beijou.

Você me beijou.

— E faz alguma diferença?

— Sim, faz uma total diferença na minha narrativa.

— De qualquer forma, você retribuiu.

— Isso foi um acidente.

Ichigo não estava gostando nada do rumo da conversa, do: nada aconteceu e se aconteceu foi ilusão da sua cabeça oca.

Por isso decidiu provocar, segurando o braço de Uryuu para que não fugisse novamente, aproximando seu rosto do de Ishida.

— E se eu te beijar de novo? — Ele pousou um beijo no canto da sua boca. — E se você retribuir novamente?

Kurosaki estava satisfeito ao perceber a respiração do moreno em seus braços ficar mais pesada, é bom saber que algo nesse planeta o afeta. Melhor ainda saber que era si próprio.

— Continuará sendo um acidente. — Ele sussurra. E Ichigo o beija novamente.

Depois desse dia acidentes envolvendo Uryu Ishida e Ichigo Kurosaki se tornaram cada vez mais frequentes.

1 de Abril de 2022 às 05:01 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

Mari 🌙 Escrevendo para matar tempo.

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Ciça Cecília Ciça Cecília
Um caso totalmente acidental! 😜
January 05, 2023, 21:58
~