patykastanno Paty Kastanno

[Jikook • Jungkook Top • Jimin Bottom • Híbridos • Romance • Fluffy • ABO • Threeshot] Park Jimin é um híbrido de gato órfão, que após perder a família, é enviado para um internato de híbridos. Porém, sendo diferente graças ao incêndio que matou seus pais, não tem a melhor das convivências com os outros jovens do lar coletivo. Contudo, em meio à um hostil tratamento de seus semelhantes, Jimin encontra num certo híbrido de coelho chamado Jeon Jungkook, um amigo. Mas será que aquele vínculo podia se limitar apenas em amizade?


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

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01 - A Kitten Friend?



Notas Iniciais:


Olá pessoal, aqui estou novamente com uma história novinha :)
Bom, uma Jikook fluffy que veio de repente e decidi postar nesse finalzinho de ano, em meu período de recesso das atuais do cronograma.

Abaixo seguem as observações:

* Tradução do Título: Gatinho?;
* Trilha Sonora: CLC - Meow meow;
* Baseada no universo alternativo de híbridos, com características animais (orelhas, rabo e costumes), porém anatomia quase completamente humana, além de inserção das classes ABO para cada tipo de bicho;
* Menção à uma condição rara de anomalia genética (que possivelmente vocês ouviram falar na internet por "gatoelho"), derivada do cruzamento de pais co-sanguíneos (parentes) que geram um filhote diferenciado do usual;
* Enfoque no ship principal Jikook, portanto se NÃO GOSTA, NÃO LEIA;
* Conteúdo não recomendado para menores de 18 aninhos;
* Narrada na terceira pessoa;
* Three-shot, ou seja, TRÊS CAPÍTULOS;
* Plágio é crime, portanto não copie ou adapte o conteúdo dessa fic que é de minha total autoria intelectual;
* Também postada nas plataformas Spirit, Wattpad e Inkspired;

E com tudo nos conformes, seguimos para o primeiro capítulo dessa neném. Espero que gostem e boa leitura ♥


***


Capítulo 01 - A Kitten Friend?


A vida não costuma ser perfeita para nenhum de nós, contudo o jovem híbrido felino Park Jimin, acreditava que essa filosofia ia muito além. Precisamente naquele momento de sua própria existência, onde tinha de lidar com... a solidão e a perseguição.

Sem ter exatamente à quem recorrer, diante da morte de seus pais por um incêndio doméstico, o rapaz em seus tenros vinte anos de idade, era um sobrevivente disso e precisava mesmo de uma luz no fim de seu "túnel" e muita sabedoria, para seus próximos passos.

E com essa obstinação, restaram-lhe então as opções de: casar com um alfa, para ter seu sustento garantido ou ir para os chamados "internatos", que eram basicamente lares para híbridos solitários trabalharem e terem interação com outros e não uma morte na sarjeta.

Lá, podiam viver até migrarem para o exército, no caso de alfas e casar, no caso de ômegas. Eram livres para irem embora também antes disso, já que as despesas eram pagas em forma de trabalho e investimento próprio, por meio de estudo.

Todavia, a regra era que depois de vinte e um anos completos, o rumo fosse se estabelecer fora, sem mais chance de recorrer. E a grande maioria já assumia algo antes assim, por obséquio. Claro que para crianças e adolescentes, o desfecho era serem adotados por adultos caridosos ou que queriam filhotes.

Contudo, infelizmente esse não foi exatamente o destino de Park.

Ele chegou aos dezoito, supostamente já muito "desinteressante" para eventuais famílias dispostas à assumir sua guarda e portanto, assumiu a labuta na pescaria, como um bom felídeo e para ter sua ocupação. Era o suficiente para um órfão desabrigado.

Pura consequência da imposição no mundo atual, que era muito clara: somente um pai ou cônjuge, tinham a função de cuidar de alguém como ele. E se agora o gato não tinha a figura paternal, restava um eventual companheiro, para assumir tal papel.

Algo tão miseravelmente difícil, levando-se em consideração a condição do rapaz, com suas cicatrizes físicas e limitação nas pernas e coluna. Novamente, era pouco "atrativo" para alfas ou betas jovens e o único em desatino suficiente para aceitar isso, foi... certo alfa.

Kim Dongryul, mais precisamente. Vulgo, amigo do pai falecido do moço, já casado com duas mulheres ômega e pai de quatro filhotes. Por compaixão ou talvez até mesmo uma ambição de malícia com um jovem em metade de sua faixa etária, ele foi quem quis.

E diante de tamanho absurdo, o felídeo em contrapartida, não aceitou a decisão. Estava muito conciso, em jamais se render à uma lei tão antiquada ao século que viviam. Ele não queria um casamento por interesse com um velhote para desposá-lo e sim, uma união por amor.

Mas mediante a dura realidade, talvez fosse ser "pedir demais" e agora largado e isolado de todos os outros, em seu novo lar coletivo, tendo apenas de compaixão a simpatia do cuidador e enfermeiro Jung Hoseok, do zelador Kim Namjoon e do dono do local, Kim Seokjin, ele vivia parcialmente bem.

A outra parcela no entanto, ficava em sua lista de "pesadelos", encabeçada por Kim Taehyung, o rapaz híbrido de tigre que vivia o amedrontando e caçoando, além de Min Yoongi, braço direito do primeiro e híbrido de gato, mas que diferente de Jimin, era perfeito fisicamente.

Gostaria muito de fugir e sair de sua zona de conforto, para enfrentar o desconhecido e desafiar-se na tentativa de sobrevivência solo, mas tendo ficado com as sequelas de equilíbrio e queimaduras pelo corpo, tinha apenas que se contentar.

Sabia somente por teorias, daquelas bandas de vegetação fechada que abriam caminho ao redor do edifício de moradia, para outras cidadelas com espécies de todo tipo de híbrido animal da atualidade. Eram cercadas por guardas e se assemelhavam às antigas fronteiras dos humanos puros.

O sul, era aonde estavam os répteis; o leste, onde viviam as aves; o oeste, onde os seres marinhos também se estabeleciam; o norte, morada dos anfíbios e por fim e não menos relevante, o centro, onde se concentrava a maior parte: mamíferos.

Na última classificação, era onde ele estava e ainda se subdividindo num estipulado de separação, estavam: canídeos, roedores, felídeos, morcegos, animais silvestres e rurais. Jimin portanto, encontrava-se junto de seus mais próximos "parentes", supostamente inofensivos à si.

Estes, que eram a maioria no local. E de início, pensou que com a semelhança, poderia fazer amizade, mas todos o ignoravam, graças à sua aparência. Era considerado defeituoso e assim, adquiriu receio em socializar com as pessoas.

Não parecia seguro ou agradável, ser ridicularizado quando por decorrência de sua coluna frágil, tropeçava pelos cantos com frequência ou até mesmo ser empurrado algumas vezes, por seus outros "colegas".

E com essa obstinação de se isolar, o jovem passava seus dias com hobbies mais leves e sadios como: observar a natureza, ler, tomar sol, perseguir borboletas para se distrair, - ainda que por suas pernas não colaborarem, ter recorrentes tombos - e ouvir músicas em seu celular, no intervalo do trabalho.

E assim estava de fato fazendo naquela tarde ensolarada, perante o riacho que havia encontrado em sua primeira semana no internato. Gostava do ambiente pacífico e fresco, onde dividia seu espaço somente com plantas, o som da cachoeira e o céu azul.

Contudo, por infelicidade, seu recanto de tranquilidade pareceu ter sido descoberto e para seu alarde completo, por ninguém menos que o tigre de sorriso quadrado e o pálido sisudo. Estes, que após empurrarem o corpo magro na beira com um rude chute, ganharam a atenção dos olhos assustados do mais novo.

Não conseguia disfarçar sua postura intimidada por aquela "ameaça", perpetuada em sorrisos maldosos. E diante de tal constatação, apenas recuou para trás da rocha próxima, no intuito de não ser tocado.

Mas isso foi exatamente o que não ocorreu, quando segundos depois do híbrido listrado se agachar, sua pele sentiu o áspero puxão em seu braço, o fazendo derrubar o celular sobre a grama, enquanto era trazido para perto do algoz, que lhe sorria fechado.

- O-o que q-querem? - perguntou trêmulo, amaldiçoando sua própria demonstração de fraqueza sob aquele tom, mas com seu medo presente, não era mesmo possível inibí-lo das orbes astutas da dupla e...

- Seu esquisito manco! O que faz no riacho? - inquiriu o timbre nada simpático do rapaz mais alto, de fios castanhos reluzentes e beleza totalmente desperdiçada, na maldade de seu âmago.

- N-nada, me deixem... em paz. - ganiu em pedido baixo, esperando receber ao menos um único empurrão e palavras altas, para desaparecer e ir embora.

Mas infelizmente, ao notar o sorriso do outro, soube que não seria uma daquelas raras vezes em que obtinha tal coisa, do par de malfeitores. Hoje, pareciam inspirados em atazanar-lo e causar-lhe choro.

- Ah... ficou bravinho, ô pantera cor de rosa?! - não tardou em debochar o mais velho, esboçando o típico riso em uníssono ao amigo à distância, que não era dos mais falantes, porém assistia à tudo como cúmplice.

- E-eu sou um gato, idiota! - reunindo a coragem de retrucar ao desaforo ofertado, Jimin ditou e sob a resposta malcriada, mais aperto foi investido contra si.

Melhor dizendo, uma nova marca para guardar na "coleção" delas, espalhadas em seu corpo, já tão evidente em defeitos irreparáveis.

- Yoongi é um gato. Você... é a porra de uma aberração. A mistura bizarra de um gato com um coelho. Nem mesmo devia estar nessa ala do internato e sim, com seus amigos dentuços, de orelha comprida. - elucidou cheio de sarcasmo, ainda sem abandonar o antebraço esguio da posse dolorida.

- Não é verdade. Por que insiste em falar do que não sabe, seu panaca estúpido?! - com ira expressada entredentes, Park rebateu ao moreno, que achando mais graça do conjunto de fúria e lágrimas no menor, afrouxou o aperto no braço e agora tomou os fios róseos com nenhuma delicadeza, submetendo o pequeno em postura curvada.

- Ah não?! - emplacou o alfa, em sorriso de descaso. - Então me explique o porquê dessa sua cauda incompleta e... feiosa. - emendou por fim, tocando a região citada.

A mesma, que era um dos motivos de mais vergonha do pobre rosado e suas inseguranças. Isso, já que o conjunto de carne e ossos, que deveria exalar elegância em felpudo visual, agora se resumia num amontoado aleatório de pêlos danificados pelo fogo, além da amputação até metade, o deixando diferente do usual felino comum.

Não era mais um invejado gatinho de três cores e sim, o híbrido que em patas tortas e rabo decepado, se destacava por um péssimo motivo. E sendo emocional como qualquer um em sua situação, em meio à aquela pergunta, não respondeu nada.

O que poderia ser dito? Que era um semi gato, que teve sua vida tragicamente prejudicada por labaredas e acabou sozinho e com um fardo permanente de defeitos? Estava se vitimizando com isso e pior, à alguém que não dava à mínima para traumas.

E isso ficou tão notoriamente claro, quando perante o silêncio do menor, o alfa cruel apenas gesticulou aos risos para o colega pálido e juntos, haviam agora imobilizado o corpo de Park, para a atrocidade seguinte.

Esta, que consistiu em segurar o agoniado híbrido, enquanto seu rabo amarelo era amarrado forçosamente, em melodia de pedidos de parada do referido em desvantagem e risadas do par de tigre e gato, que não se importavam.

As orelhas rajadas também foram puxadas, junto das madeixas tingidas em rosa claro em seguida. Judiavam propositalmente do diferente felídeo, com cruas ofensas no processo, apenas pelo prazer de vê-lo choramingar, sem ter qualquer alma para ajudá-lo.

Ou pelo menos, foi o que naqueles longos e tortuosos minutos de maus tratos, Jimin pensou. Porém para seu grande alívio e consolo, houve um iluminado rapaz de cabelos vermelhos e orelhas acobreadas, que surgiu com coragem para interromper aquilo.

Um cidadão, que ele julgou nunca ter sequer visto pelas redondezas do internato, mas que dadas as vestes e o lugar onde estava, só poderia ser pertencente dali. E a real curiosidade, ficava mesmo em como o indivíduo se apresentou aos algozes.

- Deixem ele em paz! - a voz grave e totalmente cheia de destreza, não cabia num sujeito da sub-espécie, que ao se atentar com olhar torpe, Park viu.

Era um híbrido de coelho. Céus... ele poderia se tornar a outra vítima de uma surra ali, se não tivesse cuidado. A cadeia alimentar e hierarquia animal, não eram um fato à ser ignorado. Um tigre e um gato, contra um coelho... o resultado era previsível matematicamente e instintivamente.

E perdido nesses pensamentos, em meio à dor de ser largado no chão com nenhum cuidado, o rosado ergueu a postura com vagareza, notando que os passos do par de garotos alfa ruins, estava agora indo na direção do coelho recém chegado.

- Veio defender o gatoelho, dentucinho?! Oras, você devia saber que aqui não é lugar para coisinhas fofas como você e muito menos, se metendo onde não foi chamado. - ameaçou o Kim, abordando ao rapaz que para título de curiosidade, era de mesma altura que o acastanhado.

Não que isso fosse influenciar de alguma forma numa eventual briga, mas era uma observação à ser feita pelo jogado Park, em distância de metros do trio. Farejando melhor, também descobriu que o desconhecido era... alfa.

- Vou contar ao cuidador sobre isso. - externou enfático aos dois híbridos carnívoros, que num entreolhar, pareceram duvidar da premissa e conquanto...

- Aproveite e diga também que esteve fora da sua ala, coelhinho. Assim, nos faz companhia no castigo e ganha um desconto de seu salário. Ou será que vocês não trabalham, na ala dos fracotes?! - caçoou o Kim em tom de puro escárnio.

- Com certeza tenho mais obrigações lá do que vocês aqui, já que encontram até mesmo tempo, para importunar os outros. - rebateu em mesmo tom. - E sobre o castigo, bem... eu de fato burlei uma regra, mas vocês burlaram no mínimo três e isso, meu tio vai adorar saber. - enfatizou por fim e todo o trio ficou surpreso.

Ele havia dito... tio?

- O babacão Jung é... seu tio? - duvidou o mais alto, em uníssono de risadas com o Min, todavia...

- Se estão duvidando, vamos confirmar com ele. - sondou capcioso e tão logo, tirando de dentro do bolso de sua calça um celular, o híbrido não carnívoro foi discando e ligando para certo número.

Este, que atendeu na segunda chamada e...

- Jungkookie. O que há? - a voz nítida do cuidador, foi ouvida pelo viva-voz do aparelho, propositalmente colocado naquele volume para que a dupla de maldosos pudesse ouvir e ser intimidada.

- Tio, apenas queria tirar uma dúvida. - cobrou falsamente displicente e o par de felídeos pareceu fazer pouco caso da interação. Afinal, quê medo teriam?

- Diga. - aprumou em espera, no mesmo timing que o pálido e o moreno se encaminhavam para derrubar o Jeon e seu telefone, - ele que por sinal, não moveu um mísero músculo, parecia calmo? - mas antes disso...

- Gostaria de saber se caça, é um delito grave no internato. - salientou simplista e a dupla cessou os passos, se entreolhando com temor.

Um período breve de silêncio se deu, até que a resposta viesse.

- Muito grave, Kookie. É de nível cinco na escala de gravidade de delitos do regulamento interno, concomitando na expulsão do interno. Por que? Há alguém em sua ala, que está fazendo tal coisa? Tem de me dizer, para que eu tome providências. - ressoou em dúvida e a dupla ficou em choque.

Mas o coelho não se apressou e ao invés disso...

- Não na minha, mas... na dos carnívoros. Sabe... os adoráveis gatinhos. - satirizou ácido e ambos engoliram em seco.

- Quem seriam? - o dito tio quis saber, sério.

E como súplica, os dois moços quase imploraram com olhar ao ruivo que sorriu ladino e...

- Acho que me enganei. Não sei seus nomes, de qualquer forma. Quando tiver melhores informações, te passo. - transmitiu ameno e naquela falsa doçura, a ligação se encerrou.

- Merda! Vamos embora ou esse babaca dentuço, vai nos entregar. - o pálido proferiu pela primeira vez, puxando um Taehyung ainda relutante, mas que sem saída, acompanhou-o.

E Jeon só podia sorrir mesmo, pois se eles achavam que a "compaixão" era teatro, estavam enganados. Ele os entregaria quando pudesse, ah... como faria. Porém mais tarde e em conjunto à decisão, viu faiscarem nos olhos do outro caído, certo regozijo.

Uma vingança deleitosa de se sorver. Porém, não no dado momento ao pobre ômega gato, que ao se levantar e sentir a ardência de seu rabo, arfou soprado, tentando em vão, esticar a mão para desatar aquele maldito nó.

E como um anjo em sua segunda missão de ajudar o oprimido, lá estava a palma grande do sobrinho de Hoseok, fazendo menção de tocar a cauda alheia, ainda que sobre a resistência inicial de Jimin em permitir que lhe tocassem, por meio de um chiado.

- Beleza. Se não vai me deixar ajudar, então me acompanhe até a enfermaria. - apressou o alfa com pouco caso, no entanto sem ser seguido em ambos os raciocínios, fitou o menor. - O que há? - indagou por fim, com estranheza ao comportamento recluso.

- Não vou à enfermaria. - afirmou sem rodeios e sem de fato parecer se surpreender, o mais alto sorriu fechado.

- Mas não está com dor?! Quer dizer, você estava sendo surrado, eu vi tudo e tem sangue... bem aqui. - indicou em gesto no próprio rosto, referindo-se à mancha roxa na bochecha farta do semi gato.

Este, que apenas tornou em negar em aceno negativo de cabeça, tentando encaminhar-se para retornar ao internato, logo depois de falhamente tentar desamarrar o rabo em formigamento. Não queria confiar em ninguém, era um lema e apesar de grato, não iria se iludir.

Contudo...

Sem conseguir ainda desfazer o bendito nó, dado o desconforto, foi com demasiado pesar que Park, virando-se para ver o alfa presente, falsamente distraído fitando o céu, que suspirou pesado e...

- Pode... me ajudar? Argh! - pediu em soprada lamúria contida de dor, ao passo que as orbes escuras se puseram em si, numa análise, para por fim se aproximar cauteloso.

E para dar a imediata certeza, que poderia sim se achegar e acabar logo com aquilo, o rosado virou as costas, dando livre acesso ao outro para enfim colocar as palmas grandes em si, num curto choque de temperaturas: o quente da cauda presa e o frio das mãos.

Com manobras de destreza, tomando o devido cuidado, o cotoco de rabo foi saindo e aliviando posteriormente seu possuinte da dor, mas não da vergonha incubada que foi se expondo, após os segundos de recomposição da vulnerabilidade.

Num furtivo ato, girou o tronco, encontrando o rosto do maior o observando, mas quase como se percebesse que não era uma boa idéia continuar fazendo quando o ômega estava tímido, pigarreou ajeitando as mãos e logo, não evitou perguntar.

Corria o sério risco de chatear, magoar ou até irritar o garoto gato que estava consigo, mas Jeon se sentia nessa obrigação de saber o motivo, daquelas nítidas marcas no corpo. Seria indelicado perguntar? Talvez com jeitinho, pudesse fazer um bom trabalho, torceu mentalmente e...

- O que lhe causou tudo isso afinal? - apontou as marcas com um gesto sutil e sob alguma demora de Park em refutar algo, o locutor quis se bater realmente, pensando ter tocado num assunto muito forte. Entretanto...

- Uma maldição, quem sabe. - ironizou o rapaz mais novo, carregado de acidez. Uma defesa, ao que notou o outro. Mas isso, poderia ser uma brecha.

- Me parecem mais queimaduras. - arrematou o ruivo, volvendo em mesmo tom e sob uma constatação visível na face alheia, que não conseguiria escapulir do assunto em pauta, o mesmo se aprumou.

- São do incêndio que matou meus pais e me trouxe para cá. - replicou sem preâmbulos e também... sem humor. A secura de quem forçosamente, usava do sarcasmo.

- Sinto muito. - soprou com sinceridade. - Doem? - e optando por ainda estender o quanto pudesse do diálogo, o mais alto indagou.

- Não. - a negativa veio resoluta.

- Não é tão ruim. - comentou o coelho, balançando ligeiramente as orelhas peludas. Gesto que aplacava uma ira do menor, mas não suas palavras prontas para serem lançadas ao outro e conquanto...

- Afinal... por que me ajudou? Nem mesmo devia estar nessa ala do internato. - pontuou duvidoso e em riso frouxo, o alfa não pareceu ofendido.

- Primeira resposta: porque não sou idiota como eles e odeio injustiças. E a segunda: não devia mesmo, mas às vezes me entedio com meus semelhantes. Sorte sua que eu tenha vindo, não é mesmo?! - provocou cruzando os braços em pose desafiadora, que com sucesso irritou ao róseo, que bufou.

- Espera de mim um agradecimento?! Pois bem, eu não sou ingrato. - em reverência polida, Jimin se dispôs e logo... - Obrigado. - agradeceu por fim.

E ainda surpreso com a personalidade esperta e cativante do pequeno híbrido, Jungkook não hesitou em sorrir largo, gesticulando com aceno para o rapaz e...

- O que você é em sub-espécie? Digo, não se ofenda, mas... ouvi um pouco das bobagens que os dois caras disseram quando cheguei e tendo bom faro, não sinto cheiro de um coelho em você. - destacou direto.

- Porque não sou um. Sou um meio-gato. Melhor dizendo: um híbrido deformado, que ninguém quer por perto, órfão e sobrevivente de um incêndio, que também deve ter ouvido os babacas mencionarem. - retrucou o ômega em riso sarcástico.

Um, que diretamente acertou à complacência do mais velho, que nada disse por certo tempo, até formular uma sentença sábia ao sofrido menor. Ah sim, e também inesperada.

- Que tal então, sermos amigos? - propôs repentino, ganhando um vincar de cenho do Park.

- Olha só, não é porque me ajudou que pode me sacanear. Não estou pedindo pra ser meu amigo, aish! - chiou o rosado com frustração, porém...

- Nunca disse que estava pedindo, eu apenas quero. Você parece legal e também... podemos dividir boas histórias de dois defeituosos. - complementou com ironia.

- Você não tem droga de queimadura alguma. Que saco! Já disse para parar de gracinhas. - repreendeu irritado com o comportamento do outro, até o mesmo lhe expôr a face, indicando a pequena cicatriz ali.

- De física, realmente não se compara à sua. É somente uma queimadura de cigarro, que sofri do meu appa, por ter nascido um alfa lúpus. Depois disso, fui largado por ser a merda de uma espécie rara e no meio dos órfãos coelhos, sou menosprezado por ter o cheiro muito forte. - verbalizou com pesar. - Mas se não quer mesmo partilhar uma convivência, eu não te importuno mais. - completou em sorriso breve, prestes à se afastar.

- Não sei como uma amizade de dois opostos, funcionaria pra você... mas poderíamos tentar. - externou o ômega, após alguns passos do ruivo para a direção do muro e nisso...

- Para mim, soa desafiador ter um gatinho para conversar, passear e interagir. - murmurou amistoso. - E se vamos tentar... meu nome é Jeon Jungkook. - apresentou-se por fim, estendendo a mão no ar ao atento Park.

Este, que selando o aperto com a sua e pela segunda vez, tendo a sensação de choque térmico, apenas sorriu largo e sem rodeios, quis se apresentar também.

- Park Jimin. E minha primeira proposta para começarmos, depende inteiramente de saber se gosta do outro riacho que tem aqui, perto do jardim de cerejeiras. - devolveu com humor, recebendo pela primeira vez, a visão dos dentes avantajados lhe sendo exibidos de forma adorável.

Enfim, teria um amigo. Um que jamais esperou encontrar, com circunstâncias tão ambíguas, mas que não estava decepcionado também. Seria uma boa experiência falar com alguém além das flores, pedras e o zelador Kim, quando não estava ocupado. Seria incrível conhecer... um coelhinho.


***


Notas Finais:


E aí, gostaram? Express yourselves ♥

Sim, nosso Chim é um fofo e castigado gatinho. Mas felizmente, chegou Kookie para ser seu novo amigo. Quais as expectativas à respeito, amores? Comentem.

Uma observação importante antes de concluir aqui: estarei atualizando essa baby em três dias. Portanto, hoje saiu o primeiro e os seguintes, pretendo postar dia 28 e 30 de dezembro.

É isso por ora. Um beijo e até mais!

26 de Dezembro de 2021 às 22:38 0 Denunciar Insira Seguir história
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