!ATENÇÃO!
Essa obra é continuação direta do livro "A ilha mais próxima da lua", sugiro que leia os dois primeiros livros para compreender os acontecimentos e os próprios personagens. Boa leitura 😁
Neodracht…isso realmente nos deixou incrivelmente perplexos naquele dia. Nós não sabíamos o que dizer, não sabíamos o que fazer dali em diante. O Sacerdote nos disse que o último primal nos via como potenciais ameaças e que após termos revivido a grande árvore de fremgang, ele tenta nos eliminar, mesmo que eu ache a ideia de eliminar um Deus primal quase impossível, ainda mais se esse Deus primal obtém a força de seus irmãos mortos. Cada corte sofrido por Íon a enfraqueceu, cada corte a deixou mais vulnerável, mas ele não a derrotou e atualmente ela treina e estuda incansavelmente com um objetivo claro em mente:Matar o último primal.
Já estamos a tanto tempo nesta realidade que eu nem me recordo de quando foi a última vez que eu senti que estava realmente caminhando em um solo não maleável. Eu paro diante de um enorme portão negro, nem me lembrava que estava caminhando naquele salão. Segundos se passam e o portão se abre, a minha frente, a realidade maleável se estendia até aonde meus olhos não alcançavam. Começo a caminhar a frente e minhas quatro patas tocam aquele gélido solo macio. Os pelos de todo o meu grande corpo se arrepiam ao sentirem a brisa incrivelmente densa. Aquela coloração avermelhada no ar sempre me deixava inquieto. Eu vejo o caminho livre a minha frente e disparo no horizonte.
Minhas longas pernas me permitem chegar rapidamente ao meu destino. A minha frente, sentada com as pernas cruzadas, minha pequena Grámhar observava o horizonte a nossa frente.
-Ei, pequena, como você está?. Perguntei.
-Estou…bem, eu acho. Você está bem?. Respondeu ela ainda com seu rosto virado para o horizonte assustador.
-Eu estou bem, passei duas mil e quatrocentas piscadas refletindo sobre o que o futuro nos aguarda. Falei ao finalmente vê-la se virar para mim. Ela olhava dentro dos meus olhos com aquele lindo sorriso.
-Então, você aderiu a minha forma de contagem de tempo?. Perguntou ela animada.
-Claro, sempre fui a favor de ultilizarmos está forma de marcar o tempo…a senhorita Íon não se importa tanto com o tempo, mas ela deve usar este método inconscientemente. A propósito, você a viu recentemente?. Perguntei ao abaixar minhas patas e me posicionar ao seu lado.
-Na verdade sim, ela conversou comigo recentemente. Ela me disse que pode demorar um pouco mais na leitura dos Pergaminhos, o Sacerdote não permite que ela leia certos Pergaminhos. Pensei que você tinha conversado com ele sobre isso, vocês não….dizia ela até ser interrompida por mim.
-Sim, eu falei com ele, mas ele não pareceu ser tão flexível. Me de mais um pouco de tempo, vou conseguir convencê-lo que isso é necessário. Eu entendo que pode ser perigoso tentar saber o final de uma história que ainda não tem final, mas isso pode nos poupar grandes piscadas…respondi a ela. Novamente ela vira seu rosto para mim e sorri, ela coloca seus dedos sobre o meu pé direito e faz algumas cócegas, eu rapidamente me levanto com as cócegas.
-Bom, está pronta?. Não viemos aqui apenas para conversar, viemos?. Perguntei a ela.
-Não, também acho que estava na hora de fazermos mais testes, mesmo que eu ache que você não precisa de melhorias nenhuma. Respondeu ela ao se levantar.
-Por favor, eu sempre fui o mais irrelevante nas batalhas. Minha mandíbula é potente, mas a senhorita Íon faz o que eu não consigo nem descrever e você pode se transformar em quaisquer animais que existem. Não quero mais isso, quero ajudar ativamente nos conflitos físicos. Conclui para ela.
-Olha, muito provavelmente a sua mente é a mais rica que já existiu depois da grande Árvore. Você é o mais inteligente dentre nós, não se esqueça disso. Falou ela ao se alongar um pouco.
-Minha inteligência me ajuda a arrumar formas de me tornar mais útil fisicamente. Bom, vamos lá. Respondi.
-Certo, mostre-me o que você conseguiu aprender. Falou ela ao se afastar um pouco. Ao me levantar, rapidamente dou um violento golpe no solo. O solo cria algumas ondas e repentinamente surgem totens com formatos de guerreiros de armaduras. Eu então observo aqueles cinco totens a minha volta e penso no que apresentar primeiro…eu queria impressiona-la, então decido rapidamente o que fazer. Meus olhos se abaixam e eu os fecho, conto até dois e levanto minha cabeça, ao abrir meus olhos, uma grande rajada de energia amarela composta exclusivamente por raios é disparada pelos meus olhos. Eu giro meu pescoço em um ângulo de trezentos e sessenta graus para poder atingir todos os totens. O agudo som daqueles grossos feixes parecia incomodar Grámhar. Pisco meus olhos e o feixe desaparece.
-Uau, impressionante, mas como você conseguiu tornar esses feixes letais? Você não nos disse que eram apenas uma espécie de chave para abrir os portões deste lugar?. Falou ela colocando suas mãos no queixo e assumindo uma feição pensativa.
-Bom, eu li mais livros do que todos os meus antepassados já sonharam em ler. Não é algo indolor, posso manter por tempo suficiente, mas ainda assim sinto meu cérebro queimar. Podemos avançar para a próxima "lição" aprendida?. Perguntei ao lhe mostrar um sorriso.
-Pelo seu sorriso…você conseguiu?. Perguntou ela.
-Digamos que sim, mas ainda é difícil de controlar, não consigo usar por muito tempo. Vamos lá. Conclui ao paralisar meu corpo e começar a me concentrar. Minhas pernas começam a formigar, minha espinha começa a arrepiar e em minhas costelas surge um incomodo nada agradável. Minhas duas pernas frontais inconscientemente se levantam e eu por fim sinto minha pele se rasgar nas laterais. Duas grandes asas de coloração branca surgem das minhas costelas. Elas se contraem e se esticam sem o meu consentimento. Ao olhar para Grámhar, vejo seus olhos brilharem de orgulho. Ela se aproxima e passa seus dedos lentamente por entre as longas pernas brancas. Inesperadamente um espinho prateado surge nas pontas das minhas asas. A minha volta, os totens se levantavam novamente, agora estavam planando a poucos centímetros do solo. Olho novamente para Grámhar e ela rapidamente se afasta com seu brilho no olhar. Com meu comando, as asas dão algumas batidas e meus pés saem do solo. Deixo escapar mais um sorriso e faço meu corpo girar em uma velocidade tão rápida que nem sinto minhas afiadas penas cortando os totens. Ao parar de girar, consigo ver todos os totens se destroçando e deixando marcas claras de cortes por sua volta. Por fim, desço e assim que toco o solo, um barulho ensurdecedor surge em meus ouvidos.
-Deve ser ela a responsável por este barulho, ela ainda está treinando buracos negros?. Perguntei a Grámhar.
-Ela está, mesmo sendo incrivelmente perigoso. Enfim, você foi incrível, me impressionou, Grandão. Respondeu ela ao ver minhas asas diminuindo e desaparecendo nas minhas costelas.
-Acho que devíamos ir ver como ela está. Respondi.
-Concordo, mas acho que precisamos passar no templo primeiro, caso você consiga convencer o Sacerdote, seria ótimo dar a ela uma boa notícia. Concluiu Grámhar. Após isso, permaneço em silêncio enquanto ela subia em minhas costas. Começamos a caminhar em direção ao templo e apenas uma coisa se passava na minha cabeça, eu não estava realmente pronto para conversar com o Sacerdote novamente, na última vez ele soou tão frio e vazio que era como se ele já não fosse mais….como se não fosse mais o meu irmão.
Obrigado pela leitura!
Podemos manter o Inkspired gratuitamente exibindo anúncios para nossos visitantes. Por favor, apoie-nos colocando na lista de permissões ou desativando o AdBlocker (bloqueador de publicidade).
Depois de fazer isso, recarregue o site para continuar usando o Inkspired normalmente.