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Yoongi é forçado por seu melhor amigo a se fantasiar pela primeira vez no Dia das Bruxas para pedir doces. Então, o Min escolheu fazer referência ao seu filme favorito: IT: A coisa, vestindo-se com uma capa de chuva amarela, calçando galochas e fazendo um pequeno barquinho de papel. O garoto só não imaginava que, em meio ao evento, encontraria o complemento de sua fantasia: o seu palhaço assassino.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

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Festas, fantasias e fantasmas

Escrito por: @Eunbi_Moon/ @EunbiMoon

Notas Iniciais: Hey how how! Sempre planejei mil e uma coisas pra deixar nas notas e esses lances, mas pra variar eu novamente não sei o falar. Provavelmente quem conhece o projeto nem sabe da minha existência ainda, e para os meus leitores, pois é tô com história nova e vocês que lutem. Espero que curtam a história. Enfim, é isso aí e até já.

Fanfic betada por @jupteryoon e capa por @busanjimin/@xbusanjimin .


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Halloween, um feriado onde crianças e adolescentes saem pelas ruas fantasiados de personagens de desenhos, filmes, histórias de livros e tudo mais; onde adultos separam doces em grandes potes de vidro para distribuir a todos os fantasiados que batem em suas portas, com medo das travessuras que seriam praticadas caso não entregassem as guloseimas.

Sempre quis participar dos doces ou travessuras quando era mais novo, mas tinha uma coisa que me impedia, e essa coisa era o medo.

Sim, pode parecer bobagem ter medo do Dia das Bruxas, afinal não é nada de mais para muitos, mas para mim era.

É por este motivo que, em todos os anos, eu acabo jogado no sofá a noite inteira, cercado por doces, salgadinhos, almofadas e, também, pelo meu melhor amigo, Jeon Jungkook.

Conheço Jungkook desde que eu me lembre, provavelmente desde que eu saí das fraldas. Ele é um cara legal, divertido e que tem uma vó muito maneira, mas a culpa do meu medo do Dia das Bruxas é dele.

Ok, não totalmente dele, e sim também de sua avó.

Sei que a história está confusa por agora, mas tudo vai ser explicado logo, então fiquem confortáveis no sofá da sala ou na cama de vocês e continuem lendo.

Falta alguns minutos para as sete da noite, e Jungkook ainda não deu as caras com o que eu pedi: salgadinhos, guacamole e doces.

O Jeon sempre foi enrolado e atrapalhado com horários, mas é frustrante ser obrigado a esperar. E é por esse mesmo motivo que estou aqui de cara fechada e braços cruzados.

[…]

Trinta e cinco minutos.

Foram exatos trinta e cinco minutos de aguardo, impaciência, raiva e fome, até que a campainha, enfim, foi tocada.

— Juro por todos os doces do mundo que se for uma criança fantasiada em vez do Jungkook, eu vou meter o louco — murmurei para mim mesmo e saltei do sofá, correndo em direção à porta.

Virei a chave duas vezes e abri a passagem com ansiedade, mas tudo que fiz em seguida foi piscar algumas vezes e ir um pouco para trás.

— Jungkook, que porra é essa? — Franzo o cenho. — O que aconteceu na sua cara?

— Mamãe bonita, papai lindão. — Aponta para si mesmo, com um sorriso convencido nos lábios.

— Não, seu animal! Eu 'tô falando da fantasia e seu rosto sujo.

O moreno trajava uma fantasia do homem de ferro, até que bem bolada. A roupa estaria perfeita se não fosse a juliet em seu rosto e sua boca suja de algum doce.

— Ah, isso? Eu acabei comendo os doces que tinham sobrado lá em casa... Não coube tudo no pote que minha mãe preparou 'pra distribuir doces. A fantasia é porque eu fico um gato mesmo. — Dá de ombros. — Enfim! Esse não é ponto! — Aponta para mim. — 'Cê prometeu 'pra mim que iria levar o Hyun 'pra pedir doces comigo.

— O quê? Quando eu prometi uma porra dessas? — Arqueio a sobrancelha.

— Semana passada, quando eu te liguei quatro horas da manhã 'pra perguntar. — Deu de ombros novamente.

— Quê?! Eu nem lembro disso!

— Exatamente, 'cê tava no quinto sono ainda e eu sei que responde qualquer coisa quando você é acordado.

Espera aí...

— Bom dia, Guinho!

— Jungkook, são quatro da manhã... Vai se foder. — Bocejei e afundei meu rosto no travesseiro, segurando o celular na outra mão.

— É que eu queria te perguntar uma coisa. Você vai levar o meu irmão comigo 'pra pedir doces, 'né?

— Hm? — murmuro.

— Levar. Meu. Irmão. Para. Pedir. Doces — disse pausadamente.

— Hm... É, é... — Assinto.

— Promete?

— Uhum... — resmungo.

— Filho da puta! — Encaro o moreno.

Não acredito que fui tapeado desse jeito.

— Qual é...? — resmunga enquanto entra em casa. — Por favor!

— Por que você não vai sozinho, cara? — Começo a caminhar pela sala.

— Yoongi, 'cê sabe que sou cagado 'pra esse bagulho de Halloween. — Coloca as mãos na cintura.

Lembra lá no começo da história? Pois é, vamos à explicação.

Como já disse, Jungkook e eu somos melhores amigos desde que eu me lembre, o que significa que crescemos juntos.

Sempre íamos à casa um do outro para brincarmos, dormirmos e etc, mas por algum motivo, o lugar que mais era visitado por nós era a casa de sua avó. Uma velhinha simpática, boa cozinheira e, antes que eu me esqueça, uma médium.

É isso mesmo que você leu.

A avó do Jungkook, sempre que podia, nos contava sobre as suas histórias que envolviam espíritos. Tudo isso porque ela mesma podia os ver.

Quando Jungkook estava no final dos seus sete anos, passou a reclamar de barulhos, sombras e presenças estranhas quando ia dormir em casa. E eu, como um excelente e corajoso amigo que era, o expulsava do meu quarto e o fazia dormir na sala.

O quê? Eu tinha quase onze anos, podia muito bem cagar nas calças.

Sempre pensei que ele inventava essas coisas para me deixar com medo, até que um dia, quando estávamos atravessando o cemitério antigo da cidade para chegar em sua casa, Jungkook congelou de medo e começou a chorar. Ele afirmou com toda certeza que estávamos sendo seguidos por uma outra criança, mas não tinha ninguém ali.

Eu me lembro bem que o meu cu tinha trancado com tanta força que ele ficou até dolorido depois. Só não foi pior que a dor da minha primeira vez com um homem.

Ok, Jungkook tinha acabado de fazer oito anos, ele podia estar inventando aquela história, certo? É, foi o que eu pensei, até eu o incentivar a conversar com a tal criança sinistra. Ele descobriu o seu nome e sua idade, aí disse para irmos até a uma lápide específica.

E lá estava.

O nome, a idade, tudo batia. Foi nesse mesmo dia que descobrimos que Jungkook podia ver e se comunicar com espíritos.

A primeira pessoa a ser procurada, sem sombra de dúvidas, foi a sua avó, já que ela sempre deixou claro lidar bem o assunto.

Ela nos explicou sobre a linhagem da família Jeon, revelando muitas coisas para uma criança de onze anos assimilar.

[…]

Jungkook brincava com a manga de sua blusa listrada enquanto eu encarava a sua avó, essa que encarava o neto já por um longo tempo, provavelmente ainda processando tudo que ele havia contado.

— Eu estava esperando esse dia, sabia? — a mais velha pronunciou, sorrindo fraquinho.

— P-Por que isso acontece, vovó…? — resmungou choroso, o que fez meu coração de melhor amigo se apertar. — E-Eu não quero mais ver eles… — Encara a sua avó.

— Querido, infelizmente não posso fazer com que você deixe de enxergá-los, mas isso é uma coisa boa. — Sorri. — Você é um garoto especial, e tem as habilidades de sua avó. — Assente. — E é algo da sua família. Da sua linhagem.

— A mamãe pode os ver também? — Encarou a outra, franzindo o cenho.

— Não… — nega. — Mas você sim — assentiu. — Preste atenção, ok?

A senhora explicou algumas coisas com muito cuidado e com falta de detalhes na época, já que estava conversando com duas crianças assustadas.

A linhagem Jeon é composta por médiuns desde sempre, mas uma coisa curiosa é que ela pula uma geração, ou seja, a avó do Jungkook é uma médium, a mãe do Jungkook não, e o próprio Jungkook sim.

Não se sabe ainda por que isso acontece, mas provavelmente Jungkook também tem certa curiosidade.

Os anos se passaram e Jungkook ganhou um irmãozinho. O próprio demoniozinho hoje em dia, mas vamos poupar essa parte.

A maior preocupação era saber se Hyun seria um médium igual a Jungkook, mas, curiosamente, não. Talvez apenas um filho tenha sido escolhido, afinal.

— Jungkook, por que você vai sair à noite em pleno Halloween? — Cruzo os braços, indo até a cozinha.

— Minha mãe me obrigou! — esbravejou, tirando os seus óculos. — Hyun está um pé no saco porque quer sair 'pra pedir doces, aí a coroa jogou a responsabilidade 'pra cima de mim. — Cruza os braços também.

— Sua avó sempre deixou bem claro o que acontece no Dia das Bruxas. — Abri a geladeira e tirei dali um pedacinho de queijo.

— É, eu 'tô ligado. — Assenti. — Mas minha mãe nunca curtiu essas paradas e nem acredita em mim. — Suspira. — Por isso, eu quero que vá comigo, para me proteger.

— Jungkook, você já tem vinte anos e um namorado. — Caminhei até a sala novamente, sendo seguido pelo mais novo. — Por que ele não vai com você?

— Taehyung não me ama o suficiente. — Colocou a mão no peito para completar o seu drama. — 'Tá, mentira… Ele vai nos encontrar no caminho. — Bufei e revirei meus olhos. Eu odiava servir de castiçal para o casal mais meloso da cidade. — Mas ele não me entende igual a você! — Fez um bico. — Com você, eu não vou precisar inventar uma desculpa estúpida para evitar um lugar por medo de algum espírito, ou sei lá… Hyung, você é meu fiel escudeiro, cara! O Robin do meu Batman; o Watson do meu Sherlock Holmes!

— Ei, ei! — Aponto para si. — Já tivemos essa conversa há uns anos atrás e combinamos que eu seria o Batman. — Virei-me e abri a gaiola do meu ratinho de estimação, que ficava presente na sala. O animalzinho branco se aproximou e cheirou o queijo que eu lhe ofereci. — Ainda acho que é uma má ideia ficar vagando pela noite bem no dia em que os espíritos têm as suas vantagens.

— 'Tô ligado nessas paradas aí — Assentiu. — Mas não vou correr risco nenhum se você estiver comigo. — Aproxima-se da gaiola.

— E como eu te defenderia, animal? — Encaro-o. — Sabe que sou incapaz até de ver o que você vê.

— Por favor, Guinho… — Faz bico. — Faz isso por mim e pelo Leptospirose. — Encarou o meu rato, que também fitou o seu rosto. — Com certeza ele iria odiar perder o tio favorito.

— Já falei que o nome dele é Stuart Little. — Fecho a gaiola, soltando um longo suspiro em seguida. — Aish... 'Tá legal... — Resolvi me render.

— O quê?! — Franziu o cenho.

— Eu vou com você — disse, cruzando os meus braços e encarando o seu rosto.

— Caralho! 'Cê é o melhor amigo do mundo! — Sorriu contente, jogando-se em meus braços.

— 'Tá bom, 'tá bom! — resmungo. — Mas cadê o Hyun? — Franzo o cenho.

— Hm? Ah, em casa com a minha mãe… Eu vim te buscar primeiro. — Sorri. — Buscamos ele e aí o Taehyung encontra a gente no caminho, fechou?!

— Não está me usando 'pra servir de babá pro teu irmão enquanto você fica de viadagem com o seu namorado, 'né? — Arqueio uma sobrancelha.

— Hã?! — Pareceu indignado. — O que você pensa de mim? — Franze o cenho. — Enfim! Vai se arrumar!

— Como é que é? — Franzo o cenho.

— Qual é…? Não vai sair sem fantasia, vai? — resmungou. — É Dia das Bruxas, ficar sem fantasia é como usar terno em festa de piscina.

— Essa comparação nem faz sentido. — Coloco as mãos na cintura, indignado. — Não vou usar fantasia, é ridículo!

— Ora, e por acaso eu 'tô ridículo? — Aponta para si mesmo.

— Você realmente quer que eu te responda?

— Vai! Deixa de ser um velho resmungão! — Segurou o meu braço e começou a me puxar em direção ao meu quarto. — Vou te deixar um pitelzinho com uma fantasia bem foda. — Acendeu a luz do cômodo e franziu o cenho. — Minha nossa senhora, 'cê não arruma esse chiqueiro, não? Sua mãe quando vir te visitar vai dar um tapão na sua e na minha cara.

— Por que na sua?

— Porque eu tinha que ser boa influência e te fazer arrumar esse lixão. — Empurrou-me na cama e caminhou até meu guarda-roupa. — Vamos ver… — Pareceu pensar um pouco. — Seu filme de terror favorito ainda é IT: A coisa? — Olhou para trás e me encarou.

— É — assinto. — Você não vai fazer o que eu 'tô pensando, né?

O moreno sorriu de uma forma assustadora, e eu soltei um longo suspiro.

Por que ainda continuo sendo amigo dele?

[…]

Georgie Denbrough.

Eu estava fantasiado de Georgie Denbrough; com galochas pretas, calça jeans, uma capa de chuva amarela e até mesmo segurava um barquinho de papel ridículo.

Eu definitivamente odeio o Halloween.

— Não acredito que vesti uma porra dessas — resmunguei, enquanto ajeitava a touca da capa de chuva sobre a minha cabeça, amassando o barco de papel e o jogando longe em seguida. — Eu te odeio tanto, Jeon.

— Eu sei que sou o amor da sua vida — disse enquanto ajeitava a juliet em seu rosto. — Puta merda, que rua sinistra — resmungou enquanto caminhávamos em direção ao cemitério.

Nossa cidade é pequena; com poucos mercados, um parque, algumas casas e ruas sem saídas. Ela é tranquila e eu nunca tive do que reclamar, exceto do cemitério desgraçado que ficava no centro da cidade. Não havia como desviar dele, já que era necessário o atravessar para chegar em outro ponto. A casa do Jungkook ficava nesse tal de outro ponto, e eu odiava esse fato.

Senhora Ma-ang, a avó do Jungkook, sempre nos alertava sobre o Dia das Bruxas.

Halloween é o dia em que os mortos podem andar entre nós, como se ainda estivessem vivos, e é por isso que o Jungkook não deveria, de jeito nenhum, sair de casa nesse dia, nem atravessar um cemitério!

O cara vê espíritos o tempo todo, e se um deles acabar fazendo mal ao Jeon? E se o Jungkook ver algo que o deixe com medo e ele fique paralisado ou sei lá?!

— Yoon, olha! Maçãs do amor em formato de caveirinhas! — Jungkook apontou para um senhor vendedor em frente à entrada do grande cemitério, com um carrinho cheio de doces diversos.

É, está claro que Jungkook está pouco se fodendo para o assunto porque, como eu posso explicar? Hm...

Ele é idiota.

— Precisamos mesmo passar por ali? — indago. — Não tô afim de ver você tendo um piripaque no meio de um monte de lápides.

— E por acaso temos escolha? — Ajeita a juliet em seu rosto. — Quer segurar a minha mãozinha, neném?

— Vai se foder. — Soco seu ombro, arrependendo-me em seguida ao sentir uma dor repentina em meu punho. — Ai, caralho! — Abanei minha mão e resmunguei. — Essa porra de fantasia é feita de quê?!

— A armadura do homem de Ferro é feita de quê?! De saco plástico, imbecil?! — Coloca as mãos na cintura.

— Essa merda é de ferro?!

— Não, é de plástico. — Dá de ombros. — Não arranjei uma de ferro.

— Pelo amor de Deus. — Nego com a cabeça, caminhando para dentro do campo-santo, sendo seguido por Jungkook logo depois.

Eu e o moreno caminhávamos lado a lado pelo lugar escuro, estranhamente silencioso e sombrio. É estranho pensar que esse lugar é até bem iluminado e movimentado de dia, porque agora ele parece estar tão… sem vida.

Ba, Dum, tsss!

Muito piadista.

— Ouviu isso? — Jungkook perguntou, olhando para os lados de repente.

— Hm, não? — Franzo o cenho. — Jungkook, não começa com essas fitas aí não, ou eu te dou um soco na cara.

— Eu não 'tô zoando, inferno! — choraminga. — Porra de irmãozinho mais novo do cacete… Queria ter ficado em casa comendo doces e assistindo filmes... — resmungou baixinho.

Eu odeio quando Jungkook faz isso. Odeio saber que ele não está mentindo e que está verdadeiramente com medo de algo que eu não consigo ver. Sempre fico a um ponto de me cagar inteirinho e de chorar enquanto chamo a minha mãe.

— Buuh! — Uma terceira voz se fez presente.

Sabe quando gatos em desenhos animados tomam um susto tão grande que pulam até o teto? Pois é, foi a minha situação, porém aqui não tem nenhum teto.

— Filho da puta! — Vi Jungkook tentar socar o indivíduo dono da terceira voz, que não era ninguém mais ninguém menos que Kim Taehyung, o namorado do Jungkook. — Eu te odeio tanto!

— Desculpa! — Riu e abraçou o mais novo como pôde. — Foi engraçado.

— Minha mão na sua cara que vai ser engraçado. — Encarou o rosto do azulado e cerrou seus olhos.

Revirei meus olhos e cruzei meus braços.

Jungkook e Taehyung namoram há exatos dois anos, desde que ambos se conheceram no final do Ensino Médio.

Admito que o namoro foi ótimo para a autoestima de Jungkook, porque todos os dias eu escutava as suas lamúrias de que ninguém gostava dele por ele ser… estranho.

Meu menino sempre teve uma personalidade peculiar, gírias estranhas, um estilo de se vestir engraçado, mas nunca deixou de ser alguém incrível. Ele só não atraía muita gente.

Até que Kim Taehyung, o garoto alternativo do cabelo colorido, foi transferido para a nossa escola.

Nas primeiras semanas do Kim no colégio, eu pude notar como Jungkook sempre foi o seu foco principal nas aulas de biologia, ou até mesmo na educação física. Era engraçado.

Eu, como um ótimo amigo, conversei com Jungkook e fiz ele abrir os olhos. Na semana seguinte, o Jeon veio até mim feliz da vida contando como o tal garoto novo tinha um beijo incrível.

Não era surpresa para ninguém que Jungkook era gay, principalmente para mim, que sempre o apoiei em suas escolhas. Afinal, ser bissexual me fez entender que sempre vamos precisar de apoio, principalmente em escolhas difíceis.

Eu fiquei feliz por ele, ainda mais depois de perceber que Taehyung o fazia — e ainda faz — bem. Sempre ficarei feliz com a felicidade do meu melhor amigo, e isso é um fato.

Claro que, depois que Jungkook começou a namorar, eu me senti um pouco para trás.

Só fiquei com algumas garotas e até mesmo caras, mas nunca tive algo sério com alguém, e olha que sou o primeiro e único conselheiro do amor de Jungkook.

Bom, é como dizem: técnico não joga.

Mas isso também não quer dizer que eu não possa curtir de vez em quando, certo?

Certo.

— Tudo bem, Yoon? — Taehyung me perguntou enquanto entrelaçava seus dedos com os do Jeon. — Parece meio aéreo.

— Oh, foi mal aí. — Começo a caminhar.

— Ele tem essa mania, sabe disso — Jungkook disse enquanto já caminhava junto do Kim.

— Qual é a da fantasia, Taehyung? — perguntei, ajeitando novamente o capuz sobre minha cabeça.

— Eu sou o Superman. — Sorriu largo, ajeitando seus fios de cabelo azulados. — É o meu herói favorito. Ele é o melhor personagem que existe — disse. — Ah, e é mil vezes melhor que esse tal Homem de Ferro — provoca.

Jungkook soltou bruscamente a mão do outro e lhe estendeu um dedo do meio.

— Nosso relacionamento acaba aqui. — Começou a caminhar irritado.

— Amor! É brincadeira! — Ri. — Tchutchuco, volta aqui! — Começou a correr atrás do namorado.

Sozinho, para variar.

Pode parecer estranho, mas já é comum essas provocações de quem é o melhor herói ou bobagens do tipo vinda deles, e sou eu quem tenho que aguentar tudo isso.

Desde sempre, eu acompanho o desenvolvimento do relacionamento deles. Estava lá no primeiro "eu te amo", no pedido de namoro, quase estive também no primeiro encontro, mas fiz Jungkook acordar para a vida e ele enfrentou isso sozinho.

Se continuasse daquele jeito, até na primeira foda deles eu estaria lá, o que, graças a Deus, não aconteceu!

Não a foda que não aconteceu. Digo… quer dizer, eu acho. Na verdade, Jungkook nunca me contou sobre isso… Ah, enfim!

O ponto é que aos poucos Jungkook foi aprendendo a se virar sem mim, e agora estamos assim. Às vezes ele me esquece quando está com Taehyung, não sei bem se ele repara nisso.

Eu não fico verdadeiramente zangado por ser esquecido, só chateado, porque às vezes penso que está na hora de desencalhar de vez.

Desse jeito vou ficar 'pro titio, cercado de gatos e sozinho.

[…]

— Todo mundo sabe que o Homem-Aranha é melhor — Hyun disse, enquanto segurava sua cestinha cheia de doces.

— Sendo sincero, me sinto totalmente excluído — resmungo, segurando a mãozinha do mais novo. — Queria estar de herói também. — Encaro-o.

— Você ficou fofo, Yoongi hyung. — Sorri. — Só não está melhor do que eu.

Uma peste, mas uma que me apeguei também.

— Nada de se estufar de doces, ouviu? — Jungkook chamou atenção do outro — Mamãe vai ficar irada comigo se você passar mal.

— Você não manda em mim. — O molequinho deu de ombros e sorriu travesso.

— Taehyung, me segura. Eu estou prestes a cometer um crime. — Quase se aproximou de Hyun, mas foi impedido pelo namorado.

— Onde vamos agora? — perguntei e encarei o Jeon mais velho, franzindo o cenho em seguida.

— Vamos pedir doces nas casas mais para a frente, aí vamos embora.

— Já…? — Hyun resmungou choroso. — Eu quero ficar mais.

— Sabe que a mamãe iria surtar se você passasse das oito da noite na rua — Jungkook resmungou. — E nós três temos um compromisso depois — completou.

— Nós três? — Arqueio uma sobrancelha. — O que você 'tá inventando, Jungkook?

— Não contou 'pra ele, vida? — Taehyung o encarou e Jungkook sorriu sem graça, começando a coçar a nuca.

Mais essa agora.

Outra coisa que eu odeio é quando Jungkook me envolve em alguma coisa sem me consultar antes.

— Olha! Algodão doce! — Hyun apontou para uma pequena barraca enfeitada e colorida do outro lado da rua, cheia de algodões doces de cores diversificadas. — Eu quero!

O menor fez tanta força para sair de perto de mim que conseguiu. Sua pequena mãozinha acabou por escapar da minha e, logo, Hyun partiu a correr para o meio da rua. Pior ainda, para o meio daquelas pessoas fantasiadas que andavam em grupos, parecia até mesmo uma fila desorganizada.

— Merda! Hyun! — Jungkook esbravejou e se afastou de Taehyung que parecia confuso com a situação, já que antes provavelmente estava perdido nos próprios pensamentos. — Garoto! — Entrou no meio daquele tanto de gente, sumindo no meu campo de visão.

Logo, Taehyung fez o mesmo e já estava longe também.

Inferno!

Não tive outra escolha a não ser partir para o meio daquelas pessoas, à procura daquele pivetinho que parecia ser tão minúsculo agora.

A rua era bem larga e era proibida a passagem de carros pelo bairro depois das sete da noite, especialmente por causa dos doces ou travessuras, por isso as pessoas aproveitavam para andar livremente por ali, o que significa que a rua estava repleta de adolescentes, crianças e até mesmo adultos vestidos com fantasias coloridas e confusas.

Tentei ser o mais rápido possível ao tentar passar por todo mundo, às vezes esperando um ou dois grupos grandes passarem por mim, enquanto olhava para os lados desesperadamente.

Como pude ser mais fraco que uma criança?! Juro por todas as lanternas de abóboras que vou esganar esse moleque quando o encontrar.

Ao finalmente quase alcançar o outro lado da rua, pude sentir alguém se esbarrar em mim com violência, como se até estivesse correndo e não houvesse me visto.

Eu parei onde estava e tirei o capuz amarelo de minha cabeça para encarar o indivíduo apressado, esperando um pedido de desculpas ou algo do tipo, afinal a batida havia machucado.

— Perdão. — Uma doce voz alcançou os meus ouvidos.

Céus!

Precisei piscar algumas vezes para assimilar o que estava vendo ali.

Um garoto ruivo, um pouco alto, trajado com roupas brancas cintilantes espalhafatosas, com duas bolinhas vermelhas chamando atenção em seu casaco. Um rufo elisabetano circulava o seu pescoço com perfeição, dando mais charme à roupa. O que complementava eram as suas botas brancas com detalhes em vermelho, e mais duas pequenas bolinhas nas pontas das mesmas.

Meu olhar subiu ao rosto do outro e meu coração pulou em meu peito. Os detalhes de sua face eram delicados e muito bem moldados. Havia uma pintura vermelha em seus lábios como se fosse um sorriso grande, e duas linhas da mesma cor que começavam de sua testa e pareciam atravessar os seus olhos.

O garoto estava mesmo com a fantasia do Pennywise, o personagem do mesmo filme que eu estava fazendo referência. Quais as chances?!

Nunca fui uma pessoa nervosa ou tímida, mas neste momento, eu só consegui desviar de seu olhar e coçar o meu braço para tentar aliviar a tensão de meus dedos. Eu me sentia intimidado por nada.

Já repararam como pessoas bonitas são intimidantes? Fazem seu coração acelerar apenas com uma encarada e sempre parecem superiores a você.

Isso é bizarro. Eu encontrei um cara bonito no meio da rua, e ele vestia uma roupa que serviria até mesmo de complemento da minha.

O que está acontecendo? Eu nunca agi dessa forma com ninguém. À essa altura, já estaria até mesmo puxando assunto e...

Meu deus! Eu esqueci de respondê-lo!

— Hã, você está bem? Eu te machuquei? — perguntou com calma, tentando encarar os meus olhos. — Realmente sinto muito.

— R-Relaxa... — Neguei com a cabeça, esboçando um sorriso deveras largo. Patético.

Ele pareceu me analisar de cima a baixo, provavelmente notando agora a fantasia. Ousei o encarar e jurei que poderia morrer ali mesmo ao notar o seu sorriso de canto.

— Fico aliviado. — Assentiu com a cabeça, não deixando aquele sorriso lindo morrer.

Rápido! Encontre um assunto. Qualquer assunto.

Engraçado, sinto que estou esquecendo de alguma coisa... Cacete! O Hyun!

— A-Ah… Você por acaso viu um garotinho…? — Precisei me afastar de si para dar espaço a um grupo de garotas fantasiadas de diabinhas, já que as mesmas insistiram em passar entre nós dois. — Ele é desse tamanho… — Gesticulo com as mãos ao informar a altura de Hyun. — Ele fugiu quando viu os algodões doces — indico.

— Oh, eu lamento. Acho que não prestei atenção — nega, afastando-se mais ainda de mim ao dar espaço a um casal.

— Tudo bem… — Sorrio fraco. — Ah, n-na verdade, eu... — Perdi as contas de quantas vezes precisei me afastar por causa das pessoas ali. — Eu também queria saber o seu… o seu nome.

— Desculpe, o quê?! — perguntou mais alto.

Merda, já estávamos muito longe.

— O seu nome! — disse mais alto.

— Não consigo te ouvir! — Riu baixinho, acabando por começar a caminhar para trás, provavelmente acompanhando o ritmo da multidão.

— Yoon? — Era Jungkook, com Hyun pendurado em seu ombro esquerdo e Taehyung ao seu lado. — 'Tá fazendo o quê?

— O quê…? — Encaro-o. — Eu estava… — Voltei a encarar onde o tal ruivo estava, suspirando frustrado ao notar que o mesmo havia sumido. — Nada…

— Me solta, Jungkook! — Hyun resmungou enquanto se debatia.

— 'Pra você fugir igual a um serelepe de novo? Sem chances. Vamos 'pra casa — disse o moreno, começando a caminhar.

Eu e Taehyung não tivemos escolha a não ser seguir o Jeon.

Eu nem consegui saber o nome dele. Quais as chances de nos vermos de novo?

[…]

— Não! De jeito nenhum! — Negava com a cabeça, enquanto pisava forte ao caminhar pelas ruas, sendo seguido pelo Kim e Jungkook.

— Yoon, por favor! — implorou, agarrando um de meus braços. — Por mim!

— Já fiz muito por você hoje, Jungkook. — Encaro-o. — Não vou em uma festa à fantasia nem fodendo.

— Yoongi, não é nada de mais — foi a vez de Taehyung se pronunciar. — Eu sou amigo do organizador e te garanto que está tudo nos conformes.

— Que isso, amor? Desde quando 'cê fala chique assim? — O Jeon franziu o cenho e encarou o de cabelos azuis.

— Não é nada contra você, Tae. É que eu realmente não curto festas e...

— E mais nada! Yoongi, vai ser legal e você vai se divertir com a gente. Disse que ficaria comigo. — Jungkook fez um bico e cruzou os braços. — Lembra? Somos como o Robin e o Batman.

— Esse papo de novo. — Suspiro. — Hm, se eu der uma passada lá, você me deixa em paz? — Encarei-o e vi o mais novo assentir várias vezes. — Aish… 'Tá bom, só um pouquinho.

— Você é incrível! — O moreno sorriu e me abraçou.

— E você é um manipulador — resmungo.

Não sei se já deu para notar, mas Jungkook sempre consegue o que quer.

Fazia pouco tempo que deixamos Hyun em casa. Quando perguntei se Jungkook não iria entrar também, ele me contou sobre a tal festa à fantasia que aconteceria em uma fraternidade, que foi convidado e que estava empolgado para ir.

Nunca curti muito a ideia de participar de festas, tenho certeza que só dei as caras em duas em toda a minha vida. Jungkook já é um pouco diferente, ele vai em todas que é convidado, por isso acho que somos opostos um do outro.

Mas se ele vai em tantas festas, por que está fazendo tanta questão de ir nessa? Afinal, é noite de Halloween. Ele sabe muito bem dos perigos do Dia das Bruxas.

Enquanto pensava, acabei por encarar o casal já à minha frente, ambos de mãos dadas e Taehyung sussurrava algo inaudível no ouvido do mais novo.

Suspeito.

[…]

Neste exato momento, eu me encontrava resmungando, enquanto encarava a grande porta da tal fraternidade.

Não pode ser tão ruim assim, certo?

Em festas, normalmente encontramos bebidas, muitas pessoas, música alta, às vezes drogas, suor e gente se agarrando por aí.

Ok, é realmente ruim.

Vamos, Yoongi! Você consegue. É só dar uma volta ali dentro e ir embora, nada pode acontecer em tão pouco tempo.

Respirei fundo ao ver Jungkook abrindo a porta e logo passei pela mesma junto dos outros, me deparando logo com aquela multidão.

Jovens fantasiados de diversos tipos de personagens; a decoração cafona de Halloween, e bebidas coloridas.

Nada muito inovador, afinal.

Taehyung sussurrou algo para o Jeon, que apenas assentiu com a cabeça, logo, o garoto de cabelos azuis entrou primeiro e sumiu naquele tanto de gente.

O que esses dois estão fazendo?

— Vem, Yoon! — Jungkook segurou o meu pulso e começou a me arrastar pelo grande local. — Viu? Não é tão ruim.

— Não me trate assim. Até parece que nunca participei dessas coisas.

— Falou o vivido, né? — Revirou os olhos. — Tudo bem, só não saia correndo.

— Por que quis tanto vir? — Penco a cabeça para o lado. — Tipo, deve estar cheio de fantasminhas assustadores por aí e tal.

— Acredita que, por algum motivo, eu não 'tô com medo? — Sorriu para mim. — Acho que é porque tenho você e Taehyung comigo.

— Jura? Você sempre foi um grande medroso. — Ri junto dele. — É estranho estar ouvindo isso.

— Olha, o bagulho é que você não precisa se preocupar comigo, firmeza? — Sorriu de um jeito fofo. — Eu vou ficar bem e, caso eu precise, tenho você 'pra chutar o traseiro de qualquer fantasma por mim! — Simulou um chute no ar.

Eu ri e neguei com a cabeça, colocando as mãos no bolso da grande capa de chuva.

Meu melhor amigo, na maioria das vezes, sempre me tira do sério com suas ideias estranhas, ou até quando me coloca em enrascadas, mas tenho que admitir que eu gosto muito dele. Estamos juntos desde pequenos e já passamos por muitas coisas, ainda mais depois de Jungkook descobrir o seu dom, eu sempre estarei com ele e ele sempre estará comigo.

— Jungkook. — Taehyung reapareceu e se aproximou especificamente do moreno. — Jackson disse que, como está no meio da noite ainda, alguns quartos estão disponíveis. — Sorriu.

— 'Tá. — Assentiu e acabou por me encarar. — Yoon, nós… — começa. — Eu e o Taehyung vamos subir e… — Coça a nuca. — Você vai ter que ficar um pouquinho sem nós dois.

Esquece o que eu disse antes.

Melhor amigo é o caralho!

— Como é que é?! — Franzo o cenho.

— Nós vamos só resolver algumas coisas, Guinho — Taehyung disse com um sorriso — Descemos em vinte minutos...

Jungkook se aproximou do ouvido do de cabelos azuis e sussurrou ali.

— Trinta minutos — se corrigiu.

Certo, já está mais do que claro o motivo deles quererem subir para os quartos, mas não acredito que vão me deixar sozinho num lugar que nem conheço!

— Sei que pode parecer que vamos te deixar sozinho num lugar que você nem conhece… — Jungkook coçou a nuca e me encarou.

É exatamente isso!

— Mas você não vai nem sentir.

Você vai sentir o soco que vou dar bem na sua cara.

— Tudo bem? — O Jeon juntou as sobrancelhas e colocou uma mão em meu ombro.

— ... 'Tá de boa! — Assenti e me afastei de si.

Acho que realmente quem precisa de um soco sou eu.

— Obrigado, hyung! — O mais novo segurou a mão do Kim e começou a caminhar em direção à escada que tinha ali.

Sozinho.

Sozinho em um lugar com pessoas que nunca vi antes.

Soltei um longo suspiro e puxei com força o capuz sobre minha cabeça, começando a caminhar pelos cantos do grande espaço, tentando não me esbarrar com ninguém ali.

[…]

"Você não precisa se preocupar comigo."

Pensava nessas palavras enquanto me ajeitava sobre o banco em frente à bancada que as bebidas eram servidas.

Aí é que 'tá, Jungkook… Eu acho que só sei fazer isso: me preocupar com você.

Suspirei e encarei o líquido colorido de meu copo de vidro.

Há muito tempo atrás, no mesmo dia que a avó de Jungkook havia revelado que o mais novo possuía dons especiais, ela conversou apenas comigo depois.

— Yoongi — me chamou e suspirou baixo, aproximando-se com cuidado. — Jungkook é um garoto muito medroso, então… Queria te pedir para que cuidasse dele. Ele confia em você.

— Pode deixar! — Eu sorri e assenti com a cabeça.

Talvez a culpa de eu deixar de focar em mim tenha sido minha; talvez a culpa tenha sido da avó do Jungkook, ou também a culpa tenha sido do próprio Jungkook.

É, nunca saberemos.

Resmunguei e beberiquei minha bebida, resolvendo olhar para os lados após me ajeitar na cadeira.

Já havia se passado bastante tempo, e estava até cogitando a ideia de ir embora e avisar Jungkook por mensagem, até que, em meio à tantas pessoas sem graça, lá estava uma em específico que me chamou a atenção.

Suas roupas chamativas, a maquiagem e a cabeleira ruiva.

Era ele mesmo.

Franzi o meu cenho e precisei piscar algumas vezes, apenas para me certificar que, sei lá, aquilo era só uma ilusão ou algo do tipo.

Acho que estou ficando doido.

Mas, eu sorri ao notar que era mesmo o tal cara de mais cedo, o que havia esbarrado em mim.

Senti meu coração disparar novamente e mordi o interior da bochecha. Não entendia o motivo de ele me deixar tão nervoso assim, e nem estamos próximos um do outro.

Suspirei e encarei as minhas mãos por um momento, notando que as mesmas tremiam em ansiedade.

Mas que inferno!

Não entendo como ele me deixa tão nervoso assim, afinal, nem conversamos decentemente.

Santas vassourinhas voadoras, o que eu faço?!

Sem pensar muito eu me levantei rapidamente, tentando encontrar a cabeleira ruiva em meio às pessoas.

Essa não.

Ele sumiu no meio da multidão. De novo.

Suspirei e me sentei novamente, coçando a nuca em um ato de frustração, encarando o copo em minha frente.

— Olá. — Pude ouvir uma voz doce ao pé do meu ouvido, o que me assustou.

Olhei para o lado rapidamente e pude jurar que meu coração sairia do peito naquele exato momento.

— V-Você… — Precisei piscar novamente ao encarar o homem em minha frente.

— Você só me encontra de longe, não é? — Sorriu e se sentou ao meu lado. — Eu te perdi de vista mais cedo.

Assenti com a cabeça e comecei a rir baixo por conta do desespero. Bati meus dedos no balcão e encarei os mesmos, só para evitar o seu olhar.

— Pensei que não tivesse me visto. — Nego com a cabeça.

— Oh, eu reparei em você desde que entrou com os seus amigos. — Sorri de forma doce.

Meu coração disparou novamente e eu mordi o interior da bochecha.

Céus, eu terei um ataque por culpa dele.

— O que você estava querendo me dizer, uh? — Penca a cabeça para o lado.

— O-O quê…? — Franzo o cenho.

— Hoje cedo. — Apoiou seu rosto em sua mão. — O que você estava tentando me dizer?

— A-Ah, sim… Eu… — Suspiro.

Vai, Yoongi! Deixe de amarelar.

Parando para pensar, essa frase é estranha, já que eu, literalmente, estou de amarelo.

— Estava te perguntando o seu nome — eu disse de forma disparada e até um pouco baixa.

— Meu nome? — Ri baixo. — Me chamo Park Jimin.

Park Jimin.

— Bonito nome. — Senti meu rosto esquentar pelo elogio que eu mesmo fiz e entrelacei meus dedos uns com os outros.

— Não tão lindo quanto você.

Eu ouvi isso direito?

Encarei o ruivo e penquei a cabeça para o lado assim que ele começou a rir.

— Perdoe-me, essa foi péssima — disse em meio aos seus risos.

— Tudo bem, eu gostei. — Sorrio.

— Enfim. — Ajeita-se ao meu lado. — Qual o seu nome? Ou devo te chamar de Georgie? — Sorri ladino.

— A-Ah… — Rio. — Yoongi. Min Yoongi.

— Que belo nome, Yoongi — disse.

Acho que, a essa altura do campeonato, meu rosto já deve estar na cor de um tomate maduro.

Tenho quase certeza que estou sonhando, talvez até tive um desmaio e isso tudo não passa de uma imaginação.

Meu Deus! Será que é um sonho?!

Belisquei minha mão disfarçadamente, evitando um resmungo de dor em seguida.

Não. Estou acordadíssimo.

— Você parecia nervoso quando chegou… Não vai muito em festas, eu imagino.

— Hm? — Ele estava reparando em mim quando cheguei? — Bem, admito que não gosto muito dessas coisas. Meu melhor amigo que me obrigou a vir. — Rio baixo. — Ele é um pouco doidinho e sempre consegue tudo que quer… Mas ele é legal. — Sorrio.

— Você parece feliz em falar dele.

— É… — Encaro o nada. — Ele é importante 'pra mim. — Dou de ombros. — Mas enfim. — Pigarreio. — Você é novo na cidade? Eu nunca te vi por aqui.

— Hm? Ah, é. Na verdade, estou aqui há um bom tempo, mas não é sempre que você vai conseguir me ver. — Ri. — Eu adoro o Halloween, por isso estou aqui.

— Por que gosta tanto? — Franzo o cenho. — Da data, eu quero dizer.

— Hm… — Dá de ombros. — Ei, o que acha de sairmos daqui? — Sorri de lado.

Ele mudou de assunto e agora encarava o fundo dos meus olhos, fazendo com que o nervosismo me atingisse novamente.

— E para onde vamos? — ousei em perguntar, ajeitando-me na cadeira.

— Não sei… Um lugar longe dessa gente toda. — Ri baixo. — O que me diz?

— Eu não sei. — Nego com a cabeça. — O Pennywise parecia ser alguém legal para o Georgie, mas aí no final acabou devorando o menino.

— Ora, te devorar eu não vou. — Ele sorri ladino. — A menos que você queira. — Acabou me encarando de cima a baixo.

Senti meu rosto esquentar ao entender o outro e soquei o seu ombro, levantando-me de minha cadeira em seguida, antes que eu tivesse algum ataque cardíaco.

O ruivo riu e se levantou, segurando o meu braço e, em seguida, começou a caminhar junto de mim.

[…]

— E aí, no meio da briga, Jungkook do nada olhou 'pro cara e começou a correr. — Rio, colocando as minhas mãos na capa de chuva.

Jimin riu ao meu lado, cruzando os braços e negando com a cabeça.

— Esse seu amigo parece ser legal. — Sorri fraco. — E você parece gostar dele.

— Ele é meu melhor amigo, é claro que eu gosto. — Dou de ombros.

— Não nesse sentido, eu digo. — Sorriu fraco.

— Hm? — Franzo o cenho. — Ah, não! — Rio. — Nunca. Jungkook é como meu irmão mais novo, que nojo.

O Park riu novamente e assentiu em compreensão.

— Isso me faz pensar… — ele começa. — Você tem alguém, Min? — Encara-me. — Romanticamente falando.

— Não — nego. — Sempre fui muito focado em outras coisas, então não penso muito nisso.

— Então está solteiro, certo?

— Certo. — Tirei o capuz de minha cabeça e olhei em volta.

— Isso é ótimo para mim. — Sorri novamente.

Meu coração acelerou de novo e eu fui obrigado a encarar Jimin, com meu cenho franzido.

Um silêncio foi o que se alastrou ali, enquanto continuava encarando o seu rosto.

É surreal como ele é tão bonito de longe, tão lindo de perto, e tão perfeito nos dois modos. Nunca me encantei assim por ninguém antes, essa é a primeira vez.

— E por quê? — resolvi perguntar.

Ele riu baixinho e deu de ombros, começando a ajeitar os seus fios.

— Significa que posso tentar te conquistar até o fim da noite. — Aproxima-se. — Isso, claro, se você me permitir te cortejar.

Fiquei um pouco aéreo após aquela frase.

Será que eu ouvi bem? Como isso é possível?

— Você fala "cortejar"? — Arqueio uma sobrancelha.

O Park me encarou e começou a gargalhar, dando-me um empurrão fraco.

— Você estragou o clima! — disse, em meio aos risos. — Poxa, fiquei até magoado.

Comecei a rir consigo e neguei com a cabeça, começando a caminhar novamente.

— Certo, me desculpe, belo moço. — Curvo-me para o ruivo enquanto ele caminha ao meu lado. — O senhor tem toda a permissão para cortejar este que vos fala. — Ele riu novamente e eu sorri com isso. — Enfim, para onde está me levando?

— Para o cemitério.

Parei bruscamente no meio do caminho e encarei seu rosto.

— Olha, eu não acho um lugar cheio de alminhas penadas seja um bom ponto para se ter um encontro, Jimin. — Franzo o cenho.

— O quê? Está com medo? — Aproxima-se de mim.

— Eu não diria com medo, diria que estou apavorado. — Coloco uma mão em seu ombro. — Eu não gosto de lá.

— Não é nada de mais, Yoongi. Eu te garanto. — Acariciou a minha mão que estava tão próxima de si. — É só um lugar silencioso.

— Sei. — Arqueio uma sobrancelha. — Se você for um assassino, já até imagino a matéria no jornal.

— E como seria? — perguntou em meio a outro riso.

— "Jovem é assassinado em cemitério em pleno Halloween." — Gesticulei minhas mãos no ar e o encarei. — Legal, 'né?

— Você é estranho, Yoongi. — Sorriu.

— Obrigado, você também é — respondi.

Nós dois rimos e voltamos a caminhar na direção do tal cemitério.

[…]

— Ah, para. Eu só falei de mim até agora. — Sorrio, enquanto me ajeito no chão.

Eu e Jimin nos encontrávamos embaixo de uma árvore que ficava no meio do campo-santo.

O Park insistiu muito para que ficássemos ali naquela região, mesmo eu dizendo que não curtia muito a vibe daquele lugar.

— O que quer saber de mim, uh? — Sorriu enquanto ajeitava as suas roupas.

— Hm… Por que quis vir pra cá? Digo, no cemitério — pergunto.

— Sinceramente? Não tem motivo específico… Só gosto daqui. É calmo, tudo parece ter paz. É um ótimo lugar para se ter uma conversa, não acha?

— Se você está dizendo. — Sorrio fraquinho. — Você é… diferente.

— Pensei que você ia dizer "estranho".

— Todos somos estranhos. — Rio baixo. — E, olha, tudo bem não ser normal. — Dou de ombros.

Jimin me encarou por longos segundos e sorriu fraco logo em seguida, suspirando.

— Parece mais confortável. — Aproxima-se de mim. — Isso é bom.

— Por algum motivo, a sua presença está me fazendo bem, por isso pareço estar confortável. — Eu o encaro. — Claro, se algo de estranho aparecer aqui, eu vou dar no pé e talvez você nunca mais me veja, provavelmente por eu ainda estar correndo.

Gargalhamos novamente naquela noite.

Jimin, querendo ou não, ainda era um completo estranho que conheci e me encantei em apenas uma noite, mas, mesmo com esse fato, consigo me sentir muito bem em sua presença. Já rimos, conversamos sobre muitas coisas sobre mim e eu nem vi a hora passar.

Parece que estou parado no tempo.

Encolhi meus ombros ao sentir uma brisa gélida atingir as minhas costas. Cruzei os meus braços e pude notar os meus fios castanhos se bagunçaram por conta da ventania.

Jimin me encarou e riu, aproximando-se mais ainda.

— Seu cabelo bagunçou inteiro. — Começou a ajeitar os meus fios, ficando de joelhos no chão.

Encarei os seus olhos e instantaneamente senti meu coração acelerar. Suspirei e pisquei algumas vezes, sorrindo ladino ao receber a atenção de seu olhar.

— Eu… te acho bem bonito, Jimin.

Provavelmente até as caveirinhas desse lugar se espantaram com o que acabei de dizer. Não tenho ideia da onde arrumei tanta coragem.

Meu nervosismo claramente não saiu do meu corpo, mas aos poucos estou conseguindo controlar ele. Espero que pelo menos Jimin não ouça o meu coração, que parecia sambar ao som de alguma música animada em meu peito.

— É mesmo? — Sorriu ladino, focando no fundo dos meus olhos. — Também te acho muito belo, Yoongi.

Eu sorri e me sentei sobre meus calcanhares, acabando por ficar mais próximo de seu rosto.

Ao estar mais perto de si, pude notar, enfim, o seu cheiro adocicado e delicado. Parecia-se com o cheiro de balinhas de iogurte.

Não sei se vocês repararam, mas eu encontrar um pitel como ele, que cheira a docinhos, em pleno Halloween é uma puta de uma ironia.

Seus dedos curtos tocaram a pele de meu rosto e logo me arrepiei por inteiro. Sua palma e seus dígitos estavam gelados, provavelmente pelo frio da noite.

Encaramos os olhos um do outro, e ele, então, começou a se aproximar de mim.

Garanto que todos os meus músculos ficaram tensos naquele momento. Quando foi que chegamos nesse nível mesmo? Estávamos conversando numa boa agora pouco.

Estranhei ao sentir o meu celular vibrar uma vez e, logo em seguida, Toxic da Britney Spears começou a tocar dentro do meu bolso da calça jeans.

Afastei-me do ruivo, que agora me encarava com um sorriso no rosto. Peguei meu aparelho e resmunguei ao ver nome de Jungkook na tela.

— Era só o que me faltava. — Franzo o cenho.

— Atende. — Afastou-se de mim e se sentou em minha frente.

Soltei um suspiro alto e atendi a ligação.

— Que foi, caralho?! Sabe mandar mensagem não?! Quem é que liga hoje em dia?! — Levantei-me do chão e pude ouvir Jimin rir meio surpreso.

Não grita comigo, filho da puta! — gritou do outro lado da linha. — Cara, onde 'cê 'tá?! — perguntou alto, provavelmente por conta da música de fundo. — Te procurei no bagulho inteiro!

— Eu saí daí — resmungo. — Estou no cemitério…

— 'Cê ficou doido, 'caraio?! — esbravejou. — O que tu 'tá fazendo aí nessa hora da madrugada, animal?!

— Eu saí um pouco, só isso.

Pois volte 'pra cá agora mesmo! — resmunga. — 'Tô te esperando!

— Mas...

E assim, a chamada foi encerrada.

Sinceramente, eu estou a um passo de descer o Jungkook na porrada.

Jimin me encarou e começou a rir, levantando-se do chão e passando um de seus braços pelos meus ombros.

— Vem, vamos voltar para a festa, sim? Seu amigo parece te querer lá.

— E eu quero é desmaiar ele no soco — resmungo, começando a caminhar junto do outro.

— Ficou irritado por que fomos interrompidos, é? — Sorriu ladino.

Encarei-o e meu rosto esquentou rapidamente assim que entendi a pergunta. Resmunguei e encarei o meu celular, dessa vez, apenas para não ter que responder e encarar o outro.

Mas, sim. Sim, Jimin. Estou irritado porque o que íamos fazer foi interrompido.

Que ódio! Eu vou matar o Jungkook!

[…]

Após alguns minutos de caminhada, Jimin e eu já nos encontrávamos dentro daquele lugar grande, quente e lotado de pessoas que pareciam não se cansar nunca da pista de dança.

O Park segurou a minha mão e me arrastou por aquele meio de gente, ficando em minha frente para abrir passagem.

Não vou mentir, me senti protegido e achei aquilo muito fofo.

— Eu vou buscar alguma coisa para beber, ou sei lá — disse, ao me deixar encostado em uma parede. — Quer alguma coisa? — Apoia-se com uma mão atrás de mim.

Sim, o seu beijo. É 'pra hoje ou 'tá difícil?

— Não… — nego.

— Tudo bem! — Afastou-se com um sorriso. — Já volto.

Assenti com a cabeça e encostei a mesma na parede, fechando os meus olhos por um momento.

— Yoon! Yoon!

Ouvi uma voz me chamar e arregalei os olhos ao sentir meus ombros serem agarrados.

— Ah, agora lembrou de mim? — Encarei Jungkook nos olhos e cerrei os meus.

— Qual é, cara? — Faz bico. — Eu nunca esqueci. — Encostou-se ali ao meu lado.

Encarei seu rosto e suspirei.

— Como foi? — pergunto.

— O quê?

— Não tente se fazer de idiota, não que você não seja um. — Dou de ombros. — Com o Taehyung. Sei que não subiram para jogar baralho.

Jungkook riu e ajeitou os seus óculos em seu rosto.

— Foi… estranho no início.

— Jura? Por quê? — Arqueio uma sobrancelha.

— Ah, 'pô. É meio que o Homem de Ferro com o Superman, 'tá ligado? — Gesticula as mãos.

Acabei por rir e revirar meus olhos.

— Conta direito! — Virei de lado na parede, apenas para o encarar melhor.

— Aish, foi do caralho! — Riu. — Ele foi mega legal e tão fofo que dava vontade de socar a cara dele com amor, sabe? — Suspira. — Sei lá, acho que 'tô apaixonadão, 'véi...

— Se você não me dissesse, Jungkook… — Gargalho.

— Mas, aí… Por que estava no cemitério sozinho? — pergunta.

— Hm? Oh, não estava sozinho. Eu estava com um cara — disse.

Jungkook franziu o cenho e piscou algumas vezes, parecia confuso ou até mesmo chocado.

— Um cara? Tipo, um cara mesmo? Com o pingulinho no meio das pernas e tudo? — Arqueia a sobrancelha.

— Céus, Jungkook! — Rio. — É. Um cara — afirmo. — Eu o conheci hoje… Ele é legal.

— Legal de legal ou legal legaaal?

— Juro que às vezes não consigo te entender. — Nego com a cabeça.

— É que é novo 'pra mim você ficar de papo com alguém em uma festa — afirma. — Você sentiu o tchan?

Tchan?

— É, o seu tchan, 'tá ligado? Tipo, quando uma pessoa que 'cê só bate o olho te faz ficar caidinho.

O meu tchan...

As memórias de hoje mais cedo vieram à minha mente. Lembrei que quando o vi pela primeira vez, realmente pareceu que fiquei todo bobo em instantes. Quando conversamos, só comprovei mais que ele fazia o meu coração bater forte.

— Yoon, o cemitério não é um lugar estranho pra se pegar? Claro, não 'tô julgando ninguém, 'né? Mas que é bizarro, é. — Coloca as mãos na cintura.

— A gente não se pegou, idiota — resmungo. — Por sua causa.

— Minha causa?!

— Quando a gente estava quase lá, você me ligou! — Aponto para si.

Jungkook arregalou os seus olhos e cobriu a sua boca.

— Puta merda, eu sou um cuzão! — exclama. — Não acredito que fiz isso, Yoongi! Caralho, me bate!

— Desencana. — Suspiro. — Só não sei como que vou voltar nesse "assunto" com ele agora. — Encaro-o.

— 'Tá, olha… Vou tentar consertar a cagada que eu fiz. — Coloca a juliet em sua cabeça e pigarreia.

— Como?

— Seguinte. — Fica em minha frente. — Chega nele 'numa boa, 'tá ligado? Na paz e confiante.

— Hm…? — Segurei o riso e cruzei os braços.

— Aí 'cê coloca a mão no ombro dele, e aí manda um...

— Oi, gente. — Taehyung apareceu enquanto segurava duas bebidas.

— Não, é "E aí?" — fala. — Vai fisgar o novinho na hora!

— Duvido que isso seja verdade, Jungkook. — Rio.

— Oh, ele tá fazendo aquele lance do "e aí"? — Taehyung riu e entregou um copo para o Jeon. — Não vai na dele, Yoongi. Ele já tentou comigo uma vez quando estávamos na escola e eu só consegui rir e...

— Cala a boca?! — resmunga. — Eu sei o que eu 'tô falando, senão você não 'tava nem comigo hoje. — Encara o namorado. — Enfim, Guinho. O bagulho é não ficar nervoso, firmeza? E aí quando você menos perceber já vai estar com a boca colada na dele e aí, hehe boy! — Ergue o punho da mão livre.

— Jungkook, sinceramente? Você não me ajudou em nada, zé ruela — nego.

— 'Cê é um ingrato, isso sim — resmunga.

— Quem você quer beijar, Yoongi? — Taehyung perguntou com aquele sorriso amigável e quadrado no rosto.

— Um cara que conheci hoje… Quase nos beijamos agora pouco, mas aí deu tudo errado e estou com vergonha de voltar no assunto — choramingo.

— Hm… Olha, leve-o para algum lugar mais particular, longe de tudo que possa atrapalhar. Converse um pouco com ele, faça o clima que vocês tiveram antes voltar e aí pronto. Não fique nervoso, uh? E seja você mesmo antes de tudo — o Kim pronunciou tudo calmamente, depois sorriu pequeno. — Tenho certeza que você vai conseguir.

Jungkook riu e revirou os olhos.

— Que coisa de mané fracassado, cara. — Jungkook riu e bebericou a bebida.

— O "mané fracassado" é teu namorado, sabia? — o Kim disse e encarou o rosto do moreno.

— Fazer o que, 'né? Eu curto os românticos fracassados. — Dá de ombros.

Os dois começaram a discutir, o que foi uma brecha para eu sair dali, começando a caminhar entre aquelas pessoas em direção ao bar.

Eu devia seguir o conselho de Taehyung e realmente chamar Jimin para um lugar mais particular, mas claro que não vou o fazer voltar a caminhar até o cemitério. Talvez eu devesse aproveitar os quartos aqui.

Certo, eu o chamarei para um quarto vazio e conversarei com ele. Já tenho tudo planejado, só falta o quarto e… bem, o próprio Jimin.

Como ele consegue sumir sem mais nem menos do nada, hein?

Me procurando?

Assustei-me com uma voz ao pé do meu ouvido, o que fez eu dar um pulo no lugar.

— Mas que mania de me assustar, Jimin! — Coloco uma mão em meu peito.

— Perdão, é um dom meu. — Deu de ombros. — Eu ia até onde você estava, mas não quis atrapalhar a conversa com seus amigos… Aí fiquei te esperando.

— Ya, tudo bem. — Sorrio fraco, sentindo meu coração acelerar. — Hã, na verdade, eu queria te perguntar uma coisa. — Coço a nuca. — Você quer sair daqui? — resolvi perguntar, antes que meu nervosismo tomasse conta de mim mais uma vez naquela noite. — Queria ir para um lugar mais reservado e meus amigos estão meio ocupados agora.

— Oh, claro. — Assente. — E para onde vamos? — perguntou, com um sorriso de canto.

Certo, Yoongi. Não estrague tudo.

— Olha, a-acho que… Bem… — Suspirei.

Ih, já estragou.

— Tem quartos aqui. Devem ser confortáveis — eu disse rapidamente.

— Quer me levar para um quarto? — Riu baixinho, aproximando-se de mim. — Não pensei que você fosse assim, Yoon…

— J-Jimin! Não é nada disso! — Soquei o seu ombro. — S-Só não gosto de… ficar falando alto por causa da música. É isso.

— Uhum… — Assentiu, não tirando aquele sorriso maldito do rosto. — Certo, então vem. Vamos procurar um quarto vago.

O ruivo segurou a minha mão novamente naquela noite, o que quase me fez derreter ali mesmo.

Santos morceguinhos de papel, acho que qualquer coisa que esse homem faça vai me levar até o céu.

Pude notar que a mão de Jimin ainda se encontrava gelada. A noite realmente está fria, talvez ele precise de alguém para esquentá-lo o resto dela…

Céus, que pensamento pervertido, Yoongi! O que você tem na cabeça?

Neguei várias vezes com a cabeça e acabei por encarar aquelas pessoas na pista de dança, também encontrando Jungkook com Taehyung ali; ambos conversavam tranquilamente, até que o Jeon olhou para mim e sorriu fraquinho, acenando em seguida. Apontei para Jimin discretamente e o moreno o encarou por uns segundos, estranhamente arregalando os olhos em seguida. Eu franzi o cenho com aquele ato, mas nem tive muito tempo para pensar nisso, já que eu e o Park já havíamos nos afastado dali.

Encarei o ruivo e suspirei fraquinho.

— Está com frio? — resolvi perguntar.

— Hm? Oh, é — Assente, enquanto subia as escadas.

— Queria ter um casaco pra te emprestar.

— Sua companhia já me traz calor. — Ri. — Mas, pode me dar um abraço se quiser.

Encarei as suas costas e mordi o interior da minha bochecha.

Tudo que eu quero é estar mais perto dele.

— Tudo bem. Um abraço então — concordei e sorri fraco.

[…]

Após procurarmos por uns minutos um quarto vazio, agora finalmente conseguimos entrar em um.

Jimin passou por último pela porta e fechou a mesma, eu já me encontrava sentado na cama. Suspirei e retirei a minha capa de chuva, deixando-a de lado ali, vendo o outro se sentar ao meu lado em seguida.

— Olha só, você fica diferente sem se cobrir todo com amarelo.

— Haha. — Revirei meus olhos e o vi sentar ao meu lado. — Devia tirar isso, parece incomodar. — Apontei para aquele seu enfeite espalhafatoso em seu pescoço.

— Tem razão. — Assente, levando as suas mãos até a parte de trás do rufo, tirando-o após uns minutos de dificuldade.

Não pude evitar encarar a sua pele livre daqueles tecidos. Ela era tão branquinha, e eu não entendo, mas me chamava muito a atenção.

— Onde arrumou essa fantasia? — perguntei, enquanto ajeitava os seus fios de cabelo ruivos.

— Hm. — Deu de ombros. — E você? Onde arrumou a sua?

— No meu guarda roupa. — Rio. — Por isso ficou meio ridículo.

— O quê? Ficou perfeito. — Ele sorri. — Caiu muito bem em você.

Eu encarei os seus olhos e sorri de forma doce.

— Ainda quer aquele abraço? — perguntei, enquanto começava a brincar com meus dedos.

O ruivo encarou os meus olhos e riu baixinho, aproximando-se de mim e envolvendo a minha cintura em seus braços em seguida. Suspirei ao, novamente, sentir aquele cheiro doce e tão diferente que vinha de sua pele, o que me fez sorrir fraco.

Quando ia me aproximar mais de si, pude ouvir meu celular tocar em meu bolso. Peguei-o rapidamente e vi que se tratava de Jungkook, de novo. Eu pensei um pouco e decidi desligar o aparelho, deixando-o sobre uma cômoda ali ao lado. Eu o encarei e ri baixo assim que notei a sua expressão de surpresa.

— Queria ficar com você sem mais nenhuma interrupção… — me expliquei, vendo-o sorrir contente.

— Tudo bem. — Assentiu com a cabeça.

Meus braços envolveram seu pescoço e meus olhos se fecharam; meus dedos começaram a acariciar a parte de trás de seu pescoço, esta que estava gelada. Pude sentir Jimin relaxar, o que me deixou feliz.

— Ji — chamei, ao estar próximo ao seu ouvido. — Sabia que… desde que nos vimos pela primeira vez… — Pigarreio. — Você me chamou muito a atenção?

— Pensei que eu fosse o único… — Apoiou seu queixo em meu ombro.

— Por que foi falar comigo mais cedo? — resolvi perguntar, começando um carinho sutil em sua nuca.

— Por conta da coincidência de estarmos no mesmo lugar novamente, eu acho. E também, você me deixou curioso. — Dá de ombros. — Claro, e porque também te achei bem bonito, óbvio. — Riu.

Eu ri e senti meu rosto esquentar novamente.

— Você me deixa feliz com esses elogios — admito. — E por que você...

Quando tentei me afastar de si, Jimin me segurou de um modo mais firme em seus braços.

— Por que faz tantas perguntas? — sussurrou a pergunta ao pé do meu ouvido, o que fez todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

— É um dom — respondi, com um sorriso ladino.

— Você é bobo — disse baixinho, só para mim.

— Oh, você acha? — Sorrio divertido.

Rimos um próximo ao outro, gerando uma atmosfera boa e leve.

Ficamos daquele jeito, abraçados, por nem sei quanto tempo; eu em seus braços e ele me segurando, como se não quisesse que eu me afastasse de si.

Respirei fundo ao me lembrar de nós no cemitério. Estávamos tão próximos igual a agora, e nada. Será que eu me enganei mais cedo?

— Você ia me beijar? — perguntei do nada, ao sentir uma pontada de coragem me invadir.

— O quê? — perguntou, com uma sobrancelha arqueada.

Segurei os seus ombros e me afastei um pouco de si, ainda ficando próximo de seu rosto.

— Naquela hora do cemitério… — Pigarreio. — Você ia me beijar, Ji? — Penco a cabeça para o lado.

O Park ficou em silêncio e apenas sorriu. O que ele tanto pensa?

O ruivo subiu uma mão até o meu rosto e seu polegar escorregou delicadamente por minha bochecha esquerda.

Como posso me sentir tão atraído por alguém que conheci em apenas uma noite? Isso é surreal; o jeito que ele me atrai é surreal.

Desci uma de minhas mãos por seu peitoral, parando a mesma em sua coxa.

Ergui minha cabeça e, surpreendentemente, senti seus lábios roçarem com os meus, o que obrigou os meus olhos a se fecharem.

— Você iria querer que eu te beijasse? — Sua pergunta saiu de forma soprada, causando em mim um arrepio.

Completamente em êxtase, eu assenti lentamente com a cabeça.

— Uhum… — resmunguei.

— E por quê? — perguntou.

Céus! Quantas perguntas inúteis para o momento. Só me beije de uma vez!

Minhas mãos foram para o seu rosto e após eu abrir os meus olhos, eu encarei os seus.

— Por que faz tantas perguntas? — Sorrio ladino ao fazer a mesma pergunta que o outro.

Ele riu baixinho e uma de suas mãos foi até as minhas costas, puxando-me para mais perto de si.

Encarei a sua boca e, sem aguentar mais tempo, colei enfim nossos lábios.

Seus lábios grossos se encaixavam perfeitamente nos meus, e isso só era motivo para eu querer sorrir ali mesmo. Não conseguia acreditar que realmente estava em seus braços, enquanto provava de seus lábios que tinham um gosto doce.

Abracei o seu pescoço e fiquei mais próximo a si, se é que era possível. Suas mãos agarraram minha cintura assim que nossas línguas se encontraram. Nossas cabeças se moviam em direções opostas, entrando em uma perfeita sincronia.

— Eu estava com tanta vontade de fazer isso — disse o ruivo enquanto selava meus lábios algumas vezes.

Logo, o Park deu um jeito de me deitar sobre o colchão. Retirou os seus sapatos de forma apressada e ficou sobre o meu corpo, encarando os meus olhos em seguida.

Eu o encarei e acabei por começar a rir baixo.

— Não acredito que beijei um palhaço assassino. — Nego com a cabeça, começando a acariciar seus lábios avermelhados com o polegar. — E nem que esse palhaço é tão lindo.

Ele sorriu e selou minha bochecha, parecendo gostar do ato, já que começou a distribuir selares por todo o meu rosto, descendo os mesmos até meu pescoço.

Eu fechei meus olhos e agarrei com fraqueza os seus fios de cabelo, sentindo um calor imenso me invadir.

Mais um suspiro saiu de minha boca assim que senti minha pele ser sugada, logo soltei um resmungo baixo.

Com ajuda dos meus pés, eu retirei aquelas galochas após uma certa dificuldade, ajeitando-me melhor na cama em seguida.

Jimin adentrou a sua mão em minha camisa, fazendo com que minha pele se arrepiasse por inteira.

A minha peça de roupa foi retirada rapidamente pelo outro, e mais beijos foram espalhados pelo meu torso agora nu.

Eu me encontrava em uma completa bagunça de sentimentos; nem acreditava no que estava acontecendo, tudo parecia se passar como um pequeno flash.

Sem perceber, agora eu me encontrava sobre o colo do ruivo, este que havia se sentado e encostado na cabeceira da cama. Nós nos beijávamos intensamente, e meu corpo era agarrado com desejo, o que me deixava cada vez mais quente.

Nossas roupas foram tiradas com pressa, mas também com cuidado. Não sei quanto tempo tudo aquilo durou, só sei que cada momento ali fazia o meu coração disparar e um som de prazer sair de minha boca.

Jimin parecia saber bem o que fazer. Eu sentia que ele se encaixava perfeitamente em mim. As únicas coisas possíveis a serem ouvidas naquele momento eram as nossas respirações ofegantes; nossos corpos se chocando contra o outro, e o pequeno relógio do quarto que indicava que havia dado meia-noite.

Tudo que se passava em minha mente era que eu lembraria daquela noite para sempre.

[…]

Apertei os meus olhos aos bocejar e me sentar. Eu havia aproveitado a cama para tirar um cochilo, estava cansado e um pouco dolorido.

Sentei-me sobre o colchão e franzi o cenho ao olhar para os lados e não avisar Jimin no quarto. Ele saiu?

Por quanto tempo eu dormi?

Levantei-me e peguei as minhas roupas de qualquer jeito, notando que as da fantasia do Park ainda se encontravam ali.

Estranho.

Olhei para o relógio pendurado na parede do quarto e o mesmo marcava uma da manhã. A música lá embaixo ainda rolava alta, mesmo eu tendo certeza que a maioria das pessoas se encontravam ou bêbadas ou transando por aí.

Vesti-me rapidamente e caminhei até a porta do quarto, abrindo a mesma. Deparei-me com algumas pessoas sentadas e deitadas no corredor, o que me fez suspirar.

Jimin realmente sumiu? Ele deve ter ido embora…

Por que é que me sinto tão… magoado?

Eu devia ter imaginado que isso aconteceria.

— Yoongi!

Franzi o cenho e olhei para trás, vendo Jungkook se aproximar rapidamente de mim.

— Oi… Pensei que tivesse ido embora. — Coloco as minhas mãos nos bolsos da calça. — Cadê o Taehyung?

— Está procurando por você! — Segurou os meus ombros. — Você 'tá bem?!

Pisquei algumas vezes e franzi o cenho.

— Por que eu não estaria? — resolvi perguntar.

— Onde estava?! Eu te liguei, por que não me atendeu?! — Analisava-me com preocupação, como se estivesse faltando alguma parte do meu corpo.

— Dá pra você me falar o que aconteceu?! — Franzo o cenho.

Jungkook me encarou e respirou fundo, afastando-se e cruzando os braços.

— Yoon, você… — Pigarreia. — Se lembra de quando minha avó explicou aquele negócio de auras?

Arqueei a sobrancelha e pensei um pouco.

A avó de Jungkook agora se encontrava sentada à mesa, encarando a mim e ao moreno.

— Jungkook, se lembra que disse para mim um dia desses que você conseguia enxergar luzes coloridas em volta das pessoas? — a mais velha perguntou, vendo o menor assentir. — Essas luzes se chamam auras, querido. Elas estão presentes em todos nós — explica. — Pessoas com almas não corrompidas possuem auras de cores claras. — Sorriu. — Já as pessoas ruins, têm as suas auras de cores escuras.

Jungkook assentiu e eu o encarei, ainda processando tudo aquilo.

— Quando pessoas morrem e viram fantasmas, ainda se é possível notar as suas auras, elas não vão sumir, porém ficarão com cores mais vibrantes pelo corpo todo, também aderindo cheiros diferentes e específicos. — Gesticulou. — No Halloween, o tecido celestial que separa o mundo dos vivos e dos mortos fica mais fraco, possibilitando os fantasmas de andarem entre os vivos, os tocarem e até mesmo conversarem. Por isso, preste bem atenção na aura de todos nesse dia.

— M-Mas vovó… — Juntou as sobrancelhas. — E se me fizerem mal…?

— Não sinta medo, pequeno. Depois da meia-noite, todos os fantasmas são obrigados a voltarem para seu mundo, então apenas só tome cuidado ao sair de casa.

— Hm. — Assinto com a cabeça. — 'Tá, o que tem isso?

Dei de ombros e encarei o moreno em minha frente.

— Yoon, naquela hora… — Morde o lábio inferior. — Quando você estava indo para as escadas com um cara…

— O Jimin? — pergunto. — O que tem ele?

O Jeon suspirou e coçou a nuca.

— A aura dele era diferente, Yoongi.

— Hm? — Pisco algumas vezes. — Como… como assim?

— Esse tal de Jimin… Ele é um fantasma, Yoon.

Arregalei os meus olhos e senti meu coração erra as batidas.

— Quando eu vi vocês juntos, eu tentei ir atrás de você, mas o Taehyung me impediu e disse que eu iria te atrapalhar. — Coça a nuca. — Eu não podia dizer por que é que estava indo lá sem entregar o jogo 'pra ele, ou sem parecer um lunático. — Gesticula as mãos. — Eu tentei te ligar depois, mas você não me atendeu.

Eu ouvia o outro com atenção, assentindo com a cabeça lentamente, enquanto ainda tentava processar.

Então, isso significa que passei a minha noite toda ao lado de algo que sempre temi? Que eu me diverti como nunca com um espírito? Que eu me encantei por um fantasma?

Eu tive a melhor noite da minha vida com alguém que talvez só poderei ver de novo no próximo Halloween?

Minha vida inteira, vivi com medo dessas coisas de espíritos, almas penadas e até mesmo do Gasparzinho, mas o Park fez eu me encantar por ele em uma só noite.

Estou completamente perdido. Como isso aconteceu? Justo comigo?

Não sabia se a minha vontade era de gritar, correr ou até mesmo só ficar parado ali olhando para o nada.

Estranhamente, a única coisa que se passava na minha cabeça naquele instante era:

Quando o veria de novo?

Sim, eu tinha todos os motivos para estar bravo ou assustado, mas tudo que eu sentia era um aperto no peito e até mesmo um vazio.

O engraçado é que o mais louco dessa situação toda não foi o fato de eu transar ou beijar um fantasma, e sim que:

Eu estava possivelmente apaixonado por ele.

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Notas Finais: Well well well, tô aqui de novo.

Vou contar que sou uma novata no 2Min, mas minhas experiências por aqui tem sido bem divertidas. Espero fazer parte do projeto por um longo tempo.

Enfim, pimpolhos! Obrigada por lerem tudo isso, até a próxima.

29 de Outubro de 2021 às 21:54 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

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