parkemmoya Raven C. Fox

Midoriya e Ochaco, dois sobrenomes extremamente conhecidos e respeitados no Japão, dois dos maiores impérios econômicos que o mundo já viu, com mais coisas em comum além do poder: o casamento arranjado de seus herdeiros. Izuku e Uraraka, noivos contra sua vontade desde que tinham 5 anos, quando o contrato foi assinado, quando nenhum deles era responsável por si mesmos, o poder de escolher foi tirado de suas mãos. Era algo que podia facilmente causar um ódio entre eles, mas, ao contrário, criou uma amizade forte e duradoura, passavam pela mesma coisa, afinal, ninguém os entenderia melhor que eles mesmos. Mas quem pensou que eles simplesmente aceitariam essa situação, estava profundamente enganado. Os dois tinham um plano para sair dessa e ele envolvia os líderes das maiores gangues do país. Afinal, o show só acaba quando se fecha a cortina. "Eu vi o diabo. Sim, eu o conheci ontem à noite. Conversamos. Sim, acho que ele está bem. Parecia meio engraçado. Sim, ele é meio que meu tipo."


Fanfiction Anime/Mangá Para maiores de 18 apenas.

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Capítulo 01

Chegara, o dia que Midoriya temia e esperava ao mesmo tempo, finalmente havia chegado. Passara meses sonhando com aquele dia, com aquele momento e, esperando dar o horário em um quarto separado apenas para isso, ele se encontrava ansioso e a adrenalina corria em suas veias sem controle, esperando pelo momento que eles chegariam para finalmente tirá-los daquele inferno.


🍀


Um ano e alguns meses antes


Mais uma vez se encontravam naquela sala de reunião cheia de pessoas que não importavam, mais uma vez contando os minutos para sair daquele lugar, Midoriya e Uraraka trocaram um olhar entediado, tentando tirar forças um do outro para aguentar aquela situação. Quando a extensa negociação finalmente terminou, Izuku se encontrava à beira de cair no sono.


― Izuku, se sente direito, já está acabando. ― Sentiu um cutucão forte ser depositado em sua cintura e sua mãe o olhar em repreensão. Revirou os olhos internamente, todas as vezes era a mesma coisa.


― Bom, dessa forma finalizamos nossa reunião. Obrigado pela presença de todos ― seu pai falou, fazendo Midoriya agradecer aos céus por finalmente poder sair daquele lugar.


Ele e Ochaco saíram da sala logo atrás de seus pais, ao que parecia, ainda havia assuntos para serem tratados entre as duas famílias. A vontade de Midoriya era simplesmente sumir, ele não aguentava mais seus pais buzinando em seu ouvido sobre como seu casamento era importante ou como isso era seu dever. Mas não havia nada que ele pudesse fazer, seus pais não se importavam com sua vontade.


Reunidos em uma mesa em um restaurante chique, Midoriya remexia a comida em seu prato, totalmente entediado, esperando que seus pais terminassem de resolver sua vida sem seu consentimento, mantendo a pose de bom moço e bom herdeiro que era cobrada dele desde sempre.


― O final do ano que vem está bom para vocês? ― Inko indagou com seriedade, parecia que o contrato assinado há anos atrás finalmente seria cumprido, Midoriya suspirou só de pensar em perder o pouco de liberdade que tinha, ficando preso às amarras de uma empresa que não queria.


― Está ótimo, tempo o suficiente para tornar um relacionamento crível para a grande massa e para planejar também ― Sr. Ochaco respondeu, acenando positivamente com a cabeça.


― Certo, vamos começar a soltar algumas pistas para os paparazzis, isso vai criar algum burburinho. Mês que vem nós confirmamos o relacionamento ― Sra. Ochaco avisou. Ela era a responsável pelo “marketing” daquele negócio, trabalhando como editora chefe na maior emissora do país, tinha contatos mais que o suficiente para tal.


― Tia, o Izu pode sair comigo hoje a noite? ― Uraraka perguntou com um falso sorriso meigo, sustentando a imagem de boa moça que sempre carregou perto de seus pais. Apesar de estarem na mesma situação, a Ochaco tinha um pouco mais de liberdade que o esverdeado, tendo o direito de sair quando queria, privilégio esse que, mesmo que tivesse brigado por ele, Midoriya nunca conseguiu, estava sempre acompanhado por algum segurança ou alguém diretamente ligado aos pais. Era a parte que mais invejava da vida da amiga, já que, fora isso, os dois sofriam com a mesma coisa.


― Claro que pode, querida, vocês vão casar, devem ficar próximos ― Inko respondeu, sorrindo ao ver que seus planos corriam melhor que o esperado. ― Nem precisam voltar para casa hoje.


Midoriya revirou os olhos disfarçadamente ao perceber o tom e o sorriso levemente malicioso. Seus pais nem imaginavam do que ele realmente gostava. Para ele, não havia nada melhor do que uma boa rola para sentar. Também não entendia o que exatamente Uraraka queria fazer, a única coisa que a amiga revelou, era que ele precisava conhecer um lugar, nada além disso. Izuku estava curioso, não tiveram muito tempo para falar sobre o assunto.


Quando o tal jantar finalmente terminou, Uraraka e Midoriya saíram juntos após se despedirem de seus pais. Uraraka dirigia o próprio carro com Izuku no banco do carona e uma expressão entediada.


― Pra qual loucura sua você vai me arrastar dessa vez? ― perguntou realmente curioso. Havia algum tempo que não se aventuravam juntos.


― Uma boate. A gente vai para uma boate, quero que conheça minha namorada ― Uraraka respondeu, causando um olhar de surpresa em Midoriya.


― Sua puta! Como assim você começou a namorar e não me contou? ― indagou indignado. Ochaco sabia de cada passo de sua vida, como ela poderia não contar que estava namorando? Uraraka revirou os olhos.


― Sem drama, a gente só tava ficando até semana passada, o namoro começou agora, você é o primeiro a saber.


― Claro que eu sou o primeiro, vai contar pra quem mais? Seus pais? Você mal ia fechar a boca e já ia ser expulsa de casa ― zombou.


― Eu sei, você tá na mesma ― Uraraka comentou, também com um tom zombeteiro. ― Inclusive, eu trouxe roupa pra gente. Essas roupas sociais são tão sem graça.


― Eu sei, é uma desgraça. Espero que tenha escolhido uma roupa que me deixe gostoso. Faz um tempão que eu tô na seca ― Izuku reclamou, mesmo sabendo que a amiga provavelmente tinha escolhido uma roupa melhor do que se ele mesmo tivesse escolhido.


― Meu filho, você é gostoso só de respirar, aquieta esse cu ― Uraraka comentou, revirando os olhos.


― Obrigado por aumentar a minha autoestima que já não é pequena. ― Ambos riram, era uma verdade absoluta.


― Vamos parar naquele posto de gasolina para nos trocar, eu também tenho que ficar gostosa para minha mulher.


Os dois pagaram uma boa quantia de dinheiro ao cara do caixa para usarem o banheiro sem serem interrompidos, o moço simplesmente olhou para eles com um olhar malicioso e concordou. Nenhum dos dois se importou com o tipo de pensamento que um desconhecido teria sobre eles, se quisesse pensar que estariam fodendo, que assim fosse.


Uraraka, então, foi até o carro e pegou a mochila onde guardou as roupas para eles se arrumarem. Os dois não demoraram a se vestir e, quando terminou, Midoriya teve que admitir que ambos eram dois grandes gostosos.


Izuku vestia um cropped preto, acompanhado de uma calça colada e uma jaqueta para completar o visual. Mas o que realmente o deixou abismado, foi a gargantilha combinando, que a Ochaco conseguiu para eles, ficou bem em ambos. Já Uraraka vestia uma calça preta cintura alta, com um cropped vermelho que valorizava suas curvas e combinava com a maquiagem elaborada que fez habilidosamente em pouco tempo. Nela, a gargantilha também tinha seu destaque.


― Izu, a gente vai abalar aquela boate como eles nunca viram ― Uraraka falou, causando um sorriso quase maldoso em Midoriya. Assim, os dois finalmente foram em direção a sua noite de liberdade.


🍀


As lembranças passavam por Izuku a cada minuto que ficava esperando naquele quarto desnecessariamente grande. Ele andava de um lado para o outro sem conseguir controlar o próprio nervosismo, a ansiedade era demais para si e sabia que Uraraka estava igual ou pior que ele. Cada passo daquele dia fora meramente calculado por eles e por seus pais, porém, os dois lados tinham planos totalmente diferentes. Cabia ao destino decidir qual seria o vencedor. Ainda estava se movendo quando sua mãe entrou no quarto, fazendo com que ele tivesse que colocar sua máscara de falsa alegria novamente.


― Izuku, querido, parece que o dia tão esperado finalmente chegou ― falou com um sorriso que Midoriya retribuiu, usando toda a habilidade de atuação que havia lapidado durante anos. ― É um dia glorioso para o mundo dos negócios e para a sua vida. Não estrague tudo.


― Não se preocupe, mamãe, eu não vou. ― Ah, se ela soubesse o que ele vinha planejando, mas sem problemas, todos eles logo descobririam.


― É o que eu espero. Esse foi o dia que esperamos por muitos anos, não envergonhe o nome da família ― Sr. Midoriya avisou ao entrar no quarto com passos firmes.


Izuku apenas sorriu de forma inocente, escondendo o lobo sob a pele de cordeiro. Ele não via a hora de explodir aquele lugar.


🍀


― Izu. Tem uma coisa que eu ainda não te contei e você precisa saber antes de conhecer a Tsuyu, se, depois do que eu te contar, você quiser ir embora, eu te levo, não vou te enfiar nisso, eu sei o quanto é perigoso. ― Midoriya ficou alerta pelo tom sério da amiga, a conhecia bem demais, se ela, que já passou por poucas e boas ao lado dele, estava dizendo aquilo, era porque o assunto realmente tinha importância. ― A Tsuyu-chan… ― Hesitou. ― É a hacker dos The Devil’s.


Midoriya arregalou os olhos em descrença, sem conseguir acreditar no que ouviu. “Como caralhos, ela começou a namorar a hacker da maior gangue do país?”, era o que pensava, em meio a diversas outras dúvidas. O carro estava parado no estacionamento da boate e Izuku passou muitos minutos calado, minutos demais para a sanidade de Ochaco que temia a reação do amigo. Ela namorava uma gangster, era um baque para qualquer um.


― Ela te faz feliz? ― Midoriya finalmente perguntou em voz baixa.


― Mais do que eu jamais imaginei que eu fosse ser um dia ― respondeu com sinceridade.


― Então, vamos, eu quero conhecer ― falou com firmeza, surpreendendo a amiga que já se preparava para levá-lo de volta para casa.


― M-mas você não tem medo? Quer dizer, é uma gangue e-e pode ser perigoso, não quero que se sinta pressionado por mim.


― Pelo amor, Uraraka, eu tô com o cu na mão, mas eu sei que você não me colocaria em perigo, eu confio em você. Agora vamos, eu quero arrumar uma boca pra beijar depois de segurar um pouco de vela pra vocês.


Com aquilo, os dois saíram do carro e uma menina baixa e fofa de cabelos tão verdes quanto os dele, foi ao encontro de ambos. Cumprimentou Uraraka com um selinho e Midoriya com um sorriso, que foi prontamente correspondido.


― Oi, amor! Oi, futuro marido do meu amor ― falou, com um tom brincalhão.


― Izu, essa é a Asui, minha namorada. Tsuyu, esse é o Midoriya, meu melhor amigo ― Uraraka apresentou.


― Parece que você realmente tem uma queda por pessoas de cabelo verde, né? ― comentou com a amiga, causando um sorriso nas duas. ― Prazer. Só para avisar. Você pode ser uma gangster, mas se machucar a minha noiva, eu te caço até no inferno ― brincou.


― Não vai ser preciso, vou cuidar muito bem dela ― Tsuyu respondeu, erguendo as mãos em rendição com um sorriso. ― Agora, vamos entrar, porque eu quero encher o cu de cachaça.


Com isso, os três entraram na boate sem dificuldades por Asui estar com eles. Ao que parecia, ela estava alta na hierarquia de poder dos The Devil’s. “Isso vai ser interessante.”, Midoriya pensava enquanto entrava na boate, chamando a atenção de algumas pessoas que demonstravam interesse pelo esverdeado. Midoriya apenas ignorava e seguia sua amiga até alguns lugares vazios no bar.


― Como você reagiu quando ela te contou? ― Tsuyu indagou curiosa enquanto Uraraka pedia bebida apenas para os dois, já que ela estava dirigindo.


― Eu fiquei calado por um tempo sem saber o que dizer. Minha melhor amiga tá namorando uma gangster. Não acho que tenha entendido ainda, o que isso representa ― Midoriya respondeu dando de ombros.


― Olha, eu não vou mentir para você, seria bem mais difícil se eu fosse qualquer outra coisa, mas, sendo a hacker, minha identidade fica protegida e quase ninguém sabe quem eu realmente sou. Então vou te deixar avisado, poucas pessoas sabem meu nome e minha aparência e, tanto eu quanto o chefe, preferimos que continue assim, não podemos garantir sua segurança se a informação vazar. O chefe tá ciente que você sabe quem eu sou, se, por um acaso, acabar vazando, ele vai desconfiar de você e eu te garanto que não vai ser legal. ― Asui parecia realmente querer dar um aviso, não uma ameaça.


― Não se preocupe, eu não tenho porque vazar isso, fica entre nós dois. ― Acenou com a cabeça para Uraraka. ― Se um de nós puder ter a chance de ser feliz, eu não vou estragar.


― Você é um bom amigo, Midoriya-chan ― Tsuyu falou, causando um sorriso em Izuku pelo apelido.


Quando Uraraka retornou com as bebidas em mãos, os dois já estavam absortos em uma conversa aleatória.


🍀


Os três dançavam animados, mas nenhum bêbado. Uraraka não podia beber porque estava dirigindo e Midoriya e Asui tinham boa resistência ao álcool, dando-lhes a oportunidade de aproveitar o momento sóbrios. Mas tudo que é bom tem data de validade. A paz acabou quando diversas pessoas mascaradas invadiram a boate armados e atirando para cima.


― SE ABAIXEM! ― Tsuyu ordenou tirando uma arma de um compartimento embaixo de uma mesa próxima a eles. Com uma postura impecável, a esverdeada atirava nos invasores sem dó, enquanto as pessoas que apenas aproveitavam a festa manifestavam o pânico de diversas formas. Alguns choravam, outros gritavam histericamente, outros simplesmente não reagiam, paralisados pelo medo. Midoriya e Uraraka se encontravam de mãos dadas embaixo da mesa, tentando se proteger das balas que estalavam pelo lugar. Aos poucos, outras pessoas se juntavam a Asui, aumentando o som de tiros que ecoava no local. Izuku puxou Ochaco para seu peito em um abraço protetor. Quem se importava se ele morresse? Não teria ninguém para chorar por ele de qualquer forma. Mas com Uraraka era diferente, agora ela tinha Asui, ela merecia viver mais que ele, a morte dele causaria menos dor, era o que pensava, tentando a todo custo manter a amiga longe do perigo. Ele se preparou mentalmente para morrer ali, mas quando sentiu a bala passar em seu braço, descobriu que não estava pronto.


Mais e mais pessoas apareciam para ajudar Asui que, mesmo preocupada com Midoriya, não podia se dar ao luxo de parar de atirar, ou seus amigos se tornariam o alvo, já que eram os mais próximos da porta de entrada. Com lágrimas banhando seus olhos, Uraraka tentava desesperadamente parar o sangramento no braço de Izuku, enquanto observava o mesmo respirar entrecortado, tentando aguentar a dor que dilacerava seu membro.


― QUE CARALHO TÁ ACONTECENDO AQUI? ― perguntou aos gritos, um homem loiro que entrara atirando com ainda mais precisão que Tsuyu.


― EU NÃO SEI, KATSUKI! INVADIRAM A BOATE. NÃO SABEMOS PORQUE, NEM QUEM FOI O MANDANTE.― respondeu um homem de cabelos vermelhos que também atirava.


― ENTÃO VÃO DESCOBRIR! ― ordenou com a voz firme que prometia mortes. ― VOCÊ, CONSEGUE ANDAR?


Midoriya assentiu.


― EIJIRO. ESCOLTA OS TRÊS PRO MEU APARTAMENTO, O RESTO DO PESSOAL VAI CHEGAR E NÃO VAI SER BONITO. NÃO PODEMOS NOS DAR AO LUXO DE PERDER A NOSSA HACKER.


Assim como foi ordenado, Kirishima pegou os três e saiu da boate, atirando em qualquer um que ousasse ficar no caminho deles. Midoriya cerrava os dentes com força, para aguentar a dor que se alastrava por seu o braço.


― Aguenta, a gente já vai chegar em um carro ― Eijiro sussurrou em seu ouvido com uma voz firme, para passar confiança. Os quatro corriam da forma que podiam, tentando escapar das balas perdidas, uma pessoa baleada já era problemático o suficiente.


Quando finalmente chegaram ao lado de fora da boate, depois de passar por uma porta escondida no bar, Kirishima os conduziu até um carro preto, apressando-os para que saíssem antes de serem seguidos. Só estariam seguros quando chegassem ao apartamento altamente vigiado de Katsuki.


― A gente tem que levar ele pra um hospital ― Uraraka falou com um Izuku quase inconsciente de dor, se apoiando em seu ombro.


― Não dá. Como a gente vai explicar uma pessoa baleada? ― Kirishima indagou, acelerando o carro. ― A gente que vai ter que dar um jeito nisso.


― Eu não devia ter te trazido, Izu, você foi baleado por minha causa, a culpa é minha ― Uraraka falava enquanto chorava, causando um aperto no coração de Asui, que observava a situação também se sentindo culpada.


― Não é culpa sua. Você me deu escolha, quem entrou fui eu ― Midoriya retrucou com a voz forçada pela dor.


Kirishima olhou pelo espelho, vendo Izuku deitado contra Uraraka, enquanto Asui permanecia alerta para possíveis ataques.


― A gente vai dar um jeito, a gente sempre deu ― Midoriya falou, tentando dar um sorriso encorajador que se tornou uma careta pela pontada de dor que sentiu quando Kirishima fez uma curva.


― Desculpa, mas a gente tem que correr. Se te conforta, a gente já fez isso mais vezes do que você pode contar ― Kirishima disse com um pequeno sorriso para ele.


― Confortar não conforta, mas é melhor que nada ― Izuku retrucou, causando uma pequena risada em Eijiro.


Ao chegarem ao prédio, os portões não demoraram a ser abertos. Kirishima estacionou o carro de qualquer jeito e ajudou Midoriya a entrar no apartamento.


― Quem vai cuidar dele? ― Uraraka perguntou apreensiva.


― Eu e um amigo tá vindo pra ajudar ― Eijiro respondeu, abrindo a porta para eles passarem. ― Asui, pega o kit de primeiros socorros no banheiro, a gente vai ter que se virar com o que tiver.


― E você entende de medicina? ― Uraraka indagou ansiosa.


― Olha, moça, eu já fiz isso várias vezes, em pessoas que levaram tiros piores que esse, eu sei o que eu tô fazendo, por mais que não pareça.


― Ura, relaxa, foi de raspão, deve ser só limpar e ficar de olho ― Midoriya falou entre suspiros de dor.


― Teu cu que eu vou relaxar, você levou um tiro, quem liga se foi de raspão? Ainda é um tiro ― retrucou a Ochaco.


― Não foi profundo, você vai ficar bem ― Kirishima avisou com um pequeno sorriso. ― Tsuyu, entra nas câmeras da boate, eu preciso ver se o Katsuki precisa de reforço.


Mesmo preocupada, Asui foi fazer o que lhe foi pedido, não estava ajudando em nada ficando ali. Levou Uraraka com ela, sabia que a garota ficaria ainda mais agoniada se visse o amigo sofrendo com a ardência, enquanto Kirishima limpava a ferida.


― Vai arder ― Eijiro avisou, começando a limpar, fazendo Midoriya cerrar os dentes.


Passaram cerca de 10 minutos naquela situação, Kirishima tentava ser o mais gentil possível, mas ainda era doloroso para o pobre Izuku. Quando finalmente acabaram e Midoriya teve seu ferimento enfaixado, não levou nem 20 minutos para que ele acabasse dormindo.


🍀


Quando Midoriya acordou, ele não reconheceu o lugar em que estava, sentindo uma pontada no braço quando foi levantá-lo para coçar o olho, fez uma careta. Ao olhar ao redor, percebeu que já não estava na sala. O quarto em que estava era grande e completamente em cores neutras. Não vestia as mesmas roupas também, trajava uma calça moletom e uma camiseta folgada.


― Então, você finalmente acordou ― disse uma voz ao entrar no quarto, chamando a atenção de Midoriya. Levou apenas alguns segundos para lembrar que ele era o cara que a Tsuyu chamou de chefe, era o líder da The Devil’s. ― Como tá o braço?


― Não dói tanto quanto doía antes ― respondeu com a voz baixa, estava na presença do líder da gangue mais forte do país, mas, por algum motivo, não sentia tanto medo quanto provavelmente deveria.


― Vem, tem café pronto pra você ― falou o loiro, com a voz irritada de sempre.


― Cadê a Uraraka e a Asui? ― Midoriya indagou preocupado.


― Asui está cuidando de uns assuntos pra mim e sua amiga foi com ela, não se preocupe, você tá mais seguro aqui do que pode imaginar ― respondeu, guiando Izuku até a cozinha.


Midoriya o encarava com curiosidade, algo nele lhe parecia familiar, mas não conseguia dizer o que exatamente.


― O que você tanto encara? ― o loiro indagou já incomodado.


― Você me parece familiar ― Midoriya comentou, então os dois finalmente chegaram à cozinha.


― Come. Daqui a pouco o Kaminari vem aqui para trocar esse curativo ― falou se sentando na mesa, seguido de Izuku.


Midoriya continuava a encarar enquanto comia, tentando lembrar de onde parecia conhecer aquela pessoa. Até que lembrou dos acontecimentos do dia anterior. O tal Eijiro chamara o loiro de Katsuki, por conta da confusão e do desespero, Izuku não ligou o nome à pessoa, estava mais preocupado em estancar o sangue do próprio braço.


― Kacchan? ― chamou com um tom hesitante. Katsuki o olhou assustado pelo apelido que não ouvia há tantos anos. Os olhos vermelhos transmitiram diversos sentimentos, não esperava ouvir aquele apelido novamente, mas se sentia grato por ter a chance.


― Deku? ― falou em dúvida, mas, ao ver o sorriso se abrir no rosto do esverdeado, ele teve certeza, a pessoa que procurou por tantos anos, estava ali.


🍀


Midoriya sorriu ao lembrar da forma que se reencontraram.

22 de Outubro de 2021 às 14:02 0 Denunciar Insira Seguir história
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