2minpjct 2Min Pjct

Não eram raros os casos em que um homem gay se casava com uma mulher por pressão familiar e medo da rejeição social. Esse era o caso de Min Yoongi, que se casou com a mesma garota com quem namorou no fim do ensino médio e, mesmo após o mesmo se descobrir homossexual, permaneceram casados por muitos anos. Tinham uma linda filha juntos, esta que ficou sob a guarda da mãe após o divórcio, quando Yoongi decidiu de uma vez por todas que iria sair do armário. A vida de pai solteiro era tranquila e, apesar dos julgamentos, ele e a filha tinham uma ótima relação. Entretanto, depois da chegada de Park Jimin (seu possível futuro namorado) em sua vida, Yoongi nota que talvez a sua filha não estivesse lidando tão bem com a separação quanto ele imaginava.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

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Para eu me sentir inteiro

Escrito por: @sassypotatoss

Notas Iniciais: Olá, bem-vindes à minha segunda fic pro 2min!!! Primeiramente, queria dizer que se não fosse pela ajuda da Vic (@MissTaeKo/@MissTaeKo) e da Nonoh (minie_swag/ minie_swag), essa fanfic nunca teria dado certo. Essas duas salvaram minha vida JNBFVNJCBV então deixo aqui meu agradecimento para as duas por ouvirem meus surtos e me ajudarem em um momento difícil :)

Obrigada também à @busanjimin/@xbusanjimin pela capa perfeita (surtei bastante no zap) e à linda da Tâmara (@2minym/@2minym) pela betagem!!!
Boa leitura!


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Há quem diga que dinheiro não compra felicidade.


Pelo menos em questão financeira, Min Yoongi podia dizer tranquilamente que tinha uma ótima condição de vida. Depois de muitos anos dedicando-se ao estudo e graças ao seu pai que já tinha certa influência na área que pretendia seguir, ele conseguiu uma ótima oportunidade por meio de indicação logo no início de sua carreira.

Começou por baixo, como um auxiliar administrativo qualquer, mas não demorou até que recebesse uma promoção. E outra após essa. Mais uma, mais outra e assim sucessivamente, de forma que não demorou até que chegasse ao topo da empresa em ascensão, na função de diretor financeiro.

E exercia muito bem o seu trabalho, tanto que, após tomar o cargo, as ações da empresa simplesmente dispararam em questão de semanas. Não era de se estranhar que não lhe faltavam elogios de seus superiores, estes que tratavam Yoongi como uma salvação, um milagroso jovem que foi empregado com a mente ainda fresca da faculdade e não pensava duas vezes antes de pôr seus planos em prática.

Yoongi não gostava de se gabar, mas precisava admitir que sim, tinha total conhecimento de seu impacto.

Começou jovem com um cargo comum e então, anos mais tarde, tornou-se CFO. Uma figura importante, respeitada e confiante até demais, que nunca faltava com a responsabilidade e que sempre era alvo de olhares de admiração. Em alguns casos, até de inveja.

Não gostava de pensar que tinha o ego inflado, até porque sabia que grande parte de seu sucesso devia ao seu falecido pai, aquele que lhe encorajou nos estudos e lhe deu o pontapé inicial, mesmo que tivesse sido meio a contragosto. Contudo, não significava que era um ingrato: sempre reconhecia aquele fato, mas nunca deixando de reconhecer o próprio esforço.

Também não era muito de guardar mágoas. Apesar disso, no fundo sabia que faria de tudo para reencontrar o professor que o esnobou no ensino fundamental quando errou um cálculo matemático simples. Às vezes, se perguntava se o velhote ainda estava vivo e, caso estivesse, o que pensaria se visse onde ele tinha chegado.

Ser um executivo era uma função cansativa, considerando que além disso, Min Yoongi também era pai solteiro. Ele amava sua filha mais que tudo na vida e fazia tudo que estava ao seu alcance pelo bem da garota. Mesmo que Yoongi pessoalmente não achasse muito agradável chegar morto de cansaço do trabalho e ser praticamente obrigado a tomar chá imaginário em um copo cor de rosa ao participar da brincadeira de casinha, mas ver a felicidade de Haru era tudo que queria, então fazia do mesmo jeito.

De qualquer forma, dinheiro não era exatamente o alvo de sua preocupação. No momento, a coisa que estava mesmo trazendo problemas para o executivo era o seu estado emocional. Estava estressado, esgotado, farto da monotonicidade que se instalou em sua vida sem que percebesse.

Além de felicidade, havia mais uma coisa que o dinheiro, muitas das vezes também não podia comprar: um pouco de paz.

Talvez fosse por isso que, naquela noite de sexta, ele estivesse naquele barzinho barato logo após seu expediente, escutando uma música enjoada que, por algum motivo, animava os jovens — que mal pareciam ter idade para estar ali — e os levavam a dançar no meio do estabelecimento. Estava em busca de algo para distraí-lo do fato de que, mesmo tendo praticamente tudo que queria bem na palma da mão, estava no caminho para se tornar um velho frustrado e rabugento igual ao seu pai. Ele definitivamente não queria deixar aquilo acontecer.

E talvez também fosse por causa disso que não recuou ou se afastou quando um homem desconhecido e quase do seu tamanho ocupou a cadeira à sua frente. Simplesmente sentou-se como se já fosse um amigo íntimo, chamando a atenção de Yoongi, que olhou em sua direção com uma feição confusa. Ele tinha um sorriso galanteador nos lábios, o rosto jovem tinha um ar leve e descontraído, mas mesmo assim confiante.

— Oi. Deixa eu te perguntar, você está esperando alguém?

Yoongi suspirou devagar, analisando o rapaz à sua frente que parecia nem ter pensado duas vezes antes de abordá-lo. Ele tinha os cabelos tingidos de loiro — coisa que era óbvia por causa da pequena raiz escura no topo de sua cabeça, mas que mesmo assim combinava bastante consigo — arrumados em um topete penteado para trás, exibindo o undercut tingido da mesma cor. O homem vestia roupas de marca, bem coloridas e também usava um gloss brilhante nos lábios, que eram bem cheinhos.

Lindo. Inquestionavelmente.

— Não, estou sozinho.

O rapaz esboçou uma feição surpresa, como se não acreditasse. — Como assim, sozinho?

— Perdão? — perguntou de volta, sem entender.

— Você, bonito desse jeito, está sozinho aqui? — O homem sorriu — Que sorte a minha.

Pela primeira vez em anos, Yoongi sentiu borboletas no estômago. Já fazia tanto tempo que ele até confundiu com um mal-estar, pensou que estivesse com caganeira.

Na verdade, estava se odiando por ter sido afetado por uma cantada fajuta vinda de um cara que provavelmente era só mais um galanteador barato. Talvez não fosse o caso, mas Yoongi realmente não estava com paciência para lidar com mais um problema na sua vida. Por isso, por mais charmoso que fosse, tentou logo cortar aquele papinho.

— Você está tentando me paquerar, moleque?

Opa. Não. Moleque, não. Ele pretendia fazer uma pergunta simples para saber a intenção do outro de forma mais direta, só um sustinho. Yoongi só percebeu que soou um pouco mais rude do que planejava quando o homem franziu o cenho, confuso, mas sem tirar o sorriso dos lábios.

— Moleque? Você… Não, desculpe. O senhor se acha tão mais velho que eu assim? — questionou em um tom mais brincalhão.

— Bem… Na verdade, sim. Provavelmente.

O loiro riu, ainda meio sem acreditar naquilo. Pensou que fosse um jeito diferente de flertar, coisa que não era exatamente desagradável se visse pelo lado de que, pelo menos, não tinha levado um fora ainda. O que ele não sabia era que, na verdade, o homem à sua frente estava começando a entrar em desespero, sem saber como agir simplesmente porque aquilo não lhe acontecia há anos.

Min Yoongi era um homem divorciado. Gay. Inconvenientemente, não descobriu isso em sua adolescência, coisa que geralmente acontecia com jovens à flor da idade, sempre com toda aquela adrenalina para experimentar coisas novas no processo da autodescoberta. A sua família era extremamente conservadora e religiosa, motivo pelo qual ele nunca se sentiu exatamente à vontade para explorar seus próprios gostos ou mesmo a sua sexualidade; em outras palavras, ele passou boa parte de sua vida acreditando que era hétero porque essa era meio que a sua única opção.

Aquela ideia errada que tinha sobre o amor e relacionamentos o fazia pensar que deveria arranjar uma namorada, se casar, ter filhos. Foi justamente o que aconteceu: começou a namorar com uma garota ainda no ensino médio, estudaram e cresceram juntos. Formaram-se, casaram-se, tiveram uma linda filha. Yoongi estava seguindo perfeitamente o cronograma que sempre lhe foi passado como o ideal pela sua família, bem como boa parte do seu círculo social. E era exatamente por aquele motivo que ele nunca entendeu o porquê de se sentir tão insatisfeito por todos aqueles anos, constantemente.

Não sabia bem quando ou como aconteceu, mas aconteceu. Aconteceu. Yoongi percebeu que não sentia mais atração pela própria esposa, muito menos por outras mulheres no geral. Mesmo assim, por preocupação com a filha e levemente com medo da reação da família, forçou-se a permanecer no mesmo relacionamento. Sentia como se estivesse enganando a si mesmo e a todos à sua volta, gastando seu tempo, gastando anos de sua vida com algo que claramente não iria funcionar mais. Era uma sensação tão incômoda que, um dia, reconheceu que não conseguia mais viver com aquele peso em suas costas.

Aconteceu quando Haru, sua filha, tinha completado nove anos de idade. O seu divórcio foi o tema principal em vários almoços de família e de diversas conversas fiadas na empresa onde trabalhava, uma vez que ninguém nunca ouviu uma sequer reclamação de Yoongi sobre seu casamento. Por causa da falta de menção de brigas e do fato de que ele ainda estava meio que no armário, aquela ação acabou sendo vista como repentina, ninguém entendeu bem a sua decisão e não era como se ele pudesse explicar com detalhes. Foi um período insuportável, mas pelo menos o peso havia, enfim, sumido.

Ainda assim, não era como se estivesse com a agenda totalmente livre para a chegada de novas pessoas em sua vida. Trabalhava em tempo integral, saía pouco de casa e recebia a filha em casa aos fins de semana, às vezes durante a semana também. Por isso, devido à sua terrível falta de experiência com outras pessoas (principalmente com outros homens), ele estava prestes a ter um piripaque ali mesmo só de encarar aquele loirinho que sorria tanto com os lábios quanto com os olhos, que se comprimiam em uma meia-lua, os pequenos dedinhos brincando com o pingente de seu cordão de uma forma que era estranhamente atraente.

— Posso pelo menos saber o seu nome? Ou também sou moleque demais pra isso? — perguntou. Ele parecia nem fazer esforço para flertar, não precisava daquilo. Era hipnotizante por si só.

— Meu nome é Yoongi. Min Yoongi.

— Eu sou Park Jimin — disse e estendeu a mão para o mais velho, agora com um semblante sério, como se estivesse se apresentando em uma entrevista. Aquele ato descontraído fez Yoongi sorrir um pouco, soltando um arzinho pelo nariz antes de apertar a sua mão. — Olha, finalmente um sorriso, hm? Que bonito.

Yoongi limpou a garganta, de repente nervoso por causa do elogio inesperado. Será que Jimin conseguia sentir o suor na sua mão? Ele realmente esperava que não. — Você não me respondeu.

— Então vou responder a sua pergunta, senhor Yoongi — falou com um tom de voz mais baixo, quase que sensual, enquanto sentia com a sua mão pequena a textura da mão do mais velho. — Sim, estou te paquerando.

— Não é uma boa ideia.

Jimin, que não era besta nem nada, abaixou o olhar rapidamente para a mão de Yoongi que ainda tocava a sua. Ele tinha estendido a mão esquerda para o mais velho de propósito, justamente para analisar a presença ou falta de algo ali.

— Não estou vendo nenhuma aliança. Você disse que está sozinho, não?

— Não é por causa disso.

Qual seria a forma menos assustadora de dizer que ele era péssimo com pessoas e estava tão nervoso que pensava que fosse explodir a cada sorriso que Jimin dava? Yoongi sinceramente não conseguia pensar em nenhuma.

— Estou te deixando desconfortável? Peço perdão se estiver — perguntou mais sério e o mais velho imediatamente balançou a cabeça em negação.

— Não! Digo… Não, que isso, nada disso.

— Então… Qual o problema? — Não conseguiu segurar um sorriso, mas ao notar o silêncio de Yoongi, ele logo engatou outro assunto. — Vamos devagar, senhor Yoongi, não tenho pressa. Qual a sua idade?

— Tenho trinta e quatro anos. — Céus, finalmente algo que ele conseguia responder sem quase gaguejar!

— E está me negando como se tivesse cinquenta. — O loiro riu baixinho, o que fez Yoongi se sentir um pouco constrangido. Estava se arrependendo levemente de ter sido arrogante com Jimin alguns momentos antes. — Pode ficar calmo, tá? Não sou nenhuma criança. Fiz vinte e seis no mês passado.

— Entendo.

Com aquilo, Jimin soltou lentamente a mão dele antes de a erguer um pouco no ar, chamando a atenção de um garçom que logo se aproximou da mesa. Yoongi apenas observou enquanto ele pedia um drink de frutas da forma mais graciosa que já viu, com um sorriso que facilmente conseguiria fazer com que a bebida ficasse por conta da casa se quisesse. Que garoto perigoso, ele pensava. Devia sair usando uma placa vermelha enorme escrito "PERIGO".

Yoongi teve a impressão de ver o garçom quase tropeçar depois de anotar o pedido e partir para a próxima mesa, até meio desnorteado. Depois de alguns momentos em silêncio, foi Jimin quem voltou a falar.

— Você não é de falar muito, né? — perguntou já sabendo da resposta, apoiando a bochecha na palma da mão ao fitar o rosto de Yoongi, chamando novamente a sua atenção. Na verdade, ele não era bem um antissocial, só estava nervoso.

— ... Acho que não.

— Sorte a sua que eu sou tagarela.

Yoongi riu. Vendo aquele sorriso gengival, Jimin percebeu que ele estava ficando um pouco mais confortável para conversar, então apenas continuou.

— Mas não entendi toda a preocupação com a minha idade. Isso é tão importante pra você assim?

— Na verdade, eu te chamei daquilo sem querer. Desculpa, só escapou — explicou, coçando rapidamente a ponta do nariz. Era uma mania que tinha e, quando estava nervoso, fazia sem nem perceber. — Mas você parece sim ser bem mais novo. Um adolescente, quase.

— Pareço? Mesmo? — Jimin ajeitou a postura e passou a mão em seu ombro, por cima da manga verde de sua jaqueta, como se estivesse desamassando. Aquilo fez Yoongi rir mais uma vez. — Bom saber. Você também nem parece ter essa idade.

— Estou bem conservado.

— Eu, hein! Nada disso, que deprê é essa? Você só é bonito, mesmo. Não precisa ter vergonha de admitir isso.

— Ah, vai. Não precisa ficar mentindo só para me seduzir.

— Não estou mentindo para você. — Jimin riu e foi exatamente nessa hora que a sua bebida chegou, sendo colocada delicadamente na mesa pelo mesmo garçom de antes. Bem mais rápido do que normalmente deveria ser e em um copo ligeiramente maior, Yoongi observou. — Muito obrigado. — O loiro agradeceu com um sorriso e o mais velho ficou refletindo seriamente sobre os benefícios de ser um garoto bonito.

— Jimin-ah, por que está conversando justo comigo?

Ao ser chamado daquela forma, ele engasgou um pouco com a bebida, mas tentou não demonstrar. Antes de responder, limpou a garganta. — Não entendi.

— Você entendeu. Tenho certeza que você sabe muito bem que pode conseguir qualquer pessoa daqui com um piscar de olhos. E eu sou só… não sei, mais um cara normal. Não sou chamativo nem nada. Sinceramente, não estou entendendo.

— Eu estava procurando alguém, só isso. Na verdade, eu vim com os meus amigos — Apontou para uma mesa mais afastada, onde Yoongi avistou mais outros dois jovens que pareciam desligados do mundo em volta deles —, mas fiquei de vela. Não aguento isso, sabe? Então, por coincidência vi você aqui sozinho, Yoongi Hyung. Não custava nada tentar uma chance contigo. Mas confesso que até fiquei com um pouco medo, você parece bem inatingível.

— E mesmo assim você quis tentar? Mas… por-

— Porque você é bonito — cortou-o —, eu já disse. E estou gostando de conversar com você, Yoongi, mas desse jeito parece que você está desesperadamente tentando me dar um fora. Você não gosta de homem e está tentando me rejeitar de um jeito educado, é isso?

— Não é isso.

— Bem, já que não estou te deixando desconfortável e já que você gosta, não estou entendendo por que você 'tá tão na defensiva assim. Se estiver de olho em outra pessoa é só me falar que eu saio, e...

— É que eu nunca fiquei com um homem antes.

Caso eles não estivessem no meio de um bar movimentado e com música alta, teria se instalado um silêncio insuportável naquele exato momento. O Min ficou desconfortável, enquanto Jimin apenas ficou perplexo, os dois se encarando.

A boca de Jimin abriu-se minimamente quando ele soltou um suspiro de entendimento, finalmente juntando as peças, sem nem conseguir disfarçar a sua surpresa. Depois, sorriu e tomou mais um gole de sua bebida, sem desviar o olhar.

— Se você quiser, eu posso te ajudar com isso.

O mais velho engasgou com o vento e começou a tossir, pego de surpresa com aquela proposta tão sem-vergonha. Tudo bem que estava tentando fazer Jimin ser mais direto quanto à sua intenção minutos atrás, mas talvez aquilo fosse direto demais.

Jimin não conseguiu segurar uma risada, assistindo o desespero no rosto do outro depois de uma simples frase sugestiva. Enquanto ele ria, Yoongi pensava seriamente que talvez não tivesse mais coração para aguentar aquele tipo de coisa, ainda mais quando se tratava de alguém como Jimin.

— Quer dançar comigo, Yoongi? — questionou depois que o homem se acalmou, em uma tentativa de se aproximar mais dele.

— Não sei.

— Você não curte dançar?

— Não é isso, eu até gosto, mas não tenho muito jeito. Teria que me acabar de beber pra me arriscar ali, naquele monte de gente. Melhor não.

Jimin ergueu seu copo na direção do mais velho, lhe oferecendo um gole de seu drink. Yoongi negou.

— Estou dirigindo, mas obrigado. Essa aqui era sem álcool — explicou-se de prontidão para Jimin, que na mesma hora tinha abaixado o olhar para o copo vazio na mão de Yoongi.

— Ah, vamos… Por favor — insistiu ele. — Eu vou estar com você, vai. Logo agora que começou uma música mais lenta…

Ele ponderou. Aquele olhar suplicante e bochechas infladas eram uma arma poderosa de persuasão, tanto que Yoongi se sentiu até um pouco culpado por não estar com muita vontade. A ideia de dançar uma música lenta com Jimin, com o corpo grudado no seu, era algo que lhe dava calafrios.

Mas aquilo o fez pensar. Por que tinha aparecido ali, em um lugar que obviamente não era do seu feitio, afinal de contas? Foi justamente para descontrair. Contanto que não pensasse muito sobre, era apenas uma dança, que mal lhe faria?

O moreno suspirou. Malditos sejam os homens bonitos e maldito seja ele próprio, que era fraco e caía na lábia.

— Tudo bem, vamos lá um pouquinho.

Dada a sua palavra de confirmação, Jimin virou o drink da forma mais rápida que Yoongi já vira, sem ao menos fazer careta enquanto engolia a bebida. Depois, lhe deu um sorriso angelical. — Vamos, sim.

E assim foram os dois até o meio do bar, Jimin puxando o mais velho pelo braço enquanto misturavam-se com as outras dezenas de pessoas dançando por ali.

Yoongi ainda estava um pouco constrangido, demorou um tempo para se dar conta de que ninguém ali estava sóbrio o bastante para prestar atenção neles e muito menos enxergando com nitidez em meio às luzes coloridas. Em um gesto delicado, o loirinho passou o braço pela sua cintura, aproximando seus corpos.

— Tudo bem, Hyung?

— Acho que sim.

— Não precisa ficar nervoso. Olha, coloca suas mãos em mim, bem aqui — disse em um tom suave, bem próximo do rosto do mais velho para que ele conseguisse escutá-lo, enquanto guiava a mão alheia até a sua cintura e a outra até o seu ombro.

Yoongi não conseguiria entender como se sentiu um pouco mais seguro nos braços de um desconhecido, nem se tentasse, por isso tentou não pensar muito naquilo também. Se fosse para pensar racionalmente, nem ali ele estaria naquela noite. Fez seu melhor para relaxar o corpo, sentindo a música e deixando Jimin controlar os movimentos.

Por outro lado, o loirinho não tinha vergonha nenhuma de olhar no fundo dos olhos felinos, assistindo com atenção enquanto o mais velho se soltava mais na sua presença. Observava de perto os detalhes, os seus cabelos escuros caindo em cima dos olhos, e, quando um flash de luz atingiu rapidamente o seu rosto, as duas pintinhas que tinha ali. Bastou apenas uma olhada para Jimin perceber que o rosto não era a única coisa bonita em Yoongi, coisa que pôde confirmar ao conseguir tocar melhor o seu corpo, sentindo discretamente a sua pele por cima da roupa, contornando a sua silhueta.

— Yoongi, pode não ser o melhor momento para eu te perguntar isso, mas estou curioso para saber a sua profissão — falou, só querendo confirmar uma coisa.

— CFO — respondeu, como se tornar um CFO fosse a coisa mais simples do mundo.

O loirinho não conseguiu segurar um suspiro admirador. Ele era gostoso e inteligente? Que achado. Ele tinha muitas surpresas, disso Jimin tinha quase certeza.

— Céus. Ganhei na loteria.

Yoongi sorriu, sem jeito. Jimin estava encantado, gostando até demais das reações que ele tinha com as suas palavras. O mais velho sentia uma adrenalina inexplicável, estavam tão próximos que ele conseguia sentir o cheiro de álcool e hortelã no hálito do outro.

Uma mão de Jimin repousava em sua cintura e a outra subia o seu pescoço até chegar em sua nuca, deixando-o arrepiado ao enfiar os dedos em seu cabelo. Moviam-se devagar, quase parados no lugar, extremamente atraídos um pelo outro, pelas suas diferenças. Era como se estivessem em seu mundinho próprio.

— Você é muito lindo. Perfeito.

Aquela frase saiu tão espontaneamente de seus lábios que Jimin só foi perceber que tinha pensado alto quando, em outro flash de luz, percebeu que Yoongi estava vermelho.

— Você também. O homem mais lindo que já vi.

O Park amava atenção, sempre adorou ser elogiado e tinha um cuidado especial com a sua aparência, não escondia isso de ninguém. Porém ali, sem saber se era por causa do clima tão gostoso ou qualquer outra coisa, sentiu um espasmo percorrer o corpo após ser elogiado por Yoongi.

O que era estranho, para dizer o mínimo. Ora, ele sabia que era atraente, o que não lhe faltava eram pessoas lhe dizendo aquilo. Por isso, não conseguia encontrar um motivo plausível para explicar a sensação que aquele elogio daquela pessoa que acabara de conhecer lhe causou.

Chegou em um ponto em que ele não conseguia mais esconder o seu interesse. Queria mais do que uma conversa, mais do que uma dança, mesmo que estivesse preocupado quanto à reação que Yoongi — que era mais recluso e ficava facilmente constrangido — poderia ter. Jimin nem de longe era fraco para beber, mas tinha a impressão de que aquele drink tinha o deixado felizinho o bastante para criar a coragem de pedir:

— Yoongi, posso te beijar?

Depois disso, ele sentiu o aperto em sua cintura pressionando um pouco mais forte. Enquanto esperava uma resposta, mal sabia que Yoongi estava em um conflito interno, sem saber o que falar. O loirinho mexia demais com a sua cabeça, mais do que gostaria de admitir.

Enfim, resolveu jogar tudo pelos ares. Após anos sendo impedido, já estava na hora de começar a viver sua vida. Foi uma sorte grande ter encontrado Jimin, que era compreensivo e que gostava de ouvir o que ele tinha para falar, logo no dia que decidiu isso. Talvez fosse um risco que valeria a pena ser tomado.

Era uma chance que não podia ser desperdiçada.

— Sim — respondeu ele.

Esperava um beijo na boca, talvez um simples selinho que bastasse para matar a curiosidade, mas ao invés disso sentiu os lábios de Jimin em seu pescoço. Arrepiou-se na mesma hora, tanto pelo susto quanto pela sensação: a língua quente em sua pele sensível o fazia arfar, coisa que deixou o loirinho extremamente satisfeito. Era exatamente isso que queria, brincar um pouco com o mais velho e ver o que acontecia, curioso para ver como ele iria agir.

Jimin divertiu-se ali por alguns momentos, deixando marquinhas vermelhas de diversos tamanhos, até que ficou com vontade de mais. Puxou Yoongi mais para perto de si, a mão em sua nuca segurando-o no lugar. A música se tornou apenas um barulho abafado. Um zumbido. Yoongi sinceramente pensou que fosse desmaiar quando sentiu a boca de Jimin contra a sua, fazendo explodir fogos de artifício em seu peito.

Ele retribuiu o beijo, as mãos apertando levemente a cintura e o ombro de Jimin, os olhos fechados enquanto aproveitava a sensação. Obviamente ele não era o primeiro cara que Jimin beijava, mas Jimin era sim o seu primeiro. O loirinho sabia disso, tanto que movia a língua em sua boca com toda a calma e afeto do mundo, proporcionando-lhe uma experiência única.

— E então, já podemos ir? — questionou, após muitos beijos e alguns apertos em lugares indevidos, passando o polegar nos lábios de Yoongi para limpar a saliva.

— ... para onde?

Jimin riu e o outro ficou sem entender, genuinamente confuso. Talvez todos aqueles anos sem uma companhia romântica tivesse afetado minimamente a sua capacidade de flertar. Na verdade, não minimamente, mas sim em um nível ridículo. Tão ridículo que o homem à sua frente pensou que Yoongi estava brincando e brincou também, chegando pertinho do seu ouvido para falar.

— Yoongi, não me leve a mal, mas o senhor é bem lerdinho... Estou falando para irmos para a sua casa. Você tem casa, não tem?

O mais velho sentiu o rosto queimar em constrangimento. Claro, como podia ser tão lento? Ainda estava avoado por causa do contato intenso que tiveram ali, o tremor em suas pernas não enganava ninguém, coisa que com certeza alimentou o ego alheio.

— Desculpa. Acho que não tô raciocinando direito — confessou, o que fez Jimin dar risada. Realmente, era assustador o que um garoto bonito conseguia fazer com a cabeça das pessoas. — Claro que podemos. Deixa só eu ir ali pagar.

Foi assim que Jimin acabou no carro de Yoongi e, momentos mais tarde, no meio das cobertas bagunçadas da sua grande cama, beijando-o de forma quente, impaciente e cheia de adrenalina, muito diferente de mais cedo. Os corpos se encaixavam perfeitamente e os gemidos de ambos os homens era tudo o que se podia ouvir, salvo as molas do colchão king size, que chacoalhavam e tremiam com a movimentação afoita.

— Você me vicia, Min Yoongi — quando Jimin sussurrou isso em seu ouvido, com a voz entrecortada e em meio a suspiros, Yoongi pensou que fosse morrer.

Adormeceu com Jimin ao seu lado, com a mão sobre o seu peito desnudo e a perna por cima da sua. Enquanto acariciava os cabelos tingidos de loiro, suados, pensava que aquela tinha sido, sem dúvida, uma das melhores noites da sua vida.

Só que, como tudo que é bom dura pouco, ele foi acordado com um grito na manhã seguinte. Um grito que o deixou apavorado.

— Pai, cheguei!

E foi exatamente aí que tudo começou a dar errado.

Quando resolveu trazer Jimin até sua casa, Yoongi estava tão agitado que se esqueceu de um detalhe crucial: O dia seguinte era um sábado. Yoongi, que só que tinha ido àquele maldito bar na noite anterior procurando um pouco de sossego, estava caindo na realização de que só acabou arranjando mais um problema, a coisa que mais queria evitar.

E não era um problema pequeno, estava com um problemão dos grandes e ele sentia o pânico crescendo em seu peito a cada passo de sua filha, que já tinha chegado para passar o final de semana consigo, cada vez mais perto do quarto onde estavam.

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Notas Finais: Como sempre o 2min me desafiando a escrever coisas fora da minha bolha jhksjdhjkc eu nunca tinha feito algo assim e confesso que foi difícil no início, mas acabou que eu me apeguei bastante a essa bichinha aaaaa

Muito obrigada por ler e até a próxima!!! <33

1 de Outubro de 2021 às 21:17 0 Denunciar Insira Seguir história
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