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Música é a única coisa que faz Yoongi se sentir vivo. A cada noite em que ele se apresenta nos bares de Seul, tem mais certeza de que a letra, as batidas e a sensação das cordas da guitarra contra seus dedos são tudo o que deseja para a sua vida. No Van Horn — o barzinho de rock que parecia ser seu lar —, o Min descobre que, por mais diferente que as pessoas fossem, elas ainda estavam conectadas por uma coisa em comum: a música. E que por mais difícil que parecesse se o caminho até seu sonho, ele não precisava trilhá-lo sozinho.


Fanfiction Bandas/Cantores Para maiores de 18 apenas.

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Capítulo 1

Escrito por: @bbmoonie / Lua_Marchi


Notas iniciais: Oi :) Estou muito animada para compartilhar essa história sobre bandas com vocês! Ela fez meu eu emo do passado despertar e me ajudou a conhecer muito mais sobre o punk. Foi muito divertido misturar esses dois estilos.

Muito obrigada @SraLovegood/ @SraLovegood pela betagem e @peartae /@peartae pela capa!!

Também preciso avisar que as duas músicas que aparecem nesse capítulo são COVERS! As letras não são de minha autoria e as bandas apenas as apresentaram! Isso é falado na história, mas já deixo avisado para caso haja alguma confusão.

Vou deixar o nome de ambas certinho nas notas finais junto aos links das playlists dessa história :D

Boa leitura!



~~

Música era uma das únicas coisas que fazia com que eu me sentisse vivo.

A intensidade das batidas, a profundidade das palavras, a conexão dos sentimentos entre as pessoas que a escutavam, a sensação das cordas da guitarra contra meus dedos. Tudo isso fazia com que viver parecesse mais intenso.

Era como se a vida sorrisse para mim e, do alto do palco, eu não podia conter um sorriso de volta.

Aquela era uma das melhores coisas que eu poderia sentir, e eu aguardava ansiosamente por ela em todas as noites de apresentação no Van Horn — o melhor barzinho de rock de toda Seul.

Eu amava ficar por lá, ouvindo as outras bandas, conversando com pessoas, ou até mesmo fazendo bicos como bartender. Mas nada se comparava a subir no palco e tocar para todos aqueles que estavam ali, esperando para nos ouvir.

A sensação de colocar os sentimentos para fora com acordes e palavras era tudo o que eu precisava para continuar seguindo em frente dia após dia. E era por ela que eu esperava, sentado nas banquetas perto do balcão do bar.

— Parece que o tempo não passa — resmungou Jungkook, tomando um longo gole da cerveja que estava em seu copo. — Porra, não aguento mais esperar.

— Pare de beber — falei, tirando o copo de suas mãos e empurrando-o para longe de si.

— Mas eu estou entediado!

— Se continuar assim, você mal vai conseguir tocar. Tome mais depois — retruquei decidido.

Jungkook apenas revirou os olhos e se concentrou em batucar os dedos na mesa, marcando o ritmo da música que soava.

— Você tem certeza que a guitarra está afinada, Yoongi?

— Tenho, Tae, você já me perguntou isso três vezes.

— É só para garantir.

Saquei, mas pare de se preocupar. É sério, está tranquilo. Eu chequei antes de guardar.

— Você sabe que o Hoseok vai te matar se alguma notinha estiver fora do tom, não sabe?

Apenas suspirei e o ignorei, sabendo que eu não me permitiria cometer aquele erro após checar tantas e tantas vezes se tudo estava certo.

— Não se preocupe, Taehyung. Tenho certeza que não vão perceber, mesmo. Ninguém vai sequer ligar, como sempre. — A voz de Jimin soou às minhas costas.

Virei-me para o encarar, sabendo que meus momentos de paz naquela noite haviam acabado.

— Você podia se atrasar um pouco mais, não podia? — perguntei, revirando meus olhos.

Park Jimin e sua banda sempre chegavam no final da noite, uma ou duas horas antes de se apresentarem.

Normalmente, eles assistiam algumas bandas, reclamavam de outras — a minha inclusa —, bebiam e tocavam seu punk rock barulhento. E, durante todo esse tempo, o homem não perdia uma sequer deixa para me provocar.

— E perder a chance de criticar sua apresentação ruim? É claro que não — retrucou, sentando-se na banqueta livre ao meu lado.

Seus amigos e colegas de banda, Namjoon e Jin, nos cumprimentaram com um rápido aceno e foram guardar os instrumentos nos bastidores do bar.

Apesar dos três compartilharem o mesmo estilo e comportamento, eu sempre havia os achado mil vezes mais educados do que o Park.

— Você não está em posição de criticar nada quando toca uma verdadeira cacofonia todas as noites.

— Se por cacofonia você quer dizer arte, então eu concordo com você. Todo mundo começa em algum lugar, afinal. Eu não devia pegar tão pesado com vocês.

Eu ri, balançando a cabeça, desacreditado. Era impossível discutir com Jimin. O punk sempre daria um jeito de me irritar mais do que fazia normalmente para conseguir sair por cima.

— Você não tem mais o que fazer? — Hoseok interviu, finalmente chegando ao bar e passando um braço pelos meus ombros. — Pare de encher o saco e vá se preparar com a sua banda, garoto.

Jimin sorriu debochado e o ignorou, engajando em uma conversa com o bartender da noite.

— Desculpa pela demora. Fiquei preso no serviço — falou meu baterista, dando alguns tapinhas em meu ombro antes de se afastar.

— Dessa vez foi em cima da hora, Hoseok. Você tem que tomar mais cuidado — resmungou Jungkook, socando de leve o braço do mais velho.

— O que eu posso fazer? Meu chefe é um escroto, você sabe! — exclamou, franzindo o cenho ao ver o mais novo revirando os olhos. — Que mau humor é esse?

— O Yoongi o fez parar de beber para não errar os acordes de novo — explicou Taehyung, provocando-o. — E não adianta brigar comigo, você sabe que isso é realmente o melhor a se fazer.

— Tanto faz, só quero me apresentar logo. Essa noite está um saco.

Eu não podia deixar de concordar.

Algumas noites no bar simplesmente eram assim. Bandas sem muita personalidade ou vontade se apresentavam, apenas tocando por tocar, desanimando não só a plateia como também os outros músicos, que ficavam sem saber se conseguiriam conquistar a atenção das pessoas novamente.

Aquele estava sendo um de meus maiores medos desde que entrara no bar — com uma noite tão parada, conseguiríamos a mesma energia de sempre? Seria a nossa apresentação suficiente para animar a plateia? Eu só podia esperar pelo melhor.

— É melhor irmos para os bastidores, para dar uma última conferida em tudo — chamou Hoseok, puxando os mais novos consigo.

Eu suspirei e ajeitei meus cabelos, garantindo que a franja estava no lugar certo — visuais eram importantes para presença de palco, afinal.

— Boa apresentação, emocionado. — Ouvi Jimin dizer em um tom brincalhão.

— Vai se foder — respondi, levantando-me e indo atrás de meus amigos.

Nós faríamos aquela apresentação ser boa, calaríamos a boca do Park e animaríamos aquele bar. Como sempre fazíamos.


[...]


— A próxima banda da noite é... Clemência! É com vocês, garotos.

Respirei fundo, observando o espaço vazio à minha frente e as pessoas que nos esperavam. Aqueles segundos entre sair dos bastidores e subir no palco sempre pareciam durar uma eternidade, por mais rápido que quiséssemos que eles passassem.

— Vamos arrasar, caras. — Taehyung balançou seus cabelos, jogando a franja sobre os olhos e nos lançando um sorriso largo.

Não pude conter o meu próprio sorriso com sua animação. Aquele era o espírito que deveríamos ter se quiséssemos passar uma boa energia para todo mundo.

A plateia era como um espelho. Se subíssemos inseguros, logo os espectadores perderiam o interesse em nós, mas se o fizéssemos confiantes — ou ao menos tentando parecer assim —, o resultado era sempre melhor.

Finalmente, dirigi-me ao meio do pequeno palco, segurando minha guitarra com força nas mãos, deslizando os dedos pelas cordas e sentindo a tão gostosa aspereza do metal.

Minha noite começaria ali.

Taehyung posicionou-se em frente ao microfone, Jungkook pendurou a correia do baixo no pescoço e Hoseok se ajeitou no banquinho da bateria, lançando-nos um último sorriso animado antes de bater as baquetas uma na outra três vezes e começar a tocar a música.

Logo meus dedos passaram a repetir o padrão de notas que havia treinado inúmeras vezes, fazendo toda a minha tensão e meu medo se esvaírem.

Nenhuma das coisas que me preocupavam em qualquer outro momento do dia ficavam em minha cabeça enquanto nos apresentávamos. Era como se eu entrasse em transe, como se passasse a estar em uma realidade onde só havia a Clemência, meus amigos e a música.

O baixo de Jungkook começou a me acompanhar e, por fim, a voz de Taehyung soou por todo o barzinho, chamando a atenção de algumas pessoas com seu timbre grave.

“Corte-me e me diga o que está dentro
Me diagnostique, porque eu não posso continuar me perguntando por quê”

Os olhares voltados para nós me davam forças para continuar. Eu gostava daquela sensação. Gostava de conseguir fazer a música se conectar com as pessoas e talvez fazer com que elas se sentissem tão afetadas como eu me sentia quando a tocava.

“É como uma avalanche.
Eu me sinto soterrado.
Porque o peso é como as mãos ao redor do meu pescoço.”

Com a chegada do refrão, simplesmente parei de prestar atenção em tudo que não fosse o som que saía dos amplificadores e na pressão das cordas contra as pontas de meus dedos.

Era muito bom sentir a ardência em minhas mãos. Era melhor ainda sentir meu peito se enchendo com os mais diversos sentimentos ao ouvir palavras tão intensas saírem da boca de Taehyung.

Aquela música era um cover de uma de nossas bandas favoritas e era sempre uma sensação incrível apresentá-la, misturando a mensagem que tanto havia nos ajudado e o nosso estilo para criar um som totalmente novo.

“Eu preciso de uma cura para mim, porque um quadrado não se encaixa no círculo.
Me dê um remédio porque quando acerta, acerta como uma avalanche.”

Aquela era a nossa apresentação. Era a nossa hora de brilhar.

Aquela era Clemência.

Nós nos conectávamos com as pessoas por meio de nossos sons, nossas vozes e de nossos sentimentos. Com cada palavra e nota provávamos que entendíamos como eles se sentiam, assim como as músicas nos entendiam.

E aquilo — aquela conexão, aquele misto de sentimentos intensos — era o que fazia eu me sentir vivo como nada mais era capaz de fazer.

— Boa noite a todos! — cumprimentou Taehyung, jogando os cabelos para o lado e abrindo seu marcante sorriso quadrado para a plateia. — Nós somos Clemência, e hoje vamos tocar algumas músicas para vocês.


[...]


Quase quarenta minutos depois, enquanto saía do palco, sentia minhas pernas tremendo.

— Eu estou acabado. Mal sinto meus braços — falou o baterista, sem conseguir tirar o sorriso animado do rosto. — Mas nunca me senti tão bem!

— Acho que essa foi uma das melhores noites até agora! — Jungkook exclamou, muito mais animado do que estivera menos de uma hora atrás. Ele parecia radiante, sem conseguir conter pulinhos e risadas. — Sério, vocês viram como o pessoal se animou?

— Porra, nem acredito que conseguimos dar uma levantada nessa galera. A noite estava super parada e agora está tudo mundo comentando!

— Muita gente até parou para ficar assistindo — disse Taehyung com a voz rouca após tanto tempo cantando. — Nem acredito que realmente conseguimos.

— Nós arrasamos — falei, passando um braço por seus ombros e pendurando-me em seu corpo enquanto nos recolhíamos, voltando para os bastidores.

Eu me sentia eufórico. Era como se a energia da apresentação ainda corresse por meu corpo, fazendo-me querer gritar, pular, voltar para o palco e tocar pelo resto da noite.

Enquanto nos arrumávamos, limpávamos o suor e guardávamos os instrumentos, tudo o que conseguíamos fazer era rir e conversar sobre o quão incrível era estar no palco.

— Acho que essa é a melhor sensação que já senti na vida — Jungkook falou, finalmente fechando o baixo no case após o olhar com relutância, como se doesse se despedir dele por aquela noite.

— Esse é só o começo, Kook. A Clemência ainda vai chegar longe! — respondi, bagunçando seus cabelos.

Quando tudo estava guardado e nós estávamos limpos e um pouco mais arrumados, nos juntamos no meio da apertada sala cheia de instrumentos e figurinos deixados por outras bandas e nos abraçamos apertado.

Abraçar meus melhores amigos após mais uma apresentação era uma das melhores coisas do mundo. Comemorar junto a eles mais uma chance de compartilharmos nossa música com outras pessoas era incrível.

— Essa foi mais uma noite inesquecível — começou Taehyung, apertando ainda mais seus braços e nos trazendo para perto de si. — Uma de muitas que já aconteceram e que ainda estão por vir.

— Aos poucos, Clemência vai conquistar não só os bares de Seul, como todo o país — continuou Hoseok, fazendo-nos rir com a pretensão. No final, era o que todos nós queríamos, mas, ao mesmo tempo, sabíamos que as coisas aconteciam aos poucos e que uma noite no Van Horn já significava o mundo para todos nós.

Ficamos abraçados por mais alguns segundos, aproveitando a sensação enquanto nos acalmávamos após momentos tão intensos.

— Vocês querem ir para casa ou preferem ficar até o fim da noite? — perguntei quando finalmente nos soltamos.

— Acho que vou ficar até acabar. Devem faltar duas ou três bandas e eu cheguei agora há pouco — respondeu Hoseok, dando de ombros e fazendo os mais novos bufarem em irritação.

— Que inferno, Hobi! — reclamou Jungkook, empurrando-o.

— O quê?!

— Você é a nossa carona. Você fica, nós ficamos — explicou Taehyung, cruzando os braços e fechando a cara.

— Vocês são dois folgados. Peçam um Uber ou me esperem, pirralhos.

Tentei conter uma risada enquanto andávamos de volta até nossos lugares nas banquetas perto do balcão, já acostumado com aquele tipo de interação.

E mesmo em meio a tanta euforia, não pude conter um suspiro ao ver que a banda de Jimin ainda estava sentada por lá, causando e conversando alto enquanto bebiam.

— Boa apresentação — disse Jin quando chegamos perto.

— Muito bonitinhos — comentou o Park, fazendo-me revirar os olhos.

Namjoon apenas ergueu seu copo em um brinde mudo, que respondemos assim que pegamos nossas bebidas.

— Vocês são os próximos? — perguntou Taehyung.

— Somos. Para encerrar a noite do melhor jeito possível, é claro.

— Vocês sabem que é porque todo mundo vai precisar ir para casa para lidar com a dor de cabeça depois da sua barulheira.

Eles apenas deram de ombros e continuaram a beber com sorrisos nos lábios, como se chamar o som deles de “barulheira” fosse um grande elogio.

— Se te incomoda — começou Jimin, colocando o copo vazio no balcão e limpando a boca com a mão logo em seguida —, então estamos satisfeitos.

Antes que eu pudesse sequer pensar em uma resposta, os três se levantaram, indo para o quartinho no fundo do bar para se prepararem para a apresentação.

— Eu realmente não entendo esses caras — murmurou Hoseok. — Eu fico muito puto quando falam das nossas músicas assim. Não sei como eles podem não se importar.

— Acho que esse é o obtivo deles, entende? — perguntou Jungkook, dando de ombros. — Eles claramente gostam de incomodar. Acho que a música é só um reflexo do que eles são.

Logo em seguida, o apresentador da noite começou a falar, fazendo-nos parar de conversar.

— E agora, para fechar a noite, fiquem com Maltrapilhos!

A guitarra distorcida começou a tocar, logo sendo acompanhada pelo baixo e pela bateria, que soavam igualmente altos e até mesmo fora de ritmo.

“Sob o céu cinzento,
Nesta selva de concreto,”

A voz de Jimin soava alta e rouca de trás da bateria. Ele berrava cada palavra sem cuidado, parecendo descarregar todo seu ódio por meio delas.

“Com a alma tocada
Pela sede de justiça,”

Os três pareciam combinar uma energia descontrolada em cima do palco, descarregando sua música sobre as pessoas que os ouviam sem se importar com o que eles iriam achar de toda a bagunça.

Mas, para a minha surpresa, naquele momento, assim como em todas as noites em que eles se apresentavam, a plateia inteira parecia ficar hipnotizada, contagiando-se com todo o barulho e gritaria.

“Ecoa um grito
Em meio à multidão!”

Com a chegada do refrão, eles pareciam ficar ainda mais animados. Jin balançava seus cabelos curtos enquanto fazia um solo com a guitarra, sem se importar com as notas que errava, e Namjoon pulava enquanto tocava o baixo, fazendo com que algumas pessoas também começassem a se remexer em seus lugares.

Jimin, por sua vez, tocava a bateria com toda a sua força, tentando fazer o máximo de barulho o possível — só não mais barulho do que a sua voz fazia enquanto ele berrava palavra após palavra no microfone.

Era uma apresentação intensa que, sem dúvidas, faria muitas pessoas irem para casa com uma grande dor de cabeça.


[...]


O relógio marcava quase cinco horas da manhã quando eu fechei a porta de casa atrás de mim. Isso significava que eu tinha que ser o mais quieto o possível para não acordar meus pais — a última coisa que eu queria naquela noite era ter outra discussão sobre meus horários e a minha rotina.

Descalcei os sapatos com calma e andei na ponta dos pés até a sala onde, infelizmente, meu pai estava sentado.

— Puta merda, que susto! — exclamei, levando a mão até o peito e respirando fundo. — O que o senhor está fazendo aqui?

— Acordei cedo. Vim ver um pouco de jornal antes de me arrumar para o trabalho — respondeu ele, sem tirar os olhos da televisão. — Achei que todos estavam dormindo, mas aparentemente nem em casa você estava.

— Foi noite de apresentação no Van Horn.

Eu sempre tentava manter nossas conversas o mais curtas e rápidas o possível e aquela não seria diferente. Eu só queria me livrar daquela situação logo e ir para o quarto.

— Eu não sei até quando você vai continuar sendo irresponsável assim. — Ele suspirou, balançando a cabeça como se estivesse desapontado. — Está na hora de viver como um adulto, de ganhar dinheiro, de ter um trabalho...

— Eu ganho dinheiro e eu trabalho! — Comecei a andar em direção as escadas, sem paciência parar ter aquela mesma conversa mais uma vez.

Meu pai nunca havia apoiado minha carreira como musicista e sempre havia deixado bem claro seu descontentamento com minhas escolhas.

Com o tempo, eu havia aprendido a parar de me sentir machucado por suas palavras, mas não podia evitar a raiva que se aflorava em meu peito quando o ouvia falar sobre minha maior paixão com tanto descaso.

— Um trabalho de verdade! E não essa coisa de moleque que você faz. Sinceramente, Yoongi, você não cansa de viver nessa fantasia? Acha que essa bandinha e esses bicos em bares vão te levar a algum lugar?

— Eles vão me levar aonde quero estar — foi tudo o que falei antes de finalmente deixar a sala e ir para o meu quarto.

Mesmo estando acostumado com suas palavras duras, doía ter que ouvi-lo falar daquela forma sobre o meu maior sonho.

Tranquei a porta atrás de mim e me joguei na cama, tentando esquecer o pequeno confronto. Afinal, eu definitivamente precisava descansar depois de uma noite tão agitada.

Quando encostei a cabeça no travesseiro, podia jurar que ainda conseguia sentir a pulsação da música. Só de pensar nos meus dedos escorregando pelas cordas, no som alto saindo dos amplificadores, na atenção das pessoas sobre mim, meu coração começava a bater rápido.

Eu só queria mais e mais daquela sensação, queria me conectar com as pessoas por meio da Clemência.

Eu queria me sentir vivo.

E foi com o peito cheio de sentimentos intensos e a cabeça cheia de memórias marcantes que eu dormi calmamente naquela madrugada.


~~


Notas finais: Espero que tenham gostado e se interessado um pouco pela paixão do Yoongi :D

A música apresentada por Clemência foi Avalanche, do Bring me the Horizon, e a apresentada por Maltrapilhos foi Um Grito em Meio à Multidão, dos Garotos Podres.


24 de Setembro de 2021 às 19:59 0 Denunciar Insira Seguir história
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