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Pela primeira vez em todos os seus namoros, Yoongi se sente profundamente apaixonado. Apaixonado por Jimin. Os dois estão prestes a completar um mês de namoro e ao mesmo tempo que Yoongi quer que o dia seja especial, se sente tenso, pois ainda não contou para o namorado que é assexual sex repulsed, e que talvez não possa aproveitar a data da mesma forma que Jimin provavelmente planeja.


Fanfiction Bandas/Cantores Impróprio para crianças menores de 13 anos.

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About Love

Escrito por: @Lua_Marchi / @bbmoonie


Notas iniciais: Oi! Espero que vocês estejam bem! :D

Essa fanfic é muito especial, porque fala de um assunto bem importante para mim! É um pouco difícil encontrar representatividade assexual pelas fanfics, então tentei contribuir um pouquinho com essa <3
Antes de tudo, eu queria explicar algumas coisas, para facilitar o entendimento.

O mais importante é que a assexualidade pode ser diferente para cada pessoa. Ela não funciona da mesma forma para todo mundo. Alguns assexuais são românticos, outros são arromânticos, alguns se sentem bem em fazer sexo, outros não. É algo que muda de pessoa para pessoa.

Sex repulsed também é um termo que varia com a interpretação, mas me apego ao sentido de ser a pessoa que não se sente confortável e não quer fazer sexo, independente da orientação sexual.

No caso do Yoongi dessa OS (ele é um bolinho fofinho e ansioso, ok? :D), ele é assexual sex-repulsed, ou seja, não gosta de sexo e não se sente confortável em fazê-lo, e nem sente atração sexual. Mas ele se apaixona de forma romântica.

Espero que vocês gostem! Boa leitura!

OBS: betada por @SwtstVixen / SwtstVixen e capa por @TMessi / @ThalieMessi


~~

Eu amava Jimin. Mais do que eu amava miojo apimentado, ou romance policial, ou cobertores quentinhos. E isso significava que era estranhamente bastante.

“Estranhamente”, porque eu nunca havia me sentido daquele jeito antes, com nenhuma pessoa, em nenhum relacionamento. Eu não sabia bem como funcionava aquela sensação de estar tão apaixonado por alguém e de ter tanta vontade de estar com alguém.

Mas, aparentemente, Jimin viera para mudar.

Ele era simplesmente a pessoa mais incrível que eu havia conhecido. Era divertido, carinhoso, interessante, empático, bonito...

A forma como ele se relacionava com o mundo a sua volta me encantava, afinal, ele parecia observar todos os detalhes e apreciar todas as pequenas coisas que o faziam bem. Suas pequenas manias eram fofas e me faziam querer prendê-lo em um abraço quentinho para sempre. E cada palavra que ele dizia significava muito para mim.

Eu realmente estava muito apaixonado. E isso era um grande problema.

Era um problema porque eu sabia que havia algumas coisas que as pessoas quase sempre procuravam em relacionamentos, e entre elas, estava o sexo. E isso, eu, como um assexual sex repulsed, não poderia dar.

Desde antes de eu entender o que era a minha orientação sexual, já me sentia profundamente incomodado com a ideia. Eu poderia ver isso representado em filmes, livros, desenhos, tranquilamente. Mas não poderia fazer. Era uma situação em que eu não queria estar de forma alguma.

Mas, da mesma forma que eu não me obrigaria a fazer sexo, não poderia obrigar ninguém a não fazer.

E isso era o que mais me preocupava no momento, porque eu não ia prender Jimin em um relacionamento onde ele não estaria confortável. E não me obrigaria a estar em um onde eu não me sentisse bem.

Porém, com o passar das semanas, entendi que, para que aquele relacionamento pudesse ter a chance de dar certo, eu precisaria conversar com ele e explicar.

Se desse tudo certo, perfeito. E, se não desse, eu sabia que, por mais que doesse, teria que superar.


— Yoongi, se você não contar, nunca vai saber — disse Jungkook.

Nós dois estávamos sentados na minha cozinha, tomando café e conversando. Aquele era um cenário comum na minha vida. Mesmo com as rotinas apertadas, nós arrumávamos um tempo para ficarmos juntos, fosse apenas para ver um filme, cozinhar um almoço ou só passar a tarde conversando.

Nós éramos amigos desde a infância e, por isso, ele era uma das únicas pessoas em quem eu confiava para falar sobre todo o meu medo.

— Mas, Jungkook... — Suspirei. — Eu não sei se estou pronto para deixá-lo ir, entende?

— Entendo, é claro. Ninguém quer ficar com o coração partido. Mas, Yoongi... isso não é justo nem com você, nem com ele! Não adianta tentar arrastar esse relacionamento por medo de terminar.

— Eu sei disso... Mas é muito difícil. Eu estou tentando arrumar coragem para falar, okay?

Jungkook apenas revirou os olhos e pegou mais um pedaço de bolo na mesa, focando em comer enquanto me deixava desabafar.

— Eu não vou ficar cozinhando o relacionamento. Eu sei que preciso ser honesto. Eu só não esperava que fosse ser algo tão sério. — Respirei fundo, tentando afastar o medo constante que sentia ao sequer pensar naquilo. — Eu pensei que fosse acabar antes mesmo de um mês, como todos os outros... Mas eu não quero que seja assim dessa vez. Eu realmente quero que dê certo.

— Você tá gostando muito dele, não é? — perguntou, com uma sobrancelha arqueada.

— Demais! E isso é tão confuso! Porque eu só quero estar com ele, e dividir momentos, e ficar abraçadinho vendo televisão depois de um dia cansativo, e ouvir sobre o dia dele, e descobrir coisas novas para fazermos juntos e...

— Céus, chega. Credo, parece um bobo apaixonado.

— Mas eu sou um! — exclamei.

— Pois é, eu percebi! — exclamou de volta.

Bufei, fingindo irritação. Eu já estava acostumado com o jeito de Jungkook e ele me divertia muito.

— Okay, eu entendi que você está perdidamente apaixonado por ele, como um garoto de colegial vivendo o primeiro amor. Saquei. E, sabe... é exatamente por isso que você tem que contar para ele.

— Como assim? — perguntei, pegando uma fatia de bolo para comer enquanto ouvia sua explicação. Parecíamos duas senhorinhas fofocando no chá da tarde. E eu amava aquilo.

— Se você não contar para ele, ele vai começar a ficar preocupado, vai se questionar, pensar mil coisas. Não querendo dizer que ele está desesperadamente em busca de transar com você, mas, mesmo assim, ele vai criar paranoias básicas.

— Eu sei... Nós já conversamos sobre isso antes de começarmos a namorar. Eu disse que não estava muito confortável, que era tudo novo e tal... E ele disse que era tranquilo, que não era para eu me preocupar com isso, porque não era uma prioridade. Ele foi muito compreensivo e isso me acalma um pouco, acho.

— Hum... E há quanto tempo estão juntos, mesmo? — perguntou, franzindo o cenho.

— Estamos na terceira semana de namoro.

— Isso é muito bom! Ele não parece ser nenhum desesperado... Na verdade, ele parece ser um amorzinho compreensivo. E é por isso que eu acho que você devia contar logo. — Suspirou e tomou um gole do café antes de continuar. — Se você contar, dá para vocês conversarem sobre isso com calma. É uma chance de ele entender e avaliar o relacionamento, a dinâmica de vocês dois. Não querendo dizer que ele vai entender completamente e topar, não é isso. Eu não quero te dar esperanças sem nem sequer conhecer o cara direito. Mas contar já é uma oportunidade de dar certo.

Assenti, remexendo nos farelos na mesa, enquanto processava tudo o que havia escutado.

— Eu também não quero te apressar, de verdade. Eu não quero que você faça algo que não está preparado para fazer. Mas se você acha que está na hora e que está pronto para falar, mas não consegue por medo, é melhor falar logo. Isso é algo que envolve muito vocês dois e como o relacionamento vai funcionar. Eu entendo que você não queria contar antes por ser muito cedo e por nem saber se ia dar certo, e eu concordo. Mas agora que você quer que dê certo e acha que já está no momento de conversar... você precisa contar.

— Eu sei, Kook. Eu estou pronto para falar, sabe? Só estou com medo. Estou pronto para falar, mas não para terminar com ele... Eu vou contar para ele essa semana, antes de fazermos um mês... — Não pude contar a onda de tensão que passou pelo meu corpo ao pensar na data. — Porque imagina se ele cria expectativas de que vamos ter... a nossa primeira vez. Isso é algo que acontece muito nessas datas, você sabe. Então, imagina se ele fica contando com isso...

— Yoongi, para de se preocupar com isso. Você tá antecipando demais as coisas. Eu sei que é um pouco assustador para você e que te deixa super ansioso, então para de pensar nisso. Foca apenas em contar, okay? Depois você pensa nesse aniversário de um mês e no que vocês vão fazer... aliás, que coisa tosca — brincou, para me fazer rir um pouco.

— Kook... Se não der certo, você vai vir aqui assistir romance policial ruim comigo? — perguntei, fazendo manha.

O mais novo suspirou, segurando a minha mão em cima da mesa.

— Olha, se você levar um pé na bunda, eu trago até o sorvete.

Não pude conter o sorriso. Jungkook era divertido. Ele falava sobre essas coisas com tanta leveza que fazia parecer muito mais tranquilo do que minha cabeça me fazia acreditar, o que era um alívio.

Eu gostava de dividir esses momentos com ele. Eu sempre presenciei seus corações partidos, seus relacionamentos bons e ruins, e sempre tentava ajudar, então ficava com o coração quentinho em saber que ele estaria lá por mim também se pela primeira vez eu sofresse por paixão, se eu tivesse meu coração partido.

— Eu estou estranhamente animado por você, sabia? — perguntou.

— O quê? Por quê?

— Sei lá... Eu vivo falando das minhas paixõezinhas pra você, vivo comentando de fulano, de cicrano... É muito legal ver você todo bobo apaixonado assim. É engraçado, na verdade.

— Kook! — exclamei, rindo. Eu também estava animado com aquilo. Era tudo muito novo e um pouco assustador, mas muito legal também.

— Agora é sério. Eu também fico assim quando falo dos caras que eu gosto?

— Assim como? — perguntei, confuso.

— Todo melosinho assim?

— Kook, parece que você tá tendo seu primeiro amor toda vez — comentei antes de começar a imitá-lo. — “Ah, mas o sorriso de não sei quem... Mas tal pessoa é tão fofa! Eu quero estar com ela todo dia... Ele é tão lindo e tão fofo!”

— Não! Eu não sou assim! — negou, exagerando no tom dramático.

— É sim! — respondi, rindo.

— Céus! — Bufou. — É horrível! Mas não vou negar... É bem gostoso. Então agora você aproveite e curta bastante essa sensação! E me conta tudo pra eu poder te imitar também, no futuro.

— Ei!

Nós dois rimos, divertindo-nos com a situação.

— Sabe... ele me chama de gatinho — murmurei, esperando sua reação —, porque ele diz que eu pareço um.

— Pelo amor... Que coisa brega! — exclamou, fazendo cara de nojo.

— O quê? — perguntei, divertindo-me com seu exagero. — É fofo! E na verdade, quem parece um gatinho é ele... manhoso e fofinho.

— Credo. Vocês são péssimos! — Revirou os olhos, levantando-se da mesa para lavar seu prato. — É sério, se eu for tão meloso assim no meu próximo namoro, me avisa; me faz lembrar dessa conversa que eu juro que paro.

Gargalhei, ouvindo-o rir baixinho do outro lado da cozinha apertada.

Eu amava ter tardes leves como aquela. Era muito bom passar o tempo com Jungkook.

E, agora eu me sentia muito mais calmo e menos ansioso. Naqueles minutos, até parecia estar completamente pronto para ter a conversa com Jimin.


Toda a calmaria havia passado no dia seguinte, assim que mandei uma mensagem para Jimin, perguntando se ele poderia vir até a minha casa após o trabalho.

Eu finalmente iria conversar com ele. Mas, ao invés do alívio de finalmente estar naquele momento e não mais especulando sobre o que iria acontecer, eu sentia apenas medo e tensão. Pensei em mudar de assunto e apenas dizer que estava com saudade e que queria vê-lo, mas não seria capaz de fazer aquilo. Pensei em ligar para Jungkook e pedir sua ajuda, mas ele não poderia fazer nada, na verdade.

Tudo o que me restava era encarar a situação e falar o que precisava ser dito.

Respirei fundo ao ouvir os toques na porta e mesmo com o corpo tenso, me obriguei a abri-la com um sorriso no rosto.

— Oi, Chim. Entra — disse, dando espaço para ele passar.

— Oi, Yoon. — Tirou os sapatos e me abraçou apertado.

— Vamos lá na sala, vem — murmurei. As palavras pareciam ser difíceis de sair naquele momento.

Nós dois nos sentamos no sofá, um de frente para o outro. Jimin analisava meu rosto em um olhar apreensivo, segurando uma de minhas mãos.

— Está tudo bem?

— Uhum... Eu só... — Respirei fundo, acalmando para conseguir dizer o que queria. — A gente precisa conversar.

Seu olhar se tornou preocupado naquele momento e sua respiração ficou mais rápida. Eu sabia que havia o assustado, porque aquele era o tipo de coisa que uma pessoa dizia antes de terminar um relacionamento — ou pelo menos era o que eu acreditava ser, depois de tantos filmes e histórias que Jungkook havia me contado —, mas eu não podia fazer nada para tornar menos preocupante, porque afinal, era exatamente naquilo que aquela conversa resultaria.

— Você... você quer terminar, Yoongi? Eu fiz alguma coisa que te incomodou?

— Não! Você não fez nada, Jimin. Não se preocupa com isso, de verdade... E não, eu não quero terminar. Mas acho que é isso que vai acabar acontecendo...

Ele me olhou apreensivo e segurou minha outra mão, fazendo carinho em minhas palmas com seus polegares.

— Eu acho um pouco impossível. — Sorriu, tentando me acalmar. — O que é que você quer me contar que está te deixando tão nervoso?

— Jimin, eu... — Fechei os olhos, não conseguindo completar a frase.

Era difícil falar sobre aquilo. Eu tinha muito medo de finalmente contar, porque eu tinha certeza que terminaria com cada um seguindo para um lado, conosco não mais sendo namorados. Mas ao mesmo tempo, era necessário. Eu precisava contar para ele, precisava que ele soubesse o que eu poderia oferecer ou não ao nosso relacionamento.

— Ei, ei... — sussurrou, soltando uma de minhas mãos e passando a fazer carinho na minha bochecha. — Está tudo bem. Leve o tempo que precisar, okay? Mas fica tranquilo. O que quer que seja, você pode me contar sem medo.

Abri os olhos e me deparei com seus olhos me analisando com preocupação e ternura. Jimin era muito carinhoso e muito compreensivo. Eu não tinha motivos para estar tão tenso, porque mesmo que acabássemos terminando o namoro, eu sabia que ele não me machucaria, não diria nada que me marcaria e me atormentaria depois.

— Jimin, eu sou assexual.

Ele passou alguns rápidos segundos me olhando, com a mão paralisada na minha bochecha antes de sussurrar:

— Okay.

— Okay?

— Hum, okay... — Afastou sua mão e se endireitou, olhando-me com atenção. — Mas eu não entendo muito bem o que isso quer dizer. Eu sei o que é, mas não como funciona. Você pode me explicar?

Naquele momento, senti grande parte de todo o medo ir embora. Ele queria entender. Ele não estava me julgando. Ele queria entender.

Uma rápida euforia tomou conta de mim, mas logo tratei de suprimi-la.

— Assexual é uma pessoa que não sente atração sexual. — Ele assentiu, esperando-me continuar. — Isso não quer dizer que a pessoa não ache outras pessoas bonitas, ou não se apaixone, ou não possa fazer sexo. Ela ainda pode fazer essas coisas. Ela só não sente a atração sexual.

— Entendi. Então você não sente atração por mim, mas ainda gosta de mim.

— Isso.

— Okay. Tudo bem, Yoongi. Obrigado por me contar, de verdade. Eu imagino que deve ter sido muito tenso. — Apertou minhas mãos, tentando passar a mensagem. — Eu não vou terminar com você por isso, se é o que estava pensando. De jeito nenhum!

— Eu... Obrigado — disse, realmente tocado por suas palavras. — Mas, na verdade, eu preciso contar mais coisas.

— Certo. — Voltou a ficar sério, olhando-me com atenção. — Pode falar, Yoon.

— Alguns assexuais são sex repulsed. Isso quer dizer que eles não gostam e não querem fazer sexo. Nem todos se sentem assim, e não acontece só com pessoas assexuais. — Respirei fundo, juntando coragem para falar. — Mas eu sou um deles, Chim. Eu sou sex repulsed.

— Yoongi... — murmurou, provavelmente tentando absorver a mensagem.

— Eu sei que isso é algo grande e importante no relacionamento de muitas pessoas. É comum. Mas não é algo que eu possa ou consiga fazer. Eu realmente não vou poder transar com você, Jimin. E eu não estou querendo te julgar ou exigir que você aceite isso, porque é algo que você provavelmente quer fazer. É algo natural.

— Yoongi...

Interrompi-o novamente. Não por maldade ou falta de educação, mas por não querer que ele se sentisse obrigado a falar algo sobre aquilo naquele momento.

— Tudo bem se você precisar de um tempo para pensar. Tudo bem se você quiser terminar, Jimin. Eu entendo. Eu entendo de verdade e... — Minha voz vacilou e eu tentei engolir o choro para continuar falando. Era difícil estar falando aquelas coisas, porque doía. Doía muitos saber que provavelmente era o que aconteceria. — Por mais que doa, eu não quero te prender em uma relação onde você não vai se sentir bem. Eu não posso me obrigar a querer fazer sexo, assim como não posso te obrigar a não querer. E eu não quero te prender em algo que vai te fazer mal.

— Yoongi, se acalma — disse, em voz baixa. — Está tudo bem. Não precisa chorar, gatinho. Eu não quero terminar.

— O quê...? — perguntei, perplexo.

— Olha, eu não vou dizer que está tudo okay e agir como se nunca tivéssemos sequer falado sobre isso. É um pouco complicado, mas não é uma prioridade para mim, entende?

— Eu... eu não sei se entendi, Jimin.

— O que eu quero dizer é que é eu quero estar em uma relação com você mesmo sem sexo, Yoongi. Eu ainda quero ser seu namorado.

— Chim, eu não quero que você se obrigue a fazer algo que não vai ser bom para você. Eu não quero que você fique nesse relacionamento para não me machucar, ou qualquer coisa assim. Eu não quero que você se obrigue a estar em um relacionamento onde não se sente confortável.

— Eu não estou me obrigando a nada, Yoongi. Eu entendo o seu medo, a sua apreensão. Eu sei que isso é algo muito grande na maior parte dos relacionamentos, seja no das pessoas à nossa volta, nos filmes, nos livros... em todo lugar. Mas não é uma necessidade para mim, entende? Existem outras formas de ter prazer, outras coisas que eu posso fazer sozinho, sim?

Eu não sabia o que responder, como reagir. Eu realmente não esperava que aquela conversa resultasse naquilo. Para mim, seria apenas um adeus, muito choro, tristeza e tardes assistindo filmes ruins e tomando sorvete com Jungkook.

Vendo o meu silêncio, ele continuou:

— Eu não sei se vai dar certo. Não é algo que eu posso te garantir totalmente... O que eu posso garantir é que eu quero e vou tentar. — Segurou em minhas mãos, acariciando meus dedos de leve com o polegar. — Eu estou confortável com isso, Yoongi. Não se preocupe, não pense demais. Confia em mim, okay? Eu conheço os meus limites, eu conheço as minhas necessidades e eu estou dizendo que eu estou bem, que eu quero continuar sendo seu namorado.

— Eu também quero continuar sendo seu namorado, Jimin... — murmurei. — Eu gosto muito de você.

— Eu também gosto tanto, tanto de você, gatinho. Vem aqui — chamou-me, abrindo os braços.

Eu não esperei nem um segundo antes de me afundar em seu abraço. Algumas lágrimas de alívio e felicidade escorreram pelo meu rosto, mas logo foram limpas por seu polegar, que acariciava minhas bochechas carinhosamente.

Eu me sentia perdido, mas do melhor jeito possível. Aquilo nunca havia acontecido, nunca havia sequer passado pela minha cabeça. Saber que Jimin me entendia — ou pelo menos, tentava entender — e que queria se relacionar comigo mesmo assim era tão, tão reconfortante, tão bom.

— Não chora... — sussurrou no meu ouvido. — Senão, eu vou chorar também.

Não pude conter uma risadinha e me afastei, limpando as últimas lágrimas que sobravam no rosto.

Passamos alguns segundos nos olhando, trocando carinho, como sempre fazíamos, até que Jimin voltou a ficar sério.

— Yoongi, eu falei que estou confortável... mas e você?

— Como assim, Jimin?

— Eu fiz alguma coisa que te incomodou nesse tempo? Eu realmente não queria ter feito, se aconteceu...

— Não, não! — falei rapidamente. — Nada que você fez me deixou desconfortável, Jimin. Nadinha. Eu me sinto bem em sentir toques como os que trocamos até hoje. Abraços, carinho, beijos... tudo isso é muito bom para mim. Eu só não gosto dessas coisas mais... íntimas, sabe?

Assentiu, pensativo.

— Você promete que vai me falar se não estiver confortável? Independentemente do que seja, você promete que me fala?

— Prometo. Você me promete também?

— Prometo. — Sorriu. — E, Yoon... por que agora? Quer dizer... por que me contar agora, e não antes?

Suspirei, passando a mão pelos cabelos. Eu me sentia mal com aquilo, me sentia mal em ter esperado quase um mês. Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que não podia nos apressar, nem me apressar. Eu não faria aquilo se não quisesse realmente me envolver em um relacionamento sério com ele, então precisava de tempo para entender meus próprios sentimentos, objetivos.

— Eu não queria falar se não fosse sério — expliquei. — Não queria ter todo esse clima pesado, esse momento tenso, se não fosse importante. As pessoas podem ser escrotas às vezes, Jimin. E, por favor, não pense que estou falando de você, okay? Você é um amorzinho, eu sei que você não falaria nada ruim de propósito. Mas mesmo assim, não é algo que eu gostaria de expor se não fosse ser importante para nós dois.

Parei por um segundo, para avaliar seu olhar. Ele me olhava com uma mistura de atenção e ternura. Senti o coração ficar quentinho antes de tomar coragem para terminar de falar.

— Mas eu gosto muito de você, Jimin. Tanto, tanto, que até dói. E eu queria que desse certo, queria dar uma chance para dar certo. E eu sabia que não poderíamos continuar se eu não fosse honesto com você.

— Yoongi... — murmurou, com as bochechas vermelhinhas. — Eu também gosto muito, muito mesmo, de você. E eu quero muito que esse relacionamento dê certo, porque eu realmente estou apaixonado por você.

Sorri e me aproximei, beijando a sua bochecha.

— E obrigado por me contar, mesmo sendo tão tenso. Eu realmente não quero que você se obrigue a contar nada que não está pronto para contar, não quero que você se force a nada, okay?

— Okay...

— Mas, por favor, se algo estiver te incomodando, se você precisar falar sobre algo sério, é só me chamar, explicar. Sem medo, okay? Vamos conversar sobre tudo.

— Tudo bem. — Sorri. — Vamos conversar sobre tudo.

Sorriu em resposta e se aproximou de novo para me abraçar. Nossos rostos se aproximaram e nossos narizes se encostaram antes que nossos lábios se colassem em um selar sutil.

Separamo-nos um pouco, ainda abraçados.

— Você é que parece um gatinho, sabia? Todo manhosinho, fofinho... — sussurrei.

Riu, fechando os olhinhos.

— Ah, Yoongi. Você é um amor.

Foi a minha vez de ficar corado e rir.

E aquela noite terminou assim. Cheia de abraços e carinho, e não em um término e choro, como eu tinha certeza que terminaria.

E apesar de estar surpreso, eu nunca havia me sentindo tão aliviado e feliz como naquele momento.

Eu amava o meu namorado.


— Olha, não queria falar nada não, mas vocês são muito fofos — disse Jungkook enquanto andávamos pela calçada movimentada.

Naquele dia, havíamos ido juntos para o centro da cidade. Eu queria encontrar um presente legal para dar para Jimin em nosso aniversário de namoro, mas não fazia ideia do que, então havia pedido a ajuda do meu melhor amigo para escolher.

— E eu fico muito feliz que tenha dado tudo certo. — Sorriu, virando para me olhar rapidamente antes de continuar seu caminho. — Como você está se sentindo?

— Feliz, aliviado... não sei. Eu estou muito feliz que tenha dado certo, mas ainda estou um pouco nervoso...

— É tudo muito novo — falou, apertando minha mão de leve para passar segurança. — Mas tenta não pensar demais no que ainda nem aconteceu. Foca no agora, nos sentimentos de agora.

— Você está certo, Kook... — Sorri para ele. — Eu tenho que aproveitar.

— Isso aí! Agora me diz o que você tem em mente, porque já passamos por uma centena de lojas e você não parece gostar de nada!

— Eu queria algo que combinasse para nós dois, mas não uma aliança...

— Por que não?

— Eu não sei... Eu só... quero algo diferente, que combine com nós dois.

— Entendi. — Assentiu, sério. — Vamos em algumas joalherias e depois você me diz se algo parece interessante.

Passamos horas e horas andando, e a cada loja de que saímos, eu me sentia mais sem esperança de encontrar algo especial. Jungkook já estava irritado e eu, desanimado.

— Olha só, se você não achar nada aqui, vamos voltar pra casa e outro dia vamos em algum outro lugar procurar mais coisas. Eu estou acabado — resmungou, bravo.

Mas não seria necessário procurar mais. Logo, na vitrine, um par de colares havia me chamado a atenção. Dois gatinhos fofos, que quando juntos, entrelaçavam-se, formando um pingente único.

Era a nossa cara. Era fofo, simples, e lembrava o apelido do qual nos chamávamos. Eu havia amado.

— Céus... — murmurou Jungkook. — É brega, mas perfeito para vocês.

Não pude conter uma risada. Ele estava certo. Era perfeito.


Era final de tarde do nosso aniversário de um mês de namoro e eu não podia estar mais animado e ansioso.

Jimin havia me chamado para jantar na casa dele, já que nenhum de nós dois gostava de muito barulho e de locais cheios, e isso me trazia uma sensação de conforto muito boa. Saber que estaríamos juntos e longe de todos os olhares e conversas alheias era bom. Era como se tivéssemos o momento apenas para nós dois.

Estava animado, não via a hora de dar meu presente para ele e de vê-lo de novo, depois de uma semana cheia de trabalho e da rotina corrida. Mas, ao mesmo tempo, estava um pouco nervoso com como aquela noite seria. Era a minha primeira vez tendo um aniversário de um mês, mas apesar de tudo, o fato de ser Jimin me acalmava e deixava meu coração quentinho.

A noite já caía quando cheguei em seu apartamento.

— Oi, Yoon. Bem-vindo — disse, abrindo a porta.

— Oi, Chim. — Sorri, cumprimentando-o com um leve selar.

O apartamento tinha poucas luzes acesas, dando um ar aconchegante.

— Vem. — Segurou minha mão, levando-me para a cozinha. — Eu cozinhei para a gente.

Senti um sorriso se abrir em meu rosto. Jimin adorava cozinhar e eu adorava comer suas comidas. Elas, além de serem muitos boas, eram muito bonitas e feitas com tanto carinho que só tornava tudo melhor ainda.

A pequena mesa da cozinha estava iluminada por algumas velas, os pratos cheios de tteokguk, com os bolinhos de arroz cortados em formato de coração.

— Espero que você goste! — Sorriu, antes de começarmos a comer.

E como todas as coisas que ele cozinhava, o tteokguk estava incrível.

— Jimin! Está maravilhoso! — exclamei. — Sério, muito obrigado por cozinhar para nós... Está muito, muito bom. E uma fofura também!

— Imagina, poxa — disse, envergonhado. — Eu fico feliz que tenha gostado!

— Eu amei. — Sorri. Eu parecia não conseguir parar de sorrir naquela noite.

Segurei sua mão por cima da mesa, a acariciando de leve. Era tão bom estar ali com ele, era tão bom dividir aquele momento com ele.

O resto do jantar passou rápido. O clima era leve, gostoso.

Nós conversávamos sobre a semana, sobre planos para passeios no futuro, sobre séries que assistíamos juntos.

Em um piscar de olhos, já havíamos terminado a janta.

— Deixa as coisas na pia, depois eu lavo. Vamos lá no quarto, quero te mostrar uma coisa.

Naquele instante senti meu corpo gelar. Eu sabia que era irracional, que Jimin não iria sugerir nada assim após termos conversado, mas não conseguia evitar.

Minha apreensão deve ter ficado aparente, pois assim que Jimin me olhou, sua expressão se tornou surpresa.

— Não, não, Yoongi! Não é nada disso.

— Eu sei, eu sei... Desculpa. Eu só... fiquei tenso. Eu sei que não é nada assim.

— Vem, você vai ver o que eu quero te mostrar. Fica tranquilo, okay? Acho que você vai gostar. — Aproximou-se de mim e me deu um beijinho leve na bochecha, que acabou me fazendo sorrir.

— Você é muito fofo, gatinho — murmurei.

Rimos, com o clima leve pairando entre nós de novo.

— Vem, vem — chamou animado, segurando a minha mão.

O quarto em si não era a surpresa que havia preparado, mas assim que chegamos na pequena varanda que ficava ligada a este, senti o queixo cair.

Várias luzes pequenas de natal decoravam as paredes, junto com várias fotos de gatinhos misturadas a fotos nossas e coração vermelhos, havia uma rede pendurada, um rádio e um computador ligado em um episódio da série que estávamos vendo juntos.

O ambiente gritava conforto, carinho, aconchego. Se Jungkook visse aquilo, gritaria sobre o quão brega era, mas ao mesmo tempo, era perfeito para nós. Era a nossa cara.

Jimin havia decorado cada cantinho pensando na gente, e aquilo fazia meu coração disparar.

— Eu te amo tanto, Jimin. — Foi tudo o que eu consegui dizer.

E como o amava.

Meu coração batia acelerado, da melhor forma possível, e tudo o que eu conseguia pensar era no quanto eu gostava de estar ali, no quanto amava Jimin. Eu só queria abraçá-lo e nunca mais soltar.

— Eu também te amo, Yoongi.

Senti meus olhos marejarem, mas, antes que pudesse chorar, decidi dar seu presente. Aquele era um momento feliz e eu sabia que se começasse a chorar o faria chorar também, e então nos tornaríamos uma bagunça de lágrimas.

— Eu tenho uma surpresa para você também.

Tirei a caixinha com os colares do bolso do moletom que usava e a abri ao seu lado.

— Yoon... Isso é... é tão, tão fofo! — O sorriso largo em seu rosto me fazia sorrir também. Vê-lo feliz me deixava feliz. — É perfeito.

— Dois gatinhos para dois gatinhos — murmurei.

Jimin riu alto, abraçando-me apertado.

— Eu te amo muito, gatinho — sussurrou no meu ouvido.

— Eu te amo, também. Muito, gatinho — sussurrei de volta.

E aquela noite terminou perfeita, com nós dois abraçados na rede, compartilhando um amor intenso e um momento especial.

Eu me sentia feliz e em paz. Porque no final das contas, aquele era o amor. Um sentimento intenso, mas mutável. O amor nunca era igual para ninguém. Eu não poderia esperar nada de ninguém quando se tratava de amor, assim como ninguém poderia esperar nada de mim.

O amor é singular, é único dentro de quem o sente.

E eu amava senti-lo da forma que eu sentia. Sem tirar nem pôr. Eu amava a intensidade de amar e amava quando era amado de volta.

E naquele momento, mais do que tudo, eu amava Jimin.

E estava feliz. Feliz por ter me dado aquela chance de amar e ser amado tão intensamente.

Estava, enfim, cercado por muito amor.


~~


Notas finais: Espero que tenham gostado! <3

Queria apenas lembrar que o amor, seja qual for a forma que você o sinta, é válido.

Está tudo bem você ser do jeito que é. Às vezes os relacionamentos dão certo, às vezes não. Faz parte. Às vezes as vontades e necessidades batem e às vezes não. Está tudo bem.

Se vocês tiverem qualquer dúvida, podem perguntar :D vou fazer o meu melhor para responder!

Muito obrigada por lerem! 💜

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Divulgação: Amores, já conhecem o Explicando Yoonmin? O @2minproject está com uma parceria novinha! O Explicando Yoonmin é um canal no Youtube de conteúdo Yoonmin <3 Por favor, deem muito amor e carinho a ele!!

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8 de Setembro de 2021 às 21:35 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

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