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Anônimo Esquecido


Conta a história de um homem louco dos tempos das cruzadas que se depara com os traumas do passado e vai em direção a um prêmio maior, quebrando cada vez mais sua sanidade até só restar o amaldiçoado.


Conto Impróprio para crianças menores de 13 anos.

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O Cavaleiro de Prata

Durante uma cruzada, os cavaleiros que iriam lutar acharam uma forma de voltarem ilesos, o comércio a caminho de Jerusalém. Multidões festejavam em lares improvisados, apenas um sentia o medo verdadeiro e puro, pois voltar com desonra para ele não era a maior desgraça, mas sim era para seu atormentando pai.

Sua história começou desde pequeno, quando era uma criança sem percepção da maldade de seu pai, venerava as suas lições traumáticas, meses do mesmo duro ensinamento resultou em uma pessoa totalmente obediente, sem liberdade ou sonho, as ordens de seu próprio pai, que o envenenou com a malícia da manipulação. Quando alcançou um nível de obediência acima do normal, em uma fatídica noite, ele viu sua mãe com outro homem, festejando, 9 meses depois, seu irmão nasceu, mantendo o segredo de sua mãe por honra a seu meio irmão.

Não durou tempo o suficiente para seu pai descobrir toda a verdade por trás da traição, começando a ficar paranóico e louco, tornando-o mais rígido, descontando o ódio em seu filho. Arquitetando um plano para eliminar a esposa traidora, caída em tentação, pelo motivo que denuncia-la não saciaria a raiva, teria que fazer isso com suas próprias mãos, a visão da atrocidade cometida desmanchou a sua alvorada feliz deixada como resquício em sua mente, estragando uma única harmonia, fez o garoto surtar, ser considerado retardado, mandado para as cruzadas como lixo, mesmo o medo motivando-o a caminhar infinitamente, buscando uma morte honrada onde todos orgulhara.

Assim lembrando de seu passado, continuou vagando de lugar a lugar sozinho com a loucura como sua proteção contra a desistência, o sol brilhava batendo na armadura ensandecida de glórias e cansaço, mas nem ao menos suava, as noites eram piores, pois dali qualquer pessoa conseguiria ver os olhos vermelhos de um homem o qual não espelia mais nenhum prazer em sua alma, as vezes os seus traumas voltavam, gritando diversas vezes buscando salvação e o medo impedia a ajuda.

O cavaleiro perdeu-se de si a muito tempo, não comia, nem dormia, só andarilhava com os olhos aberto e ensadecido de uma vaga lembrança do que já fora, nada mais o importava, nem mesmo sabia onde estava chegando. Percebendo sua vida emanando desgraça, os dias de seus gritos tornaram-se orações clamando a Deus a piedade, mas sua alma não desistia. Decidindo acabar com isso por massacres incontáveis, histórias vagavam pelos cantos o renascimento de um cavaleiro negro.

Ninguém acreditava nas lutas e a honra do qual portava a fama, não importava, pois perdeu a honra após um simples dia, em que seu cavalo havia morrido depois de ter pedido sua pernas, mas ainda o cavaleiro o obrigava a vaguear, chicoteando diversas vezes, os gritos junto as chibatas estragaram todo o homem senil ali onde estava, moradores do local ficaram furiosos e com suas peças de metal espalhadas por suas casas foram a ele, primeiramente soltam as amarras do cavalo dele, fazendo o cair na areia suja, uma multidão enfurecida iria golpear o metal enferrujado de sua armadura e destruir sua espada já desgastada.

Em um instante as emoções cessaram, o silêncio vagou pelo território, por um simples levantar do cavaleiro, que assim disse: "Meu nome é Paulo, o único honrado das Cruzadas, se querem me deter, matarei todos com minhas mãos, seus Judeus imundos". Essa fala confirmou sua loucura, o desejo de estar em Jerusalém ensurdeceu seus sentidos e achou a única solução de paz acreditar estar onde seu coração o guiava, Paulo levou apenas uma noite, para lidar com cada pessoa a qual o desafiava, as foices, puhais e fogo, não afetavam seu corpo, eram apenas enfeites atravessando uma carne podre e uma armadura velha. Banhado com sangue, ao chegar do sol, a armadura estava brilhante de novo, ele continuou andando em direção a sua casa, carregando um saco onde havia os restos de seu cavalo, sussurando não abandona-lo naquele lugar imundo, a tocha penetrada em seu braço, ainda estava acesa e as outras armas enferrujando casa vez mais, sem nenhum sangue espelido de seu corpo e sua armadura a única coisa sem envelhecer, as pessoas o chamaram de Cavaleiro de Prata.

Antes de voltar para seu lar, chegou a uma cidade, onde entrou em um estabelecimento, onde todos balbuciavam de medo. Um simples homem cativado por histórias sentou ao lado de Paulo, perguntando um pouco pálido por que está patrulhando este local, o cavaleiro responde baixo: "A paz em mim não me cai, então como ousam os outros usarem", mas antes de o homem ouvir, seus olhos fixaram sobre a armadura brilhante sem nenhuma avaria, as palavras ressoaram por todo o estabelecimento, a fúria tomou conta do lugar, o tempo voou e quando perceberá a cidade inteira foi queimado por seus próprios moradores, mas o cavaleiro continuou a andar sobre as cinzas de um local condenado ao ódio.

Vagando por terras desconhecidas trazendo o caos, era esse o destino de um servo de Deus. De repente um deserto apareceu para parar a insaciável fome do Cavaleiro de Prata, mesmo tempestades de areia não faziam o cair, mas sim libertar a sua face, podendo ver claramente um morto sem fim, que luta contra os demônios e os anjos por pura rebeldia. A noite o vermelho foi trocado por preto, pois seus olhos estavam mortos, sua vida agora era essa, com a imortalidade amaldiçoada, com o desprezo daqueles que o temem, a vida semelhante a de um bandido, com a diferença de possuir um rumo.

Chegando em uma cidade em profunda mágoa por sequências de derrotas, onde as festas extinguiram sobre a probreza da vitória, Paulo gritava de raiva e frustração por ver a decadência desde sua partida, ali avistou uma casa simples onde um frágil velho morava, seu pai. Caminhando em direção a ele, o cavaleiro depara-se com a morte de seu genitor, pelo próprio irmão, após isso, Paulo esbrandece o sonido da guerra, uma flecha é tirada da armadura e arremessada com força e raiva em seu único irmão, sendo feito tal ação, resultou no ressurgimento do peso em sua alma, estremecendo tanto quanto podia prever, fazendo o coração de um homem sem resiliência parar de bater e queimar em um fogo brando, mas que destrói tudo por onde passa, o fogo da violência.

A história foi transformada em conto, indo direto para a casa de um garoto, onde estava calmo e tentando focar em seu livro, mas um som de ranger de metal e passos ressoando a todo o momento, acendeu a curiosidade do garoto, o mesmo olhando pela janela um homem de armadura, o qual o brilho era tanto que o tempo passou mais rápido, gritos no quarto de seus pais foram ouvidos por toda a vizinhança. Ao amanhacer a notícia chegaria as bancas de jornais, marido mata esposa e depois se mata pois não aguentou o fardo. O garoto foi para o conselho tutelar resolver as consequências nefastas do crime, enquanto estavam conversando sobre o próximo passo a adaptar a criança de volta a um lar acolhedor, ele achou um elmo prateado, sem nenhuma ferrugem, o mesmo brilho veio a sua mente e viu a tormenta usando a sombra de suas atrocidades para marchar outra e outra vez, sem um fim, eterno, a criança colocou o elmo e virou-se para o sol, assim falando para todos presentes para o incio do massacre: "Eu sou Paulo, o único honrado das cruzadas..."

6 de Setembro de 2021 às 20:31 0 Denunciar Insira Seguir história
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