Eu peço perdão, realmente acho que fugi um pouco do tema, mas ao mesmo tempo queria muito participar desse desafio. Esse mundo precisa de um pouco mais de histórias de amor.
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Como o blues, nosso romance nasceu da adversidade.
Em 1994 tive a chance de fazer um show na França. Deixei a guitarra no hotel e fui até um bar, onde a gente se viu. Eu não falo francês, ela não fala português. Um produto maravilhoso do caos. Olhares e expressões corporais que transcenderam a comunicação verbal.
Como o blues, o amor foi simples e complexo, dependendo apenas das nossas mãos conduzindo. Não fomos gênios como o BB, mas fizemos com maestria, com entrega e paixão, mesmo sem entender uma palavra que o outro estava dizendo.
Da mesma maneira que o blues, nós dançamos através dos sorrisos, exalamos sensualidade, bastou apenas compreendermos e aceitarmos as nossas nuances.
Eu lembrava de quando ouvia músicas e gostava delas, mesmo sem entender o que as letras diziam. As sensações me conduziam, a emoção, as frequências, as vibrações. Foi incomparável.
Um romance gostoso como uma escala pentatônica com a 4° menor.
Ousado como usar uma escala menor em um acorde com sétima.
Nos perdemos em olhares quando nossos corpos dançaram ao som do blues, e me apaixonei pelo riso quando ela notou que falou duas dúzias de palavras que eu não entendi.
O melhor presente, o presente perfeito, veio enquanto eu fazia o café da manhã e ela saiu do quarto me deixando sem entender nada. Quando voltou estava com dois dicionários francês x português e um papel. Em um lado estava escrito "Sois mon petit ami" e no verso "Seja meu namorado!"
Obrigado pela leitura!
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