littleheroin Esther Soares

[2shot] Yoongi queria formar uma família, mas Taehyung sonhava coisas muito mais além para o seu futuro. "As quatro estações vêm e vão novamente Eu te dei meu inverno e verão também Você, que era meu mundo, eu quero deixar você ir Será que eu ainda te amo de verdade?" Taeyeon - Four Seasons


Romance Romance adulto jovem Todo o público.

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Será que eu ainda te amo de verdade?

Hoje Yoongi iria dar um dos maiores passos de sua vida.

Estava nervoso andando de um lado para o outro em sua sala, enquanto esperava o namorado. Holly deitado no sofá, apenas lhe observava fazer isso várias vezes.

O Min até pensou em chamar mais pessoas para presenciar aquilo, mas achou melhor não. Isso não era algo a se fazer tendo a pressão dos olhares de outras pessoas, na sua percepção.

Continuava a andar de um lado para o outro na sala de estar quando ouviu a campainha tocar. Olhou imediatamente para Holly.

— É agora… — olhou para a mesa já preparada e colocou a mão em cima do bolso da calça para ter certeza que a caixinha estava ali.

Caminhou até a porta e respirou fundo antes de abri-lá.

— Oi! — disse o Kim sorridente ao ver o Min que deu um sorriso de lado. Taehyung estranhou. — Está tudo bem?

— Oi? — tocou-se que estava demonstrando seu nervosismo. — Ah, está sim. — beijou os lábios do mais alto. — Eu só estava ansioso pra te ver.

— Fofo. — Tae sorriu mais uma vez e entrou na casa. — Oi Holly! — foi até o cachorro e o acariciou, este acabou lambendo sua mão. Taehyung riu baixo e olhou para o namorado que observava-os ainda perto da porta. — Eu não sabia o que vestir, então vesti algo casual mesmo. — sorriu genuíno.

Yoongi sabia que Taehyung ficaria lindo vestido de qualquer jeito, então só deu de ombros.

— Você está bonito assim.

— Obrigado. Você também está bonito, hyung. — o elogiou de volta, mas ainda reparava que tinha algo estranho ali.

— Hum… — o Min coçou a nuca. — Vamos jantar? — Taehyung assentiu e então foram jantar.

(...)

Depois de algum tempo, enquanto comiam, Taehyung fazendo suas gracinhas que arrancava resmungos, mas também sorrisos do mais velho, eles finalmente terminaram de comer.

Yoongi havia se distraído bastante enquanto jantavam, mas havia chegado a hora. Não poderia mais adiar aquilo.

— Tae…

— Hum? — o mais novo murmurou, enquanto ainda tomava um pouco de suco. Estavam sentados lado a lado agora. Yoongi até pensou em fazer aquilo como via em muitos filmes, mas claramente não era para ele aquilo. E Taehyung sempre dizia que gostava dele da forma como ele era, então resolveu fazer do seu jeito.

— Bem… você sabe que eu não sou muito bom de me expressar em voz alta. Geralmente eu prefiro escrever mesmo. — Taehyung lhe olhava atento agora, enquanto colocava o copo em cima da mesa. — Quando eu te conheci, eu não imaginaria que me apaixonaria por você. Isso de namorar nunca foi um plano na minha vida, mas quando te conheci, muitas perspectivas minhas mudaram, então eu também quis uma família e queria formar uma com a pessoa que eu mais amo que é você.

Taehyung sentiu seu peito disparar forte com aquilo. Ele sabia que o mais velho gostava mais de demonstrar seus sentimentos a partir da escrita e ele amava os poemas que recebia do outro, mas ouvir aquelas palavras sair da própria boca do Min também mexeu consigo. Nossa, como ele amava aquele homem. Amava muito. Se encantou por ele desde a primeira vez que o viu. Gostava de como ele cuidava de si do seu jeito e também gostava de cuidar dele.

Não sabia onde Yoongi queria chegar com aquilo, porém lembrou de uma coisa que ainda não tinha contado para o outro e sentiu o coração doer por estar ouvindo aquelas palavras sendo que logo viria a novidade arrebatadora.

— Hyung, eu- — calou-se ao perceber que o outro queria terminar logo o que tinha pra falar.

— E é por isso que tomei essa decisão. — tirou a caixinha de dentro do bolso a abrindo. Taehyung quando viu aquilo sendo posto em sua frente sentiu o ar faltar em seus pulmões. — Você quer casar comigo? Formar uma família comigo? — perguntou, olhando para o mais novo. Mas quando só recebeu silêncio pois Taehyung estava estático, começou a arrepender-se do que havia feito.

Sinceramente… o que estava pensando?

— Yoongi… — Taehyung tentou falar, no entanto, não conseguia formar nada em sua mente que pudesse falar. A situação já estava constrangedora o bastante e a expressão de Yoongi logo se tornou desanimada. O Min sentiu algo estranho na garganta, mas não foi o único.

Ficou um silêncio entre eles, mas Taehyung tentou se recompor porque deveria ser sincero com o outro.

Droga… Por que isso tinha que estar acontecendo com eles?

— Eu não posso aceitar… — disse baixo, mas ainda audível. — Eu consegui uma bolsa na Espanha… — Yoongi o olhou naquele momento com o coração quebrado.

Taehyung já se imaginou casando com Yoongi, mas também já imaginou tantas coisas pra si próprio e ele recentemente ganhou a oportunidade de fazer uma delas. Um dos seus principais objetivos era fazer uma faculdade fora do país. Um sonho tão distante, mas que acabou se tornando próximo.

— Então você não quer se casar comigo? — disse deixando algumas lágrimas rolarem pelo seu rosto. Taehyung se sentiu uma pessoa horrível naquele momento, no entanto, não tinha culpa. Nenhum dos dois tinham culpa. Foram as circunstâncias que o levaram à aquele momento devastador.

Aquela pergunta era difícil de responder, mas ele tinha que ser sincero. Aquele não era o momento para ele tomar um passo tão grande como um casamento.

— Não, Yoongi. Eu sinto muito. — abaixou a cabeça, deixando as lágrimas virem também. — Eu não me sinto pronto pra isso agora e bem… eu tenho sonhos, todos temos. Eu não posso deixar uma oportunidade dessas passar, mas eu vou entender se me odiar…

Odiar… Yoongi nunca odiaria Taehyung. Ele até riria do que o mais novo falou se não estivesse triste demais. Sinceramente nem sabia exatamente o que sentir em relação àquela situação, ele só precisava ficar sozinho no momento, mas antes precisava saber algo.

— Você vai quando?

— Daqui uma semana… — disse, então desviou o olhar para as alianças dentro da caixinha que agora estava em cima da mesa. Ele não tinha culpa e sabia disso, entretanto, ainda assim se sentia responsável pelo sofrimento do mais velho. — Yoon…

— Taehyung, eu preciso ficar sozinho. — disse limpando o rosto com a manga comprida da blusa.

— E…

— A gente? — indagou. — A gente não pode existir mais. — constatou o que era óbvio. Há casos de casais que conseguem manter relações a distância, mas infelizmente não seria o caso deles porque aquela situação já estava triste demais para os dois lados.

— E eu nem lhe cobraria isso. — doeu ouvir que eles juntos não existia mais e também doeu constatar aquilo, mas Taehyung achava que era melhor assim. Na sua cabeça, o Min encontraria outra pessoa para formar a família que tanto queria e como doía imaginar aquilo, porém se sentiria egoísta de deixar Yoongi lhe esperando.

— Eu… — o Min retornou a falar. — Só espero que você seja feliz.

Se fosse em outra ocasião, Taehyung sorriria com aquilo, mas agora só quis chorar ainda mais, entretanto, sentiu um calor em seu coração por o mais velho estar lhe desejando aquilo.

— Eu também espero que você seja feliz. — disse levantando-se, então lembrou das palavras que Yoongi lhe disse antes de lhe pedir em casamento. — Você também é a pessoa que eu mais amo no mundo. — E nem sabia se um dia deixaria de ser.

Então Taehyung se foi por alguns anos que Yoongi nem sabia quantos eram exatamente. E não fazia nem um minuto que o mais novo tinha saído por aquela porta e Yoongi já sentiu saudades.

Agora sozinho na casa, ele foi até o sofá e ali deitou-se, deixando que as lágrimas viessem. Holly não entendia, mas sentiu a tristeza de seu dono e subiu no sofá lambendo o rosto de Yoongi que abraçou o cachorro.

E chorando no sofá, dormiu abraçado ao cachorro.

(...)

Um mês se passou desde aquele dia e Yoongi estava tentando se acostumar com a ausência do mais novo. Tentou seguir a vida tranquilamente, embora às vezes se pegasse melancólico, ele ainda tinha que seguir com a vida.

Entrou no café procurando pelo o outro quase da mesma altura que a sua. Uma das coisas em comum que Yoongi e Taehyung tinham: os melhores amigos dele também eram os seus.

E ali estava Jimin em uma mesa esperando por Yoongi.

Jimin e Taehyung tinham uma conexão diferente, pura demais. Eles se denominavam como almas gêmeas, amigos que estavam destinados a se encontrarem e tanto Yoongi, quanto o namorado de Jimin, Jungkook achavam aquilo lindo e não se incomodavam com isso.

— Hey, hyung! — acenou e o Min foi na direção deste, sentando-se na cadeira à frente do outro.

— Oi, Jimin… — disse de maneira imparcial.

O Park olhou-o atentamente, pensando bem no que dizer. Ele sabia escolher bem as palavras, mas ainda assim tinha medo de falar algo que causasse uma reação negativa no outro.

— O que desejam? — uma moça que trabalhava ali, aproximou-se e perguntou a eles. Depois de consultar Yoongi, Jimin pediu para os dois o que costumavam sempre pedir ali.

Ficaram em silêncio por um tempo, até que o mais velho deles cortou aquele clima.

— Como ele está? — Jimin por um momento ficou confuso sobre a quem o outro se referia, mas logo a sua dúvida foi tirada. — O Jungkook.

— Oh, claro. — murmurou. Por um momento achou que ele iria perguntar sobre Taehyung, todavia deixou isso de lado e sorriu. — Ah, ele está indo muito bem. Ele só não veio comigo agora porque foi ver os pais dele. Mas a fisioterapia dele está indo muito bem, ele pode voltar a andar mais rápido do que imaginamos. — disse feliz por aquela conquista do namorado.

Jimin quando olhou para o mais velho, pode ver um sorriso pela primeira vez desde que o Min entrara ali.

— Fico feliz. — e realmente estava. Tinha um carinho enorme por Jungkook. Se Jimin e Taehyung se consideravam almas gêmeas, Yoongi e Jungkook estavam perto daquilo também, mas o Min o tratava mais como um filho.

— Hyung… — Jimin iria prosseguir, entretanto, foi interrompido.

— Como Taehyung está? — perguntou logo de uma vez.

A saudade era tão grande que nem tinha espaço pra ser orgulhoso.

— Bom… ele está se adaptando bem. — disse apenas isso, pois sabia como seu amigo estava.

Assim como Yoongi, ele estava tentando seguir em frente.

— Certo… — o Min não falou mais nada, mas sentia-se observado pelo o outro. — Pode perguntar Jimin.

— É que… eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre a gente. Eu sei que você não ficaria estranho com Jungkook, mas por eu ser mais próximo de Taehyung talvez fique.

Yoongi sorriu ladino, um sorriso reconfortante.

— Não se preocupe com isso. Você também é meu amigo. — Jimin sorriu com aquilo. — É só que ainda é recente… — suspirou abaixando a cabeça. — Eu sinto tanto a falta dele.

Jimin até quis chorar por aquilo. Ele era observador e o amor de seus amigos era uma das coisas mais linda que já presenciou.

— Eu sei… — o Park disse. — Você lembra na época que Jungkook sofreu o acidente e achou que eu não amaria mais ele porque ele não andava mais? — o mais velho assentiu. — Ele pediu para os pais o levarem para Busan. Foram meses sentindo saudades dele, mas ele voltou para os meus braços. — sorriu bobo e Yoongi sorriu por aquilo. A relação de Jimin e Jungkook era uma das coisas mais preciosas que já viu. — Bem… não estamos aqui pra falar de mim e de Jungkook. — abanou as mãos, rindo.

— Está tudo bem. — o Min disse, mas viu o Park ficar em silêncio. Os pedidos chegaram e tomaram das bebidas, enquanto isso Jimin estava pensativo e Yoongi arqueou a sobrancelha sabendo que ele queria perguntar alguma coisa. — Pergunte logo de uma vez. Eu já tô começando a ver fumaça saindo por seus ouvidos.

— Sou tão óbvio assim? — riu fraco. — Ok… eu preciso saber de algo — respirou fundo. — Você sente raiva dele?

Yoongi batucou os dedos na mesa. Às vezes se lembrava do dia que aquilo tudo aconteceu. Ele sentiu várias coisas e confessava a si mesmo que sentiu um pouco de raiva, mas esse sentimento logo se dissipou.

— Ele iria me contar em breve sobre a faculdade, né? — o outro afirmou. — No começo eu senti sim, mas logo depois eu entendi. — respirou fundo antes de continuar. — Eu fiquei me perguntando se conhecia ele de verdade, se ele me amou de verdade, mas… são os sonhos dele, cobrar algo dele seria egoísmo demais da minha parte. E sei que ele me amou da maneira dele. — colocou o copo na mesa. — O que dói é ele estar longe de mim, mas eu quero que ele conquiste tudo que ele for capaz de conquistar. Então, não. Eu não sinto raiva dele, eu nem mesmo conseguiria.

— Fico feliz que pense assim, hyung. — Jimin disse com sinceridade. — Eu realmente não acho que as pessoas devam deixar seus sonhos de lado por causa de outras, por mais que a ame muito e essa lhe faça bem. — deu uma pausa. — Você fazia muito bem pra ele e sempre fazia de tudo pra ver ele feliz, mas tem coisas que a gente mesmo tem que ir atrás. Todos temos sonhos, né? E eu sei que você tem os seus também. — pensou um pouco antes de falar. — Então por isso te peço pra não desistir daquele que você mais quer.

Yoongi ficou pensando naquilo, ele sabia ao que o Park se referia.

— Eu não sei… Esse sonho incluía o Tae…

— Mas não precisa incluir mais, hyung. — Pelo menos não agora. Pensou Jimin. — Sei que pode dar conta disso. Você tem uma condição financeira ótima e bom… é algo que tem um processo demorado, então sugiro que seja ligeiro.

Yoongi pensou naquilo mais um pouco, então assim fez o que seu amigo sugeriu.

Cinco anos depois


Yoongi estava passeando pela rua. Era um dia em que ele estava muito nostálgico, então resolveu sair um pouco para espairecer. Estava na praça meio movimentada, então sentou-se em um banco ali, lembrando-se daquele que lhe fez sorrir muitas vezes.

Yoongi seguiu sua vida, mas às vezes lembrava-se daquele que tanto amou. Ele nem se proibia mais de pensar. Por algum tempo foi dolorido, porém agora mais velho tinha pensamentos mais maduros sobre as coisas.

Mas a saudade sempre estava ali.

Então acabou lembrando-se de quando se conheceram.

Era outono. A noite estava fresca, bem diferente do humor de Yoongi naquele momento.

— Mãe, mas eu não tô afim de conhecer a família da noiva do meu irmão. A senhora sabe que não sou bom com visitas.

— Yoongi, deixa de resmungar e vai logo tomar banho que daqui a pouco eles chegam. — o garoto que na época tinha dezessete anos, fez um bico. — Não faça assim meu filho.

Yoongi resmungou e foi pegar a toalha.

— Olha, a sua futura cunhada tem um irmão dois anos mais novo que você. Talvez vocês se dêem bem.

— É… pode ser… — dizia ainda resmungando. A senhora Min negou com a cabeça e saiu do quarto.

(...)

Depois de Yoongi estar banhado, esse se arrumou. Ele realmente não se achava muito bom com visitas, mas resolveu fazer aquilo por sua família e principalmente por seu irmão mais velho que iria se casar em breve. Era um jantar para ambas as famílias estreitaram mais os laços. Os únicos que ainda não se conheciam eram Taehyung e Yoongi.

Logo a outra família chegou e foram cumprimentá-los.

— Oh Yuri, como você está linda. — a mãe de Yoongi elogiou a mulher mais nova.

— Obrigada Chaerin, a senhora também está fantástica. — elogiou a futura sogra de volta.

Depois de mais alguns cumprimentos, Yoongi olhou para o garoto de quinze anos que ali estava, observando tudo atento com aqueles olhos curiosos.

Então os olhos deles se encontraram e ficaram um encarando ao outro.

— Oh Tae, esse é meu irmão Yoongi. — o irmão do Min disse. — Yoongi, esse é o irmão de Yuri, Taehyung.

— Ah, prazer. — o Kim estendeu a mão para o outro, que lhe cumprimentou de volta.

— Prazer… — sorriu fraco, sendo correspondido pelo o outro.

— Bem, vamos pra sala. O jantar ainda não está pronto, mas não vai demorar muito pra estar. — Chaerin anunciou.

E assim foram pra sala, ficou uma barulheira que Yoongi não gostava muito. Não, ele não desgostou da família Kim, só não gostava muito de barulho mesmo. Então pedindo licença, saiu indo para o quintal se sentando em um balanço que ali tinha.

Mas logo ouviu passos vindo em sua direção, então virou o rosto em direção ao outro.

— Posso me sentar aqui? — o Kim perguntou, referindo-se ao outro balanço. O Min apenas acenou com a cabeça. — Não gostou da minha família? — perguntou direto. Yoongi riu soprado.

— Vocês são ótimos, eu que sou um chato que não gosta de socializar.

— Isso não te torna chato, é apenas uma característica sua e está tudo bem. — Yoongi lhe olhou com curiosidade. — Desculpa… — desviou o olhar, mirando as folhas das árvores caídas no chão. — Você não parece querer conversar.

— Tudo bem, eu não me importo de conversar com você. — disse, vendo um sorriso brotar no rosto do garoto mais novo.

— Gosta da sua família? — resolveu continuar a conversar então.

— É. Eu gosto. Eu amo eles, fiquei feliz quando eles não reagiram mal quando me revelei bissexual. — Taehyung tinha a boca aberta em surpresa. — Você não vê problema nisso, né?

— Não, até porque eu sou também. Digo, eu acho que sou. Ainda é confuso pra mim. — coçou a nuca.

— Você não precisa se rotular agora. Só deixe se sentir atraído pelas pessoas.

Pessoas. Era um termo que Taehyung gostou e foi baseado naquilo que mais tarde ele foi mais a fundo pesquisando sobre orientação sexual e se descobriu pansexual.

— É… acho que é melhor eu não me rotular agora em questão a isso. — desviou o olhar. — Eu só tenho medo de como minha família vai reagir quando eu contar…

— Eles me parecem bem compreensivos.

— São, mas ainda sinto medo, sabe?

— Entendo… — olhou para a frente. — A minha família descobriu que sou bi totalmente por acaso, daí eu apenas confirmei. Isso que dá deixar uma letra de música dando bobeira por aí.

— Letra de música?

— É, eu escrevi uma música que uma parte eu acabo falando "Com a tecnologia da minha língua, levo garotas e garotos a Hong Kong". — Taehyung arregalou os olhos com aquilo. — Ah, não me ache um pervertido. — O Kim riu com vergonha, negando.

— Não, jamais. — recuperou-se da risada. — Qual o nome da música?

— Cypher pt. 3: Killer.

— Então tem outros? — o Min assentiu, vendo o olhar do outro brilhar.

— Ah não, você não vai querer ver.

— Eu quero sim.

— Ok… talvez eu mostre. — riu e ficaram ali conversando por mais um tempo, até serem chamados para o jantar.

Foi ali que viraram bons amigos.

(...)

O que eles não imaginavam era que quatro anos depois se tornariam namorados.

Yoongi ainda sentado no banco da praça, lembrou-se de mais alguns outros momentos especiais que teve com o Kim.

Era em um dia que já fazia dois anos que ele e Taehyung namoravam.

Era inverno. O clima estava frio e o céu escuro.

Yoongi estava atolado de músicas para compor e produzir, então frustrado acabou extrapolando demais, o que lhe resultou noites mal dormidas.

E um dia enquanto trabalhava, acabou dormindo na cadeira com a janela aberta ao seu lado e foi quando o Kim que tinha uma chave reserva foi até a casa do Min. Fazia uns dias que eles não se falavam por Yoongi estar muito ocupado, então Taehyung resolveu fazer uma surpresa e quando entrou na casa foi até o quarto do outro lhe encontrando desacordado. Foi até ele lhe cutucando e este acordou assustado.

— Am? O que? — a visão estava meio borrada e quando focalizou no rosto a sua frente, encontrou uma expressão séria. Esfregou as mãos no rosto sabendo que o outro lhe daria uma bronca.

— De novo isso, hyung? — perguntou indo fechar a janela. — Já falei para não se esforçar tanto ao ponto de prejudicar sua saúde. E ainda deixou a janela aberta, podia ter pegado um resfriado.

— Tae, eu estou bem. Foi só um cochilo porque às vezes dá um cansaço.

— Você tem se alimentando direito? — perguntou, recebendo silêncio. — Imaginei. — recebeu um bufar do outro e um revirar de olhos. — Ei, não faça isso.

Yoongi riu fraco.

— Calma tigrinho, não precisa se preocupar. Estou acostumado com isso.

— Mas eu me preocupo. Lembra quando no ensino médio eu estudava sem parar e você disse que aquilo não era saudável?

— Mas não é a mes- — parou quando viu o olhar do outro. — Certo, você tem razão. Desculpa. — suspirou.

— Não precisa se desculpar comigo, só quero que se cuide. — ajudou ele a se levantar e o levou até a cama, tirando o calçado do outro. — Acho melhor você dormir, mas antes tem que comer algo. Eu vou pedir alguma coisa.

— Não, só fica aqui comigo. — puxou o outro, esse que caiu do seu lado sendo abraçado por Yoongi.

— Hyung, você precisa comer. — se desvencilhou dos braços do outro pegando o celular.

Depois da ligação, Taehyung voltou para o namorado que ainda estava acordado, mas estava quase fechando os olhos.

— Pronto, pedi.

— Tá, agora vem aqui. — abriu os braços e o outro sorriu indo, sentindo as carícias no cabelo. Levantou a cabeça encostando o queixo no peito do outro. — Droga, eu preciso terminar aquelas composições.

— Você pode fazer isso depois. Eu posso te ajudar. — Yoongi o olhou.

— Ah, é? Você sabe compor?

— Não, era brincadeira. Mas você pode deixar isso pra quando estiver bem alimentado e descansado. — o mais velho finalmente se deu por vencido e resolveu deixar pra depois.

E depois de estar totalmente descansado e bem alimentado, ele conseguiu concluir suas produções e o mais novo realmente acabou ajudando e Min ficou impressionado com as ideias que Taehyung tinha. Ele era bom naquilo.

— Olha, você poderia facilmente se tornar um produtor também. — disse, vendo os resultados. — Não quer trabalhar comigo não? — sugeriu brincando, arrancando uma risada do outro.

— Obrigado. Mas eu tenho outros planos.

— Bem, agora eu finalmente me sinto mais leve.

— Então agora você poderia dar uma atenção a mim, né? — fez uma carinha fofa. — Ficamos três dias sem nos falar direito. — fez bico.

— Ya, que bebê carente. Vem aqui. — o puxou pra si selando seus lábios. — Agora estou livre pra você. — sorriu.

E depois daquilo resolveram assistir a um filme e em seguida cozinhar juntos.

(...)

É, era uns dos momentos mais inesquecíveis para Yoongi porque Taehyung podia ser mais novo e o Min adorava cuidar dele, mas o outro também cuidava de si.

Lembrou-se de várias outras coisas, inclusive da primeira vez deles. Eles não tinham problema quanto a posição, eles seriam o que eles precisassem ser um para o outro, então eram bem resolvidos em questão a aquilo, mas foi fantástico, pois não era só sexo, era amor também.

Depois daquele momento de nostalgia, balançou a cabeça espantando os pensamentos e resolveu voltar pra casa.

(...)

Yoongi sorriu para a mulher ao seu lado, essa que estava com sua filha no colo.

— Acho que pode botar ela no chão um pouco, Chungie.

— Ok… — disse e colocou a menina no chão sem ter muita certeza sobre aquela decisão.

A pequena garotinha observou curiosamente o local, mas abraçou a perna da mulher.

— Não fique com medo meu bem, não vão te fazer mal. — Chungha disse, olhando a fila do café que não diminuía nunca. Tinha que levar a garotinha para os avôs.

— Appa, tô com medo. — a menina foi até o Min levantando os braços para o pai. Logo ele a pegou no colo, recebendo uma risada da Kim ao seu lado. Os dois conheciam bem aquela garotinha, ela não gostava de ficar no chão por muito tempo.

— Olha, tá tudo bem. Eu não deixaria ninguém te fazer mal. — a menina deitou a cabeça no ombro dele, enquanto este acariciava os fios da pequena. — Se precisar ir no banheiro, pode ir. Eu cuido dela, afinal que pai desnaturado eu seria se não cuidasse. — disse para a Kim.

— Que bom que falou porque eu tô apertada. — disse fazendo o outro rir, então logo foi ao banheiro.

Depois de algum tempo a menina disse que queria ir para o chão novamente. Yoongi não entendeu, mas como agora havia menos movimentação no estabelecimento, provavelmente era por causa disso.

Ele só não contava que ela fosse correr de repente.

— Yeji! — chamou e quando a garotinha acabou caindo, foi em direção a ela com passos acelerados, porém paralisou com o que viu.

O rapaz mais alto ajudou a menina a se levantar, conferindo se ela não havia se machucado.

Yoongi ficou estático por um tempo e quando o outro finalmente lhe olhou sentiu o coração acelerar, assim como o rapaz sentiu.

— Tae?

11 de Maio de 2021 às 05:04 0 Denunciar Insira Seguir história
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