l-b-goularte Luana Borges

Ela pode ser qualquer um. Pode ser a menina chata da sua escola! Poder ser a personagem daquele livro que você odeia e diz que ela é superficial. Pode ser qualquer um... Até você mesmo.


#55 em Conto Todo o público.

#338 #sonho #terror #378 #medo
Conto
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Capítulo Único

Um corredor iluminado com vários lustres, as luzes eram de cor amarela e batiam de forma harmoniosa nas paredes altas pintadas de branco puríssimo, o chão possuía uma tapeçaria de cor bege, que com perfeição combinava com o ambiente formal.


Sua extensão era tão grande que o final não se via. Lá estava eu, perdida sem saber o porquê da minha presença, a cada passo, um novo desespero me tomava, o medo do desconhecido era real e se tornava palpável.


Minhas mãos suavam, a respiração descompensada, a tensão passava por cada poro do meu corpo, e aquela sensação de aprisionamento me deixava sem lucidez. A minha garganta parecia não funcionar, minha voz não saía…


“Como vou pedir socorro? Alguém vai vir?”


Com os dedos medrosos, apertei levemente os fios loiros do meu cabelo, buscando um pequeno conforto.


Em passos lentos e receosos, comecei a andar no misterioso corredor branco, tateando com toques lentos as paredes. Meu coração batia de forma acelerada neste lugar tão silencioso. Quase harmônico com essas batidas, gotas escarlates começaram a escorrer pelas paredes, manchando o branco da pintura.


Podia sentir as gotas atípicas atingindo a minha mão, meus pés começaram a se molhar com um líquido avermelhado que possuía um cheiro podre e carregado de morte. O chão bege começou a se encher do mesmo vermelho que escorria das paredes. O corredor se tornou ainda menos convidativo.


Em meio a pequena inundação, era possível escutar passos apressados ecoando na água do chão, vinham em minha direção, olhei de forma aterrorizada. Talvez alguém para me ajudar a entender o que estava acontecendo. Andei de forma rápida para tentar encontrar os donos dos passos, o líquido no chão aumentava de tal forma que não enxergava mais os meus pés, o cheiro se tornava insuportável, e as paredes em tons de sangue apenas faziam o meu desespero aumentar.


Acabei conseguindo avistar... pessoas?


Não tinham olhos. Os donos dos passos tinham apenas um sorriso na face, um sorriso tão mórbido e melancólico que observá-los trazia uma emoção pesada de solidão. Aproximavam-se em multidão, com destino certo: eu. E isso fez com que a minha cabeça funcionasse e minha luta por sobrevivência gritasse. Corri na direção oposta à multidão, se não possuíam olhos, então não podia me ver, não é?


Porém, por que mesmo assim eles continuavam seguindo em minha direção?


O aglomerado de pessoas me cercava, começaram a aparecer pessoas dos dois lados do corredor. Elas me deixaram sem saída... não consegui fugir. A terrível sensação de estar presa me abalava de forma tão profunda que não conseguia me manter em pé. Já com os joelhos no chão e o rosto quase afundado na água avermelhada, não me movia, as lágrimas de desespero se colocaram a passear pelo meu rosto enquanto segurava a enorme vontade de vomitar. O cheiro impregnado de podre já estava se apoderando de mim... era como se a água tentasse me consumir.


Estava cercada por pessoas que não me viam, nem me entendiam e não me escutavam, mas mesmo assim me atacavam.


Meus ouvidos escutavam uma terrível melodia, que possuía um tom agressivo e repetitivo. Os seres em minha volta me criticavam aos gritos:


''MEDROSA, NUNCA VAI MUDAR.''

"CADÊ AS PESSOAS QUE TE AMAM PARA TE SALVAR?"

''VOCÊ SEMPRE FOI UM FRACASSO!!!''


Repetiam isso apenas para me prender nesse estado de tristeza, no final, eles me conhecem, não é? Já que sabem os mecanismos para me autodestruir. Sabiam o que fazer para me entristecer, via em seus sorrisos o quanto era bom me ver com medo, imóvel, e isso fez os sentimentos de repulsa, nojo e raiva crescerem sobre mim mesma. Não conseguia me defender, era vergonhoso... Vergonha da covarde que sou.


O barulho de correntes se arrastando na água ecoou por todo corredor, não dava mais para ver o bege da tapeçaria, o chão estava inundado pelo líquido que cheirava a morte. A água já cobria meus joelhos, as paredes não eram mais de branco puríssimo, elas se tornaram vermelho-sangue, o som das correntes sendo puxadas se misturava de forma perturbadora com as gargalhadas das pessoas que me cercavam. Risos...


“Vocês sabem rir, não é?”


Nunca tinha sentido tamanho medo, nunca me senti tão sozinha e nunca derramei tantas lágrimas. Comecei a fazer perguntas para aquela multidão:


"O que são vocês?"

"O que querem?"

"Por que estão aqui?"


Inúmeras perguntas fiz, mas em nenhuma consegui minha sonhada resposta, talvez essa lamúria seja culpa minha... Mas não queria que fosse.


Já não tinha mais lágrimas para chorar. Com todas as forças em meus pulmões, dei um grito bem alto e estridente para chamar a atenção. Gritei de forma desesperada, pedindo para que parassem, pedia por misericórdia, porém, não sei se realmente mereço...

Até que, por fim, recebi uma resposta de toda multidão, que pronunciava junto como um grande coral:


“Nós somos seus medos e você não pode fugir de nós.''


Olhei em volta e percebi que as correntes que puxavam eram para mim. Quando me veio à mente que eu poderia ficar a eternidade vivendo esse inferno, juntei todas as minhas forças internas e apenas corri, empurrando tudo à minha frente: pessoas sem rostos, correntes e qualquer outra coisa que me impedia.


Não suportaria viver aquilo.


Corria sem olhar para trás. Cada passo que dava, mais o cheiro se espalhava no corredor e sentia o líquido avermelhada aumentar entre as paredes. As minhas pernas estavam afundadas na água, parecia que estava em um navio afundando no mar. Em meio a essa turbulência... um sentimento de alívio nasceu para mim, naquela situação conflituosa, eu vi uma porta.


.

.

.


Olhei para a porta branca, ela possuía detalhes em dourados que refletiam meus olhos castanhos, sorri com extrema alegria, tinha finalmente achado a saída. Aproximei minha mão da maçaneta da porta e a girei, abrindo a porta e revelando a saída. Passei de forma rápida... nem olhei onde entrei, precisava apenas fugir, em situações como essas, agimos e depois pensamos, não é?


Qualquer lugar seria melhor do que isso...Ou sou apenas uma desesperada?


Quando olhei onde estava, os minutos de paz passaram, e o desespero que senti no corredor parecia um grão de areia perto do sentimento de agora. Coloquei as mãos em minha boca, as lágrimas vieram, novamente, não sabia o que fazer, estava no mesmo corredor com as paredes de cor branco puríssimo, iluminado com lustres, onde o final não se via. Comecei a escutar a mesma multidão gritando:


''Nós somos seus medos e você não pode fugir de nós.''


Escutando as breves palavras de desdém, apenas andei para trás... Forçando meus pés a voltar por onde entrei, assim que passei novamente pela porta, fui abraçada por águas vermelhas...um abraço carregado de morte, a sensação de sentir a água entrando por meus lábios era inexplicável...


Estar me afogando era doloroso e lento, senti meus pulmões ficando sem ar e a garganta enchendo de podridão, sentia a água passar por minha garganta, o cheiro me incomodava ainda mais. Tinha a falha tentativa de debater as pernas e braços em uma fuga sem sentido. Eu estava sufocando lentamente... Após alguns instantes, não consegui mais me mover, perdi as forças para tentar, parecia uma pedra que desaprendeu a se mexer.


A água me prendia e não conseguia nem me debater ou nadar mais, até que tudo apagou, tudo desapareceu...


Meus olhos ficaram assustados, percorri a vista pelo quarto escuro e dei um longo suspiro, finalmente tinha conseguido acordar...


“Será que acordei?”

Sim. Estava acordada.


Peguei meu celular na cômoda ao lado da minha cama e meus olhos vasculharam a tela, 4 da manhã, a foto de uma tarde na piscina brilhava na tela, lembro daquele dia... O sorriso naquela imagem era falso, estava bem triste no momento, as minhas amigas fizeram de mim palco para piadas, com elas eu ri, porém, sozinha, isso me perseguiu.


“Acho que não vou conseguir dormir novamente, odeio pesadelos, eles me perseguem há muito tempo... E trazem muitas emoções.”


Não sei exatamente como tudo começou ou quando os meus sonhos viraram palco para os meus tormentos.


Será que foi no dia que apresentei aquele trabalho de geografia no 5º ano e fiquei tão nervosa que acabei falando um monte de palavras erradas e os meus amigos riram? Naquele dia, senti vergonha e tristeza, mas não deixei transparecer, não podia perder meus amigos, já tinha o apelido de "espiga de milho", para que aumentar os motivos?


Será que foi naquele dia que aquela minha amiga precisou de mim, mas não tinha como ajudar e eu simplesmente tirei onda e disse para ela dar um jeito sozinha? Não podia demostrar que não sabia ajudar, quem respeita alguém burro ou imprestável? Posso soar insensível, mas entendi com o tempo, e com várias experiências, que a aparência importa, infelizmente, foi isso que aprendi.


Será que foi naquele dia lá, no 7º ano, que todos os meus amigos faltaram e fiquei triste por ficar sozinha e acabei sendo grossa com aquelas meninas que vieram falar comigo? Por que ser grossa? Ah… não queria que os colegas da sala achassem que não sei ficar sozinha. Pessoas descoladas não são dependentes.


Será que foi quando eu comecei a fazer graça com os colegas da sala? Não me orgulho disso, sabe, mas seria fácil achar os meus erros, eles são tão na cara, e não queria que ninguém visse esse meu interior. Quem ia gostar de alguém tão sentimental e cheio de dúvidas?


Fico perdida em meus pensamentos até escutar meu celular despertar... Toca uma música internacional aleatória, assumo que não conheço muito, porém é famosa...

Sem devaneios, mais um dia pela frente.


.

.

.


A água bate violentamente em meus cachos loiros, preciso deixá-los hidratados, bonitos e cheirosos, isso é importante para minha imagem! Quero ser presidente do Grêmio Estudantil.


"Olha... Ela tem piolho... hahahahah..."

"Nossa, seu cabelo está sujo."

"Você tem caspa? Que nojento!"


Balanço a cabeça, afastando essas pequenas lembranças. Resolvo passar shampoo mais uma vez, acho que dá tempo de passar um creme de hidratação, agradeço mentalmente por acordar bem antes do horário da escola. Preciso estar impecável.


Termino de me banhar, depois me sento na frente do espelho da minha penteadeira. Começo todo o processo de maquiagem no meu rosto, tenho algumas espinhas e olheiras. Apago tudo, o bom da maquiagem é que realmente ela pode apagar tudo de ruim visualmente. As olheiras que marcam a minha pele esbranquiçada vão embora.


"Você vai na festa com esse monstro na cara?"

"Nossa, que coisa feia... Nem sabe passar uma base."

"Pessoas descoladas usam batom e pó de arroz."


Maquiagem pronta! Vou arrasar hoje no look. Ando para meu guarda-roupa e vou abrindo tudo, precisava de algo legal, único e que combinasse com a minha baixa estatura e corpo mediano.


"Você tava com essa roupa semana passada!"

"Essa cor te deixa gorda."

"Você se esconde demais! Veste algo que te valoriza."


Já sei! Pego uma calça jeans que tinha mandando apertar, ela é uma calça curta (capri), ia mostrar meus pelos descoloridos! Pego a blusa de uniforme da escola e um saltinho preto baixo. Olho para o relógio, tinha que sair de casa logo!


"Você vai engordar."

"Garotas bonitas não comem muito."

"Você não pode ficar acima do peso no Terceirão."


Melhor não tomar café hoje, ontem à noite jantei muito, a macarronada da minha mãe é boa, porém, exagerei. Pego a minha mochila e minha bolsinha pequena de lado, precisava levar dinheiro e meu celular para escola, tenho que tirar fotos para o Instagram e para colocar nos status do Whatsapp. Uma boa foto garante bons comentários.


Saio correndo da minha casa, ela é simples e distante da escola, deu tempo apenas de dar um tchau para minha mãe, ela ia trabalhar hoje até mais tarde, ia perder o ônibus para escola se não corresse um pouco. Chego no ponto azul que o prefeito da cidade gritou aos quatro ventos que ia reformar, acredita que está caindo aos pedaços? Logo o ônibus também aparece, após uns 20 minutos entre ruas movimentadas e buzinas de carro, estou perto da minha escola, hora de descer antes que alguém me veja no ônibus do transporte público.


"Você vai de ônibus? Hahahahah..."

"Gente, quem é que anda de ônibus? Lugar fedido e barulhento."


Vou andando até a porta da minha escola, a minha mãe consegue manter a mensalidade com a pensão que meu pai deixou após a morte. Eu acredito que seja melhor ser a ativista ambiental que desiste do carro do que ser a pobretona que só anda de ônibus, podem me julgar... Aprendi assim.


A entrada do colégio está cheia de alunos, todos uniformizados e conversas animadas, vejo meus amigos de longe, bolsas de marca e acessórios valiosos, vi que a maioria estava rindo enquanto chegava mais perto, tive uma sensação estranha...

Será que estão rindo de mim?


.

.

.


Os risos não são para mim...

Sinto alívio, toda a maquiagem e roupas valeram a pena.


Os risos eram para uma piada sobre uma menina de óculos que passava, não me sento bem rindo, talvez se sinta como eu, mas não posso contrariar meus amigos, tenho somente eles, não quero me afundar novamente em solidão.


A primeira aula foi normal. Não entendi muito sobre o conteúdo, os professores são de alto nível, a escola tem uma boa estrutura, mas o conteúdo é tão avançado... Então, pesquisaria depois em casa, seria o fim do mundo se percebessem que tenho dificuldade em matérias fácies. Ia perder a popularidade e não ia conseguir ser Presidente do Grêmio Estudantil.


"Odeio idiotas que ficam fazendo pergunta."

"Isso é pra chamar atenção... só!"


No intervalo das aulas, aproveito para soltar frases ácidas a alguns colegas, tinha que equilibrar tudo, nem muito boa... nem muito má. É importante ter pessoas que te achem um anjo e pessoas que te veem como um demônio. Como vou manter meus status se não demonstrar que sou "perigosa"? Tenho que defender meu título de popular.


Na hora do lanche, não me encaminho para o refeitório. Não posso aparentar que sou uma morta de fome, mesmo que estivesse com fome. Emagreci dois kg e não posso encontrá-los novamente…


Derrubo os livros de um rapaz no corredor branco da escola. Fiquei com dó quando ele me olhou meio decepcionado, podia ver minha imagem refletida nas lentes dos óculos, mas meus amigos tinham falado que estava estranha e quieta, tinha que mostrar que tava tudo normal, não tive escapatória. É errado, mas, não é o que todo mundo faz? Todo mundo vive de aparência, por que faria diferente?


O resto das aulas foram tranquilas... Mas, infelizmente, não estava muito contente, não queria voltar para casa, pois a minha mãe não estará lá, não quero ficar só, e não queria ir para casa de alguma amiga, ia ser estranho ir, podia pegar a fama de folgada ou desocupada.

Não tive escolha.


Vou para casa de ônibus, enquanto olho para a tela do celular e faço comentários debochados e maldosos no grupo da sala, alguém tinha falado sobre a dificuldade dos conteúdos. Não podiam suspeitar que estava sentindo essa mesma dificuldade, a melhor forma de tirar as desconfianças é rir de quem tem.


A tarde foi quieta, arrumei a casa como de costume, estudei o conteúdo das aulas e me arrumei para tirar algumas fotos. Fiquei até tarde editando algumas imagens no computador, aprendi a ser uma boa usuária do Photoshop, e após isso, fiquei mexendo no celular, as minhas redes sociais estavam impecáveis. Como a minha mãe vai fazer plantão no hospital, essa noite vou ficar sozinha e quis me encher de atividades, não quero parar e pensar que eu tô...


Sozinha...

Essa palavra me deixa com medo, cheia de temores. E já está de noite.

Não quero dormir!

Nos meus sonhos e pesadelos, não posso controlar minhas emoções e medos.

Isso me deixa em desespero!

No corredor branco, somos só eu e meus medos.

19 de Novembro de 2021 às 01:52 8 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

Luana Borges Uma pessoa apaixonada por contos, microcontos e poesias que ama se aventurar pelas palavras. "Uma alma sem forma Pelo tempo se transforma"

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Julian de Sousa Julian de Sousa
Desde a primeira vez que li, lá na plataforma vizinha, eu adorei esse texto. Potencial crítico gigante, debocha da maior condição humana contemporânea: a de dissimular. No fim das contas, tal qual a personagem, a gente só dissimula para os outros, pois no corredor branco, nosso purgatório, somos sempre só nós e nossos grossos pecados. Amo. Conto lindo, Luana!
June 23, 2021, 06:29

  • Luana Borges Luana Borges
    Fico muito feliz em te ver por aqui Julian 😘 Eu amo esse conto, ele tem muito significados para mim e saber que ele ainda te traz uma sensação e reflexão é muito bommm. Espero que goste da sua passagem aqui pelo Inkspired :3 Eu tô amando a experiência e tá bem legal, se precisar de alguma dica, informação, estarei feliz em ajudar! June 23, 2021, 10:06
Marcela Tersi Pereira Marcela Tersi Pereira
Eu gosto muito dos contrastes do conto, do cenário branco que vai sendo tingido de vermelho e da maneira que isso vai depois se desdobrando com as noções de percepção da personagem sobre o mundo. Parabéns!
April 19, 2021, 01:39

Isís Marchetti Isís Marchetti
Olá, Luana! Tudo bem com você? Faço parte do Sistema de Verificação e venho lhe parabenizar pela Verificação da sua história. A verdade é que hoje em dia somos vítimas de nós mesmos e nem percebemos. Nós mesmo nos sabotamos e nos preocupamos com muitas coisas a respeito do que os outros vão pensar, quando eles nem se importam em passar um minuto sequer pensando no que fazemos ou deixamos de fazer. A única pessoa a apontar uma arma para nossas cabeças, infelizmente é nós mesmo e é dificil, muito dificil mesmo, largar a mão de tal hábito, para poder começar a viver melhor. O período da escola deve ser pior ainda, ainda mais que quando qualquer passo em falso ficamos sozinhas, mas às vezes é melhor estar sozinha e conviver com a própria solidão, do que ser um tipo de pessoa desprezível. Vamos lá. A coesão e a estrutura do seu texto estão impecáveis. A narrativa trás uma história que pode ser a de qualquer um, inclusive qualquer leitor e isso faz com que no final a gente tenha uma certa empatia pela personagem, dividindo os sentimentos e se pondo em seu lugar e mais ainda, querendo entrar no contexto para tentar ajudá-la de alguma forma. Eu amei como a sinopse de início aparenta ser sugestiva, mas que no final ela se encaixa perfeitamente. Quanto à personagem, não dá para deixar de começar a sentir afeto por ela no desenrolar do texto, no final então, foi fechado com chave de ouro. Todos os sentimentos dela são passados de forma muito clara e isso tornou o texto uma experiência muito louca. Quanto à gramática, seu texto está muito bem escrito, você passou tantas descrições que foi impossível não sentir tudo na pele, foi uma experiência única e sensacional. Tem um pequeno apontamento em uma das palavras, em: "ônibus para escol” em vez de "ônibus para a escola se não corresse”, mas é uma coisa tão pequena que acredito ter passado despercebido devido a escrever um pouco rápido. No geral é um ótimo conto mesmo, acho que todos deveriam conhecer e entender um pouco melhor caso conhecer alguém na mesma situação ou parecido. Desejo sucesso em seus projetos e tudo de bom. Abraços.
April 18, 2021, 14:39

  • Luana Borges Luana Borges
    Obrigadaaaaa fico emociona com suas palavras, irei ver o trecho hihihhi do ônibus. fico feliz em saber que a proposta do texto foi entendida e que tocou de alguma forma, abraços! April 19, 2021, 00:45
mv marcos vinicius harada sant'anna
o início da historia com o pesadelo foi bem imersivo, contar o dia dela para quando chegar a noite, terminar a história foi genialmente inteligente. parabéns pelo nom trabalho
April 18, 2021, 00:39

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