3du4rd4 MD

Depois de ver seu namorado a traindo na sua frente, se sente triste, incapaz. Realmente achou que ele a amava, mas parece que estava enganada... . Ele nunca imaginou que amaria tanto alguém quanto ama Fuyumi. Não queria ter feito ela sofrer, mas teve de fazer para fazê-la o odiar e sofrer menos no final. . "Continue me observando! Eu, sem dúvidas, vou ter uma vida feliz, assim como você pediu!"


Fanfiction Anime/Mangá Impróprio para crianças menores de 13 anos. © Capa feita por @ akivmoon (Intagram)

#haikyuu #suna #oc #anime #mangá #sad #triste #morte #rintarou #love #fanfic #traição
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Cartas de amor

As mãos dele passeavam pelo busto da mulher desconhecida. Eu sabia que não deveria ter me apaixonado novamente, mas o charme dele me fez perder o controle de meus sentimentos.


Eu estou desapontada Suna. Eu confiei em você.


Os olhos deles se cruzaram com os meus, ele não teve nenhuma reação, me olhou dos pés a cabeça e fechou os olhos novamente, aproveitando o beijo. Eu saí daquela festa. Entrei no meu carro e encostei a minha testa no volante.


Engoli o choro.


Levantei minha cabeça e dirigi até o meu apartamento, entrando no mesmo e caminhando até meu quarto. Eu estava acabada, só precisava desabafar. Chorar e chorar. Sei que Suna estaria ali comigo. Nunca imaginei que ele me faria sentir essa sensação... seu coração se despedaçando.


Todos me deixam. Com o tempo comecei a me acostumar com isso, porém Suna me mantinha em pé, ele era o meu apoio. Porém, eu perdi a coisa mais importante da minha vida, e junto dela o meu apoio. Não tem como você se levantar sem um apoio, mas, eu vou ser meu apoio dessa vez. Assim, quando eu me decepcionar novamente não sentirei essa dor no meu peito.


Não existe remédio para isso. Meu coração vai continuar doendo até eu superar. Eu sei disso. E isso me deixa frustrada.


Entrei no banheiro, já com outras peças de roupas nas mãos. Liguei o chuveiro e deixei minha banheira enchendo enquanto tomava um banho rápido, assim que saí do box, entrei na banheira já cheia.


Abracei meus joelhos e apoiei minha testa nos mesmos, desabando ali mesmo. Um grito sofrido pôde ser ouvido naquele banheiro. Estava só. Não tinha ninguém ali comigo no momento mais difícil de minha vida.


Já tinha perdido minha mãe e pai, uma garota órfã. Minha única família era de Rintarou, mas agora não podia mais considerar como uma. Completamente sozinha. Nunca imaginei que seria tão horrível ser isolada e antissocial, eu achava que com Suna podia enfrentar qualquer coisa.


Outro grito sofrido pôde se escutar pelo banheiro. Sentia meu coração se partindo aos poucos. Aquilo doía. Era torturante.


Me lembro da minha adolescência, quando meus pais morreram e eu me tornei órfã. Me senti sozinha pela primeira vez na vida. Eu me cortava para aliviar a dor, eu havia parado graças a Suna, mas agora não parecia uma ideia ruim. Irônico pensar que o cara que me tirou do caos, me pôs num caos ainda maior.


5 anos de namoro. Ele jogou tudo no ralo. Outro grito ecoou pelo banheiro, seguido de outro e outro. Aquilo era meu pedido de socorro.


Eu queria que alguém no meu lado naquele momento, eu precisava, precisava de Suna. Dele me cuidando como um bebê até eu melhorar, dele tirando todas as lâminas de perto de mim em minhas crises de ansiedade.


Saí da banheira, vestindo minha roupa. As cenas de Rin beijando aquela mulher na minha frente passou na minha mente. Fui até o vaso sanitário e vomitei. Joguei tudo pra fora, enquanto chorava.


Fui até meu material da faculdade, abrindo meu estojo e tirando meu apontador de lá. O quebrei. Observando a lâmina, agora, solta. Aposto que Rintarou estaria escondendo isso de mim, antes deu ter a ideia de me cortar, porém ele não está mais aqui.


Será que ele se sentiria culpado por saber que eu me cortei por sua causa?


Rasguei todo o meu antebraço. Ver meu sangue caindo no chão era relaxante, mas não tirava a minha dor interminável no peito, aquilo doía. Era insuportável. Percebi que estava tendo uma crise de ansiedade, com isso, comecei a ter falta de ar. Estava assustada com o quanto o amor era ruim. Era aterrorizante.


Agora, as lágrimas se misturavam com o sangue. Eu dormi, ali, no chão frio.


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Observar o olhar de decepção dela olhando para mim me fez querer chorar. Então fechei os olhos para ela não notar. Ao abrir meus olhos novamente ela não estava mais lá.


Logo parti o beijo e fui embora daquela festa. A traição era necessária. Era a única forma para Fuyumi me odiar. Só espero que ela não se mate. É a única coisa que eu desejo.


Fui diagnosticado com uma doença mortal a alguns meses atrás. Só tinha hoje e mais outros quatro dias de vida. Ela se sentiria mais triste assim, pelo menos, quando eu morresse ela me odiaria.


Entrei no carro e fui até a casa dos meus pais, depois de amanhã iria para o hospital, meu corpo estava fraco, mas eu precisava ver ela por uma última vez, mesmo que levasse um tapa na cara. Se eu puder vê-la eu ficarei satisfeito. Eu queria que a minha última memória dela fosse com um sorriso radiante no rosto, mas não seria possível, eu sei disso.


Entrei no meu quarto, passando pelos meus pais, eu disse para eles o que eu iria fazer com Fuyumi e pedi para que, depois que eu morresse, eles cuidassem dela. Como uma filha. Como eles cuidam de mim.


Sentei na minha escrivaninha, ligando o abajur e pegando algumas folhas. Comecei a escrever cartas para Yumi. Provavelmente não as daria, mas eu queria fazer.


Depois de horas escrevendo várias cartas, decidi fazer uma para meus pais darem a ela como meu presente de aniversário, seu aniversário é daqui a duas semanas. Dentro da carta, pus um colar que dentro tinha uma foto minha e dela juntos, eu havia o encomendado a alguns meses. As outras cartas eu pus dentro de uma caixa retangular laranja.


Fui para o meu banheiro e tomei um banho rápido, ignorando todos os pensamentos relacionados a Fuyumi.


No dia seguinte, me arrumei e fui até o apartamento dela. A garota abriu a porta. Seu rosto estava inchado, sua cara estava péssima. Olhando para seu braço, pude ver uma facha nele, ela se cortou. Meu coração apertou e uma súbita vontade de chorar tomou conta de mim, mas eu engoli meu choro.


-Eu quero terminar. -Disse, minha voz saiu estranhamente grossa, mas ambos de nós ignoramos.


-Você podia ter dito isso antes de ter me traído seu filha da puta! -Um estalo pôde se ouvir, ela havia me dado um tapa na cara. -Não me procure mais! -Os olhos dela estavam marejados, logo a porta foi fechada na minha cara.


Eu dei um meio sorriso satisfeito, ela podia estar sofrendo, mas ainda estava irritada comigo, suspirei, queria morrer agora mesmo, sem ter que suportar toda essa dor antes de partir, mas, eu mereço, Fuyumi vai sofrer pelo resto de sua vida.


Pelo jeito uma "morte em paz", vai ser a última coisa que eu vou ter.


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Meu telefone tocava em cima da minha cama, fui até ele, conseguindo ler o nome "Atsumu" gravado em meu celular. O atendi. Ele era um dos meus únicos amigos da faculdade, era um amigo de Suna também.


-Alô? -Perguntei com uma voz cansada. Eu mal tinha conseguido dormir desde o término com Rin.


-Fuyumi! Vem para o hospital rápido! -Ele diz com uma voz desesperada.


-O que foi Atsumu? O que aconteceu?! -Perguntei nervosa.


-O Suna teve uma parada cardíaca!


Meu mundo caiu. Eu não era mais namorada dele, mas era um recém término e mesmo tentando odiá-lo, eu não consegui. Eu nunca imaginei que ele teria uma parada cardíaca do nada. Ele nem estava doente...


Saí do meu quarto sem nem mesmo desligar a chamada, peguei a chave do meu carro e saí de casa, sem tranca-la. Corri até meu carro e o liguei rapidamente, saindo da garagem do prédio e indo até o hospital, ele não era muito longe do prédio que eu morava. Cheguei lá depois de 10 minutos.


Entrei no hospital correndo, logo avistando o pai de Suna na recepção.


-Ei, como está o Rin? Eu posso vê-lo?! Tio, por favor, me deixe vê-lo. -Eu disse sem dar tempo dele falar.


-Aqui querida. -A voz suave de Aiko, mãe de Suna, preencheu meus ouvidos. Fui até ela. -Ele está nesse quarto. -Ela aponta para a porta atrás de si.


Eu entro no quarto, podendo observar Rintarou em um péssimo estado, olhando para mim lentamente e se assustando ao me ver ali, eu comecei a chorar. Como ele havia ficado tão mal depois apenas alguns dias sem se ver?


-Yumi... -Ele desviou o olhar. -Vá embora.


-Rin! O que aconteceu?! O que foi isso do nada?!


-Não foi do nada... aliás, quem te chamou aqui? E quem te deixou entrar?! -Disse e logo começou a tossir.


-Não importa! Suna, você está bem, não está? -Ele desviou o olhar de mim. -S-Suna...? Sunarin, me responda!


-Cala a boca! Vai embora Fuyumi! -Seus olhos estavam cheios d'água, eu consegui ver assim que ele me encarou.


-Suna, o que está havendo?! Da para alguém me explicar?! -Gritei chorando.


-Que merda Fuyumi! -Lágrimas desciam pelo rosto do mesmo. -Por isso eu quis terminar o namoro. -Ele sussurra entre soluços.


-I-Isso o que Sunarin? -Receosa perguntei.


-Eu... vou morrer. -Foi quase inaudível.


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Suna não queria ter contado para ela, porém, pensar que essa seria a última imagem que ele veria de Fuyumi em sua vida, o frustrava. Agora, ela o olhava parada, com uma feição aterrorizada no rosto.


-Não me olhe assim... -Ele diz.


-P-Por que você não me disse? -Ela havia parado de chorar, apenas sussurrava.


-Para não ver você assim. -Diz, desviando o olhar dela. -Aliás, eu te traí, não deveria estar tão apegada a mim dessa forma.


-E-Ei... Sunarin, você não me traiu por causa disso, né? -Ela perguntou e ele a ignorou.


-Eu vou morrer hoje. Esse é o meu, provável, último dia de vida. -Disse, parando de chorar.


Fuyumi caminhou até Suna e o-abraçou fortemente, fazendo ele reclamar de dor. A garota ficou com ele assistindo TV. Até que Suna chamou a atenção dela, ele sabia que iria morrer, estava ficando difícil de respirar e seus olhos pesavam, sem contar que o barulho da máquina de batimentos cardíacos se desacelerava.


-Yumi. -Ela o olhou preocupada. -Desculpa. Não q-queria te deixar sozinha. Eu sempre estarei te o-observando... Fuyumi... eu te amo. -Ele diz com um sorriso enquanto a garota chorava, desejava estar no lugar dele, não sabia se iria aguentar muito tempo sem ele.


-RIN! E-Eu te amo muito! Por favor! Por favor, NÃO ME DEIXE! -Ela gritou quando ouviu o barulho da máquina se tornar um único som, sem pausas, o barulho alegando que Suna havia morrido.


Suna, por outro lado, ficava feliz de saber que Fuyumi não havia parado de o amar, aquilo o confortava, mas ao mesmo tempo o assombrava. De qualquer forma, estaria sempre com ela, até a morte dela, o dia que se encontrariam seja lá para onde os mortos vão. Suna morreu com um sorriso no rosto, um sorriso sincero. Um sorriso que mostrava o quanto ele amava a garota que viu pela última vez. A última pessoa que observou, a pessoa que escutou suas últimas palavras.


Ele tinha muito o que agradecer a Deus por ter dado a chance de conhece-la. Queria ter passado mais tempo com ela e ter partido depois dela, para que não fosse obrigado a ver a garota chorar enquanto ele morria, mas estava satisfeito com seus 18 anos de vida. Fuyumi fez sua vida valer a pena.


Uma lágrima desceu pelo rosto do moreno, antes de, enfim, partir.


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2 anos depois


Já havia feito meus 20 anos, mas me recusava a sair da casa dos Suna's, claro que eu ajudava a pagar as contas de casa e a fazer compras, mas me recusava a sair de lá. Eles eram a família que eu nunca tive, eu não os largaria tão cedo.


Depois que Suna morreu eu fiquei com o quarto dele e acabei achando algumas cartas que ele havia escrito para mim, no final delas ele sempre falava "eu te amo" e pedia para que eu fosse feliz. Ele também escreveu algumas no hospital, contando como era seus dias lá e como foram seus últimos dias de vida. Confesso que chorei lendo todas. Principalmente a que ele me enviou duas semanas depois de sua morte, a do meu aniversário.


Eu ainda não estava preparada para ler algo tão forte e que declarava que, obviamente, ele estava apaixonado por mim. Depois de sua morte eu senti meu coração ser preenchido, claro que eu sofro muito, mas uma parte dele se preencheu, a parte da solidão. Sinto que Suna preencheu todo o vazio que eu sentia em relação a isso, e graças a tal ato eu me senti menos insegura.


Hoje era o meu aniversário e, como uma tradição, eu peguei a carta que Sunarin escreveu para mim de aniversário.


"Olá amor da minha vida!


Feliz aniversário! Sei que provavelmente estou morto, então... desculpa por deixa-la sozinha, sei que está precisando de um apoio para se levantar, mas seja forte. Sei que Atsumu vai ajuda-la não importa o que (e se ele não ajudar eu vou reviver só para bater nele!) Enfim, Fuyumi, sinto muito por ter te traído, eu fiz isso para que você me odiasse, para você me superar mais rapidamente, de qualquer forma, fui um idiota. Afinal, mesmo que você esteja brava comigo, agora, tenho certeza que está chorando. Eu desejo te ver uma última vez, eu queria ver seu sorriso de novo, mas aposto que não vou conseguir vê-lo. Só de pensar o quão triste você está, me da vontade de chorar. Eu pedi para os meus pais cuidarem de você para que não se sentisse sozinha e não fizesse nenhuma idiotice. Eu não tenho muito mais o que falar, acho que você sabe o quanto eu eu te amo. Eu queria me casar com você. Sério, é o meu sonho.


Eu sempre vou estar com você. Eu te amo. Adeus."


Dentro do envelope tinha um colar, que uso todos os dias, e um papel dobrado, confesso que ri um pouco o lendo, me lembrou das crianças no fundamental 1.


"Você aceita casar comigo?


[x] Sim [ ] Não "


Uma carta simples e que demonstra muito amor, principalmente por vir do Suna, que não sabe lidar muito bem com os sentimentos humanos. Eu sempre choro lendo suas cartas, todas demonstram carinho e amor de uma forma diferente. Eu não tenho coragem de dizer "Eu o amava", eu sempre digo "Eu o amo". Não acho que só porque ele morreu, que deveríamos deixa-lo de amar, como as palavras indicam. Eu irei ama-lo até a minha morte, então eu nunca direi que eu "o amava" no passado, eu o amo, amo no presente, mesmo não podendo toca-lo.


Saí de casa depois de arrumada e fui até a praia, as cinzas dele foram jogadas no mar, então sempre que sinto vontade de falar com ele, venho até aqui.


-Rin, eu tenho um grupo de amigos, e sim, o Atsumu está dentro deles, e ele se tornou muito mais próximo de mim nesses últimos anos. Eu não me apaixonei novamente, mas não me importo muito. Eu acho que nós somos almas gêmeas e agora que você não está mais aqui, irei morrer sozinha, quer dizer, entre vários aspas, já que você sempre está comigo. Sunarin, eu te amo. -Algumas lágrimas desceram do meu rosto, mas logo as enxuguei, sorrindo para o mar.


Havia um bom tempo que eu não vinha conversar com ele, por mais que sempre estivesse falando sozinha imaginando-o me escutando atentamente. E eu realmente sentia que ele me escutava, mesmo não podendo responder, ele sempre estava ali comigo.


Voltei para casa, encontrando Aiko e Shiro, agora, meu pai, cozinhando algo, nem me dei o trabalho de olhar, já que senti cheiro de brigadeiro, supus que estavam fazendo meu bolo de aniversário e logo dariam a panela de brigadeiro para eu raspar. Então fui até a sala e pus um rock para tocar, aumentando o animo de todos presentes ali naquela casa.


Sunarin, eu queria que você estivesse aqui, mas, do mesmo jeito, continue me observando! Eu sem dúvidas vou ter uma vida feliz, assim como você me pediu! Nunca vou te superar e isso é um fato, mas eu não vou me prender a isso. Acho que você não gostaria de me ver chorando e sofrendo por causa de você. Você sabe que eu choro todos os dias, mas é porque eu te amo mais que tudo. Quando você morreu senti que tiraram uma parte de mim, mas, agora, vou seguir em frente. Eu, provavelmente, não vou me apaixonar de novo, mas eu não preciso de um amor para viver. Com os amigos e família que tenho, graças a você, posso ser feliz sem amar alguém loucamente como amo você.


A campainha soou pelos meus ouvidos enquanto eu lavava a panela que havia raspado graças ao brigadeiro. Terminei de lavar e fui até a porta, encontrando Atsumu, Bokuto, Osamu, Akaashi, Kenma, Kuroo, Hinata e Kageyama.


-Tão cedo? -Pergunto de maneira brincalhona.


Rin, eu te amo e obrigada por tudo que você fez por mim. Nunca o esquecerei e para sempre o amarei.
















30 de Janeiro de 2021 às 15:07 0 Denunciar Insira Seguir história
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